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Direito à privacidade na sociedade da informação

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Este  texto  foi  publicado  no  site  Jus  Navigandi  no
endereço https://jus.com.br/artigos/27972
Para  ver  outras  publicações  como  esta,  acesse
http://jus.com.br
O direito à privacidade frente aos avanços tecnológicos na sociedade da informação
O direito à privacidade frente aos avanços tecnológicos na sociedade da informação
Alexandre Pires Vieira| Cláudio Ralves
Publicado em 04/2014. Elaborado em 03/2014.
O direito a privacidade é relativizado na Sociedade da Informação sob o prisma do panóptico
tecnológico  de  Foucault.  Nossa  legislação  se  enriquece  com  o  Marco  Civil,  porém  com  a
privacidade relativizada resta­nos apenas preservar a intimidade.
RESUMO: O direito a privacidade é um princípio constitucional e está intrinsecamente ligado
com  o  direito  da  personalidade  da  pessoa  humana,  e  a  violação  deste  princípio  implica  na
interferência direta das relações pessoais e de intimidade, desvirtuando a própria maneira de
pensar e agir, causando  inibição à criatividade e obstrução a comunicação com a sociedade.
Devido ao avanço tecnológico, as pessoas tendem a se habituar com as facilidades das compras
online  e  das  redes  sociais,  fornecendo  assim  informações  pessoais  através  de  redes  que
interligam os banco de dados, relativizando o direito a privacidade e outros inerentes a ele.
Palavras chave: privacidade, tecnologia, sociedade da informação.
INTRODUÇÃO
Na sociedade da informação a privacidade é um dos temas mais ecoados e sua relativização é
acentuada com o avanço tecnológico.
Desta forma, faz­se mister entender o que é a privacidade e a que outros princípios correlatos
está contextualizado na sociedade da informação.
Neste diapasão, é discutido a importância de se ter um controle dos bancos de dados públicos
e privados, seguindo princípios capazes de balizar a coleta de dados e sua finalidade como o
princípio da correção na coleta e no tratamento das informações, o princípio da exatidão dos
dados coletados, o princípio da finalidade da coleta dos dados, o princípio da publicidade dos
bancos de dados, o princípio do acesso individual e o princípio da segurança.
É salutar que o usuário tenha consciência que os dados inseridos na rede de computadores,
devido  a  capacidade  de  armazenamento  em  nuvens,  torna­se  quase  permanentes,  e  a
privacidade não estará garantida.
Em termos legislativos será discutida a privacidade sob o prisma do Marco Civil para Internet,
contextualizando a realidade em que vivemos.
1 NOÇÕES DE PRIVACIDADE
1.1  PRIVACIDADE E LIBERDADE DE EXPRESSÃO
A privacidade é coirmã da liberdade de expressão, e mais que isto, não poderia existir sem ela.
Podemos pensar nos regimes ditatoriais, que não garantem ao indivíduo a livre manifestação,
a liberdade de seus pensamentos. Logo, será afastado de sua privacidade, e por receio de ser
rechaçado, não poderá mostrar quem realmente é, desvirtuando sua personalidade ao sabor
dos ventos da repressão e censura.
Celso Bastos  conceitua privacidade como a “faculdade que tem cada indivíduo de obstar a
intromissão de estranhos em sua vida privada e familiar, assim como de impedir­lhes o acesso
a  informações  sobre  a  privacidade  de  cada  um,  e  também  impedir  que  sejam  divulgadas
informações sobre esta área da manifestação existencial do ser humano”.
A liberdade de expressão é a autonomia de poder decidir de que forma se comunicar com a
sociedade,  podendo  expressar  a  opinião  sobre  qualquer  tipo  de  assunto,  sensível  ou  não,
ponderando, porém, o limite da privacidade de outrem. Neste ponto, a liberdade de expressão
e a privacidade andam juntas, não podendo uma ultrapassar os limites da outra.
1.2  INTIMIDADE E VIDA PRIVADA
A privacidade diferencia­se da intimidade no que concerne a aproximação com o público, onde
este direito muitas vezes é relativizado. Já a intimidade é intrinsecamente engajada na pessoa,
pertencente  a  vida  privada  e  sem  possibilidades  de  tornar­se  público  sem  sua  violação
propriamente dita, permeando o centro da privacidade, onde esta abrange aquela.
A  intimidade  é um direito de  exercício que o  indivíduo  tem para  voltar­se  a  si mesmo  sem
receio  de  demonstrar  seus  reais  sentimentos  e  vontades.  Quando  as  fotos  nuas  da  atriz
Carolina Dieckmann foram divulgadas na internet sem o seu consentimento, toda sociedade se
mobilizou sendo, inclusive, o fato objeto de alteração de Lei .
A intimidade é algo intrínseco e individual, e também se relaciona com o comportamento que
os indivíduos tem, podendo desta forma mensurar o que deve ser preservado ou não. Assim, a
mesma atriz recentemente relatou  que voltou a enviar fotos nuas por e­mail a seu marido e
já não se importa mais se estas fotos forem divulgadas, pois ela já foi vista nua por todos e não
têm mais graça.
De fato, a intimidade permeia fatos subjetivos na vida de cada indivíduo, que a considera como
um o direito de  se manifestar de  acordo  com a  cultura  local,  levando­se  em conta os  fatos
pessoais como a introversão e a timidez.
1.3 PRIVACIDADE E DIREITOS DA PERSONALIDADE
Carlos Alberto Bittar  considera que são da personalidade os direitos reconhecidos à pessoa
humana tomada em si mesma e em suas projeções na sociedade, previstos no ordenamento
jurídico para a defesa de valores inatos ao homem como a vida, a rigidez física, a intimidade, a
honra, a intelectualidade e outros.
Assim, ele divide os direitos da personalidade em direitos físicos, direitos psíquicos e direitos
morais. Entre os físicos protege­se o direito à vida, à integridade física, ao corpo e suas partes,
à imagem e à voz. Entre os psíquicos abriga­se o direito à liberdade de pensamento, de culto,
de  expressão  e  de  outras  manifestações;  inclusive  o  direito  à  intimidade;  o  direito  a
integridade psíquica e o direito ao segredo. No grupo dos direitos morais situam­se os direitos
à identidade, à honra, à reputação e o direito às criações intelectuais.
[1]
[2]
[3]
[4]
Por  serem  inatos,  os direitos da personalidade devem ser  reconhecidos  e  sancionados pelo
Estado  em um ou outro plano de direito  positivado. Dessa  forma,  encontramos no Código
Civil  Brasileiro  nos  arts.  11  a  21  alguns  direitos  da  personalidade,  porém  outros  direitos
relacionados com o principio da dignidade pessoa humana em suas projeções física, moral e
psíquica com fundamento no direito geral da personalidade deve ser reconhecido e observado
pelos aplicadores do direito.
2 PRIVACIDADE NA SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO
2.1 NATUREZA JURÍDICA DA SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO
A sociedade da  Informação  constitui um campo que precisa  ser  explorado  com afinco,  com
intervenções e reflexões com intuito de fixar importantes conceitos no ramo do direito.
Adalberto Simão Filho  entende que a Sociedade da Informação
estrutura­se na premissa estabelecida pelo art. 5º da Constituição Federal
no  sentido  de  que  todos  são  iguais  perante  a  lei,  sem  distinção  de
qualquer  natureza,  garantindo  aos  brasileiros  e  aos  estrangeiros
residentes  no  País  a  inviolabilidade  de  direito  à  vida,  à  liberdade,  à
igualdade,  à  segurança  e  à propriedade  e  se  completa no  inciso XIV do
art.  5º  da  Constituição  Federal,  que  assegura  a  todos  o  acesso  à
informação.
A  partir  dos  princípios  constitucionais  elencados  podemos  desenvolver  o  conceito  da
sociedade da informação, onde seu clímax está no desenvolvimento tecnológico, que viabilizou
o acesso à informação através de redes interligadas, onde prepondera a busca da igualdade e a
extensão de todos os ramos do direito para a sociedade digital, porém com sujeitos de direitos
reais.
Nesse contexto, trabalhamos o direito na sociedade da informação sob todos os primas, e a
privacidade sem dúvida nenhuma tem se relativizado com a chegada da tecnologia digital, e
paraalguns, a privacidade tende a ser eliminada por completo.
Para  isso  basta  observar  a  interferência  da  tecnologia  em  nosso  cotidiano,  câmeras  de
segurança  espalhadas,  localizadores  nos  celulares  e  tablet´s,  monitoramentos  eletrônicos,
acesso  instantâneo  a  perfis  em  redes  sociais,  ou  seja,  a  tecnologia  proporciona  benefícios,
porém restringe a cada vez mais a forma de comportamento das pessoas.
2.2 PRIVACIDADE E INTERNET
Outrora  a  preocupação  com  a  proteção  das  informações  pessoais  estava  voltada  para  a
realidade tecnológica da época e as normas de direito público e privado pouco discorria sobre
o assunto.
No dias atuais, a acentuada  inovação  tecnológica e o efeito  rede mudaram a perspectiva de
privacidade,  sob  o  enfoque  dos  grandes  bancos  de  dados  compartilhados  via  internet  e  o
grande volume de informações processadas mecanicamente e de forma instantânea, fez com
que os setores da sociedade enxergassem o direito da privacidade com um novo olhar.
Para melhor contextualizar ,
[5]
[6]
o  termo  ‘efeito  rede’  refere­se,  basicamente,  à  maneira  como  sistemas
maciçamente  conectados  tendem  a  criar  padrões  que,  uma  vez
estabelecidos, torna­se extremamente difíceis de eliminar. Esses padrões
passam a ter muito valor. Em uma rede, quanto mais pessoas usarem um
determinado  produto  ou  sistema,  mais  valor  ele  passará  a  ter,
principalmente  por  causa  da  capacidade  aumentada  de  um  usuário
individual  para  se  conectar  e  compartilhar  recursos  com  outros  que
utilizam o mesmo sistema.
As  construções  legislativas  de  proteção  de  dados  que  tinham  como  premissa  os  grandes
computadores que há  trinta anos operavam,  ficaram demasiadamente desatualizadas,  como
observa  Rodota :  “Seguindo  o  desenvolvimento  da  tecnologia,  a  noção  que  se  tinha  de
arquivo de banco de dados torna­se insuficiente ou superada. Surge como valor fundamental a
noção  de  rede,  será  preciso  levar  em  conta  as  tecnologias  interativas,  com  as  perspectivas
abertas pela telemática.”.
A definição de privacidade elaborada no novo contexto de tecnologia também está imbuída na
complexidade  da  construção  da  definição  da  proteção  de  dados,  que  vai  além  da  tutela  da
intimidade  individual,  pois  se  relaciona  a nova problemática  referente  à  legalidade da  ação
pública.
Ao aumentar a possibilidade de tutela efetiva da esfera privada dos cidadãos, tendo em vista
que justamente esses últimos a serem os titulares de uma maior quota de poder de controle
sobre os aparatos públicos, os sistemas de governo privilegiam a transparência na efetivação
da criação das legislações.
Por  outro  lado,  toda  a  gama  de  informações  fornecidas  pelas  pessoas  que  precisam  de
determinados  serviços, que  crescem a  cada dia  em quantidade e qualidade,  acabam por  ter
usos secundários e lucrativos para os gestores dos sistemas de bancos de dados interativos.
2.3 A CIRCULAÇÃO DAS INFORMAÇÕES ENTRE REGRAS E MERCADO
A  coleta  e  tratamento  da  informação  têm  a  ver  com  o  papel  do  cidadão  na  sociedade
informatizada,  de  como  esta  informação  é  colocada  em  circulação,  sendo,  inclusive,  papel
preponderante na distribuição do poder.
A ONU, detectando a questão dos efeitos sociais e políticos dos tratamentos automatizados
das  informações discutiu  o  assunto há  algumas décadas. No parágrafo  1,  “c”,  da Resolução
2.450  (XXIII),  de  19  de  dezembro  de  1968,  a  Assembleia  Geral  sublinhava  “os  usos  da
eletrônica  que  possam  incidir  sobre  os  direitos  do  cidadão  e  os  limites  que  deveriam  ser
previstos para tais usos em uma sociedade democrática”.
Segundo Rodota ,  “o  direito  de  acesso  foi  tomado  como uma  contrapartida  oferecida  ao
individuo  pelas  informações  pessoais  ‘cedidas’  às  organizações  públicas,  ou  privadas,
obedecendo ao critério, tipicamente proprietário, da troca”.
A defesa da privacidade deve superar a lógica proprietária dos bancos de dados, integrandos
assim  os  controles  individuais  e  coletivos  para  que  os  interesses  sejam  equilibrados  com
regramentos que garantam um funcionamento, uma razão de ser, com o fim de que cada dado
coletado tenha uma função ao ser armazenado.
2.4 PRINCÍPIOS E INSTRUMENTOS NA PROTEÇÃO DE DADOS
[7]
[8]
Na tutela dos dados  informáticos, Rodotà aponta que deve se assegurar alguns princípios e
instrumentos necessários para se ter efetividade. Dois documentos internacionais apontados
pelo  autor  são  deduzidos  em  alguns  princípios  que  a  frente  serão  elencados.  O  primeiro
documento trata­se da Convenção do Conselho da Europa de 28 de janeiro de 1981, para
a  proteção  das  pessoas  em  relação  à  coleta  automática  dos  dados  de  caráter  pessoas,  e  o
segundo da Recomendação da OCDE de 23 de setembro de 1980, que contém as diretrizes
relativas à proteção da vida privada e à circulação transnacional dos dados de caráter pessoal.
Extraem­se dessa forma os seguintes princípios :
1­ princípio da correção na coleta e no tratamento das informações;
2­ princípio da exatidão dos dados coletados, acompanhado pela obrigação de sua atualização;
3­ princípio da finalidade da coleta dos dados, que deve poder ser conhecida antes que ocorra
a  coleta,  e  que  se  especifica  na  relação  entre  os  dados  colhidos  e  a  finalidade  perseguida
(princípio  da  pertinência),  na  relação  entre  a  finalidade  da  coleta  e  a  utilização  dos  dados
(princípio da utilização não abusiva); na eliminação, ou na transformação em dados anônimos
das informações que não são mais necessárias (princípio do direito ao esquecimento);
4­ princípio da publicidade dos bancos de dados que tratam as informações pessoais, sobre os
quais deve existir um registro público;
5­ princípio do acesso individual, com a finalidade de conhecer quais as informações coletadas
sobre si próprio, obter a sua cópia, obter a correção daquelas erradas, a integração daquelas
incompletas, a eliminação daquelas coletadas ilegitimamente;
6­ princípio da segurança física e lógica da coletânea dos dados.
Esses princípios apontados pelo autor nunca estiveram mais atualizados, pois a sociedade da
informação carece de normatizações e a todo o momento observamos atos governamentais e
privados que são alheios aos princípios extraídos e que causa grande constrangimento entre
Estados, como é o caso Snowden .
Dentre  outras  coisas,  Snowden  revelou  que  dados  coletados  por  empresas  privadas  eram
repassados ao governo sem o consentimento dos americanos, violando a privacidade de uma
nação inteira, sob a justificativa de combate ao terrorismo.
Este fato se coaduna com as afirmações de Rodotà :
Há  quem  ressalte  que  regulamentações  restritivas  da  coleta  e  da
circulação  de  informações  são  possíveis  em  tempos  razoavelmente
tranquilos,  ou mesmo  realmente  felizes. Quando,  ao  contrário,  cresce  a
instabilidade social, aumenta também a necessidade de informações e da
ligação  entre  os  vários  bancos  de  dados  para  enfrentar  situações  de
emergência  em matérias  de  ordem  pública,  no mercado  de  trabalho,  e
assim por diante.
Já no  caso  específico  do  governo norte  americano, Rodotà   também  já  alertava  sobre  a
utilizações  de  informações  que  extrapolam  as  finalidades  da  coleta:  “Uma  disciplina  mais
pontual e rigorosa neste setor é necessária, até por causa do advento de um fenômeno que,
nos  Estados  Unidos,  já  atingiu  proporções  preocupantes:  a  aquisição,  pela  administração
pública, de grandes quantidades de informações coletadas por privados.”.
[9]
[10]
[11]
[12]
Dessa  forma  podemos  perceber  que  os  princípios  elencados  não  são  absolutos,  são
relativizados ou até ignorados quando existe instabilidade social e estado dealerta por causa
de possíveis conflitos armados.
Por  outro  lado,  as  pessoas  também devem  ter  um  controle  do  que  inserem nos  bancos  de
dados, tendo em vista que o que é lançado no espaço virtual fica armazenado, como descreve
Schmidt :
A  armazenagem  quase  permanente  de  dados  terá  um  grande  impacto
sobre  o modo  como  os  cidadãos  operam  no  espaço  virtual. Haverá  um
registro  de  todas  as  atividades  e  associações  online,  e  tudo  o  que  for
agregado  à  internet  se  tornará  parte  de  um  repositório  de  informação
permanente.  A  possibilidade  de  que  algum  conteúdo  pessoal  seja
publicado e se torne conhecido um dia­ por engano ou por interferência
criminosa­  sempre  vai  existir.  As  pessoas  precisarão  se  responsabilizar
por  suas  associações  virtuais,  passadas  e  presentes,  e  os  riscos  serão
elevados para quase todos, já que os relacionamentos online tendem a ser
mais  abrangentes  e  difusos  do  que  os  físicos.  O  bom  ou  o  mau
comportamento  daqueles  que  conhecemos  irá  nos  afetar  positiva  ou
negativamente.  (E  parâmetros  de  privacidade  mais  severos  nas  redes
sociais não serão suficientes).
A análise crítica da realidade é assustadora, pois à medida que convivemos com a tecnologia
nos  acostumamos  com  suas  facilidades  e  perdemos  a  noção  da  nocividade  dos  dados  que
inserimos,  pois  a  partir  do  momento  em  que  nos  conectamos  encerra­se  aí  a  nossa
privacidade.
3 A PRIVACIDADE NO MARCO CIVIL
O Marco Civil da Internet é uma iniciativa legislativa, surgida no final de 2009, para regular o
uso da Internet no Brasil, por meio da previsão de princípios, garantias, direitos e deveres de
quem usa a rede, e da determinação de diretrizes para a atuação do Estado. Neste contexto, a
Secretaria  de  Assuntos  Legislativos  do Ministério  da  Justiça  (SAL/MJ),  em  parceria  com  a
Escola de Direito do Rio de  Janeiro da Fundação Getúlio Vargas  (DIREITO RIO),  lançou o
projeto para a construção colaborativa de um Marco Civil da Internet no Brasil .
O próprio processo de construção do marco demonstra inovação, onde o tema foi amplamente
debatido pela  sociedade utilizando  a própria  Internet  como  ferramenta para  a participação
ativa dos inúmeros atores envolvidos no tema. O resultado desta interação, o anteprojeto do
marco civil foi então enviado à câmara dos deputados, recebido sob o número 2.126/2011. Na
ocasião Marco Civil foi descrito pelo então Ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, como "A
Constituição da Internet" .
Em julho de 2013, com a publicação de notícias de que as comunicações no Brasil eram alvo de
espionagem eletrônica pelos EUA, o governo federal declarou que a aprovação do Marco Civil
da  Internet  era  uma  prioridade ,  colocando  em  evidência  a  questão  da  privacidade  na
Internet. No dia 11 de setembro de 2013 foi publicado no Diário Oficial da União a mensagem
de urgência assinada pela presidente Dilma Rousseff , tendo então a Câmara prazo de 45
dias  para  que  o  Marco  Civil  fosse  apreciado  pelos  deputados,  o  que  não  ocorreu,
principalmente  por  pressão  das  empresas  de  telecomunicação  interessadas  na  exclusão  do
princípio de neutralidade de rede .
[13]
[14]
[15]
[16]
[17]
[18]
Como pano de  fundo a espionagem americana, o  texto  final do Marco Civil da Internet,  foi
apresentado  em  05  de  novembro  de  2013  pelo  relator  da  proposta,  deputado  Alessando
Molon,  condicionado  a  Internet,  por  meio  de  decreto  do  governo,  a  obrigação  de  os
provedores  de  internet  que  exercem  atividades  no  país  guardarem  as  informações  em
datacenters no Brasil.
Infelizmente, um projeto que havia sido extensivamente debatido pela sociedade foi alterado,
onde  interesses  governamentais  foram  incluídos,  não  para  proteger  a  população  da
espionagem, mas  aparentemente,  garantir  que  tal  espionagem possa  ser  feita pelo  governo
Brasileiro.
Tais modificações não foram bem vistas por organizações mídia, de defesa da liberdade na web
e  dos  direitos  do  consumidor  como  Associação  das  Rádios  Públicas  do  Brasil  (Arpub),
Associação Software Livre.org, Centro de Tecnologia e Sociedade da Fundação Getúlio Vargas
(FGV), Proteste, e outras, que enviaram ao Ministério da Justiça carta pedindo mudanças no
texto do Marco Civil da Internet .
A carta manifesta grave preocupação com a atual versão do projeto de lei: “Entendemos que
com a nova proposta pilares fundamentais deste projeto de lei  foram abalados, (...) como o
direito ao sigilo do fluxo e conteúdo das comunicações privadas, o direito à privacidade e à
liberdade de expressão”. Segundo as entidades, o projeto estabelece uma “espécie de grampo
compulsório”  de  toda  navegação  realizada  em  grandes  sites,  invertendo  o  princípio
constitucional da presunção de  inocência,  fato que acabará   por  incentivar os provedores a
utilizar os dados comercialmente.
Ao contrário da versão anterior, que tratava apenas dos “registros de conexa?o e de acesso a
aplicac?o?es de Internet”, o novo texto  do artigo 10 faz refere?ncia tambe?m ao “conteu?
do de comunicac?o?es privadas”, ampliando o escopo do projeto de lei inicial, incluindo tema
em  que  não  houve  discussão  prévia  pela  sociedade.  Mas,  ainda  mais  grave,  o  novo  texto
tambe?m amplia as obrigac?o?es de guarda de  registros. Ao contra?rio da versa?o anterior
que  previa  obrigatoriedade  de  guarda  apenas  dos  registros  de  conexa?o,  a  versa?o  atual
tambe?m torna obrigato?ria a guarda de registros de acesso a aplicac?o?es de Internet.
Cabe ressaltar que na Unia?o Europeia, onde os padrões de proteção a? privacidade são mais
altos,  a Diretiva   que  trata  de  retenção  obrigatória  de  registros  diz  respeito  apenas  aos
registros de conexão, e não aos registros de aplicações.
Críticas à parte, o projeto de lei  do Marco Civil da Internet traz como pedra fundamental o
principio da Privacidade, neste sentido, vale destacar os principais pontos:
[19]
[20]
[21]
[22]
Art.  3º  A  disciplina  do  uso  da  Internet  no  Brasil  tem  os  seguintes
princípios:
I – garantia da  liberdade de  expressão,  comunicação  e manifestação de
pensamento, nos termos da Constituição;
II – proteção da privacidade;
III – proteção aos dados pessoais, na forma da lei; (...)
Art.  7º  O  acesso  à  Internet  é  essencial  ao  exercício  da  cidadania  e  ao
usuário são assegurados os seguintes direitos:
I – à inviolabilidade da intimidade e da vida privada,  assegurado o
direito  à  sua  proteção  e  à  indenização  pelo  dano  material  ou  moral
decorrente de sua violação;
II – à inviolabilidade e ao sigilo do fluxo de suas comunicações pela
Internet, salvo por ordem judicial, na forma da lei;
III – à inviolabilidade e ao sigilo de suas comunicações privadas
armazenadas, salvo por ordem judicial; (...)
VII – ao não  fornecimento a  terceiros de  seus dados pessoais,
inclusive registros de conexão, e de acesso a aplicações de Internet, salvo
mediante  consentimento  livre,  expresso  e  informado  ou  nas  hipóteses
previstas em lei;
VIII  –  a  informações  claras  e  completas  sobre  a  coleta,  uso,
armazenamento,  tratamento  e  proteção  de  seus  dados
pessoais, que somente poderão ser utilizados para finalidades que:
a) justificaram sua coleta;
b) não sejam vedadas pela legislação ; e
c) estejam especificadas nos contratos de prestação de serviços.
IX  –  ao  consentimento  expresso  sobre  a  coleta,  uso,
armazenamento  e  tratamento  de  dados  pessoais,  que  deverá
ocorrer de forma destacada das demais cláusulas contratuais;
X – à exclusão definitiva dos dados pessoais que tiver fornecido a
determinada  aplicação  de  Internet,  a  seu  requerimento,  ao  término  da
relação entre as partes; e
Art.  8º  A  garantia  do  direito  àprivacidade  e  à  liberdade  de
expressão nas comunicações é condição para o pleno exercício do direito
de acesso à Internet.
Art.  10. A guarda e a disponibilização dos  registros de conexão e de
acesso a aplicações de Internet de que trata esta Lei, bem como de
dados  pessoais  e  do  conteúdo  de  comunicações  privadas,  devem
atender  à  preservação  da  intimidade,  vida  privada,  honra  e
imagem das partes direta ou indiretamente envolvidas. (Grifos Nossos).
Analisando o  texto do projeto de  lei  e  comparando­o  com as Diretrizes para a Proteção da
Privacidade  e  dos  Fluxos  Transfronteiriços  de  Dados  Pessoais  da  OECD  temos  que  os
princípios base das Diretrizes estão fortemente presentes no Marco Civil da Internet brasileira
a  começar pelos  comuns aos países membros da OECD: democracia pluralista,  respeito aos
direitos  humanas  e  economias  de  mercado  aberto,  já  que  o  artigo  segundo  do  projeto
apresenta a seguinte redação:
Art. 2º A disciplina do uso da Internet no Brasil tem como fundamento
o respeito à liberdade de expressão, bem como (...)
II  – os  direitos  humanos,  o  desenvolvimento  da  personalidade  e  o
exercício da cidadania em meios digitais; (...)
V  –  a  livre  iniciativa,  a  livre  concorrência  e  a  defesa  do
consumidor; (Grifos Nossos).
Neste  sentido,  o projeto de  lei do marco  civil  está  em  linha  com os princípios  em questão,
sendo que o Princípio de limitação da coleta está espelhado nos incisos VII e VIII do art. 7º ao
exigir consentimento  livre, expresso e  informado sobre a coleta,  tratamento e proteção dos
dados pessoais do usuário. O princípio da qualidade dos dados está compreendido também no
artigo  7º  que  no  inciso  X  prevê  a  exclusão  dos  dados  pessoais  ao  termino  do  relação  das
partes.
O princípio da finalidade da coleta dos dados e o princípio da limitação de utilização têm lastro
no artigo 7º, inciso VIII, que regra que o uso dos dados pessoais somente poderá se dar para
finalidades que estejam especificadas nos contratos de prestação de serviços e nos incisos II e
III de determinam a inviolabilidade dos dados na forma da lei, salvo por ordem judicial.
O  Princípio  de  participação  do  indivíduo  ou  do  acesso  individua  não  está  expressamente
previsto  no  projeto  de  lei, mas  pode  ser  inferido  do  conjunto  da  norma. De  toda  forma  o
remédio constitucional do Habeas Data atende esta necessidade.
E finalmente, o Princípio de responsabilização está presente no artigo 13 que prevê as sanções
de  advertência, multa,  suspensão  e  proibição  do  exercício  das  atividades  para  aqueles  que
infringirem  as  normas  do  marco  civil,  responsabilização  inclusive  prevista  para  entidades
estrangeiras como regra o parágrafo único do artigo em comento: “Parágrafo único. Tratando­
se de empresa estrangeira, responde solidariamente pelo pagamento da multa de que trata o
caput sua filial, sucursal, escritório ou estabelecimento situado no País”.
CONCLUSÃO
Como visto anteriormente, temos que na Sociedade da Informação o uso da tecnologia é uma
realidade  que  veio  para  ficar  e  se  aprofundar  ainda  mais,  reduzindo  gradativamente  os
conceitos de privacidade e âmbito privado. A erosão da tais garantias é real, com reflexos tanto
positivos  quanto  negativos  e  se  faz  necessário  a  sociedade  entender  e  regrar  esta  nova
capacidade técnica, para evitar abusos e situações de privilégio dos detentores dos meios de
telecomunicação, e principalmente, dos governos.
No  livro Vigiar  e  Punir,  publicado  em  1975,  o  pensador  e  filósofo  francês Michel  Foucault
descreve  como  se  exerce  o  poder  disciplinar  e  quais  os  reflexos  desse  mecanismo  para  o
indivíduo  e  para  a  coletividade  –  tema  da  maior  relevância  para  a  compreensão  dos
fundamentos  filosóficos  do  exercício  da  vigilância  na  sociedade  da  informação.  Segundo  o
autor, a história da humanidade expõe o exercício do poder disciplinar que se materializa na
manipulação e no uso de informações em benefício de certas elites, capazes de processá­las e
armazená­las,  fazendo desses  repositórios  fontes  seguras de  fiscalização,  de  repressão  e de
controle dos indivíduos. Nas palavras de Foucault :
Daí o efeito mais importante do Panóptico: induzir no detento um estado
consciente  e  permanente  de  visibilidade  que  assegura  o  funcionamento
automático  do  poder.  Fazer  com  que  a  vigilância  seja  permanente  em
seus  efeitos, mesmo  se  é  descontínua  em  sua  ação;  que  a  perfeição  do
poder tenda a tornar inútil a atualidade de seu exercício; (...) O Panóptico
é  uma  máquina  maravilhosa  que,  a  partir  dos  desejos  mais  diversos,
fabrica  efeitos  homogêneos  de  poder.  Uma  sujeição  real  nasce
mecanicamente  de  uma  relação  fictícia.  De modo  que  não  é  necessário
recorrer  à  força  para  obrigar  o  condenado  ao  bom  comportamento,  o
louco à calma, o operário ao trabalho, o escolar à aplicação.
Do século XVIII para até os dias atuais houve evidente e enorme evolução tecnológica, mas o
espírito do controle é o mesmo,  com a vantagem adicionar de não ser necessário nenhuma
construção especial. É possível monitorar e controlar apenas com tecnologia.
Além  do  conluio  entre  empresas  privadas  e  Estado  para  se  atingir  o  objetivo  de  vigiar  e
controlar a sociedade da informação, Estados percebem ser necessário a criação de convênios
entre agências de inteligência de diversas nações. Manuel Castells assim descreve a influencia
no comportamento individual pela vigilância em meio eletrônico :
Não é o Big Brother, mas uma multidão de irmãzinhas, agências de vigilância e processamento
de informações que registram nosso comportamento para sempre, enquanto bancos de dados
nos  rodeiam  ao  longo  da  nossa  vida  –  a  começar,  dentro  em  breve,  com  nosso  DNA  e
características pessoais (nossa retina, nosso datilograma, na forma de marcas digitalizadas).
Nas  condições  vigentes  nos  Estados  autoritários,  essa  vigilância  pode  afetar  diretamente
nossas vidas (essa é de fato a situação da maioria esmagadora da humanidade). Mas mesmo
em  sociedades  democráticas,  em  que  os  direitos  civis  são  respeitados,  a  transparência  de
nossas  vidas moldará  decisivamente  as  nossas  atitudes. Ninguém  jamais  foi  capaz  de  viver
numa  sociedade  transparente.  Se  esse  sistema  de  vigilância  e  controle  da  Internet  se
desenvolver  plenamente,  não  poderemos  fazer  o  que  nos  agrada.  Talvez  não  tenhamos
nenhuma liberdade, e nenhum lugar onde nos esconder.
Vale  lembrar  também que o Artigo  12 do projeto de  lei,   incluído após  as  revelações de
espionagem pelo governo dos EUA, não se destina ao propósito de garantir maior privacidade
aos  internautas  brasileiros,  pelo  contrário  amplia  a  possibilidade  de  espionagem,  além  de
representar um custo econômico elevado para o setor que pode prejudicar colateralmente o
surgimento de novas empresas nacionais.
[23]
[24]
[25]
Dessa  forma a questão da privacidade  frente  aos  avanços  tecnológicos deve  ser questão de
debate  e  constante  vigilância  pela  sociedade  civil,  sendo  saudável  a  inclusão  de  extensa
proteção no marco civil, porém sem jamais nos esquecermos de que devemos proteger nossa
privacidade não apenas de empresas e entidades estrangeiras, mas principalmente do governo.
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<http://pt.wikipedia.org/wiki/Lei_Carolina_Dieckmann> Acesso em 27 de fevereiro de 2014.
NOTAS
  BASTOS,  Celso  Ribeiro;  MARTINS,  Ives  Gandra.  Comentários  à  Constituição  do
Brasil. vol. 2, São Paulo: Saraiva, 1989, p. 63.
  A  Lei  Carolina  Dieckmann  é  como  ficou  conhecida  a  Lei  Brasileira  12.737/2012,
sancionada  em  3  de  dezembro  de    pela  Presidente  Dilma  Rousseff,  que  promoveu
alterações  no  Código  Penal  Brasileiro  (Decreto­Lei  2.848  de  7  de  dezembro  de  ),
tipificando os chamados delitos ou crimes informáticos. A legislação é oriunda do Projeto de
Lei 2793/2011, apresentado em 29 de novembro de  , pelo Deputado Paulo Teixeira (PT­
SP), que  tramitou em regime de urgência e em tempo "record" no Congresso Nacional,  em
comparação com outros projetos sobre delitos  informáticos que as casas de  leis apreciavam
(como, por exemplo, o PL 84/1999, a "Lei Azeredo", também transformado em lei ordinária
12.735/2012  em  3  de  dezembro  de  ).  Disponível  em:
<http://pt.wikipedia.org/wiki/Lei_Carolina_Dieckmann> Acesso em 27 de fevereiro de 2014.
[1]
[2]
[2012]
[1940]
[2011]
[2012]
[3]
  EXTRA.  Famosos:  retratos  da  vida.  Disponível  em:<
http://extra.globo.com/famosos/carolina­dieckmann­diz­que­voltou­mandar­fotos­dela­
nua­apos­mudanca­do­marido­da­nele­mais­vontade­de­voltar­para­casa­11226455.html>
Acesso em 27 de fevereiro de 2014.
 BITTAR, Carlos Alberto. Os direitos da personalidade. 5ª Ed. Rio de Janeiro: Forense
Universitária, 2001, pp. 64­65.
  PAESANI,  Liliana Minardi­  Coordenadora.  O  Direito  na  sociedade  da  informação.  São
Paulo: Atlas, 2007, p. 05.
  JENNINGS,  Charles;  FENA,  Lori.  Privacidade.com:  como  preservar  sua
intimidade  na  era  da  internet.  Tradução:  Bazán  Tecnologia  e  Linguística.  São  Paulo:
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  RODOTÀ,  Stefano.  A  Vida  na  Sociedade  da  Vigilância  ­  A  Privacidade  Hoje,
Organização,  seleção  e  apresentação  de  Maria  Celina  Bodin  de  Moraes.  Tradução:  Danilo
Doneda e Luciana Cabral Doneda. Rio de Janeiro: Renovar, 2008, p. 44.
  RODOTÀ,  Stefano. A  Vida  na  Sociedade  da  Vigilância  ­  A  Privacidade  Hoje,
Organização,  seleção  e  apresentação  de  Maria  Celina  Bodin  de  Moraes.  Tradução:  Danilo
Doneda e Luciana Cabral Doneda. Rio de Janeiro: Renovar, 2008, p.49.
  RODOTÀ,  Stefano. A  Vida  na  Sociedade  da  Vigilância  ­  A  Privacidade  Hoje,
Organização,  seleção  e  apresentação  de  Maria  Celina  Bodin  de  Moraes.  Tradução:  Danilo
Doneda e Luciana Cabral Doneda. Rio de Janeiro: Renovar, 2008, p.59.
Edward Joseph Snowden (Elizabeth City, 21 de junho de  ) é um ex­analista de
inteligência  norte­americano  que  tornou  públicos  detalhes  de  vários  programas  altamente
confidenciais  de  vigilância  eletrônica  dos  governos  de  Estados  Unidos  e  Reino
Unido. Snowden era um colaborador terceirizado da Agência de Segurança Nacional (NSA) e
foi também funcionário da Central Intelligence Agency (CIA).A revelação deu­se através dos
jornais The Guardian e The Washington Post, dando detalhes da vigilância de comunicações e
tráfego de informações executada pelo programa de vigilância PRISM dos Estados Unidos. Em
reação às revelações, o Governo dos Estados Unidos acusou­o de roubo de propriedade do
governo,  comunicação  não  autorizada  de  informações  de  defesa  nacional  e  comunicação
intencional  de  informações  classificadas  como  de  inteligência  para  pessoa  não  autorizada.
Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Edward_Snowden> Acesso em 05 de março de
2014.
  RODOTÀ,  Stefano. A  Vida  na  Sociedade  da  Vigilância  ­  A  Privacidade  Hoje,
Organização,  seleção  e  apresentação  de  Maria  Celina  Bodin  de  Moraes.  Tradução:  Danilo
Doneda e Luciana Cabral Doneda. Rio de Janeiro: Renovar, 2008, p. 51
 Ibidem p. 81.
  SCHMIDT,  Eric;  COHEN,  Jared.  A  nova  era  digital:  como  será  o  futuro  das
pessoas, das nações e dos negócios. Tradução Ana Beatriz Rodrigues, Rogério Durst. 1.
Ed. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2013, p. 64.
 Portal  CulturaDigital  FGV, http://culturadigital.br/marcocivil/sobre/, acessadoem
10 de março de 2014.
  Portal  G1  Brasil,  Barreto  defende  criação  de  'Constituição'  da  Internet,
disponível  em  http://g1.globo.com/brasil/noticia/2010/05/barreto­defende­criacao­de­
constituicao­da­internet.html, acessado 10 março de 2014.
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  Agencia  Brasil, Após  denúncias  de  espionagem,  governo  pedirá  agilidade  na
votação  do  Marco  Civil  da  Internet,  disponível  em
http://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/noticia/2013­07­08/apos­denuncias­de­
espionagem­governo­pedira­agilidade­na­votacao­do­marco­civil­da­internet, acessado 10 de
março de 2014.
  Agência  Câmara  dos  Deputados,  Marco  civil  da  internet  ganha  urgência
constitucional  na  tramitação,  disponível  em
http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/COMUNICACAO/451694­MARCO­
CIVIL­DA­INTERNET­GANHA­URGENCIA­CONSTITUCIONAL­NA­TRAMITACAO.html,
acessado 10 de março de 2014.
 Blog do Sakamoto, Marco Civil:  Estão  querendo  criar  “gente  diferenciada”  na
internet,  disponível  em  http://blogdosakamoto.blogosfera.uol.com.br/2013/11/12/marco­
civil­estao­querendo­criar­gente­diferenciada­na­internet/, acessado 10 de março de 2014.
  O  globo,  Entidades  denunciam  violação  de  privacidade  em  novo  texto  do
Marco  Civil  da  Internet,  disponível  em  http://oglobo.globo.com/tecnologia/entidades­
denunciam­violacao­de­privacidade­em­novo­texto­do­marco­civil­da­internet­11562098,
acessado 10 de março de 2014.
  Câmara  dos  Deputados, Projeto  de  Lei  2126/2011  Inteiro  Teor,  disponível  em
http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=517255,
acessado em 10 de março de 2014.
  RODOTÀ,  Stefano. A  Vida  na  Sociedade  da  Vigilância  ­  A  Privacidade  Hoje,
Organização,  seleção  e  apresentação  de  Maria  Celina  Bodin  de  Moraes.  Tradução:  Danilo
Doneda e Luciana Cabral Doneda. Rio de Janeiro: Renovar, 2008, p.341­347.
  Câmara  dos  Deputados, Projeto  de  Lei  2126/2011  Inteiro  Teor,  disponível  em
http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=517255,
acessado em 10 de março de 2014.
  FOUCAULT, Michel. Vigiar  e  punir:  nascimento  da  prisão.  Tradução de Raquel
Ramalhete. Petrópolis: Vozes, 1987. p. 225­226
  CASTELLS,  Manuel.  A  galáxia  da  internet:  reflexões  sobre  a  internet,  os
negócios e a sociedade. Tradução de Maria Luiza X. de A. Borges, Revisão de Paula Vaz.
Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2003,p. 149.
  Art.  12.  O  Poder  Executivo,  por  meio  de  Decreto,  poderá  obrigar  os  provedores  de
conexão e de aplicações de Internet previstos no art. 11 que exerçam suas atividades de forma
organizada, profissional e com finalidades econômicas a  instalarem ou utilizarem estruturas
para  armazenamento,  gerenciamento  e  disseminação  de  dados  em  território  nacional,
considerando o porte dos provedores, seu faturamento no Brasil e a amplitude da oferta do
serviço ao público brasileiro.
Autores
Alexandre Pires Vieira
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