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ENTOMOLOGIA APLICADA São organismos que competem direta ou indiretamente com o homem por alimento, matéria prima ou prejudicam a saúde e o bem-estar do homem e animais. Organismos praga Exemplos de organismos que podem se tornar praga • Pássaros (marrecos, pardais, pombos, etc.). • Mamíferos (ratos, morcegos, capivaras, coelhos, etc.). • Patógenos (vírus, bactérias, fungos, etc.): os patógenos que atacam as plantas são estudados pela Fitopatologia. • Plantas invasoras: são estudados nos cursos de plantas invasoras. • Nematóides (são estudados pela Nematologia). • Artrópodes (ácaros, diplopodas, aranhas, insetos, etc.) são estudados geralmente nos cursos de Entomologia. • Moluscos (lesmas e caracóis). Conceito de praga (agrícola) Convencional Um organismo é considerado praga, quando é constatada sua presença no agroecossistema. Do ponto de vista do manejo integrado Um organismo só é considerado praga quando causa danos econômicos. Causar danos: diretos e indiretos Potencial biótico elevado Estabilidade Danos causados às plantas Danos diretos: Ataca o produto que será comercializado. Danos indiretos: Ataca uma parte da planta que não será comercializada, provocando alterações fisiológicas e reduzindo a produção. Atuação indireta: vetores de agentes causadores de doença e injeção de substâncias toxicogênicas. Potencial biótico Refere-se à capacidade máxima de reprodução de uma espécie biológica, determinada entre outros fatores pela duração do ciclo de vida dessa espécie e o tamanho de sua prole, sob condições ambientais ótimas Ovo Larvas recém nascidas Larva Pupa Adulto As fêmeas vivem 10 a 12 dias e põe aproximadamente 1000 ovos TOTAL (24 – 40 dias) Lagarta-do-cartucho do milho – Spodoptera frugiperda • Por muito tempo o controle de pragas foi realizado de forma sistemática com produtos químicos (aplicação por calendário) nas culturas. • O poder residual dos produtos era a única base utilizada para a aplicação, muitas vezes sem existir se quer a ocorrência da praga ou do dano. Poder residual: É o tempo de permanência do agrotóxico biologicamente ativo nos vegetais, solo, ar e água, podendo causar problemas toxicológicos aos seres vivos; Classificação das pragas de acordo com sua importância Organismos não-praga: São aqueles que sua densidade populacional nunca atinge o nível de controle. Correspondem a maioria das espécies fitófagas encontradas nos agroecossistemas. Pragas secundárias: São aqueles que raramente atingem o nível de controle Exemplo: ácaros na cultura do café. Classificação das pragas de acordo com sua importância Classificação das pragas de acordo com sua importância Pragas chaves: São aqueles organismos que frequentemente ou sempre atingem o nível de controle. Esta praga constitui o ponto chave no estabelecimento de sistema de manejo das pragas, as quais são geralmente controladas quando se combate a praga chave. São poucas as espécies nesta categoria nos agroecossistemas, em muitas culturas só ocorre uma praga chave. Descaso pelas medidas de controle Plantio de variedades suscetíveis ao ataque das pragas Fatores favoráveis à ocorrência de pragas Diminuição da diversidade de plantas nos agroecossistemas (o plantio de monoculturas favorecem as populações das espécies fitófagas "especialistas" e diminui as populações dos inimigos naturais das pragas). Fatores favoráveis à ocorrência de pragas Falta de rotação de culturas nos agroecossistemas. Plantio em regiões ou estações favoráveis ao ataque de pragas. Adoção de plantio direto (geralmente há um aumento de insetos que atacam o sistema radicular das plantas). Fatores favoráveis à ocorrência de pragas Adubação desequilibrada (as plantas mal nutridas são mais susceptíveis ao ataque de pragas). Fatores favoráveis à ocorrência de pragas Uso inadequado de agroquímicos (uso de dosagem, produto, época de aplicação e metodologia inadequados). Redução das populações de inimigos naturais em níveis superiores ao das populações de pragas Problemas causados pelo uso inadequado de agroquímicos Possuem maior mobilidade do que as pragas, ficando assim mais expostos aos praguicidas. Ocorrência de maior consumo de pragas contaminadas por praguicidas devido a maior facilidade de "captura" destas; Maior concentração de substâncias tóxicas em níveis tróficos mais elevados (no caso dos inimigos naturais). Ressurgência de pragas (a praga reaparece em safras subsequentes, oriunda de lugares de refúgio e dos indivíduos sobreviventes na lavoura, em níveis populacionais superiores aos da safra anterior). Erupção de pragas: mudança de "status", de praga secundária para praga chave. Exemplo: O uso de inseticidas do grupo dos piretróides no controle do bicho mineiro (Perileucoptera coffeella) do cafeeiro pode reduzir a população de ácaros predadores do ácaro vermelho que passa para o "status" de praga chave. Praga chave Praga secundária Quebra da cadeia alimentar: consiste na redução da população de espécies fitófagas, que servem como fonte inicial de alimentação de predadores, os quais posteriormente serão essenciais no controle de pragas chaves. Exemplo: Na cultura algodoeira quando se usa semente tratada com inseticida sistêmico há uma redução da população de pulgões e tripes. Estes insetos são fonte inicial de alimento dos predadores de pragas chaves que surgirão posteriormente como o curuquerê do algodoeiro (Alabama argillacea) e lagarta das maçãs (Heliothis virescens). Resistência das pragas aos inseticidas: consiste no aumento da tolerância das populações a doses de um produto anteriormente considerado eficiente no seu controle. Inseticida Inseticida Variabilidade Seleção Natural Adaptação Modificações na fisiologia das plantas, aumentando a susceptibilidade das culturas à pragas. Bioacumulação (acúmulo do praguicida no corpo de um organismo). Biomagnificação (acúmulo do praguicida ao longo da cadeia alimentar). Presença de resíduos de praguicidas no solo, ar, água e alimentos. Fonte: ANVISA, 2010 Intoxicações agudas no homem, componentes da fauna, flora e microorganismos. Filosofia tradicional de controle de pragas: segundo essa filosofia, devem ser adotadas medidas de controle (geralmente se utiliza o método químico) quando o organismo praga está presente, independentemente de outros fatores. Esta filosofia, e o seu uso, se deve entre outros fatores a falta de informações disponíveis para a maioria dos agroecossistemas e a simplicidade de sua adoção por técnicos e agricultores. Filosofias de controle de pragas Manejo integrado de pragas (MIP): é uma filosofia de controle de pragas que procura preservar e incrementar os fatores de mortalidade natural, através do uso integrado dos métodos de controle selecionados com base em parâmetros econômicos, ecológicos e sociológicos. Filosofias de controle de pragas A compreensão dos preceitos do MIP requer o conhecimento de alguns conceitos básicos. Para entendê-los devemos conhecer a relação inseto-fitófago x planta. Esquema ilustrando a relação inseto x planta que concretiza o conceito praga Perda ou dano Dano econômico significativo ($) Praga Inseto Ataque Planta Injúria Corresponde a densidade populacional do organismo praga na qual ele causa prejuízos de igual valor ao custo de seu controle. O nível de dano econômico,embora tomado muitas vezes como um valor fixo, é variável em função dos seguintes fatores: Nível de dano econômico (ND) Preço do produto agrícola (quanto maior o preço do produto menor será o nível de dano econômico). Custo de controle (quanto maior o custo de controle, maior será o nível de dano econômico). Capacidade da praga em danificar a cultura. Susceptibilidade da cultura à praga. É a densidade populacional da praga, na qual devemos adotar medidas de controle, para que esta não cause danos econômicos. Sendo que a diferença entre os valores do ND e do NC, deve-se a velocidade de ação dos métodos de controle. Nível de ação ou controle (NA ou NC) Corresponde a densidade populacional de um inimigo natural capaz de controlar a população da praga. Nível de não-ação (NNA) NE NC ND Tempo P o p u la ç ã o d a p ra g a T é cn ic a s d e m a ne jo I N S E T I C I D A S C O N T R O L E B I O L Ó G I C O F E R O M Ô N I O S M A N I PU L A Ç Ã O G E N É T I C A D E P R A G A S V A R I E D A D E S R E S I S T E N T E S A I N S E T O S M A N I PU L A Ç Ã O D E A M B I E N T E MORTALIDADE NATURAL NO AGROECOSSISTEMA NÍVEIS DE CONTROLE AMOSTRAGEM TAXONOMIA Alicerce para decisões do manejo Avaliação do agroecossistema Componentes do MIP Avaliação da população da praga (amostragem para verificação da densidade populacional da praga). Avaliação das populações dos inimigos naturais das pragas (amostragem para verificação de suas densidades populacionais). Estádio fenológico das plantas (verificação do grau de susceptibilidade da cultura em cada estádio). Avaliação das condições climáticas (as quais podem determinar aumento ou decréscimo da população das pragas, inimigos naturais e eficiência dos métodos de controle). Componentes do MIP Tomada de decisão: Com base na avaliação do agroecossistema combate-se a praga, em casos de: Componentes do MIP A densidade populacional da praga estiver acima do nível de controle; A densidade populacional dos inimigos naturais estiver abaixo do nível de não- ação; A planta estiver no estádio suscetível; As condições climáticas estiverem favoráveis à praga. Escolha do método de controle Deve-se ter um bom conhecimento de todas as técnicas de controle e escolher a mais adequada levando-se em consideração os fatores técnicos, econômicos, ecológicos e sociológicos. Antes de se utilizar qualquer medida de controle contra alguma praga, é necessário que se faça uma boa revisão de literatura sobre a praga em questão; boas observações de campo; colher informações de pessoas que lidam diretamente com o problema e um bom planejamento das ações. Controle biológico Variedades resistentes Controle cultural Comportamento Físico Genético Legislativos Mecânicos Químico Métodos de controle usados no MIP
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