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A influência da mídia e da tecnologia (1)

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A influência da mídia e da tecnologia no comportamento
Textos-base:
CHAUÍ, Marilena. Simulacro e poder: uma análise da mídia. In: A ideologia da competência. SP: Editora Fundação Perseu Abramo, 2014.
ROSO, Adriane. Comunicação. In: JACQUES, M.G.C. et al (org.) Psicologia Social Contemporânea. 21ª ed. RJ: Vozes, 2013.
MORENO, Rachel. Publicidade e a produção de subjetividade. In: Mídia e psicologia: produção de subjetividade e coletividade. 2.ed. Conselho Federal de Psicologia. – Brasília: Conselho Federal de Psicologia, 2009.
PEDRO, Rosa. A tecnologia das mídias: a relação dos sujeitos com os meios tecnológicos de comunicação. In: Mídia e psicologia: produção de subjetividade e coletividade. 2.ed. / Conselho Federal de Psicologia. – Brasília: Conselho Federal de Psicologia, 2009.
Como o homem apreende a realidade 
que o cerca?
O homem já nasce em um mundo com suas formas próprias, suas normas sociais.
O homem passa a apreender essas formas, essas normas, e dar a elas um significado.
O mundo é visto pelo sujeito de forma fragmentada e seletiva. 
O mundo que cada um percebe é sempre peculiar e essa percepção é o sentido que o indivíduo dá ao fenômeno que o rodeia.
Como o homem apreende a realidade 
que o cerca?
O processo de subjetivação, ou seja, de apreensão da realidade, portanto, se dá de forma singular, mas também “comunalizada”, uma vez que o indivíduo se encontra em um mundo que é compartilhado por outros indivíduos.
O homem está sempre em jogo na sua existência. Ou seja, está sempre imerso nas questões do mundo que lhe chegam a todo momento.
O mundo, a todo momento, demanda comportamentos do indivíduo.
Como o homem apreende a realidade 
que o cerca?
As normas e concepções de uma sociedade são transmitidas frequentemente via ideologia.
Os meios de comunicação colocam-se, entre outros meios, como os instrumentos desse processo de transmissão de uma ideologia, que vai atravessar as relações entre os membros de uma sociedade e capturar sua subjetividade.
Como a publicidade faz para nos mover em direção aos seus objetivos?
A publicidade encontra-se inserida nos meios de comunicação e visa o consumo.
“A propaganda não cria necessidade, afirmam os publicitários, em sua defesa, mas apropria-se de algum fluxo nômade, que ressignifica e acaba nos apresentando uma tendência que, pelo fato de estar amplificada em uma mídia, ganha um sabor de verdade inconteste, de verdade socialmente aceita, e que se amplia em função e em conseqüência disso” (Moreno, 2009, p. 187-188).
Como a publicidade faz para nos mover em direção aos seus objetivos?
Captura os novos fluxos e os decodificam.
Exemplo: A inserção de pessoas negras em anúncios publicitários ou sobre casais homossexuais(Vídeo O Boticário).
2) Depois de detectar as tendências, trabalha-se o projeto. Ou seja, ocorre um refinamento da tendência através de várias ações planejadas e dimensionadas.
3) Por fim, é criada uma imagem que acaba introjetada pelo indivíduo em termos de “essa imagem é socialmente valorizada”. Devido ao valor pelo qual a imagem é tomada, ocorre uma perseguição implacável a ela. Ex.: a busca pelo corpo perfeito.
A mídia tem o poder de influenciar comportamentos?
Pode-se deduzir, portanto, que a mídia não tem o poder sozinha de modelar comportamentos. Ela participa, junto com outros aparatos, do processo de socialização do indivíduo, ou seja, da integração do indivíduo em um mundo pautado por normas próprias. 
O sujeito apreende o que provém da mídia, como o que provém da família, da escola, etc e dá um significado ao que recebe.
A mídia tem o poder de influenciar comportamentos?
Porém, não se pode desconsiderar a massificação a que o indivíduo é exposto hoje pelos meios de comunicação: televisão, internet, rádio, celular, etc.
Essa massificação, realizada de forma planejada e ininterrupta, compete, de certo modo, com os demais aparatos como a família, escola, etc., o que coloca a mídia em uma posição privilegiada em relação à capacidade de influenciar o indivíduo.
As atuais tecnologias dos meios de comunicação e o processo de subjetivação
“As tecnologias de informação e de comunicação [...] participam de nossa vida cotidiana, redesenhando limites que antes pareciam bastante nítidos, tais como o público e o privado, o íntimo e o social, etc” (Pedro, 2009, p. 59).
Verifica-se que as novas tecnologias de comunicação participam da configuração de nossa sociedade e dos nossos processos de subjetivação, criando comportamentos e modos de relações interpessoais.
As atuais tecnologias dos meios de comunicação e o processo de subjetivação
Através dessas tecnologias, ocorre o fenômeno da “espetacularização da vida cotidiana”, que coloca em relevo o espaço privado e a intimidade.
Ou seja, o que ganha destaque são os gostos, as preferências, os sentimentos, em detrimento do fato em si que está sendo noticiado. Isso ocorre tanto no jornalismo como na publicidade.
As atuais tecnologias dos meios de comunicação e o processo de subjetivação
Jornalismo: o acontecimento é permeado pela mostração dos sentimentos, do show da notícia, ou pela explicação de um especialista.
Publicidade: a mostração do produto pelo seu uso no cotidiano familiar (sempre envolto em situações de felicidade, bem estar) e ainda representado por um ator/atriz. 
As atuais tecnologias dos meios de comunicação e o processo de subjetivação
A essa espetacularização da vida, alguns estudiosos dão o nome de “simulacro” – palavra latina, derivada de similis, que significa “semelhante”, que, por sua vez, gera o verbo simulare, que significa “representar exatamente”.
Simulacro é a imagem por representação (pintura, escultura, imagem no espelho etc).
As mídias sociais favorecem a realização do simulacro ao representarem o real, porém de forma distorcida, dissimulada.
As atuais tecnologias dos meios de comunicação e o processo de subjetivação
“Os mass media tornaram irrelevantes as categorias da verdade e da falsidade, substituindo-as pelas noções de credibilidade ou plausibilidade e confiabilidade – para que algo seja aceito como real basta que apareça como crível ou plausível, ou como oferecido por alguém confiável” (Chauí, 2014, p. 126).
As tecnologias dos meios de comunicação e o processo de subjetivação
Os códigos da vida pública passam a ser orientados pelos códigos da vida privada.
As relações interpessoais, intersubjetivas, imediatas (vida privada), ocultam ou dissimulam as relações de natureza política ou institucional (vida pública). Ou seja, excluem o caráter institucional do que é institucional para dar lugar a relações de intimidade, obscurecendo, assim, o papel “real” das instituições.
Encenação: a produção do simulacro
Encenação: a produção do simulacro
Guerra do Golfo - 1991
Encenação: a produção do simulacro
“O espetáculo apresenta-se ao mesmo tempo como a própria sociedade, como uma parte da sociedade e como instrumento de unificação. Como parte da sociedade, ele é expressamente o setor que concentra todo olhar e toda consciência. Pelo fato desse setor estar separado, ele é o lugar do olhar iludido e da falsa consciência; a unificação que realiza é tão-somente a linguagem oficial da separação generalizada” (Debord, 1997).

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