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8/4/2016 1 Curso de extensão Prof. Ana Carolina Victalino Twitter: @carolmacaubal Saneamento, instrução e sentença I – Introdução Preparar o processo para a fase subsequente, em que preponderam atos tendentes à realização da prova, ou para que seja desde logo julgado. Encerramento da fase postulatória e ordinatória e o início da fase saneatória 2 8/4/2016 2 Fases do procedimento comum: 1.ª fase postulatória: inicia-se com a petição inicial, passa pelo juízo de admissibilidade, citação, audiência de conciliação e termina com a contestação; 2.ª fase ordinatória: inicia-se com as providências preliminares terminando com a determinação das provas no saneamento do processo; 3.ª fase instrutória: é aquela destinada à produção das provas; e 4.ª fase decisória: é aquela da sentença proferida pelo juiz, chegando à coisa julgada. 3 Saneamento, instrução e sentença Na fase saneatória os atos têm por função: a) Função saneadora em sentido estrito: regularização formal; correção de defeitos capazes de acarretar a nulidade ou interferir no adequado andamento do processo b) Função esclarecedora: elucidação de dúvidas; pedido as partes de identificação dos pontos controvertidos c) Função instrutória: determinar os fatos que devem constituir o objeto da atividade de instrução e os meios de prova a serem ainda utilizados d) Função abreviadora: conduzir o processo à extinção 4 Saneamento, instrução e sentença 8/4/2016 3 5 Saneamento, instrução e sentença 6 CPC/1973 Art. 331. Se não ocorrer qualquer das hipóteses previstas nas seções precedentes, e versar a causa sobre direitos que admitam transação, o juiz designará audiência preliminar, a realizar-se no prazo de 30 (trinta) dias, para a qual serão as partes intimadas a comparecer, podendo fazer- se representar por procurador ou preposto, com poderes para transigir. § 1o Obtida a conciliação, será reduzida a termo e homologada por sentença. § 2o Se, por qualquer motivo, não for obtida a conciliação, o juiz fixará os pontos controvertidos, decidirá as questões processuais pendentes e determinará as provas a serem produzidas, designando audiência de instrução e julgamento, se necessário. §º 3º Se o direito em litígio não admitir transação, ou se as circunstâncias da causa evidenciarem ser improvável sua obtenção, o juiz poderá, desde logo, sanear o processo e ordenar a produção da prova, nos termos do §2º. Saneamento, instrução e sentença 8/4/2016 4 JULGAMENTO CONFORME O ESTADO DO PROCESSO - Extinção do processo - Julgamento antecipado do mérito - Julgamento antecipado parcial do mérito - Saneamento e organização do processo 7 Saneamento, instrução e sentença EXTINÇÃO DO PROCESSO - Quando não for possível solucionar ausência de requisito processual Art. 317. Antes de proferir decisão sem resolução de mérito, o juiz deverá conceder à parte oportunidade para, se possível, corrigir o vício. - Sentença terminativa (sem resolução do mérito, art. 485 do CPC). 8 Saneamento, instrução e sentença 8/4/2016 5 Art. 354. Ocorrendo qualquer das hipóteses previstas nos arts. 485 e 487, incisos II e III, o juiz proferirá sentença. Parágrafo único. A decisão a que se refere o caput pode dizer respeito a apenas parcela do processo, caso em que será impugnável por agravo de instrumento. Obs.: A decisão poderá ser parcial quando não versar sobre todos os pedidos. Por exemplo, reconhecer a decadência ou a ausência de algum requisito processual em relação a um dos pedidos. 9 Saneamento, instrução e sentença JULGAMENTO ANTECIPADO DO MÉRITO Art. 355. O juiz julgará antecipadamente o pedido, proferindo sentença com resolução de mérito, quando: I - não houver necessidade de produção de outras provas; II - o réu for revel, ocorrer o efeito previsto no art. 344 e não houver requerimento de prova, na forma do art. 349. - Não havendo necessidade de produção de provas (inexiste controvérsia sobre os fatos), o juiz deverá julgar, desde logo, a lide. - Havendo necessidade de provas, não se admite o julgamento imediato do mérito. Ocorre, nesse caso, cerceamento de defesa, devendo ser decretada a nulidade da sentença (error in procedendo). 10 Saneamento, instrução e sentença 8/4/2016 6 JULGAMENTO ANTECIPADO DO MÉRITO Orientação STJ: “resta configurado o cerceamento de defesa quando o juiz, indeferindo a produção de provas requerida, julga antecipadamente a lide, considerando improcedente a pretensão veiculada justamente porque a parte não comprovou suas alegações” (Resp 1.134.690/PR). “Com efeito, mesmo que a parte tenha requerido o julgamento antecipado da lide, por entender que as provas constantes dos autos seriam suficientes para demonstrar o alegado na inicial, cabe ao juiz, de ofício, determinar as provas necessárias à instrução do processo caso entenda pela deficiência das provas nos autos” (STJ. Resp 288.400/PB). Art. 370. Caberá ao juiz, de ofício ou a requerimento da parte, determinar as provas necessárias ao julgamento do mérito. 11 Saneamento, instrução e sentença JULGAMENTO ANTECIPADO DO MÉRITO Revelia (inciso II, art. 356 do CPC): a não apresentação de contestação não determina, necessariamente, que se presumam verdadeiras as afirmações de fato realizadas pelo autor. Art. 345. A revelia não produz o efeito mencionado no art. 344 se: I - havendo pluralidade de réus, algum deles contestar a ação; II - o litígio versar sobre direitos indisponíveis; III - a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considere indispensável à prova do ato; IV - as alegações de fato formuladas pelo autor forem inverossímeis ou estiverem em contradição com prova constante dos autos. - Se o réu, embora revel, peticionar nos autos com o intuito de produzir prova, também não será o caso de se julgar desde logo o mérito. 12 Saneamento, instrução e sentença 8/4/2016 7 JULGAMENTO ANTECIPADO PARCIAL DO MÉRITO Art. 4o As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito, incluída a atividade satisfativa. � Necessidade de cumulação de pedidos independentes Inovação: o juiz julga o mérito em relação ao pedido que se ajusta ao previsto no art. 355 do CPC/2015, determinando que o feito prossiga, para produção de provas em relação ao outro pedido. Recurso: Agravo de instrumento, pois trata-se de uma decisão parcial, embora diga respeito ao mérito, não é sentença (art. 203, §1º, NCPC – sentença é o que põe fim ao processo). 13 Saneamento, instrução e sentença Art. 356. O juiz decidirá parcialmente o mérito quando um ou mais dos pedidos formulados ou parcela deles: I - mostrar-se incontroverso; II - estiver em condições de imediato julgamento, nos termos do art. 355. § 1o A decisão que julgar parcialmente o mérito poderá reconhecer a existência de obrigação líquida ou ilíquida. § 2o A parte poderá liquidar ou executar, desde logo, a obrigação reconhecida na decisão que julgar parcialmente o mérito, independentemente de caução, ainda que haja recurso contra essa interposto. § 3o Na hipótese do § 2o, se houver trânsito em julgado da decisão, a execução será definitiva. § 4o A liquidação e o cumprimento da decisão que julgar parcialmente o mérito poderão ser processados em autos suplementares, a requerimento da parte ou a critério do juiz. § 5o A decisão proferida com base neste artigo é impugnável por agravo de instrumento. 14 Saneamento, instrução e sentença 8/4/2016 8 SANEAMENTO E ORGANIZAÇÃO DO PROCESSO Saneamento nos termos do art. 357 do NCPC pode operar-se de três modos: 1. Por iniciativa do juiz, podendo as partes pedir esclarecimentos ou ajustes (art. 357, caput, e §1º do CPC/2015); 2. Por negócio jurídico processual (art. 357, caput, e §2º do CPC/2015) ao qual venhao juiz aderir, vinculando todos os sujeitos processuais. 3. Em audiência designada para esse fim, na qual juiz e partes, em colaboração, realizarão o saneamento do processo (art. 357, §3º do CPC/2015). 15 Saneamento, instrução e sentença Art. 357. Não ocorrendo nenhuma das hipóteses deste Capítulo, deverá o juiz, em decisão de saneamento e de organização do processo: I - resolver as questões processuais pendentes, se houver; II - delimitar as questões de fato sobre as quais recairá a atividade probatória, especificando os meios de prova admitidos; III - definir a distribuição do ônus da prova, observado o art. 373; IV - delimitar as questões de direito relevantes para a decisão do mérito; V - designar, se necessário, audiência de instrução e julgamento. § 1o Realizado o saneamento, as partes têm o direito de pedir esclarecimentos ou solicitar ajustes, no prazo comum de 5 (cinco) dias, findo o qual a decisão se torna estável. § 2o As partes podem apresentar ao juiz, para homologação, delimitação consensual das questões de fato e de direito a que se referem os incisos II e IV, a qual, se homologada, vincula as partes e o juiz. § 3o Se a causa apresentar complexidade em matéria de fato ou de direito, deverá o juiz designar audiência para que o saneamento seja feito em cooperação com as partes, oportunidade em que o juiz, se for o caso, convidará as partes a integrar ou esclarecer suas alegações. § 4o Caso tenha sido determinada a produção de prova testemunhal, o juiz fixará prazo comum não superior a 15 (quinze) dias para que as partes apresentem rol de testemunhas. § 5o Na hipótese do § 3o, as partes devem levar, para a audiência prevista, o respectivo rol de testemunhas. § 6o O número de testemunhas arroladas não pode ser superior a 10 (dez), sendo 3 (três), no máximo, para a prova de cada fato. § 7o O juiz poderá limitar o número de testemunhas levando em conta a complexidade da causa e dos fatos individualmente considerados. § 8o Caso tenha sido determinada a produção de prova pericial, o juiz deve observar o disposto no art. 465 e, se possível, estabelecer, desde logo, calendário para sua realização. § 9o As pautas deverão ser preparadas com intervalo mínimo de 1 (uma) hora entre as audiências. 16 Saneamento, instrução e sentença 8/4/2016 9 Exemplo prático Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. Processo nº0000241-40.2012.8.26.0426, 1ª Vara Cível da Comarca de Patrocínio Paulista. Ação de indenização por danos materiais. Valor da causa: R$ 28.285.648,00. “Em vista da complexidade da matéria em debate por força do objeto do conflito (sistema de extração de sacarose por difusor composto por 14 equipamentos e pesando, aproximadamente, 2.000 toneladas), do valor da ação (R$ 28.285.648,00) e do valor da reconvenção (R$ 4.792.780,58) – que recomendariam, inclusive, a solução do conflito pela via arbitral (lei 9.307/96) –, adotarei, no caso presente, a técnica do saneamento compartilhado, que no Brasil pode ser sacada da adequada interpretação do art.331, §§§§2º, do CPC, bem como do princípio da cooperacão processual””””. 17 Saneamento, instrução e sentença “3. Por essa razão, designo audiência preliminar (art.331 do CPC) para o próximo dia 10 de outubro de 2013, às 13 horas, intimando as partes (representantes legais), na pessoa de seus advogados (que também ficam intimados para o ato), para comparecimento no salão do Júri dessa Comarca (em ato que será aberto ao público, garantindo-se, assim, a adequada publicidade processual). Destaco que sendo infrutífera a prévia tentativa de conciliação e instituição de juízo arbitral (compromisso arbitral), as partes serão chamadas a esclarecer o juízo sobre dados, ainda nebulosos, atinentes às questões controvertidas do conflito, bem como debater a admissibilidade e pertinência da postulação probatória documental, oral e pericial de fls.1.182/1.183 e 1.185/1.188, custos, prazos, ônus da prova etc. Portanto, espera-se que os procuradores e partes compareçam ao ato devidamente preparadas e dispostas a executar a tarefa proposta””””. “Pese o que consta no art.407 do CPC, determino que as partes apresentem, até 10 (dez) dias antes da audiência preliminar supra designada, o rol completo de testemunhas que pretendem ouvir e o nome de seus representantes para fins de depoimento pessoal, isso a fim de que, em conjunto, possamos todos deliberar sobre a pertinência da colheita da prova oral, eventuais suspeições/impedimentos, etc. 6. Também determino que as partes – e para os mesmos fins supra –, já apresentem, nos 10 (dez) dias que antecedem a audiência designada, os quesitos para eventual realização de nova perícia (com o equipamento eventualmente funcionando), a ser objeto de decisão no ato. 7. Ficam sugeridos os seguintes pontos controvertidos (da ação e reconvenção), que serão modificados/complementados por sugestão das partes na audiência”. 18 Saneamento, instrução e sentença 8/4/2016 10 INSTRUÇÃO � Audiência de instrução e julgamento (art. 358 a 368 do NCPC) � Provas (art. 369 a 484 do NCPC) - Prova emprestada - Distribuição dinâmica do ônus da prova - Produção antecipada de prova - Ata notarial - Documentos eletrônicos - Perícia consensual 19 Saneamento, instrução e sentença Audiência de instrução e julgamento (art. 358 a 368 do NCPC) � Atraso injustificado: adiamento Art. 362. A audiência poderá ser adiada: I - por convenção das partes; II - se não puder comparecer, por motivo justificado, qualquer pessoa que dela deva necessariamente participar; III - por atraso injustificado de seu início em tempo superior a 30 (trinta) minutos do horário marcado. � Gravação da audiência § 5o A audiência poderá ser integralmente gravada em imagem e em áudio, em meio digital ou analógico, desde que assegure o rápido acesso das partes e dos órgãos julgadores, observada a legislação específica. § 6o A gravação a que se refere o § 5o também pode ser realizada diretamente por qualquer das partes, independentemente de autorização judicial. 20 Saneamento, instrução e sentença 8/4/2016 11 Provas (art. 369 a 484 do NCPC) � Prova emprestada Art. 372. O juiz poderá admitir a utilização de prova produzida em outro processo, atribuindo-lhe o valor que considerar adequado, observado o contraditório. Enunciado 52 do FPPC: Para a utilização da prova emprestada, faz-se necessária a observância do contraditório no processo de origem, assim como no processo de destino, considerando-se que, neste último, a prova mantenha a sua natureza originária. 21 Saneamento, instrução e sentença � Distribuição dinâmica do ônus da prova (teoria das cargas probatórias dinâmicas) Art. 373. O ônus da prova incumbe: I – ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito; II – ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. § 1º Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa relacionadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos termos do caput ou à maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário, poderá o juiz atribuir o ônus da prova de modo diverso, desde que o faça por decisão fundamentada, caso em que deverá dar à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído. § 2º A decisão prevista no§ 1º deste artigo não pode gerar situação em que a desincumbência do encargo pela parte seja impossível ou excessivamente difícil.§ 3º A distribuição diversa do ônus da prova também pode ocorrer por convenção das partes, salvo quando: I – recair sobre direito indisponível da parte; II – tornar excessivamente difícil a uma parte o exercício do direito. 22 Saneamento, instrução e sentença 8/4/2016 12 � Produção antecipada de prova: previsão de uma demanda preparatória que tem por finalidade garantir produção de prova para futuro processo.Art. 382. Na petição, o requerente apresentará as razões que justificam a necessidade de antecipação da prova e mencionará com precisão os fatos sobre os quais a prova há de recair. § 1o O juiz determinará, de ofício ou a requerimento da parte, a citação de interessados na produção da prova ou no fato a ser provado, salvo se inexistente caráter contencioso. § 2o O juiz não se pronunciará sobre a ocorrência ou a inocorrência do fato, nem sobre as respectivas consequências jurídicas. § 3o Os interessados poderão requerer a produção de qualquer prova no mesmo procedimento, desde que relacionada ao mesmo fato, salvo se a sua produção conjunta acarretar excessiva demora. § 4o Neste procedimento, não se admitirá defesa ou recurso, salvo contra decisão que indeferir totalmente a produção da prova pleiteada pelo requerente originário. Art. 383. Os autos permanecerão em cartório durante 1 (um) mês para extração de cópias e certidões pelos interessados. Parágrafo único. Findo o prazo, os autos serão entregues ao promovente da medida. 23 Saneamento, instrução e sentença � Ata notarial Art. 384. A existência e o modo de existir de algum fato podem ser atestados ou documentados, a requerimento do interessado, mediante ata lavrada por tabelião. Parágrafo único. Dados representados por imagem ou som gravados em arquivos eletrônicos poderão constar da ata notarial. 24 Saneamento, instrução e sentença 8/4/2016 13 � Documentos eletrônicos Art. 439. A utilização de documentos eletrônicos no processo convencional dependerá de sua conversão à forma impressa e da verificação de sua autenticidade, na forma da lei. Art. 440. O juiz apreciará o valor probante do documento eletrônico não convertido, assegurado às partes o acesso ao seu teor. Art. 441. Serão admitidos documentos eletrônicos produzidos e conservados com a observância da legislação específica. 25 Saneamento, instrução e sentença � Perícia consensual Art. 471. As partes podem, de comum acordo, escolher o perito, indicando-o mediante requerimento, desde que: I – sejam plenamente capazes; II – a causa possa ser resolvida por autocomposição. § 1º As partes, ao escolher o perito, já devem indicar os respectivos assistentes técnicos para acompanhar a realização da perícia, que se realizará em data e local previamente anunciados. § 2º O perito e os assistentes técnicos devem entregar, respectivamente, laudo e pareceres em prazo fixado pelo juiz. § 3º A perícia consensual substitui, para todos os efeitos, a que seria realizada por perito nomeado pelo juiz. 26 Saneamento, instrução e sentença 8/4/2016 14 � Arguição de falsidade documental: fim do incidente de falsidade documental Art. 430. A falsidade deve ser suscitada na contestação, na réplica ou no prazo de 15 (quinze) dias, contado a partir da intimação da juntada do documento aos autos. Parágrafo único. Uma vez arguida, a falsidade será resolvida como questão incidental, salvo se a parte requerer que o juiz a decida como questão principal, nos termos do inciso II do art. 19. 27 Saneamento, instrução e sentença SENTENÇA � Pronunciamento judicial Art. 203. Os pronunciamentos do juiz consistirão em sentenças, decisões interlocutórias e despachos. § 1o Ressalvadas as disposições expressas dos procedimentos especiais, sentença é o pronunciamento por meio do qual o juiz, com fundamento nos arts. 485 e 487, põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a execução. 28 Saneamento, instrução e sentença 8/4/2016 15 Art. 489. São elementos essenciais da sentença: I - o relatório, que conterá os nomes das partes, a identificação do caso, com a suma do pedido e da contestação, e o registro das principais ocorrências havidas no andamento do processo; II - os fundamentos, em que o juiz analisará as questões de fato e de direito; III - o dispositivo, em que o juiz resolverá as questões principais que as partes lhe submeterem. Relatório: deve o juiz, cronologicamente, fixar os fatos jurídicos mais relevantes ocorridos ao longo do procedimento, mas é necessário que do relatório conste o resumo do que postularam as partes. Fundamentação: são as razões que levam o juiz ao convencimento. Não impõe a prolação de decisão extensa. Pronunciamento racionalmente fundamentado. 29 Saneamento, instrução e sentença O NCPC inova ao tratar da fundamentação do pronunciamento judicial, segundo o §1º do art. 489 não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que: I - se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua relação com a causa ou a questão decidida; II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua incidência no caso; III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão; IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgador; V - se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus fundamentos determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos; VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do entendimento. 30 Saneamento, instrução e sentença 8/4/2016 16 Dispositivo: aferição do pedido, isto é, se não julgou mais, menos, ou diversamente do pedido. Art. 492. É vedado ao juiz proferir decisão de natureza diversa da pedida, bem como condenar a parte em quantidade superior ou em objeto diverso do que lhe foi demandado. a) Sentença extra petita: o juiz concede algo distinto do que foi pedido na petição inicial. Ex.: Há o requerimento de indenização por danos materiais, e na sentença é concedido somente indenização por danos morais. b) Sentença ultra petita: é aquela que o juiz ultrapassa o que foi pedido, ou seja, vai além dos limites do pedido. Ex.: Há o requerimento de indenização por danos materiais e o magistrado, em sentença, concede além dos danos materias, danos morais. c) Sentença infra ou citra petita: é a sentença em que o magistrado concede menos do pedido. Ex.: o autor pede danos materiais e morais, porém o juiz somente analisa os danos materiais. 31 Saneamento, instrução e sentença � Art. 267 CPC/1973 .....................Art. 485 CPC/2015 (sem resolução de mérito) � Sentença terminativa � Prevê possibilidade de propositura de nova ação (art. 486 CPC) � Abandono da causa por 3 vezes não permite a nova ação, perda do direito de ação (§ 3º art. 486 CPC) Art. 486. O pronunciamento judicial que não resolve o mérito não obsta a que a parte proponha de novo a ação. § 1o No caso de extinção em razão de litispendência e nos casos dos incisos I, IV, VI e VII do art. 485, a propositura da nova ação depende da correção do vício que levou à sentença sem resolução do mérito. § 2o A petição inicial, todavia, não será despachada sem a prova do pagamento ou do depósito das custas e dos honorários de advogado. § 3o Se o autor der causa, por 3 (três) vezes, a sentença fundada em abandono da causa, não poderá propor nova ação contra o réu com o mesmo objeto, ficando-lhe ressalvada, entretanto, a possibilidade de alegar em defesa o seu direito. 32 Saneamento, instrução e sentença 8/4/2016 17 � Art. 269 CPC/1973 .....................Art. 487 CPC/2015 (com resolução de mérito) � Sentença definitiva � Possibilidade de alteração da sentença pelo juiz Art. 494. Publicada a sentença, o juiz só poderá alterá-la: I - para corrigir-lhe, de ofício ou a requerimento da parte, inexatidões materiais ou erros de cálculo; II - por meio de embargos de declaração. 33 Saneamento, instrução e sentença � Hipotecajudiciária Art. 495. A decisão que condenar o réu ao pagamento de prestação consistente em dinheiro e a que determinar a conversão de prestação de fazer, de não fazer ou de dar coisa em prestação pecuniária valerão como título constitutivo de hipoteca judiciária. § 1o A decisão produz a hipoteca judiciária: I - embora a condenação seja genérica; II - ainda que o credor possa promover o cumprimento provisório da sentença ou esteja pendente arresto sobre bem do devedor; III - mesmo que impugnada por recurso dotado de efeito suspensivo. § 2o A hipoteca judiciária poderá ser realizada mediante apresentação de cópia da sentença perante o cartório de registro imobiliário, independentemente de ordem judicial, de declaração expressa do juiz ou de demonstração de urgência. § 3o No prazo de até 15 (quinze) dias da data de realização da hipoteca, a parte informá-la-á ao juízo da causa, que determinará a intimação da outra parte para que tome ciência do ato. § 4o A hipoteca judiciária, uma vez constituída, implicará, para o credor hipotecário, o direito de preferência, quanto ao pagamento, em relação a outros credores, observada a prioridade no registro. § 5o Sobrevindo a reforma ou a invalidação da decisão que impôs o pagamento de quantia, a parte responderá, independentemente de culpa, pelos danos que a outra parte tiver sofrido em razão da constituição da garantia, devendo o valor da indenização ser liquidado e executado nos próprios autos. 34 Saneamento, instrução e sentença
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