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Controle Concentrado de Constitucionalidade ; Surge na Constituição da Áustria de 1920. No Brasil, a Constituição de 1934 permitiu o Senado suspender, no todo ou em parte, a lei ou ato normativo considerado inconstitucional pelo Judiciário. Em 1967/69 foi implementada a representação de inconstitucionalidade pelo PGR. Somente em 1988 o controle concentrado foi sedimentado no Brasil. ADI – art. 102, I, “a”- Lei n. 9.868/99 ADPF – art. 102, § 1.º - Lei n. 9.882/99 ADO – art. 103, § 2.º - Lei n. 12.063/2009 ADC – art. 102, I, “a” - Lei n. 9.868/99 ADI O controle abstrato de Inconstitucionalidade visa tutelar a ordem constitucional objetiva por meio da instauração, no STF, de um processo de fiscalização abstrata. Objeto: lei ou ato normativo de indiscutível caráter normativo. Competência - STF Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: I - processar e julgar, originariamente: a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual e a ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) Leis ou atos normativos municipais não serão objeto de ADI, mas poderão chegar até o STF por ADPF. O DF tem competência cumulativa – assim, quando tiver exercendo competência legislativa estadual, caberá ADi; Quando for competência legislativa municipal, não cabe ADI. • Art. 125. Os Estados organizarão sua Justiça, observados os princípios estabelecidos nesta Constituição § 2º - Cabe aos Estados a instituição de representação de inconstitucionalidade de leis ou atos normativos estaduais ou municipais em face da Constituição Estadual, vedada a atribuição da legitimação para agir a um único órgão. Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de constitucionalidade: (Redação dada pela EC n. 45/2004) I - o Presidente da República; II - a Mesa do Senado Federal; III - a Mesa da Câmara dos Deputados; IV - a Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; V - o Governador de Estado ou do Distrito Federal; VI - o Procurador-Geral da República; VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; VIII - partido político com representação no Congresso Nacional; IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional. Pertinência temática: Legitimados interessados ou especiais – art. 103 (IV, V e IX) IV - a Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; V - o Governador de Estado ou do Distrito Federal; IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional. É necessário constituir advogado? Os partidos políticos e as confederações sindicais ou entidades de classe de âmbito nacional –precisam de advogado (art. 103, VIII e IX) Demais - art. 103, I a VII – possuem capacidade processual plena – capacidade postulatória decorre da Constituição. Procedimento CF/88, art. 103, §§ 1° e 3° RISTF, arts. 169 a 178 Lei 9.868/99 A ação deve ser proposta por um dos legitimados do art. 103 da CF/88, que deverá indicar na petição inicial o dispositivo da lei ou do ato normativo impugnado e os fundamentos jurídicos do pedido em relação a cada uma das impugnações, bem como o pedido, com suas especificações (art. 3º, I e II, da Lei 9.868/99). A petição inicial, quando subscrita por advogado, deve vir acompanhada do instrumento de procuração (com poderes especiais), e será apresentada em duas vias (art. 3º, p. único, da Lei 9.868/99). O relator pode indeferir liminarmente a petição inicial se constatá-la inepta, não fundamentada ou manifestamente improcedente, cabendo recurso de AGRAVO para impugnar a decisão (art. 4º da Lei 9.868/99). Serão ouvidos, sucessivamente, o AGU e o PGR, que deverão se manifestar no prazo de 15 dias (art. 8º da Lei 9.868/99). O AGU defenderá o ato impugnado e o PGR dará o seu parecer (favorável ou desfavorável). Contudo, em algumas situações o AGU, segundo orientação do STF, não está obrigado a defender a tese jurídica se sobre ela esta Corte já fixou entendimento pela sua inconstitucionalidade. Frise-se, ainda, que, para o mesmo STF, o AGU tem direito de manifestação. Ver artigos 3º, da lei 9868/99 Art. 7.º, § 2.º, da Lei n. 9.868/99: “o relator, considerando a relevância da matéria e a representatividade dos postulantes, poderá, por despacho irrecorrível, admitir, observado o prazo f i x a d o no parágrafo a n t e r i o r , a manifestação de outros órgãos ou entidades”. ADI n. 2.130-MC/SC (Celso de Mello) Fator de legitimação social das decisões da Suprema Corte Interesses gerais da coletividade Valores essenciais e relevantes de grupos, classes ou estratos sociais. Busca pluralizar o debate constitucional O Amicus curiae pode Sustentação oral; Juntada de memoriais, pareceres etc Todavia: NÃO PODE interpor recurso, já que se trata de “terceiro estranho à relação processual” Inf. 499/STF, ADI 3615, 17.03.2008. Art. 9º, § 1º, da Lei n. 9.868/99: Em caso de necessidade de esclarecimento de matéria ou circunstância de fato ou de notória insuficiência das informações existentes nos autos, poderá o relator requisitar informações adicionais, designar perito ou comissão de peritos para que emita parecer sobre a questão, ou fixar data para, em audiência pública, ouvir depoimentos de pessoas com experiência e autoridade na matéria. Julgamento A declaração de inconstitucionalidade será proferida pelo voto da MAIORIA ABSOLUTA dos membros do STF (art. 97 da CF/88), desde que presente o quorum de, no mínimo, 8 Ministros. Presentes os 8 Ministros, será proclamada a (in)constitucionalidade do preceito ou do ato impugnado com a manifestação de 6 Ministros no mesmo sentido (arts. 22 e 23 da Lei 9.868/99). Inexistência de prazo recursal em dobro ou diferenciado para contestar. Inexistência de prazo prescricional ou decadencial: Não admissão da assistência jurídica a qualquer das partes, nem intervenção de terceiros, salvo a figura do “amicus curiae”; Vedada, expressamente, a desistência da ação proposta (art. 5º, caput, da Lei 9.868/99). Irrecorribilidade: é permitida, todavia, a interposição de embargos de declaração (art. 26 da Lei 9.868/99); Não rescindibilidade da decisão proferida: não cabe, portanto, ação rescisória, justamente em razão da natureza objetiva da ADI (art. 26, parte final, da Lei 9.868/99); Efeitos da Decisão • Erga omnes; Ex tunc; vinculante em relação aos órgãos do Poder Judiciário e da Administração Pública federal, estadual, municipal e distrital. Exceção: modulação dos efeitos – art. 27 da Lei n. 9.868/99 (Quorum qualificado – 2/3 do STF): Segurança jurídica ou excepcional Interesse social. Alguns Questionamentos Súmula pode ser objeto de ADI? NÃO. Só podem ser objeto de controle perante o STF leis e atos normativos federais ou estaduais. Súmula de jurisprudência não possui o grau de normatividade qualificada, não podendo, portanto, ser questionada perante o STF através do controle concentrado.E a súmula vinculante? EC pode ser objeto de ADI? SIM. A EC é uma manifestação do poder constituinte derivado reformador, que encontra seus limites postos pelo constituinte originário. Logo, desobedecendo aos referidos limites, inevitável declarar inconstitucional a EC que introduziu uma alteração no texto constitucional TF julga improcedente ADI contra cortes orçamentários da Justiça do Trabalho Por maioria, o Plenário do Supremo Tribunal Federal julgou improcedente a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 5468, na qual a Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra) questionava os cortes no orçamento daquele ramo do Judiciário na Lei Orçamentária Anual (Lei 13.255/2016). Prevaleceu o voto do relator, ministro Luiz Fux, no sentido de que não cabe ao Judiciário interferir na função do Poder Legislativo de debater e votar as leis orçamentárias. A Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2016 promoveu um corte de 90% nas despesas de investimento e de 24,9% nas de custeio no orçamento de 2016 da Justiça do Trabalho. A argumentação da Anamatra na ADI era a de que o corte afeta a independência e a autonomia do Poder Judiciário, garantidos no artigo 99 da Constituição Federal, e tem caráter retaliatório, porque os demais ramos do Judiciário tiveram reduções menores. Uma terceira alegação foi a de que a emenda que resultou na alteração não era compatível com o Plano Plurianual de 2016-2019. O ministro Luiz Fux rebateu o argumento de afronta à separação dos Poderes afirmando que a autonomia orçamentária do Judiciário lhe garante a prerrogativa de elaborar e apresentar suas propostas ao Poder Executivo, mas a definição do orçamento é da competência do Poder Legislativo. “A Constituição Federal confere inequivocamente ao Legislativo a titularidade e a legitimidade institucional para debater a proposta orçamentária consolidada pelo chefe do Executivo”, afirmou, assinalando que as normas procedimentais do devido processo legislativo foram atendidas. Em relação à alegação de desvio de finalidade ou abuso de poder parlamentar por meio de ato legislativo discriminatório, desproporcional e desarrazoado, o relator observou que, embora “ostente confessadamente uma motivação ideologicamente enviesada”, a fundamentação do relatório final da Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização não vincula os parlamentares, que votam o orçamento em sessão conjunta das duas Casas Legislativas. “Diante da própria legitimidade da atuação que a Constituição confere ao Legislativo, não é possível presumir que as razões para a redução tenham sido as do relatório”, afirmou. Fux destacou ainda que a elaboração do orçamento depende intimamente do contexto socioeconômico do país, e que o impacto não se concentrou apenas na Justiça do Trabalho ou no Judiciário. “Ainda que tenham sido mais expressivas nesse ramo, as alterações e reduções abarcaram outros setores e Poderes, com repercussão em várias atividades, serviços e políticas públicas”, afirmou. Com relação à conformidade ou não das leis orçamentárias com os planos plurianuais, o relator afirmou que o tema “refoge por completo à análise constitucional do STF”. A função de definir receitas e despesas, segundo o ministro, “é uma das mais relevantes e tradicionais do Legislativo, e merece ser preservada pelo Judiciário, sob pena de esvaziamento de típicas funções parlamentares”.
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