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1 1 FUNDAÇÕES ESCORAMENTOS DE ESCAVAÇÕES Prof. Erinaldo H. Cavalcante 2 ESCORAMENTOS PROVISÓRIOS: são projetados apenas para servir durante um determinado período da obra. Exemplo: escoramentos feitos com pranchas e estroncas de madeira. PERMANENTES: projetados para toda a vida útil da obra. Neste caso, passam de escoramentos para contenção permanente. Exemplos: muros de arrimo, solo pregado, terra armada, tirantes, etc... 2 3 ESCORAMENTOS DE CAVAS DE FUNDAÇÃO ELEMENTOS MATERIAIS UTILIZADOS TIPOS DE ESCORAMENTOS DIMENSIONAMENTO 4 ELEMENTOS DE ESCORAMENTOS PAREDES LONGARINAS ESTRONCAS TIRANTES FICHA Os escoramentos compõem-se geralmente dos seguintes elementos: Cava Parede Estroncas ficha 3 5 ELEMENTOS DE ESCORAMENTOS PAREDE: é a parte em contato direto com o solo a ser contido (de madeira, aço ou concreto). LONGARINA: elemento linear, longitudinal em que a parede se apóia (de viga de madeira, aço ou concreto armado). ESTRONCAS OU ESCORAS: são elementos de apoio das longarinas, sendo perpendiculares às mesmas. São constituídas de barras de aço ou madeira. Detém a maior responsabilidade em um escoramento. TIRANTES: são elementos lineares introduzidos no maciço do solo a ser contido e ancorados em profundidade por meio de um trecho alargado (bulbo). 6 ESCORAMENTOS DE CAVAS DE FUNDAÇÃO (longarina) 4 7 ESCORAMENTOS DE CAVAS DE FUNDAÇÃO 8 ESCORAMENTOS DE CAVAS DE FUNDAÇÃO PERFIS OU ESTRONCAS INCLINADAS TIPO CONTRAFORTES 5 9 ESCORAMENTOS DE CAVAS DE FUNDAÇÃO 10 CLASSIFICAÇÃO DOS ESCORAMENTOS: Materiais Os escoramentos são classificados de acordo com os materiais empregados em sua construção. ¾MADEIRA (pranchas, estroncas, etc.) ¾METÁLICO-MADEIRA (perfis I, U, H usados em associação com pranchas, estroncas, etc.) ¾METÁLICO (perfis I, U, H) ¾DE CONCRETO (estacas justapostas) 6 11 ESCORAMENTO COM ESTRONCAS DE MADEIRA APOIADAS SOBRE PERFIS E PRANCHAS VERTICAIS Perfil “H” cravado no solo 12 ESCORAMENTO COM PAREDE DE CONCRETO (DIAFRAGMA) ATIRANTADA 7 13 ESCORAMENTOS DE CAVAS COM ESTRONCAS 14 ESCORAMENTOS COM PERFIS METÁLICOS ESCORAMENTOS DE GRANDES ESCAVAÇÕES 8 15 ESCORAMENTO COM PRANCHADA 16 ESCORAMENTO ESTACAS PRANCHA 9 17 ESCORAMENTOS COM ESTACAS-PRANCHA 18 ESCORAMENTOS COM ESTACAS-PRANCHA COMBINADAS Ea(água) Ea(terra) 10 19 Parede Diafragma Pré-moldada 20 Parede Diafragma moldada in loco Fases de Execução 11 21 DIMENSIONAMENTO DE ESCORAMENTOS (PRINCÍPIOS DE CÁLCULO) pp (2) vhp k2ckσσ +⋅= ∑ ⋅+= i(1)v zγqσ ∑ ⋅= i(2)v yγσ aa (1) vha k2ckσσ −⋅= Tensões verticais Tensões horizontais c, φ, γ 22 EXEMPLO DE OBTENÇÃO DE ka e kp a partir de φ e δ 12,808,005,253,612,722,061,591,24kp 0,200,250,300,360,440,540,660,82ka2φ/3 8,105,554,023,032,381,891,521,22kp 0,200,250,300,370,450,560,670,82kaφ/3 4,603,703,002,462,041,701,421,19kp 0,220,270,330,410,490,590,700,84ka0 403530252015105kδ φ (GRAUS) φ = ângulo de atrito interno do solo δ = ângulo de atrito solo-escoramento 12 23 1º Caso: ESCORAMENTOS EM BALANÇO Usual para conter escavações de pequena altura (até 3 metros) Conhecidos os diagramas de tensões ativa e passiva, segue ao cálculo do escoramento conforme exposto a seguir. DIAGRAMAS DE TENSÃO 24 i. Ep2 é a resultante do diagrama passivo p5 a p6 ii. Quando p1 for negativo, deve-se adotar p1 = 0. (Ep2 coincide com o ponto “O”) iii. Se o escoramento abaixo da escavação for descontínuo, as tensões ativas deverão ser calculadas a favor da segurança (considerando contínuo), porém as tensões passivas devem ser consideradas atuando numa extensão igual a três vezes a largura da mesa. Ou seja, deve-se multiplicar as tensões passivas por , assimilando-o a um escoramento contínuo equivalente (ver figura da página seguinte). Notas importantes: 13 ≤ e b 13 25 ESCORAMENTOS DE CAVAS DE FUNDAÇÃO (em perfil) 26 ESCORAMENTOS DE CAVAS DE FUNDAÇÃO (em planta) 14 27 CÁLCULO DA FICHA (f) NECESSÁRIA • Fazendo ∑M=0, em relação ao ponto O, obtém-se o valor de “z”, que é a profundidade a partir da escavação que dá o ponto de giro do escoramento. • A ficha f é geralmente calculada pela expressão: zf .,21= 28 5.0 Exemplos de Aplicação 1) Calcular a ficha necessária para que a cortina indicada na figura seguinte suporte a escavação. Solução: Coeficientes de empuxo Solo 1: ka = tg2 (45 – 15/2) = 0,59 Solo 2: ka = tg2 (45 – 35/2) = 0,27 kp = 3,7 15 29 Continuação 59,0 59,0 Cálculo das tensões horizontais ativas Z = 0 m ⇒ σha = 10 x 0,59 -2 x 10 = -9,5 kN/m Adotar σha = 0,0 kN/m2 (só p/ escoramento) Z = 3,0 m ⇒ σha = (10 + 3 x 17) x 0,59 - 2 x 10 = 20,6 kN/m2 (φ, c, ka do solo 1) Z = 3,0 m ⇒ σha = (10 + 3 x 17) x 0,27 = 16,5 kN/m2 (φ, c, ka do solo 2) Z = 3 + z ⇒ σha = 16,5 + (19 x z) x 0,27 = 16,5 + 5,1z kN/m2 Cálculo das tensões horizontais passivas Z = 3,0 m ⇒ σhp = 0 kN/m2 Z = 3 + z ⇒ σhp = (19 x z)3,7 = 70,3 z kN/m2 Tensões horizontais resultantes: Z = 3,0 m ⇒ ∆σh = σhp - σha = -16,5 kN/m2 Z = 3 + z ⇒ ∆σh = 70,3z – (16,5 – 5,1z) ≅ 65z – 16,5 kN/m2 Ponto onde a tensão resultante se anula: z = 16,5/65 ≅ 0,25 m 30 Continuação - O diagrama de tensões horizontais resultante é o seguinte: ∑ = 0M 10,8 x3 - 32,9 x -38,9 = 0 resolvendo-se a equção do 3º grau, encontra-se: x = 2,2 m ⇒ z = 2,2 + 0,25 = 2,45 m Valor da ficha: f = 1,2 . z = 1,2 . 2,45 = 2,95 m ⇒ adotar f = 3,0 m ⇒ 30,8 (1,25 + x) +2,1 (0,17 + x) – 32,5 x2. x/3 = 0 16 31 2º Caso: ESCORAMENTOS COM UMA LINHA DE ESCORAS Obs.1: Os diagramas de tensões são calculados de forma análoga ao 1º caso. Porém, o ponto de giro dever coincidir com a posição da escora. Obs.2: Como neste caso, há duas incógnitas (ficha “f” e reação “R”, serão necessárias duas equações: ∑H=0 ⇒ R + Ep – Ea = 0 ∑M=0 ⇒ Ep x x2 – Ea x x1 = 0 Das equações acima, calculam-se R e z. f = 1,2 x z (ficha) 32 3º Caso: ESCORAMENTOS COM DUAS OU MAIS LINHAS DE ESCORAS Para este caso, apresenta-se a solução de Terzaghi & Peck, para os quais o diagrama de tensões ativas depende do tipo de solo a ser contido, conforme mostra-se na figura abaixo: 17 33 3º Caso: ESCORAMENTOS COM DUAS OU MAIS LINHAS DE ESCORAS Notas: i. Havendo sobrecarga, soma-se aos diagramas a parcela q.ka ii. O cálculo das reações nas estroncas é feito dividindo-se o escoramento em diversas vigas isostáticas (exemplo abaixo). OBS.: Na prática, a reação “E” é calculada como se a ficha fosse nula, adotando-se em seguida para a mesma o comprimento do último vão. 34 RUPTURA DO FUNDO DA ESCAVAÇÃO Se o fundo da escavação é de argila mole, deve ser examinada a possibilidade de levantamento do fundo motivada pela ruptura do solo. 18 35 RUPTURA DO SOLO NO FUNDO DA ESCAVAÇÃO O mecanismo de ruptura associado a este fenômeno pode nada mais é que a ruptura do fundo de fundação direta. O FS da vala é obtido é obtido através da comparação do carregamento do lado externo da vala com a capacidade de carga do solo, prevista por uma das teorias consagradas, por exemplo Terzaghi (1943). Fórmula Geral: para as condições da figura anterior, substrato firme e profundo, tem-se, par ao coeficiente de segurança: onde, c – coesão da argila Nc = fator de capacidade de carga (ver ábaco) q = sobrecarga aplicada à superfície do terreno 51, . ≥+= qH cNFS cγ 36 RUPTURA DO SOLO NO FUNDO DA ESCAVAÇÃO Fatores de capacidade de carga de Skempton. 51, . ≥+= qH cNFS cγ 19 37 RUPTURA HIDRÁULICA DO FUNDO DA ESCAVAÇÃO Pode ocorrer quando onível d´água externo está acima da cota da escavação e o subsolo no fundo da vala é constituído de argila sobre areia. O fundo da escavação pode sofre uma ruptura quando for atingida a condição: ssaa hh .. γγ = O fator de segurança da vala contra este mecanismo é: 51, . . ≥= aa ss h hFS γ γ
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