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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE FORMIGA BRUNA MÁRCIA ARAÚJO CAMILA CRISTINA DE OLIVEIRA GUSTAVO VINÍCIUS CASTRO DE PAULA LORENA ALVES PEREIRA LORENA DE MORAIS RESENDE LORRAYNE BRUNA DA SILVA MARIZA GOMES CASTRO NEYLOR SANTOS ALVES THIAGO VINÍCIUS BORGES RELATÓRIO AULAS PRÁTICAS UNIFOR-MG 2016 BRUNA MÁRCIA ARAÚJO CAMILA CRISTINA DE OLIVEIRA GUSTAVO VINÍCIUS CASTRO DE PAULA LORENA ALVES PEREIRA LORENA DE MORAIS RESENDE LORRAYNE BRUNA DA SILVA MARIZA GOMES CASTRO NEYLOR SANTOS ALVES THIAGO VINÍCIUS BORGES RELATÓRIO AULAS PRÁTICAS Relatório de aula prática apresentado como requisito parcial para a obtenção de aprovação na disciplina Fenômenos do Transporte, no Centro Universitário de formiga. Prof. Dr. Michael Silveira Thebaldi UNIFOR-MG 2016 SUMÁRIO 1 – Introdução ............................................................................................................ 5 1.1 - Princípio fundamental da hidrostática (Princípio de Stevin) ............................................. 5 1.2 - O princípio de Pascal, utilizando água (com sensor)......................................................... 5 1.3 - Comprovação experimental do empuxo e do princípio de Arquimedes ......................... 5 2 – Revisão Bibliográfica .......................................................................................... 6 2.1 - Princípio fundamental da hidrostática (Princípio de Stevin) ............................................. 6 2.2 - O princípio de Pascal, utilizando água (com sensor)......................................................... 7 2.3 - Comprovação experimental do empuxo e do princípio de Arquimedes ......................... 8 3 – Material e Método ................................................................................................ 8 3.1 - Princípio fundamental da hidrostática (Princípio de Stevin) ............................................. 8 3.2 - O princípio de Pascal, utilizando água (com sensor)....................................................... 10 3.3 - Comprovação experimental do empuxo e do princípio de Arquimedes ....................... 12 4 – Resultados e Discussão ................................................................................... 15 4.1 - Princípio fundamental da hidrostática (Princípio de Stevin) ........................................... 15 4.2 - O princípio de Pascal, utilizando água (com sensor)....................................................... 18 4.3 - Comprovação experimental do empuxo e do princípio de Arquimedes ....................... 20 5 – Conclusão .......................................................................................................... 21 5.1 - Princípio fundamental da hidrostática (Princípio de Stevin) ........................................... 21 5.2 - O princípio de Pascal, utilizando água (com sensor) ...................................................... 21 5.3 - Comprovação experimental do empuxo e do princípio de Arquimedes ....................... 22 6 – Referências Bibliográficas ................................................................................ 23 5 1– Introdução 1.1 - Princípio fundamental da hidrostática (Princípio de Stevin) Procedimentos práticos podem ser de grande contribuição para agregar aos conhecimentos teóricos. Partindo deste pressuposto a experimentação relacionada no item 3.1 deste relatório trabalha o princípio da hidrostática ou também conhecida por princípio de Stevin, que diz que a diferença entre as pressões de dois pontos de um fluido em equilíbrio é igual ao produto entre a densidade do fluido, a aceleração da gravidade e a diferença entre as profundidades dos pontos. Verificar tal teoria é o designo deste documento. 1.2 - O princípio de Pascal, utilizando água (com sensor) Existem procedimentos experimentais que comprovam o preceito que explicam os efeitos da pressão sobre um fluido não compressível, portanto, nesse relatório iremos trabalhar com o princípio de Pascal, que relata da seguinte forma: se aplicarmos uma pressão num ponto de um fluido em equilíbrio, esta é transmitida integralmente a todo o fluido, ou seja, todos os pontos sofrem a mesma variação de pressão. Esse princípio é representado pela relação entre a força aplicada sobre uma determinada área. Neste caso a pressão aplicada sobre o fluido não depende do formato do recipiente e sim apenas do peso específico do fluido e da altura do ponto onde a pressão é exercida, também conhecida como princípio de Stevin. O objetivo da prática descrita na seção 3.2 deste relatório foi verificar a validade do princípio de Pascal, comprovando que a pressão nos líquidos se transmite integralmente em todas as direções e utilizar o conhecimento do princípio de Stevin de que a pressão manométrica indicada em certo ponto é igual ao produto do peso específico do fluido pela altura em que ocupa. 1.3 - Comprovação experimental do empuxo e do princípio de Arquimedes Em virtude do princípio de Pascal, quando um corpo é imerso em um fluido pressões diferenciadas atuam sobre a sua superfície, sendo elas maiores na parte inferior que na parte superior, levando a uma força resultante vertical para cima. Este 6 fenômeno é regido pelo chamado princípio de Arquimedes que tem o seguinte enunciado: Todo corpo completa ou parcialmente mergulhado em um fluido, experimenta uma força de flutuação (empuxo) com sentido para cima, cujo valor é igual ao peso do fluido deslocado pelo corpo. No intuito de verificar a veracidade do enunciado do princípio de Arquimedes; demonstrar a existência do empuxo, determinar a sua intensidade, sua direção e seu sentido; mostrar que com exceção do volume que ocupa, essa força independe das propriedades do corpo submerso; tornar evidente que um corpo ao não estar completamente submerso também sofre a ação da força de empuxo proporcional ao volume imerso; e determinar o peso do volume de água deslocado, foi proposto e executado o experimento descrito na seção 3.3 deste relatório. 2 – Revisão Bibliográfica 2.1 - Princípio fundamental da hidrostática (Princípio de Stevin) Simon Stevin (1548 – 1620) nasceu em Burges, Flandres, atual Bélgica. Sua contribuição científica ao desenvolvimento da mecânica foi notável. Na sua obra destacam-se três importantes publicações, todas editadas em Leiden e em holandês, em 1586: Princípios de estática, uma espécie de continuação dos trabalhos de Arquimedes. (BARRETO; XAVIER, 2008). O teorema de Stevin também é conhecido por teorema fundamental da hidrostática e sua definição é de grande importância para a determinação da pressão atuante em qualquer ponto de uma coluna de líquido. (WHITE, 1999). Segundo Brunetti (2008), o teorema de Stevin diz que, a diferença de pressão entre dois pontos de um fluido em repouso é igual ao produto do peso específico do fluido pela diferença de cotas entre dois pontos. Na diferença de pressão entre dois pontos não interessa a distância entre eles, mas a diferença de cotas. A pressão dos pontos num mesmo plano ou nível horizontal é a mesma. O formato do recipiente não é importante para o cálculo de pressão para o cálculo de pressão em algum ponto. E nos gases, como o peso específico é pequeno, se a diferença de cota entre os dois pontos não é muito grande pode-se desprezar a diferença de pressão entre eles. Essa diferença entreas pressões em dois pontos dentro de um líquido em equilíbrio é igual ao produto da massa especifica do líquido (ou densidade do líquido) 7 pelo módulo da aceleração da gravidade do local onde é feito a observação, pela diferença entre as profundidades consideradas (PILLING, [s. d.]. 2.2 - O princípio de Pascal, utilizando água (com sensor) Blaise Pascal foi um filósofo, físico e matemático francês que concentrou suas pesquisas em campos como a teologia, a hidrostática, a geometria (Teorema de Pascal) e os estudos das probabilidades e da análise combinatória. Pode-se resumir o Princípio de Pascal da seguinte forma: um aumento de pressão exercido num determinado ponto de um líquido ideal se transmite integralmente aos demais pontos desse líquido e às paredes do recipiente em que ele está contido (PUCCI, 2009). O Princípio de Pascal foi baseado por meio de experimentos com líquidos, e constatou que o aumento de pressão em um ponto do líquido é igual ao aumento provocado em outro ponto. O Princípio de Pascal nada mais é que, uma força de intensidade F aplicada sobre o pistão de menor área, provocará um acréscimo de pressão no líquido, de forma que esse acréscimo vai se distribuir por todos os pontos do fluido até chegar ao pistão de maior área. Ao alcançar este, surgirá uma força de baixo para cima fazendo com que o objeto que está do outro lado seja suspenso. Esse princípio de funcionamento se aplica aos freios hidráulicos dos automóveis, presa hidráulica e etc (BARRETO, 2012). O Princípio de Pascal afirma que “A pressão aplicada em um ponto de um fluido em repouso transmite-se integralmente para a todos os pontos do fluido”. O real uso de tal princípio se dá em mecanismos que transmitem e ampliam as forças exercidas por meio da pressão que é aplicada no fluido (BRUNETTI, 2008). O Princípio de Pascal é utilizado no cotidiano, onde os esforços tendem a ser minimizados. Muitos equipamentos utilizam de tal benefício, como os elevadores hidráulicos, freios hidráulicos, macacos hidráulicos, direções hidráulicas e etc. (SILVA; LACERDA; MACIEL, [s.d.]). Pascal generalizou a ideia da pressão atmosférica para todos os fluidos, afirmando que “os efeitos atribuídos à pressão do ar não passam de um caso particular de uma proposição universal do equilíbrio dos fluidos”. (OLIVEIRA; MORS, 2009) 8 O funcionamento dos sistemas hidráulicos e pneumáticos é determinado fundamentalmente pelas leis que regem o comportamento de fluidos confinados, tanto em repouso quanto em movimento constante ou variável. A base para transmissão de energia através de fluidos é o Princípio de Pascal. (NEGRI, 2011). 2.3 - Comprovação experimental do empuxo e do princípio de Arquimedes Conta a história que Arquimedes, físico e matemático grego teria recebido do rei de Siracusa, província onde vivia, a incumbência de descobrir se a coroa que o soberano havia mandado confeccionar, fora feita apenas com o ouro fornecido ao joalheiro ou se o artesão misturara prata ao ouro, embolsando parte do material. Coube a Arquimedes descobrir se houve fraude ou não, sem destruir a peça. Consta que a inspiração veio ao sábio ao notar o transbordamento de água quando ele mergulhou em uma banheira, e é provável que Arquimedes tenha notado que seu corpo parecia mais leve e, a partir dessa constatação, tenha realizado experimentos que o levaram a enunciar o princípio que tem seu nome (Darroz; Pérez, 2011). O Princípio de Arquimedes pode ser enunciado da seguinte maneira: “Um fluído em equilíbrio age sobre um monólito nele imerso (parcial ou totalmente) com uma força vertical orientada de baixo para cima, denominada empuxo, aplicada no centro de gravidade do volume de fluído deslocado, cuja intensidade é igual a do peso do volume de fluído deslocado” (MAZALI, 2010). Por tanto, empuxo é a força resultante exercida em toda a superfície do corpo pelo fluido que o envolve (SANTOS, SANTOS e BERBAT, 2007). 3 – Material e Método 3.1 - Princípio fundamental da hidrostática (Princípio de Stevin) A prática ocorreu nas dependências do Centro Universitário De Formiga, no laboratório de operações unitárias da engenharia. Utilizando o aparato demonstrado na figura 1, formado por uma câmara transparente com água (1) acoplada a uma régua graduada, uma sonda móvel (2) para mover as hastes ocas, Um registro (3) para drenar o líquido do interior da câmara e um manômetro (4) com uma régua graduada, todos mantidos por um tripé de apoio (5). 9 Figura 1 – Instrumentação para verificação prática do princípio fundamental da hidrostática. Ao início da experimentação efetuou-se o zero do sistema para correções futuras. Então iniciou-se consecutivas medições, sempre em dois pontos de cada dispositivo. Na régua da câmara transparente mediu-se, a cada mudança na profundidade, a posição da ponta inferior da haste (Z1) e a superfície do líquido (Z2). No manômetro a medição ocorreu nos pontos mínimos (W1) e máximos (W2) do líquido a cada mudança no sistema. De acordo com o princípio de Stevin dois pontos situados em um mesmo nível de um fluído apresentam pressões iguais, P1 e P2 como demonstrado na relação matemática na equação 1 e que a pressão (P) neste ponto é igual ao produto da profundidade ou altura em que este ponto se encontra (h) pelo peso específico (p), como ilustra a equação 2. 𝑃1 = 𝑃2 (1) 10 𝑃 = (ℎ ∗ 𝑝) (2) A partir das equações 1 e 2 acima, e da experimentação, pode-se ainda determinar uma terceira relação matemática e uma dedução especial para este experimento que diz que sendo idênticos os fluídos nas câmaras distintas, a diferença da profundidade pela altura deve ser igual a zero, ilustrada nas equações 3, 4 e 5. ℎ1 ∗ 𝑝1 = ℎ2 ∗ 𝑝2 (3) ℎ1 − ℎ2 = 0 (4) 𝑊2 − 𝑊1 = 𝑍2 − 𝑍1 (5) Onde: W1: Ponto mínimo observado no manômetro (lado direito); W2: Ponto máximo observado no manômetro (lado esquerdo); Z1: Posição da ponta inferior da haste; Z2: Superfície do líquido. 3.2 - O princípio de Pascal, utilizando água (com sensor) Para realização desse procedimento, utilizou-se o painel hidrostático mostrado na figura 2, que é constituído de um painel manométrico (1), uma escala milimétrica acoplada ao painel (2), água com corante (3), uma artéria visor (4), haste de sustentação (5) e um tripé (6). O equipamento já estava montado sobre a bancada do laboratório e já continha o fluido com corante nos manômetros. 11 Figura 2 – Painel hidrostático De início regulou-se a artéria a uma altura de 300 mm na escala da régua central, de modo a equilibrar as colunas manométricas 01 e 02, sendo (A1 com B1 e A2 com B2). Anotaram-se as posições do fluido manométrico nos ramos A1 e A2, como sendo as posições iniciais A01 e A02, e a posição inicial H0 da artéria visor. Em seguida, subiu-se a artéria visor de modo que ficasse 05 mm acima do ponto de referênciaadotado, anotaram-se os valores novamente. Para a posição da artéria de 300 mm sendo considerada como pressão atmosférica. Com os resultados anotados, calculou-se primeiramente o desnível das colunas manométricas causadas pelo deslocamento da artéria visor a 05 mm do ponto inicial adotado como referência. Para calcular o desnível do manômetro 01, fez-se a diferença entre o valor final e inicial coletados: A1: 12 mm e A01: 18mm, o valor do desnível do fluido manométrico com a alteração da pressão foi de 06mm. Para calcular o desnível do manômetro 02, fez-se a diferença entre o valor final e inicial coletados: A2: 05mm e A02: 10mm, logo o valor do desnível do fluido manométrico com a alteração da pressão foi de 05mm. Com os valores dos desníveis obtidos pelo experimento, pode-se calcular a pressão exercida nesses pontos através da equação 6. 𝑃 = 𝛾 × ℎ (6) 12 Em que: P = pressão relativa no ponto analisado; 𝛾 = peso específico do fluido; h = altura. Logo, temos que o peso específico do fluido analisado é de 9810 N/m3, substituindo os valores na equação 6, temos que para o manômetro 01 a pressão será igual a 58,86 N/m2 e no manômetro 02, será 49,05 N/m2. Refez-se o experimento novamente, porém adotaram-se 05 mm para baixo do ponto de referência, ou seja, o valor de H da artéria na escala da régua central é de 295mm. Utilizaram-se os mesmos critérios adotados no primeiro teste, calculou-se o desnível das colunas manométricas. Sendo então o desnível do manômetro 01 igual a 11mm, e do manômetro 02 igual a 10mm. Com os valores dos desníveis obtidos pelo segundo teste, podemos calcular a pressão exercida nesses pontos através da equação 6. Considerando o mesmo peso específico, pois o fluido é o mesmo do primeiro teste. Então, temos para o manômetro 01, uma pressão de 107,91 N/m2, e no manômetro 02 98,10 N/m2. 3.3 - Comprovação experimental do empuxo e do princípio de Arquimedes O experimento foi realizado no laboratório de operações unitárias, pertencente ao Centro Universitário de Formiga. Para a realização do experimento foi montado o aparato mostrado na Figura 3, constituído de um macaco (1) que sustenta um béquer (2) contendo em seu interior álcool e um cilindro maciço (3) imerso neste fluido, que está anexado a um recipiente transparente (4) que por sua vez está preso no dinamômetro (5) sustentado pelo suporte (6). 13 Figura 3 – Aparato montado para comprovação experimental do empuxo e o princípio de Arquimedes. Verificou-se o zero do dinamômetro efetuando a correção necessária. Aferiu- se a massa do recipiente transparente (mR) e do cilindro maciço (mC), obtendo o peso do corpo fora do líquido (PCFL) através da equação 7. 𝑃𝐶𝐹𝐿 = (𝑚𝑅 + 𝑚𝐶) × 𝑔 (7) 1-Macaco 2-Béquer 3-Cilindro maciço 4-Recipiente transparente 5-Dinamômetro 6-Suporte 5 1 6 4 3 2 14 Dependurou-se o cilindro maciço no dinamômetro, afundou-o, primeiro somente metade, e em seguida todo ele no interior da massa líquida de álcool contida no béquer, aferiu-se o dinamômetro nas duas situações e anotou-se os valores lidos. Repetiu estes procedimentos com cilindro maciço preso na parte inferior do recipiente e ambos ao dinamômetro. Observou-se, em ambas situações, que houve uma perda aparente de peso. Comprovando, assim, o princípio de Arquimedes citado na introdução. Pôde- se, por tanto, atribuir a perda aparente de peso a atuação da força empuxo (E) cujo sentido é de baixo para cima, e seu módulo foi determinado pela aplicação da Equação 8, abaixo. 𝐸 = 𝑃𝐶𝐹𝐿 − 𝑃𝐴𝐶𝐷𝐿 (8) Onde: E = empuxo (N); PCFL = peso do corpo fora do líquido; PACDL = peso aparente do corpo dentro do líquido. O empuxo é equivalente ao peso da massa de fluido deslocado pelo corpo, para determinar este peso utilizou-se a Equação 9, que é o princípio de Arquimedes expresso matematicamente. 𝐸 = 𝑃𝐹 (9) Onde: PF = peso do fluido deslocado (N). O peso do fluido deslocado (PF) pode ser expresso matematicamente pela Equação 10: 𝑃𝐹 = 𝑚𝐹 × 𝑔 (10) Onde: g = aceleração gravitacional; 15 mF = massa do fluido deslocado. A massa do fluido (mF) pode ser expressa em termos de sua densidade (μF) pela Equação 11: 𝑚𝐹 = 𝜇𝐹 × 𝑉𝐹 (11) Onde: μF = densidade do fluido VF = volume do fluido deslocado. Por tanto o princípio de Arquimedes pode ser expresso também pela Equação 12. 𝐸 = 𝜇𝐹 × 𝑉𝐹 × 𝑔 (12) Onde pode-se perceber que o empuxo, com exceção do volume que o corpo submerso ocupa, não depende das propriedades deste corpo. Ao fim da segunda parte do experimento, com o cilindro maciço ainda totalmente submerso, adicionou- se álcool ao recipiente transparente, abaixando o macaco à medida que o cilindro afundava, para que este mantivesse sua posição, até que o recipiente estivesse completo, leu-se o dinamômetro e anotou-se o valor. 4 – Resultados e Discussão 4.1 - Princípio fundamental da hidrostática (Princípio de Stevin) Com as ferramentas descritas foram realizadas nove leituras. O intuito da realização de tantas leituras é comprovar os princípios que regem o experimento. Os resultados das leituras estão descritos abaixo na tabela 1. 16 Tabela 1 – Profundidade em relação a pressão medida. Medidas realizadas câmara transparente (mm) Medidas realizadas no manômetro (mm) Superfície do líquido Z2 Ponta da haste Z1 Diferença (Z2-Z1) Máximo observado W2 Mínimo observado W1 Diferença (W2-W1) 258 150 108 139 34 105 258 120 138 151 19 132 258 140 118 146 27 119 258 189 69 121 51 70 258 170 88 130 42 88 258 150 108 136 34 102 258 200 58 115 57 58 258 240 18 97 78 19 258 210 48 107 65 42 Tomando mão dos conhecimentos teóricos, pôde-se perceber que os valores ficaram ligeiramente aquém do esperado, admite-se que este fato ocorreu por, também pequenas, falhas humanas no momento da leitura e fatores instrumentais. A partir dos dados coletados e considerando que o peso da água é 9810N/m3 determinou-se os valores das pressões em cada um dos pontos aferidos na câmara transparente aplicando a equação de Stevin, a tabela 2 traz um paralelo destes valores. 17 Tabela 2 – Pressão calculada x Pressão manométrica em relação a profundidade Pressão monométrica Pressão calculada Diferença (Z2-Z1) Pressão (N/m2) Pressão(mmH2O) Diferença (W2-W1) Pressão (N/m2) Pressão (mmH2O) 105 1030050 105038,8 108 1059480 108039,91 132 1294920 132048,78 138 1353780 138050,99 119 1167390 119043,97 118 1157580 118043,6 70 686700 70025,867 69 676890 69025,497 88 863280 88032,518 88 863280 88032,518 102 1000620 102037,69 108 1059480 108039,91 58 568980 58021,432 58 568980 58021,432 19 186390 19007,021 18 176580 18006,651 42 412020 42015,52 48 470880 48017,737 Ainda considerando o peso específico da água como sendo 9810N/m3 determinou-se a pressão no manômetro, a tabela x demonstra a relação através de um paralelo. Uma visão mais abrangente dos resultados podem ser alcançada através da análise do gráfico 1, que confronta os valores de pressão calculados com os obtidos no manômetro. 18 Gráfico 1 – Correlação entre pressão medida e pressão manométrica A partir dos dados correlacionados no gráfico 1, pode-se identificar a existência da correspondência matemática entre profundidade do ponto observado e a pressão naquele local, esta ligação é nítida pelo fato de que os pontos plotados formam em ambos os casos uma relação linear com inclinação de 1000,37. 4.2 - O princípio de Pascal, utilizando água (com sensor) A princípio, os fluidos foram colocados em equilíbrio de modo que a artéria visor posicionava-se em 300 mm na escala da régua central, sendo então nosso ponto de referência, tornando-se o zero da pressão atmosférica. Os valores obtidos na primeira análise para o fluido em equilíbrio estão representados na tabela 3. Tabela 3 – Posições iniciais do fluido em equilíbrio. Níveis dos referenciais (mmH2O) Manômetro 01 - A01 Manômetro 02 - A02 H0 18 10 300 Em seguida, subiu-se a artéria visor 05 mm do ponto de referência, os valores obtidos estão representados na tabela 4. y = 1000,4x R² = 1 0 20000 40000 60000 80000 100000 120000 140000 160000 0 20 40 60 80 100 120 140 160 P re ss ão ( m m H 2O ) Profundidade (mm) Pressão medida X Pressão manométrica 19 Tabela 4 - Posições do fluido para 05 mm acima do nível de referência. Níveis dos referenciais (mmH2O) Manômetro 01 - A1 Manômetro 02 - A2 H 12 05 305 Deslocou-se novamente a artéria, á 05 mm para baixo do ponto de referência. Os resultados obtidos podem ser vistos na tabela 5. Tabela 5 – Posições do fluido para 05 mm abaixo do nível de referência. Níveis dos referenciais (mmH2O) Manômetro 01 - A1 Manômetro 02 - A2 H 29 20 295 Quando subimos a artéria visor a 05 mm do ponto de referência, verificou-se imediatamente uma elevação da pressão sobre o volume de ar presente entre os manômetros 01 e 02. Logo o fluido manométrico saiu do equilíbrio, isso pode ser explicado pelo fato do fluido não ser compressível, quando aumentamos ou diminuímos a pressão do fluido, ele transfere todo o seu efeito integralmente para o fluido, por isso ocorre o deslocamento, comprovando o princípio de pascal. E para calcularmos a pressão exercida pelo aumento e diminuição da posição da artéria, utilizou-se a equação de Stevin. Através das tabelas 6 e 7 podemos analisar e comparar os valores dos desníveis e das pressões. Tabela 6 – Comparação dos valores de pressão e desníveis para H = 0,305 m. Manômetro 01 Manômetro 02 ΔHH20 (m) 0,006 0.005 PH2O (Pa) 58,86 49,05 20 Tabela 7 – Comparação dos valores de pressão e desníveis para H = 0,295 m. Manômetro 01 Manômetro 02 ΔHH20 (m) 0,011 0,010 PH2O (Pa) 107,91 98,10 Devido alguns fatores de instabilidade da artéria, os valores das posições foram aproximados, logo as pressões não terão valores iguais. Analisando-se as duas tabelas, percebe-se que no primeiro momento quando subimos a artéria 05 mm do ponto de referência, os fluidos nos manômetros 01 e 02 tiveram os valores de ΔH bem próximos, com um erro de 0,001 m, e os valores das pressões também próximas. No segundo momento, quando se deslocou a artéria 05 mm abaixo do ponto de referência, percebeu-se também, os valores aproximados de ΔH e da pressão. Explicado pelo princípio de Stevin e de Pascal. 4.3 - Comprovação experimental do empuxo e do princípio de Arquimedes Os resultados de PCFL e PACDL obtidos no experimento e seus respectivos valores de empuxo encontrados ao aplicar-se as Equações 7 e 8, podem ser vistos na tabela 8 a seguir. Tabela 8 – Valores de pesos colhidos e o empuxo correspondente Condições propostas para o corpo PCFL (N) PACDL (N) E (N) Somente cilindro maciço (metade submersa) 0,63 0,44 0,19 Somente cilindro maciço (todo submerso) 0,63 0,24 0,39 Estrutura completa (sem álcool) 0,86 0,48 0,38 Estrutura completa (com álcool) 1,26 0,88 0,38 Analisando estes valores pode-se observar que ocorreu uma perda aparente no peso do cilindro maciço e da estrutura quando submersos, independente se o cilindro foi submerso total ou parcialmente. Como o peso do cilindro permanece o mesmo, pois, sua massa e a gravidade que atua sobre ele não se alteraram ao ser submerso, pode-se atribuir esta perda a atuação de uma força aplicada pelo líquido com mesma direção e sentido contrário ao da força peso, sendo por isso que se diz 21 ter ocorrido uma “uma perda aparente do peso” e não uma “perda de peso”. Corroborando, assim, com a parte do enunciado do princípio de Arquimedes que diz que “todo corpo submerso em um fluido fica submetido à ação de uma força vertical, orientada de baixo para cima, denominada empuxo”. Ainda analisando os valores contidos na tabela, podemos observar que o PACDL da estrutura completa quando o recipiente transparente foi preenchido com álcool é bem próximo ao PCFL da estrutura completa sem álcool, isto porque o recipiente tem volume igual ao cilindro maciço, sendo o volume de álcool colocado no recipiente igual ao volume de álcool contido no béquer que foi deslocado pelo cilindro, isto é, o peso do volume adicionado ao recipiente “restitui” o que foi aparentemente perdido pela ação do empuxo na estrutura. Sabendo que o a densidade do álcool é 0,875 m3 e utilizando o valor de empuxo do cilindro totalmente submerso 0,39 N, e substituindo na equação 12 para determinar o VF, sendo este igual a 0,0454 m3. Para determinar o PF bastou aplicar a equação 11 para obter a mF, 0,0397 kg, e em seguida a equação 10, obtendo o módulo de PF equivalente a 0,3897 N. Corroborando com a parte do enunciado do princípio de Arquimedes que diz que “a força denominada empuxo tem valor modular igual ao peso do volume do fluido deslocado”. 5 – Conclusão 5.1 - Princípio fundamental da hidrostática (Princípio de Stevin) O experimento comprovou os conceitos teóricos do princípio fundamental da hidrostática, os resultados demonstraram que os conceitos enumerados por Stevin são observáveis na prática e soberanos. Com estes conceitos e as leis matemáticas complementares pôde-se determinar as pressões em diferentes pontos do sistema em estudo e realizar os estudos preliminares a respeito do assunto. Devido a fatores humanos e instrumentais os valores alcançados não foram exatos, porém alcançou- se satisfatória precisão nos testes. 5.2 - O princípio de Pascal, utilizando água (com sensor) 22 Pôde-se comprovar pela experiência realizada, a validade do princípio de Stevin, no qual foi possível calcular as pressões aplicadas no fluido manométrico retido nos manômetros 01 e 02, onde a pressão é calculada pelo produto do peso específico do fluido pela altura.Por fim, comprovou-se o princípio de Pascal, onde a pressão aplicada a um fluido em repouso é transmitida integralmente no mesmo, ou seja, a pressão no manômetro 01 seria igual à pressão do manômetro 02, neste caso como houve várias aproximações, e o equipamento não tem a precisão necessária, as pressões não tiveram valores iguais. 5.3 - Comprovação experimental do empuxo e do princípio de Arquimedes O experimento comprovou, como proposto, a veracidade do princípio de Arquimedes e a atuação do empuxo em um corpo parcial ou totalmente submerso em um fluido. Determinou-se, utilizando este princípio, o módulo da força empuxo que causou a aparente redução do peso no corpo submerso para cada situação proposta, sua direção e seu sentido, sendo estes, vertical e para cima, respectivamente, utilizando-se disto para justificar porque se diz ter ocorrido uma “aparente redução” e não uma “redução” do peso. 23 6 – Referências Bibliográficas Apostila de manometria. Disponível em: <http://www.fatecpompeia.edu.br/arquivos/arquivos/material_auxiliar_hidraulica_auto motiva_manometria_e_pressao(2).pdf>. Acesso em: 18 de maio 2016. BARRETO, L. C. Educação, 2012. BRUNETTI, F. Mecânica dos fluidos. Volume 2 Editora Pearson Prentice Hal, São Paulo, 2008. 19 p. BRUNETTI, F. Mecânica dos fluidos. 2. ed. PESSOTI. E. São Paulo, 2008. 19-20 p. CARREGARO, L. F.; TOLEDO, A. M. Efeitos fisiológicos e evidências científicas da eficácia da fisioterapia aquática. 2008. Disponível em: <http://www.nee.ueg.br/seer/index.php/movimenta/article/view/83/108 >. 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