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JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS
A) Considerações gerais
Os Juizados Especiais Criminais foram instituídos pela Lei 9.099/95, estabelecendo um rito próprio para o processo e julgamento de determinadas infrações penais, consideradas de MENOR POTENCIAL OFENSIVO.
Este rito próprio foi chamado pelo CPP de rito SUMARÍSSIMO. Vejamos o art. 394, §1°, III do CPP:
Art. 394. O procedimento será comum ou especial. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008).
§ 1o O procedimento comum será ordinário, sumário ou sumaríssimo: (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
(...)
III - sumaríssimo, para as infrações penais de menor potencial ofensivo, na forma da lei. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
Os Juizados Especiais Criminais, em nível estadual, estão regulamentados pela Lei 9.099/95, e, em nível federal, pela Lei 10.259/01, aplicando-se, subsidiariamente, a Lei 9.099/95 quando não houver previsão na Lei 10.259/01.
Os Juizados Criminais são competentes para processar e julgar as infrações de menor potencial ofensivo, que, nos termos do art. 61 da Lei 9.099/95, são as contravenções (quaisquer) e crimes cuja pena máxima não seja superior a dois anos, cumulada ou não com multa. Vejamos:
Art. 60. O Juizado Especial Criminal, provido por juízes togados ou togados e leigos, tem competência para a conciliação, o julgamento e a execução das infrações penais de menor potencial ofensivo, respeitadas as regras de conexão e continência. (Redação dada pela Lei nº 11.313, de 2006)
Parágrafo único. Na reunião de processos, perante o juízo comum ou o tribunal do júri, decorrentes da aplicação das regras de conexão e continência, observar-se-ão os institutos da transação penal e da composição dos danos civis. (Incluído pela Lei nº 11.313, de 2006)
Art. 61. Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo, para os efeitos desta Lei, as contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não com multa. (Redação dada pela Lei nº 11.313, de 2006)
O § único do art. 60, como vocês podem ver, também foi alterado em 2006, de forma que havendo de ser julgada uma IMPO (Infração de menor potencial ofensivo) perante outro Juízo (em razão de regras de conexão ou continência), devem ser observados os institutos da Transação Penal e da composição dos danos civis.
RESUMINDO: Se o infrator cometer uma IMPO em conexão com um crime do Júri, por exemplo (Homicídio), ambos serão julgados pelo Júri, pois a competência deste prevalece (segundo as regras de conexão do CPP), mas à infração de menor potencial ofensivo devem ser aplicados os institutos despenalizadores previstos na Lei 9.099;95, conforme preconiza o art. 60, § único da Lei 9.099/95.
Outro detalhe importante: Embora sejam consideradas IMPO os crimes aos quais a Lei comine pena máxima não superior a dois anos, somente podem ser beneficiadas com a SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO aquelas infrações cuja pena máxima não seja superior a 01 ano. Vejamos o art. 89 da Lei 9.0999/95:
Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a um ano, abrangidas ou não por esta Lei, o Ministério Público, ao oferecer a denúncia, poderá propor a suspensão do processo, por dois a quatro anos, desde que o acusado não esteja sendo processado ou não tenha sido condenado por outro crime, presentes os demais requisitos que autorizariam a suspensão condicional da pena (art. 77 do Código Penal).
Disso se conclui que NEM TODA INFRAÇÃO DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO poderá ensejar a suspensão condicional do processo, mas somente aquelas cuja pena mínima não seja superior a um ano.
Caso não aceite a proposta de suspensão do processo, este prosseguirá normalmente, nos termos do §7° do art. 89 da Lei.
Aceita a proposta de suspensão do processo pelo acusado e por seu defensor, na presença do Juiz, será submetida a apreciação deste (Juiz) que, suspendendo o processo, submeterá o acusado a período de prova, sob determinadas condições previstas na lei e OUTRAS que reputar pertinentes:
§ 1º Aceita a proposta pelo acusado e seu defensor, na presença do Juiz, este, recebendo a denúncia, poderá suspender o processo, submetendo o acusado a período de prova, sob as seguintes condições:
I - reparação do dano, salvo impossibilidade de fazê-lo;
II - proibição de freqüentar determinados lugares;
III - proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização do Juiz;
IV - comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para informar e justificar suas atividades.
§ 2º O Juiz poderá especificar outras condições a que fica subordinada a suspensão, desde que adequadas ao fato e à situação pessoal do acusado.
A suspensão condicional do processo poderá ser REVOGADA:
 Obrigatoriamente – Quando o acusado for processado por outro crime ou não reparar o dano, de maneira injustificada.
Nos termos do art. 89, §3° da Lei:
§ 3º A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário vier a ser processado por outro crime ou não efetuar, sem motivo justificado, a reparação do dano.
 Facultativamente – Aqui o Juiz pode ou não revogá-la. Ocorrerá caso o acusado seja processado por contravenção ou descumprir qualquer outra condição imposta. Nos termos d §4° do art. 89 da Lei:
§ 4º A suspensão poderá ser revogada se o acusado vier a ser processado, no curso do prazo, por contravenção, ou descumprir qualquer outra condição imposta.
Durante o prazo da suspensão condicional do processo NÃO CORRE A PRESCRIÇÃO. Findo o prazo sem revogação, estará EXTINTA A PUNIBILIDADE. Vejamos:
§ 5º Expirado o prazo sem revogação, o Juiz declarará extinta a punibilidade.
§ 6º Não correrá a prescrição durante o prazo de suspensão do processo.
B) Princípios e Objetivos
Os princípios e objetivos dos Juizados Especiais Criminais estão previstos no art. 62 da Lei:
Art. 62. O processo perante o Juizado Especial orientar-se-á pelos critérios da oralidade, informalidade, economia processual e celeridade, objetivando, sempre que possível, a reparação dos danos sofridos pela vítima e a aplicação de pena não privativa de liberdade.
Assim, os Juizados possuem como princípios:
 Oralidade – Os atos processuais, sempre que possível, serão praticados oralmente, sendo reduzidos a termo;
 Informalidade – Os processos perante os Juizados Especiais não seguem formalidade tão rigorosa quanto aqueles julgados pelo Juízo comum. Não é à toa que temos as previsões dos arts. 64 e 65 da Lei:
Art. 64. Os atos processuais serão públicos e poderão realizar-se em horário noturno e em qualquer dia da semana, conforme dispuserem as normas de organização judiciária.
Art. 65. Os atos processuais serão válidos sempre que preencherem as finalidades para as quais foram realizados, atendidos os critérios indicados no art. 62 desta Lei.
 Economia Processual – Deve-se buscar sempre a máxima efetividade dos atos processuais, concentrando-os de forma a garantir a economia do processo, ou seja, a maior eficiência possível, com o menor gasto de tempo e dinheiro do Poder Público;
 Celeridade Processual – A busca pela celeridade (rapidez) processual é um princípio do Juizado, notadamente quando se analisa que neste rito (sumaríssimo) diversas fases processuais são atropeladas, de forma a garantir o desfecho célere do processo.
Os objetivos, por sua vez, são:
 Reparação dos danos sofridos pela vítima – É a chamada “composição dos danos civis”, ou seja, objetiva-se sempre a reparação do dano causado pelo infrator, de forma a garantir que a vítima seja indenizada pelo prejuízo que sofreu, seja ele de ordem material ou moral;
 Aplicação de pena não-privativa de liberdade – Busca-se, sempre, aplicar pena que não seja a privativa de liberdade, como forma de evitar a prisão de pessoas que tenham cometido infrações que não causam lesão tão grave à sociedade, podendo ser punidas de outras formas. Friso a vocês que isso não se confunde com impunidade, pois o infrator seria punido, só que com uma pena que não seria privativa de liberdade.
C) Competência
A competênciados Juizados Especiais, como vimos, é para o processo e julgamento dos crimes cuja pena máxima não seja superior a dois anos (art. 60 da Lei).
Entretanto, qual é a competência ratione loci (competência
territorial)?
A competência territorial está definida no art. 63 da Lei:
Art. 63. A competência do Juizado será determinada pelo lugar em que foi praticada a infração penal.
Vejam, portanto, que foi adotada a teoria da ATIVIDADE.
Porém, existem determinados crimes que não se submetem ao rito dos Juizados Especiais. São eles:
 Crimes militares – Não importa qual a pena cominada (se é menor que dois anos ou não), não se aplica o rito sumaríssimo aos crimes militares. Vejamos o art. 90-A da Lei 9.099/95:
Art. 90-A. As disposições desta Lei não se aplicam no âmbito da Justiça Militar. (Artigo incluído pela Lei nº 9.839, de 27.9.1999)
 Crimes de violência doméstica contra a mulher – Aqui também, independentemente da pena cominada, não se aplica o rito sumaríssimo. Isso é o que prevê o art. 41 da Lei 11.340/06:
Art. 41. Aos crimes praticados com violência doméstica e familiar contra a mulher, independentemente da pena prevista, não se aplica a Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995.
D) Atos chamatórios
Os atos chamatórios no rito sumaríssimo (citação e intimações) também seguem um regramento específico. Nos termos do art. 66 da Lei, a citação será NECESSARIAMENTE PESSOAL, não havendo possibilidade de citação editalícia.
Entenderam? NÃO É POSSÍVEL CITAÇÃO POR EDITAL NOS JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS.
A Doutrina entende ser inadmissível também, por analogia, a citação por hora certa. Vejamos o art. 66 da Lei:
Art. 66. A citação será pessoal e far-se-á no próprio Juizado, sempre que possível, ou por mandado.
Mas, professor, e se o acusado não for encontrado? Nesse caso, o § único do art. 66 determina que sejam remetidas as peças do processo ao Juízo comum, seguindo-se o processo, no Juízo comum, pelo rito sumário. Vejamos:
Parágrafo único. Não encontrado o acusado para ser citado, o Juiz encaminhará as peças existentes ao Juízo comum para adoção do procedimento previsto em lei.
Quanto às intimações, seguindo a linha do PRINCÍPIO DA INFORMALIDADE, poderá elas ser enviadas por correspondência com aviso de recebimento:
Art. 67. A intimação far-se-á por correspondência, com aviso de recebimento pessoal ou, tratando-se de pessoa jurídica ou firma individual, mediante entrega ao encarregado da recepção, que será obrigatoriamente identificado, ou, sendo necessário, por oficial de justiça, independentemente de mandado ou carta precatória, ou ainda por qualquer meio idôneo de comunicação.
Tendo sido o ato praticado em audiência, as partes são consideradas cientes, nos termos do art. 67, § único da Lei:
Parágrafo único. Dos atos praticados em audiência considerar-se-ão desde logo cientes as partes, os interessados e defensores.
Da intimação do autor do fato ou citação do acusado, deverá constar a necessidade de acompanhamento por advogado e, caso ele não constitua um, os autos serão remetidos à Defensoria Pública:
Art. 68. Do ato de intimação do autor do fato e do mandado de citação do acusado, constará a necessidade de seu comparecimento acompanhado de advogado, com a advertência de que, na sua falta, ser-lhe-á designado defensor público.
E) Da Fase Preliminar
Tomando ciência da ocorrência de uma IMPO, a autoridade policial NÃO INSTAURARÁ INQUÉRITO POLICIAL, essa é a primeira distinção. A autoridade, nestes casos, deverá lavrar o que se chama de TERMO CIRCUNSTANCIADO. Vejamos:
Art. 69. A autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrência lavrará termo circunstanciado e o encaminhará imediatamente ao Juizado, com o autor do fato e a vítima, providenciando-se as requisições dos exames periciais necessários.
Se o autor do fato se comprometer a comparecer a todos os atos do processo, NUNCA PODERÁ SER PRESO EM FLAGRANTE, nos termos do § único do art. 69:
Art. 69. A autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrência lavrará termo circunstanciado e o encaminhará imediatamente ao Juizado, com o autor do fato e a vítima, providenciando-se as requisições dos exames periciais necessários.
Após esta etapa em sede policial, será designada audiência preliminar (art. 70), na qual o Juiz deverá cientificar as partes acerca da conveniência da composição civil dos danos. Vejamos:
Art. 70. Comparecendo o autor do fato e a vítima, e não sendo possível a realização imediata da audiência preliminar, será designada data próxima, da qual ambos sairão cientes.
Art. 71. Na falta do comparecimento de qualquer dos envolvidos, a Secretaria providenciará sua intimação e, se for o caso, a do responsável civil, na forma dos arts. 67 e 68 desta Lei.
Art. 72. Na audiência preliminar, presente o representante do Ministério Público, o autor do fato e a vítima e, se possível, o responsável civil, acompanhados por seus advogados, o Juiz esclarecerá sobre a possibilidade da composição dos danos e da aceitação da proposta de aplicação imediata de pena não privativa de liberdade.
Interessante notar que essa audiência de conciliação pode ser presidida pelo Juiz ou pelo conciliador, que é um auxiliar da Justiça, sob orientação do Juiz:
Art. 73. A conciliação será conduzida pelo Juiz ou por conciliador sob sua orientação.
Parágrafo único. Os conciliadores são auxiliares da Justiça, recrutados, na forma da lei local, preferentemente entre bacharéis em Direito, excluídos os que exerçam funções na administração da Justiça Criminal.
Obtida a composição civil dos danos causados, o Juiz a homologará por sentença, que será IRRECORRÍVEL, eis que nenhuma das partes sucumbiu. Nesse caso, a sentença valerá como título executivo na seara cível:
Art. 74. A composição dos danos civis será reduzida a escrito e, homologada pelo Juiz mediante sentença irrecorrível, terá eficácia de título a ser executado no juízo civil competente.
Se o crime for de ação penal pública CONDICIONADA ou de ação penal privada, a composição civil dos danos acarreta a RENÚNCIA DO DIREITO DE OFERECER REPRESENTAÇÃO OU QUEIXA. Nos termos do § único do art. 74:
Parágrafo único. Tratando-se de ação penal de iniciativa privada ou de ação penal pública condicionada à representação, o acordo homologado acarreta a renúncia ao direito de queixa ou representação.
Assim, se o crime for de ação penal pública incondicionada, a composição civil dos danos não interfere no prosseguimento do processo.
Caso não seja obtida a composição civil dos danos, e sendo caso de ação penal privada ou pública condicionada à representação, o Juiz dará oportunidade ao ofendido para que apresente a sua representação ou ofereça a queixa:
Art. 75. Não obtida a composição dos danos civis, será dada imediatamente ao ofendido a oportunidade de exercer o direito de representação verbal, que será reduzida a termo.
Caso o ofendido não a exerça no momento, poderá exercer esse direito posteriormente (oferecimento de queixa ou representação), desde que dentro do período legal:
Parágrafo único. O não oferecimento da representação na audiência preliminar não implica decadência do direito, que poderá ser exercido no prazo previsto em lei.
Caso o ofendido ofereça a representação (crimes de ação penal pública condicionada) ou sendo crime de ação penal pública incondicionada, o Juiz dará vista ao MP para que proponha, se for cabível, a TRANSAÇÃO PENAL, vejamos:
Art. 76. Havendo representação ou tratando-se de crime de ação penal pública incondicionada, não sendo caso de arquivamento, o Ministério Público poderá propor a aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multas, a ser especificada na proposta.
Esta proposta de TRANSAÇÃO PENAL não poderá ser oferecida se ocorrer uma das hipóteses do § 2° do art. 76 da Lei:
§ 2º Não se admitirá a proposta se ficar comprovado:
I - ter sido o autor da infração condenado, pela prática de crime, à pena privativa de liberdade, por sentença definitiva;
II - ter sido o agente beneficiado anteriormente, no prazo de cinco anos, pela aplicação depena restritiva ou multa, nos termos deste artigo;
III - não indicarem os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias, ser necessária e suficiente a adoção da medida.
Sendo aceita a proposta, ela será submetida ao Juiz, para que a acolha ou não. Caso o Juiz acolha a proposta, aplicará a pena restritiva de direitos ou multa, mas essa sanção não é considerada uma condenação, nem é levada em conta para fins de reincidência, sendo apenas um“ACORDO” entre o MP e o acusado, de forma que o MP deixa de oferecer a ação penal e solicita, em troca disso, que o acusado pague alguma multa ou cumpra uma pena restritiva de direitos. Da decisão do Juiz que acolhe ou não a proposta, caberá APELAÇÃO:
§ 3º Aceita a proposta pelo autor da infração e seu defensor, será submetida à apreciação do Juiz.
§ 4º Acolhendo a proposta do Ministério Público aceita pelo autor da infração, o Juiz aplicará a pena restritiva de direitos ou multa, que não importará em reincidência, sendo registrada apenas para impedir novamente o mesmo benefício no prazo de cinco anos.
§ 5º Da sentença prevista no parágrafo anterior caberá a apelação referida no art. 82 desta Lei.
§ 6º A imposição da sanção de que trata o § 4º deste artigo não constará de certidão de antecedentes criminais, salvo para os fins previstos no mesmo dispositivo, e não terá efeitos civis, cabendo aos interessados propor ação cabível no juízo cível.
Mas, professor, e se o acusado NÃO ACEITAR a proposta de transação penal? Nesse caso, o MP oferecerá denúncia oral, se não for caso de realização de alguma diligência. Vejamos:
Art. 77. Na ação penal de iniciativa pública, quando não houver aplicação de pena, pela ausência do autor do fato, ou pela não ocorrência da hipótese prevista no art. 76 desta Lei, o Ministério Público oferecerá ao Juiz, de imediato, denúncia oral, se não houver necessidade de diligências imprescindíveis.
Se a ação penal for privada, o ofendido poderá oferecer a queixa, nos termos do art. 77, §3° da Lei:
§ 3º Na ação penal de iniciativa do ofendido poderá ser oferecida queixa oral, cabendo ao Juiz verificar se a complexidade e as circunstâncias do caso determinam a adoção das providências previstas no parágrafo único do art. 66 desta Lei.
CUIDADO! A Lei não prevê possibilidade de TRANSAÇÃO PENAL nos crimes de ação penal privada. Entretanto, a Jurisprudência vem admitindo esta possibilidade, mas diverge quanto a quem caberia oferecer a proposta (se o MP ou o ofendido).
Por fim, deve ser ressaltado que se a causa for complexa, os autos poderão ser remetidos ao Juízo comum, para que seja processado pelo rito sumário. Esse pedido deverá ser feito pelo MP (se for caso de ação penal pública) ou verificado de ofício pelo Juiz, se for caso de ação penal privada. Vejamos:
Art. 77. (...)
§ 2º Se a complexidade ou circunstâncias do caso não permitirem a formulação da denúncia, o Ministério Público poderá requerer ao Juiz o encaminhamento das peças existentes, na forma do parágrafo único do art. 66 desta Lei.
§ 3º Na ação penal de iniciativa do ofendido poderá ser oferecida queixa oral, cabendo ao Juiz verificar se a complexidade e as circunstâncias do caso determinam a adoção das providências previstas no parágrafo único do art. 66 desta Lei.
F) Do Procedimento Sumaríssimo propriamente dito
É um procedimento bastante simples, objetivo, previsto nos arts. 77 a 81 da Lei.
A única discussão relevante quanto ao procedimento sumaríssimo se dá no que se refere à aplicabilidade, ou não, do art. 394, §4° do CPP.
Vejamos:
§ 4o As disposições dos arts. 395 a 398 deste Código aplicam-se a todos os procedimentos penais de primeiro grau, ainda que não regulados neste Código. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
Esses arts. 395 a 397 (o art. 398 está revogado) tratam do recebimento ou rejeição da inicial acusatória e, ainda, da absolvição sumária do acusado.
A Doutrina e Jurisprudência são pacíficas no que se refere à aplicação dos arts. 395, 396-A e 397 do CPP ao rito sumaríssimo, havendo impasse, apenas, com relação à aplicabilidade, ou não, do art. 396 do CPP.
Vejamos:
Art. 396. Nos procedimentos ordinário e sumário, oferecida a denúncia ou queixa, o juiz, se não a rejeitar liminarmente, recebê-la-á e ordenará a citação do acusado para responder à acusação, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008).
Vejam, portanto, que o CPP determina que o acusado será citado para responder à acusação APÓS O RECEBIMENTO DA DENÚNCIA.
Agora, vejamos o que diz o art. 81 da Lei 9.099/95:
Art. 81. Aberta a audiência, será dada a palavra ao defensor para responder à acusação, após o que o Juiz receberá, ou não, a denúncia ou queixa; havendo recebimento, serão ouvidas a vítima e as testemunhas de acusação e defesa, interrogando-se a seguir o acusado, se presente, passando-se imediatamente aos debates orais e à prolação da sentença.
Vejam, assim, que no procedimento previsto na Lei 9.099/95, a resposta à acusação é ANTERIOR ao recebimento da denúncia ou queixa. Como conciliar? Prevalece o entendimento de que NÃO SE APLICA AO PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO O ART. 396, pois a redação do art. 396 é clara ao dizer que “nos procedimentos ordinário e sumário...”, de forma que se entende que não é a intenção da lei aplicá-lo ao rito da Lei 9.099/95.
Oferecida a denúncia ou queixa, dispensa-se exame de corpo de delito, caso os vestígios estejam documentados por boletim médico ou prova equivalente (art. 77, §1° da Lei). Devem ser arroladas as testemunhas, cujo número a Lei não diz. Aplica-se, por analogia, o art. 532 do CPP (número de testemunhas no rito sumário), considerando-se que o número máximo de testemunhas, aqui, seja de CINCO.
Após esse momento, proceder-se-á à citação do acusado. Se ele estiver presente à audiência preliminar, e sendo oferecida a inicial acusatória na audiência preliminar, considerar-se-á citado, sendo cientificado da data da audiência de instrução e julgamento, nos termos do art. 78 da Lei:
Art. 78. Oferecida a denúncia ou queixa, será reduzida a termo, entregando-se cópia ao acusado, que com ela ficará citado e imediatamente cientificado da designação de dia e hora para a audiência de instrução e julgamento, da qual também tomarão ciência o Ministério Público, o ofendido, o responsável civil e seus advogados.
§ 1º Se o acusado não estiver presente, será citado na forma dos arts. 66 e 68 desta Lei e cientificado da data da audiência de instrução e julgamento, devendo a ela trazer suas testemunhas ou apresentar requerimento para intimação, no mínimo cinco dias antes de sua realização.
§ 2º Não estando presentes o ofendido e o responsável civil, serão intimados nos termos do art. 67 desta Lei para comparecerem à audiência de instrução e julgamento.
§ 3º As testemunhas arroladas serão intimadas na forma prevista no art. 67 desta Lei.
Caso o acusado não esteja presente, será citado pessoalmente e, caso isso não seja possível, as peças serão remetidas ao Juízo comum para que lá o processo seja julgado, nos termos do art. 78, §1° da Lei.
Na audiência de instrução e julgamento o Juiz:
 Facultará à defesa responder à acusação – Está previsto no art. 81 da Lei. O teor da resposta seguirá o que prevê o art. 396-A do CPP;
 O Juiz rejeita ou recebe a inicial acusatória – Aqui, ou o Juiz verifica estarem presentes todos os requisitos e recebe a inicial, ou verifica que há alguma das hipóteses do art. 395 e REJEITA LIMINARMENTE A INICIAL ACUSATÓRIA;
 Recebendo a inicial, o Juiz pode absolver sumariamente o réu – Aqui o Juiz verificará se está presente alguma situação do art. 397 do CPP, hipótese na qual deverá ABSOLVER SUMARIAMENTE O ACUSADO. Não sendo o caso, prosseguirá com a audiência de instrução e julgamento;
 Ouvirá a vítima, as testemunhas de defesa e acusação e, por último, procederá ao interrogatório do acusado (NESTA ORDEM);
 Após isso, passa-se à fase dos debates orais – Não há previsão de substituição dos debates orais por alegações finais escritas,mas é muito comum acontecer isto na prática;
 Após os debates orais, o Juiz profere sentença – A sentença no rito sumaríssimo DISPENSA RELATÓRIO, até pelo princípio da INFORMALIDADE. Vejamos o §3° do art. 81 da Lei:
§ 3º A sentença, dispensado o relatório, mencionará os elementos de convicção do Juiz.
Da sentença final ou da decisão de rejeição da inicial acusatória caberá APELAÇÃO, nos termos do art. 82 do CPP:
Art. 82. Da decisão de rejeição da denúncia ou queixa e da sentença caberá apelação, que poderá ser julgada por turma composta de três Juízes em exercício no primeiro grau de jurisdição, reunidos na sede do Juizado.
§ 1º A apelação será interposta no prazo de dez dias, contados da ciência da sentença pelo Ministério Público, pelo réu e seu defensor, por petição escrita, da qual constarão as razões e o pedido do recorrente.
§ 2º O recorrido será intimado para oferecer resposta escrita no prazo de dez dias.
São cabíveis, ainda, EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, caso haja omissão, obscuridade, dúvida ou contradição na sentença ou acórdão, nos termos do art. 83 da Lei:
Art. 83. Caberão embargos de declaração quando, em sentença ou acórdão, houver obscuridade, contradição, omissão ou dúvida.
Esses embargos SUSPENDEM o prazo para interposição da APELAÇÃO, e podem ser opostos por escrito ou oralmente, no prazo de CINCO DIAS:
§ 1º Os embargos de declaração serão opostos por escrito ou oralmente, no prazo de cinco dias, contados da ciência da decisão.
§ 2º Quando opostos contra sentença, os embargos de declaração suspenderão o prazo para o recurso.
Por fim, a Jurisprudência tem admitido a interposição de RECURSO EXTRAORDINÁRIO DA DECISÃO DAS TURMAS RECURSAIS (órgão colegiado que julga os recursos das decisões de primeiro grau), mas não se admite a interposição de RECURSO ESPECIAL, nos termos do art. 102, III c/c art. 105, III da CRFB/88) e súmulas 640 do STF e 203 do STJ.
G) Juizados Especiais Criminais Federais (Lei 10.259/01)
Os Juizados Criminais na Justiça Federal foram criados pela Lei 10.259/01, conforme previsão de seu art. 1°:
Art. 1o São instituídos os Juizados Especiais Cíveis e Criminais da Justiça Federal, aos quais se aplica, no que não conflitar com esta Lei, o disposto na Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995.
O art. 2° da Lei 10.259/01 estabeleceu a competência dos Juizados Criminais Federais, estabelecendo regra praticamente idêntica à do art. 60 da Lei 9.099/95:
Art. 2o Compete ao Juizado Especial Federal Criminal processar e julgar os feitos de competência da Justiça Federal relativos às infrações de menor potencial ofensivo, respeitadas as regras de conexão e continência. (Redação dada pela Lei nº 11.313, de 2006)
Entretanto, uma observação deve ser feita. Vejamos a redação do art. 61 da Lei 9.099/95
Art. 61. Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo, para os efeitos desta Lei, as contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não com multa. (Redação dada pela Lei nº 11.313, de 2006)
Este artigo diz que infrações de menor potencial ofensivo (IMPO) é um gênero do qual existem duas espécies:
 Contravenções penais;
 Crimes aos quais a lei comine pena máxima NÃO SUPERIOR A DOIS ANOS.
Estas duas, portanto, são as espécies de infração de menor potencial ofensivo. No entanto, no bojo dos Juizados Federais Criminais, não há julgamento de CONTRAVENÇÕES PENAIS, pois a Justiça Federal NÃO POSSUI COMPETÊNCIA para o processo e julgamento de contravenções penais.
O conceito do que seria infração de menor potencial ofensivo consta, como vimos, no art. 61 da Lei 9.099/95, com a redação dada pela Lei 11.313/06. Este, como vários outros artigos da Lei 9.099/95, aplicam-se aos Juizados Federais Criminais, pois a Lei 10.259/01 não estabelece um rito sumaríssimo próprio para os Juizados Criminais Federais, limitando-se a prever que deva ser aplicada a Lei 9.099/95. Vejamos o art. 1° da Lei 10.259/01:
Art. 1o São instituídos os Juizados Especiais Cíveis e Criminais da Justiça Federal, aos quais se aplica, no que não conflitar com esta Lei, o disposto na Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995.
Como não há rito processual penal próprio na Lei 10.259/01, o procedimento em ambos os Juizados é o mesmo, ou seja, o previsto na Lei 9.099/95, já estudado.
NORMAS PROCEDIMENTAIS DOS PROCESSOS PERANTE O STF E O STJ.
A Lei 8.038/90 regulamentou as normas procedimentais dos processos que tramitam perante o STF e o STJ. As normas se referem aos mais diversos tipos de processos. Dentre eles está o processo criminal, nas hipóteses em que a ação penal se inicia já perante o Tribunal.
O art. 1º da lei já traz uma norma procedimental, estabelecendo que, nos crimes de ação penal pública, o MP terá o prazo de QUINZE DIAS para oferecer a ação penal ou determinar o arquivamento do IP.
Vejamos:
Art. 1º - Nos crimes de ação penal pública, o Ministério Público terá o prazo de quinze dias para oferecer denúncia ou pedir arquivamento do inquérito ou das peças informativas. (Vide Lei nº 8.658, de 1993)
No entanto, caso o réu esteja preso, o prazo para oferecimento da denúncia será de CINCO DIAS:
§ 2º - Se o indiciado estiver preso:
a) o prazo para oferecimento da denúncia será de cinco dias;
Nada impede, porém, que quando da conclusão do IP o MP ainda não tenha formado seu convencimento acerca dos fatos. Nesse caso a lei permite que sejam deferidas “DILIGÊNCIAS COMPLEMENTARES” pelo relator do processo, hipótese na qual o prazo para oferecimento da denúncia ficará INTERROMPIDO, SALVO NO CASO DE RÉU PRESO, HIPÓTESE NA QUAL AS DILIGÊNCIAS COMPLEMENTARES NÃO INTERROMPEM OS PRAZOS.
Vejamos:
§ 1º - Diligências complementares poderão ser deferidas pelo relator, com interrupção do prazo deste artigo.
§ 2º - Se o indiciado estiver preso:
(...)
b) as diligências complementares não interromperão o prazo, salvo se o relator, ao deferi-las, determinar o relaxamento da prisão.
O relator será escolhido de acordo com o regimento interno do Tribunal, e atuará como se fosse o “Juiz da Instrução”, ou seja, embora o processo seja julgado por um colegiado, ele é conduzido pelo relator.
Vejamos:
Art. 2º - O relator, escolhido na forma regimental, será o juiz da instrução, que se realizará segundo o disposto neste capítulo, no Código de Processo Penal, no que for aplicável, e no Regimento Interno do Tribunal. (Vide Lei nº 8.658, de 1993)
Parágrafo único - O relator terá as atribuições que a legislação processual confere aos juízes singulares.
Dentre as atribuições do relator, a lei estabelece:
Art. 3º - Compete ao relator: (Vide Lei nº 8.658, de 1993)
I - determinar o arquivamento do inquérito ou de peças informativas, quando o requerer o Ministério Público, ou submeter o requerimento à decisão competente do Tribunal;
II - decretar a extinção da punibilidade, nos casos previstos em lei.
III – convocar desembargadores de Turmas Criminais dos Tribunais de Justiça ou dos Tribunais Regionais Federais, bem como juízes de varas criminais da Justiça dos Estados e da Justiça Federal, pelo prazo de 6 (seis) meses, prorrogável por igual período, até o máximo de 2 (dois) anos, para a realização do interrogatório e de outros atos da instrução, na sede do tribunal ou no local onde se deva produzir o ato. (Incluído pela Lei nº 12.019, de 2009)
Após apresentada a denúncia (ou queixa), o acusado será NOTIFICADO para apresentar RESPOSTA no prazo de 15 dias, sendo-lhe entregue cópia da inicial acusatória, do despacho do relator e dos documentos necessários:
Art. 4º - Apresentada a denúncia ou a queixa ao Tribunal, far-se- á a notificação do acusado para oferecer resposta no prazo de quinze dias. (Vide Lei nº 8.658, de 1993)
§ 1º - Com a notificação, serão entregues ao acusado cópia da denúncia ou da queixa, do despacho do relator e dos documentos por este indicados.
E se o acusado estiver em local incerto e não sabido, ou se furtar à realização da diligência citatória (estiver enrolando o oficial de justiça para não ser citado)? É possível a citaçãopor edital ou a citação por hora certa? A Lei prevê essa hipótese, mas estabelece que, em AMBOS OS CASOS, o acusado será NOTIFICADO POR EDITAL, no qual terá prazo de cinco dias para comparecer ao Tribunal, momento no qual terá vista dos autos e começará a correr o prazo de 15 dias para resposta. Vejamos o que diz o §2º do art. 4º da Lei:
§ 2º - Se desconhecido o paradeiro do acusado, ou se este criar dificuldades para que o oficial cumpra a diligência, proceder-se-á a sua notificação por edital, contendo o teor resumido da acusação, para que compareça ao Tribunal, em cinco dias, onde terá vista dos autos pelo prazo de quinze dias, a fim de apresentar a resposta prevista neste artigo.
Caso o acusado, em sua resposta, traga NOVOS DOCUMENTOS, a lei determina que o relator deverá dar vista dos autos à parte contrária (o acusador) para que se manifeste em CINCO DIAS. Caso se trate de ação penal privada, o MP também terá vista dos documentos, pelo mesmo prazo, na qualidade de fiscal da lei:
Art. 5º - Se, com a resposta, forem apresentados novos documentos, será intimada a parte contrária para sobre eles se manifestar, no prazo de cinco dias. (Vide Lei nº 8.658, de 1993)
Parágrafo único - Na ação penal de iniciativa privada, será ouvido, em igual prazo, o Ministério Público.
CUIDADO! Após a apresentação da resposta deve ser decidido acerca do recebimento ou não da inicial acusatória, mas essa decisão NÃO É MONOCRÁTICA, ou seja, não é o relator quem decide sozinho.
Trata-se de decisão que deve ser tomada pelo colegiado do Tribunal.
Neste momento, o Tribunal pode:
 Receber a ação penal;
 Rejeitar a ação penal;
 Absolver o acusado (improcedência da acusação)
A lei prevê, ainda, que na sessão de julgamento em que o Tribunal deliberar sobre o recebimento ou não da ação penal, a acusação primeiro e depois a defesa, poderão realizar SUSTENTAÇÃO ORAL, pelo prazo de QUINZE MINUTOS cada, ao final do qual o Tribunal deliberará.
Vejamos o que diz o art. 6º e seus §§:
Art. 6º - A seguir, o relator pedirá dia para que o Tribunal delibere sobre o recebimento, a rejeição da denúncia ou da queixa, ou a improcedência da acusação, se a decisão não depender de outras provas. (Vide Lei nº 8.658, de 1993)
§ 1º - No julgamento de que trata este artigo, será facultada sustentação oral pelo prazo de quinze minutos, primeiro à acusação, depois à defesa.
§ 2º - Encerrados os debates, o Tribunal passará a deliberar, determinando o Presidente as pessoas que poderão permanecer no recinto, observado o disposto no inciso II do art. 12 desta lei.
Após esse momento, sendo recebida a inicial acusatória (denúncia ou queixa), o relator deverá designar dia e hora para o interrogatório, mandando CITAR o réu, bem como INTIMAR O MP, o querelante e o assistente (se for o caso). O prazo para o oferecimento da defesa prévia será de CINCO DIAS:
Art. 8º - O prazo para defesa prévia será de cinco dias, contado do interrogatório ou da intimação do defensor dativo. (Vide Lei nº 8.658, de 1993)
CUIDADO! Como vocês viram, nos crimes cuja ação penal é originária dos Tribunais, o réu tem DOIS MOMENTOS PARA A DEFESA: Um antes do recebimento da ação penal e outro após o recebimento da ação penal.
A instrução é realizada seguindo-se as regras do CPP, podendo o relator delegar a colheita de provas ao Juiz ou membro do Tribunal com competência para territorial no local de cumprimento da carta de ordem (o Juiz do local onde deva ser colhida a prova) . Finda essa fase, a acusação e a defesa serão intimadas para, querendo, requererem DILIGÊNCIAS, no prazo de CINCO DIAS:
Art. 9º - A instrução obedecerá, no que couber, ao procedimento comum do Código de Processo Penal. (Vide Lei nº 8.658, de 1993)
§ 1º - O relator poderá delegar a realização do interrogatório ou de outro ato da instrução ao juiz ou membro de tribunal com competência territorial no local de cumprimento da carta de ordem.
§ 2º - Por expressa determinação do relator, as intimações poderão ser feitas por carta registrada com aviso de recebimento.
Art. 10 - Concluída a inquirição de testemunhas, serão intimadas a acusação e a defesa, para requerimento de diligências no prazo de cinco dias. (Vide Lei nº 8.658, de 1993)
Sendo realizadas as diligências requeridas pela partes, não tendo sido estas deferidas ou não tendo sido formuladas, a acusação e a defesa serão intimadas para, sucessivamente, no prazo de QUINZE DIAS, apresentarem ALEGAÇÕES ESCRITAS.
Art. 11 - Realizadas as diligências, ou não sendo estas requeridas nem determinadas pelo relator, serão intimadas a acusação e a defesa para, sucessivamente, apresentarem, no prazo de quinze dias, alegações escritas. (Vide Lei nº 8.658, de 1993)
CUIDADO! Vejam que aqui a Lei não fala nada a respeito de alegações orais, como ocorre no procedimento comum ordinário, previsto no CPP.
Além disso, o prazo é sucessivo, ou seja, primeiro acusação, depois defesa. Porém, o prazo daqueles que figuram no mesmo polo processual (acusador e assistente, corréus) é comum, ou seja, correm simultaneamente.
§ 1º - Será comum o prazo do acusador e do assistente, bem como o dos co-réus.
Caso se trate de ação penal privada, após as alegações das partes, será dada vista ao MP, que terá oportunidade de apresentar as suas alegações escritas (art. 11, § 2º da Lei).
Ao final da instrução o Tribunal deverá julgar a causa, em sessão de julgamento a ser designada na forma do regimento interno. Na sessão de julgamento a acusação e a defesa terão prazo de UMA HORA PARA SUSTENTAÇÃO ORAL, assegurado prazo de QUINZE MINUTOS AO ASSISTENTE DA ACUSAÇÃO.
Art. 12 - Finda a instrução, o Tribunal procederá ao julgamento, na forma determinada pelo regimento interno, observando-se o seguinte: (Vide Lei nº 8.658, de 1993)
I - a acusação e a defesa terão, sucessivamente, nessa ordem, prazo de uma hora para sustentação oral, assegurado ao assistente um quarto do tempo da acusação;
II - encerrados os debates, o Tribunal passará a proferir o julgamento, podendo o Presidente limitar a presença no recinto às partes e seus advogados, ou somente a estes, se o interesse público exigir.
Bons estudos!

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