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3. bastos e mancini

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(3)O uso da medida canadense de desempenho ocupacional (COPM) em saúde mental*
Bastos e Mancini
RESUMO: A COPM é em um instrumento capaz de mensurar o impacto de uma intervenção para um indivíduo, tendo como finalidade detectar mudanças na percepção do cliente sobre seu desempenho ocupacional ao longo do tempo, bem como mudanças em sua satisfação em relação a esse desempenho. Os resultados sugerem que as condições de saúde na área de saúde mental repercutem em dificuldades de desempenho ocupacional nas três áreas. Convém destacar a singularidade das informações fornecidas pelo uso da COPM no que diz respeito ao desempenho ocupacional do cliente, bem como o (re) conhecimento que o uso dessa medida propicia sobre a atuação do terapeuta ocupacional na equipe multidisciplinar.
INTRODUÇÃO: As mudanças em curso no cenário sócioeconômico mundial têm repercutido na atuação dos profissionais da área da saúde, acarretando a necessidade de maior sistematização de sua prática. Essa nova realidade profissional configurou-se a partir de cortes no orçamento, crescente aumento dos seguros de saúde, sistemas de pagamento pautados na definição de objetivos terapêuticos, relação custo-efetividade da intervenção, aumento no número de consumidores de saúde e na disponibilidade da informação que os consumidores têm sobre a doença e as terapêuticas (SAMPAIO et al., 2002).
Por meio da COPM, o cliente seleciona as atividades de que precisa e deseja realizar, ou seleciona aquelas que se espera que esse realize, mas que não tem conseguido ou não está satisfeito com seu desempenho. Essas atividades podem enquadrar-se em qualquer uma das áreas de desempenho: auto-cuidado, trabalho e lazer.
A COPM é uma medida válida e confiável e tem sido utilizada de forma bem sucedida com diversos grupos de clientes, em diferentes locais (CARSwELL, 2004; EYSSEN et al., 2006; PARkER; SYkES, 2006; LEXELL et al., 2006; CHATFIELD; BECkETT, 2007).
Na busca de consolidação e reconhecimento da profissão, a Terapia Ocupacional precisa adotar medidas de resultados que demonstrem a efetividade clínica e econômica de suas intervenções e facilitem a implementação da prática centrada no cliente. As pesquisas e a prática clínica indicam que a COPM pode ser útil nesse aspecto (CARSwELL, 2004).
METODOLOGIA
A pesquisa bibliográfica foi feita através de consultas nas seguintes bases de dados eletrônicas: Medline, OTseeker e CINAHL. A língua inglesa foi utilizada como estratégia de 
busca, sendo essa restrita aos artigos publicados no período de 2002 a 2009. Os descritores utilizados foram “COPM” e “Canadian Ocupational Performance Measure”. A seleção dos artigos foi realizada por duas pesquisadoras de acordo com o seguinte critério de inclusão: artigos que contivessem, no título, as palavras-chave mental health e/ou psychiatric disorders e/ou schizophrenia associadas aos descritores COPM e/ou Canadian Occupational Performance Measure. 
Os artigos selecionados foram analisados criticamente de acordo com a metodologia proposta por Law et al. (1998), que sugere a criação de um quadro de caracterização dos artigos, sendo esses resumidos de forma padronizada de acordo com os itens: autor(es); objetivo; desenho do estudo; amostra e resultados (Quadro 1).
RESULTADOS
Encontraram-se nas diferentes buscas seis artigos que atenderam aos critérios de inclusão. Desses, somente 4 estavam disponíveis em território nacional, sendo 1 eliminado pelo fato de não apresentar resultados da aplicação da COPM. O2
DISCUSSÃO
Os artigos selecionados apontam para o reconhecimento de uma dificuldade potencial para conceituar e medir níveis de funcionamento social em clientes de saúde mental (CRESSwELL; RUGG, 2003).
A necessidade de documentar o impacto das intervenções faz com que o uso de testes padronizados que fornecem informações quantitativas e qualitativas seja estimulado em Terapia Ocupacional.
Considerando que o objetivo dessa pesquisa bibliográfica foi identificar a área de desempenho ocupacional na qual predominam dificuldades identificadas pelos clientes da saúde mental, constatou-se que o impacto não é específico em uma área, sugerindo que as condições de saúde na área de saúde mental repercutem em dificuldades de desempenho ocupacional no auto-cuidado, trabalho e lazer.
Na pesquisa feita por Chesworth et al. em 2002, os problemas quantificados pelos clientes revelaram maior frequência na área de lazer (62,2%). Os autores alegam que talvez isso possa ser compreendido dado que clientes na saúde mental podem ter uma quantidade considerável de tempo disponível enquanto se submetem a programas terapêuticos.
 Os autores sugerem que, talvez, os terapeutas ocupacionais pudessem reexaminar sua contribuição relativa a oportunidades de lazer para aqueles com dificuldades de saúde mental.
Além das constatações referentes ao foco das queixas dos clientes relativas às áreas de desempenho ocupacional, os trabalhos que investigaram o uso da COPM na saúde mental trouxeram dados relevantes acerca da utilização deste instrumento no que diz respeito às limitações e vantagens associadas ao seu uso na clínica e na pesquisa.
Limitações do instrumento
. Os autores apontam também limitações decorrentes de problemas destacados pelos clientes que não podem ser resolvidos imediatamente, e da falta de concordância entre problemas citados pelo cliente e problemas identificados pelo terapeuta. Sobre esta última constatação, afirma-se que, a não ser quando se trata de questão que envolva a segurança do cliente, o terapeuta deve valorizar as prioridades do cliente, pois esse é o sujeito do processo terapêutico e suas reivindicações devem ser apreciadas pelo terapeuta (LAw, 2005)
Quando o cliente apresenta um quadro de sofrimento mental agudo, o uso da COPM pode fornecer informação imprecisa e, em alguns diagnósticos, tais como hipomania, depressão severa ou demência, podendo haver também dificuldades para obtenção de informação. Além disso, verificaram-se dificuldades quanto à pontuação, já que alguns clientes não estão aptos a compreender os números ou quantificar desempenho e satisfação. Com frequência, pacientes com sofrimento mental consideram difíceis os conceitos de auto-avaliação e sentem-se embaraçados para traduzir seus problemas em uma pontuação (wARREN, 2002; CHATFIELD; BECkETT, 2007; DEDDING et al., 2007).
Vantagens do instrumento 
A COPM foi identificada como um instrumento útil para fornecer informação detalhada sobre o desempenho ocupacional do cliente
Outra vantagem detectada por meio da aplicação da COPM diz respeito ao esclarecimento dos membros da equipe multidisciplinar sobre o papel do terapeuta ocupacional, repercutindo em encaminhamentos mais apropriados para essa modalidade de intervenção
Essa pesquisa bibliográfica fez uso de uma literatura que é, em sua totalidade, internacional. Consequentemente, os resultados apresentados restringem-se a realidades sócioculturais distintas da realidade brasileira. Torna-se necessário que evidências sobre o uso da COPM em pacientes com sofrimento mental, no Brasil, sejam disponibilizadas, a fim de identificar quais são as dificuldades predominantes desse grupo clínico no que diz respeito às áreas de desempenho ocupacional. Mediante essas informações, o plano de tratamento do cliente poderá ser ajustado às suas demandas, beneficiando a recuperação funcional. 
CONCLUSÃO 
A COPM é uma medida de resultados contemporânea, pois vai ao encontro dos valores que apoiam práticas de saúde atuais, que são centradas no cliente. Essa pesquisa bibliográfica revelou limitada literatura sobre a aplicação da COPM com pessoas que apresentam sofrimento mental, o que restringe a possibilidade de afirmar qual (is) a(s) dificuldade (s) de desempenho ocupacional mais freqüente(s) nesse grupo de clientes
A despeito das dificuldades existentes na aplicação da COPM, que incluem o fato de o cliente apresentar déficit cognitivo ou quadro de sofrimento mental agudo, dificuldades referentes à pontuação, dentre outras, pode-se afirmar que esseinstrumento foi identificado como uma ferramenta útil para uso na saúde mental. Compete aos terapeutas ocupacionais que lidam nesta área incorporarem em sua prática o uso rotineiro de instrumentos de avaliação padronizados, empreendendo esforços no exercício de divulgação dos resultados.

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