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L¡ngua Literatura e Produção de Textos vol 1 ALUNO

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Sumário
PARTE 1
A GRAMÁTICA DOS TEXTOS
Capítulo 1
O signo linguístico, a língua 
e a gramática ................................... 10
• O signo linguístico .................................. 11
• Linguagem, língua e fala ........................ 12
Atividades .................................................... 15
Questões de exames ..................................... 19
Capítulo 2
Os sons e suas 
representações gráficas ........... 20
• Os fonemas e suas representações ........ 21
 Introdução ........................................... 21
 Fonemas .............................................. 21
 Letras e dígrafos ................................... 22
 O alfabeto ......................................... 22
 Dígrafos ............................................ 22
 Classificação dos fonemas .................... 24
 Vogal ................................................ 24
 Consoante ......................................... 24
 Semivogal .......................................... 24
Atividades .................................................... 25
Questões de exames ..................................... 27
Capítulo 3
Gramática da frase: 
concordância, flexões e 
desinências....................................... 28
• Introdução .............................................. 29
A gramática da palavra ............................. 29
A gramática da frase ................................. 30
• Concordância verbal ............................... 30
 Regra geral .......................................... 30
 Singular ou plural? ............................... 30
 Verbos impessoais ................................ 31
Atividades .................................................... 32
• Concordância nominal ............................ 33
 Regra geral .......................................... 33
 A clareza e a eufonia 
na concordância ................................... 34
 Algumas observações ........................... 35
 Flexionam-se ou não se flexionam? ...... 36
Atividades .................................................... 37
A gramática do texto ................................. 38
• A gente é / a gente somos ..................... 38
• A gente fica junto / juntos / juntas ......... 39
• A gente = nós / a gente = eu ................. 39
 A silepse não é optativa ....................... 40
Atividades .................................................... 41
Questões de exames ..................................... 42
Capítulo 4
Classes de palavras e 
sintagmas .......................................... 43
A gramática da palavra ............................. 44
• Classes de palavras ................................ 44
A gramática da frase ................................. 47
• As relações morfossintáticas de uma 
palavra dentro de um enunciado ........... 47
Atividade ..................................................... 48
• Os sintagmas .......................................... 48
 O nome e o verbo estruturando
 os textos .............................................. 48
 Sintagmas nominais e verbais............... 49
 Conjuntos e subconjuntos .................... 50
 Sintagma nominal .............................. 50
 Sintagma verbal ................................. 52
Atividades .................................................... 53
• Interjeição: palavra-frase ........................ 54
Atividades .................................................... 55
A gramática do texto ................................. 56
• Léxico e significado na construção
dos textos ............................................... 56
• Os efeitos da seleção de sintagmas
 na construção do texto ......................... 57
Atividades .................................................... 58
Questões de exames ..................................... 60
Capítulo 5
A estrutura da oração: 
sujeito e predicado ...................... 61
A gramática da frase ................................. 62
• O sujeito ................................................. 62
 Morfossintaxe do sujeito ..................... 62
 Tipos de sujeito .................................... 63
 Orações sem sujeito ............................. 64
Atividades .................................................... 65
• O predicado ............................................ 66
 Tipos de predicado ............................... 67
 Morfossintaxe do predicativo ............... 69
Atividades .................................................... 70
A gramática do texto ................................. 72
• A indeterminação do sujeito:
generalização, indefinição ou
dissimulação ........................................... 72
• A concisão do predicado 
verbo-nominal ........................................ 72
 Pontuação – gramática 
e expressividade ................................. 73
Atividades .................................................... 74
Questões de exames ..................................... 75
Capítulo 6
As relações sintáticas dentro 
do sintagma nominal ................ 76
A gramática da frase ................................. 77
• As funções dentro dos sintagmas 
maiores ................................................... 77
 O adjunto adnominal ........................... 78
 Morfossintaxe do adjunto 
adnominal ......................................... 78
4
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Capítulo 1
Linguagem – socialização 
e enunciação ................................. 102
• Linguagem e socialização ..................... 103
 Linguagem verbal e linguagem 
 não verbal .......................................... 103
 Os signos visuais ................................ 104
Atividades .................................................. 105
Mãos à obra! ............................................. 106
• Linguagem e enunciação ...................... 108
 Frase e enunciado .............................. 108
 Adequação......................................... 109
 Usos da língua ................................... 110
 Escrita e oralidade .............................. 110
 As conversações ................................. 111
Trocando ideias .......................................... 112
Atividades .................................................. 112
Mãos à obra! ............................................. 113
Questões de exames ................................... 114
Capítulo 2
O processo de comunicação 
e seus elementos ........................ 116
• O processo de comunicação ................. 117
• As competências dos 
participantes ......................................... 117
• Recursos textuais para a montagem 
da mensagem ....................................... 118
 Em foco: a intencionalidade ............... 118
 “Palavrinhas” venenosas................... 118
 Em foco: a referência situacional ........ 119
 Referenciação extratextual ................ 119
 Em foco: a referência textual .............. 121
 Relações anafóricas e catafóricas ....... 121
• O mecanismo de seleção e combinação ... 122
 A seleção ........................................... 122
 A combinação .................................... 123
Atividades .................................................. 123
Mãos à obra! ............................................. 125
Questões de exames ................................... 127
Capítulo 3
Os textos no cotidiano: 
gêneros, tipos e sequências 
textuais ............................................. 128
• Mas, afinal, o que é um texto? ............. 130
 Textualidade ....................................... 130
 Osgêneros textuais ............................ 130
 Os tipos textuais ................................ 130
 Os tipos textuais e sua gramática ....... 131
Atividades .................................................. 135
Mãos à obra! ............................................. 137
Questões de exames ................................... 139
Capítulo 4
Leitura – a construção de 
sentidos ............................................. 140
• Ler é construir sentidos ........................ 141
 Como construir sentido em textos 
verbais? ............................................. 142
 A inferência ....................................... 142
Atividades .................................................. 142
Trocando ideias .......................................... 143
 O primeiro contato com o texto .......... 143
 Objetivos para a leitura ...................... 143
Trocando ideias .......................................... 144
 As informações sobre o texto ............. 144
 O título e as expectativas em relação 
ao texto ............................................. 146
Trocando ideias .......................................... 146
Atividades .................................................. 147
• A leitura e a produção de textos .......... 147
Trocando ideias .......................................... 148
Mãos à obra! ............................................. 148
Questões de exames ................................... 150
Capítulo 5
Funções da linguagem,
gêneros e tipos textuais ......... 151
• As funções da linguagem ..................... 152
 Função referencial – a mensagem 
centrada na informação...................... 152
 Função conativa – a mensagem 
centrada no interlocutor ..................... 153
 Função fática – testando o canal ........ 153
Atividade ................................................... 154
 Função metalinguística – a mensagem 
centrada no código .............................. 154
 Função emotiva – o texto em 
primeira pessoa .................................. 155
Atividades .................................................. 155
Mãos à obra! ............................................. 156
Questões de exames ................................... 158
 O aposto .............................................. 79
 Morfossintaxe do aposto ..................... 80
Atividades .................................................... 81
 O complemento nominal ...................... 81
 Morfossintaxe do complemento 
nominal ............................................. 82
Atividade ..................................................... 82
• O vocativo .............................................. 82
Atividades .................................................... 83
A gramática do texto ................................. 83
• A relevância dos termos adicionais 
do nome ................................................. 83
 A pontuação – gramática e
expressividade ....................................... 84
Atividades .................................................... 85
Questões de exames ..................................... 87
Capítulo 7
As relações sintáticas dentro 
do sintagma verbal .................... 88
A gramática da frase ................................. 89
• Os termos do sintagma verbal ............... 89
 Os complementos verbais: 
objeto direto e objeto indireto .............. 89
 Morfossintaxe dos complementos 
verbais............................................... 90
 O adjunto adverbial.............................. 92
 Morfossintaxe do adjunto adverbial ..... 92
 O agente da passiva ............................. 92
 Morfossintaxe do agente da passiva ..... 93
Atividades .................................................... 94
A gramática do texto ................................. 95
• O objeto direto preposicionado .............. 95
• O objeto pleonástico .............................. 96
• O agente da passiva: uma questão 
de realce ................................................. 96
• A omissão do agente da passiva: 
um caso de indeterminação ................... 97
 A pontuação e o adjunto 
adverbial ........................................... 97
Atividades .................................................... 98
Questões de exames ..................................... 99
PARTE 2
A CONSTRUÇÃO DOS TEXTOS
5
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PARTE 3
TEXTOS, ARTE E CULTURA
Capítulo 1
Intertextualidade: o diálogo
entre os textos .............................. 184
• Todo texto é um hipertexto? ................ 185
• A intertextualidade criando signos ....... 186
Atividade ................................................... 188
• As relações intertextuais mais comuns.... 189
Trocando ideias .......................................... 190
 A intertextualidade como reiteração
ou como subversão ............................ 190
Texto e Intertexto........................................ 191
Atividades .................................................. 192
Questões de exames ................................... 194
Capítulo 2
A Arte e suas linguagens:
interações entre o artista
e o apreciador de arte .............. 195
• Arte e sociedade ................................... 196
Texto e Intertexto........................................ 197
• Estética e belas-artes ........................... 197
Lendo o texto ............................................. 198
• As belas-artes e seus materiais ............ 198
• A arte como representação .................. 199
Trocando ideias .......................................... 200
• O artista recriando a realidade ............. 200
• Aleijadinho e seus materiais................. 202
 Os materiais de Aleijadinho ................ 202
 As “mentiras” de Aleijadinho ............. 202
• A intertextualidade em diferentes
linguagens ............................................ 203
Lendo os textos .......................................... 205
Trocando ideias .......................................... 206
Questões de exames ................................... 206
Capítulo 3
Literatura: a arte 
da palavra ........................................ 208
• A função poética da linguagem ........... 209
Texto e Intertexto........................................ 210
• Modernidade e metalinguagem ........... 212
 O poeta, sua arte, sua época .............. 214
 Uma aula de poesia ........................... 214
 Uma especial seleção e 
combinação de palavras ..................... 214
 Ideias, sentimentos e palavras ............ 215
 A matéria-prima do poeta .................. 215
Lendo o texto ............................................. 215
Questões de exames ................................... 218
Capítulo 4
Os gêneros literários: a
tradição aristotélica ................. 219
Texto e Intertexto........................................ 220
• O que são gêneros literários? ............... 221
 A divisão aristotélica .......................... 222
 O gênero épico .................................. 222
 Características temáticas ................... 222
 Características de estilo/estrutura ....... 222
 Homero e Virgílio ............................... 222
 Home ro ........................................... 222
 Virgílio ............................................ 224
 O gênero épico atravessa os
tempos .............................................. 225
 O gênero dramático ........................... 225
 Características de estilo/estrutura ....... 225
 Elementos da poesia dramática ......... 225
 Sófocles........................................... 226
Trocandoideias .......................................... 228
Lendo o texto ............................................. 228
Trocando ideias .......................................... 230
Questões de exames ................................... 231
Capítulo 5
O gênero lírico .............................. 232
• O gênero lírico ...................................... 233
 Elementos da poesia lírica .................... 233
• Eu poético e autor ................................ 233
• O ritmo poético .................................... 233
 Métrica .............................................. 235
 Refrão ................................................ 235
Trocando ideias .......................................... 236
 Formas fixas ....................................... 236
 O soneto ......................................... 236
 O haicai .......................................... 237
Texto e Intertexto........................................ 238
• Os temas recorrentes da lírica .............. 240
Lendo os textos .......................................... 240
Trocando ideias .......................................... 242
Trocando ideias .......................................... 243
Trocando ideias .......................................... 245
Questões de exames ................................... 246
Capítulo 6
As literaturas em língua
portuguesa: Brasil,
Portugal, África ............................ 247
• Introdução ............................................ 248
• A literatura e sua matéria-prima .......... 248
• História da literatura, períodos e 
estilos ................................................... 248
Trocando ideias .......................................... 249
 Estilo individual .................................. 250
• A literatura portuguesa ........................ 250
Capítulo 6
Coesão e coerência
textuais.............................................. 159
• O texto ................................................. 160
• Coesão textual ..................................... 160
 Os principais mecanismos da coesão 
gramatical .......................................... 160
 Coesão frásica ................................. 160
 Coesão interfrásica ........................... 160
 Coesão temporal .............................. 161
 Os principais mecanismos da 
coesão lexical ..................................... 164
 Repetição (ou reiteração) .................. 164
 Substituição ..................................... 165
• Coerência textual ................................. 166
Atividades .................................................. 166
Mãos à obra! ............................................. 168
Questões de exames ................................... 170
Capítulo 7
A reprodução das falas ........... 172
• Um texto, várias vozes ......................... 173
• Os tipos de discurso ............................. 174
 Discurso direto ................................... 174
 Discurso indireto ................................ 175
 Discurso indireto livre ......................... 176
• As estruturas gramaticais do 
discurso direto e do indireto ................ 177
Atividades .................................................. 178
Mãos à obra! ............................................. 179
Questões de exames ................................... 181
6
LLPT_v1_PNLD2015_003a007_Iniciais.indd 6 4/2/13 9:45 AM
• A literatura brasileira ........................... 250
 A literatura em um país de
passado colonial ................................ 251
Texto e Intertexto........................................ 252
• A literatura africana de língua
portuguesa ........................................... 253
Lendo o texto ............................................. 254
Velhos temas, novas leituras ........................ 255
Questões de exames ................................... 258
Capítulo 7
Os estilos de época na Era 
Medieval: Trovadorismo ......... 259
A pintura ................................................... 260
A iluminura ................................................ 261
A arquitetura .............................................. 261
• A Era Medieval ..................................... 262
Trocando ideias .......................................... 262
• Um pouco de História ........................... 263
 A língua ............................................. 263
• O Trovadorismo..................................... 263
 Entre o oral e o escrito ....................... 264
Texto e Intertexto........................................ 264
• As cantigas trovadorescas .................... 265
 Tipos de cantigas ............................... 266
 Cantigas líricas................................. 266
 Cantigas satíricas ............................. 268
 Linguagem e sociedade ...................... 268
Lendo o texto ............................................. 269
• A prosa medieval (séculos XIII e XIV) ....... 271
Lendo os textos .......................................... 272
Velhos temas, novas leituras ........................ 274
Questões de exames ................................... 277
Capítulo 8
Os estilos de época na 
Era Medieval: Humanismo ... 278
A pintura ................................................... 279
Arte e ciência ............................................. 279
A arquitetura .............................................. 280
• O Humanismo ....................................... 280
Trocando ideias .......................................... 281
 A crônica histórica de 
Fernão Lopes ...................................... 282
Lendo o texto ............................................. 282
 O teatro de Gil Vicente ....................... 284
Texto e Intertexto........................................ 285
 O auto – de Gil Vicente a João Cabral .... 287
Lendo o texto ............................................. 287
Velhos temas, novas leituras ........................ 289
Questões de exames ................................... 292
Capítulo 9
Os estilos de época na 
Era Clássica: Classicismo
português ........................................ 293
A arquitetura .............................................. 294
A escultura................................................. 294
A imprensa ................................................ 295
A pintura ................................................... 295
• A Era Clássica ....................................... 296
• O Classicismo português ...................... 297
 A linguagem do Classicismo ............... 297
• A lírica camoniana ................................ 298
Lendo os textos .......................................... 299
Trocando ideias .......................................... 299
• A épica camoniana ............................... 300
 Os Lusíadas ........................................ 300
Texto e Intertexto........................................ 301
Velhos temas, novas leituras ........................ 305
Questões de exames ................................... 308
Capítulo 10
A descoberta do Brasil: 
Quinhentismo .............................. 309
• O olhar estrangeiro sobre o Brasil ........ 310
• O olhar brasileiro sobre o 
estrangeiro ........................................... 311
• A expansão ultramarina e o Brasil ....... 312
Texto e Intertexto........................................ 312
• O Quinhentismo brasileiro .................... 315
 A Carta de Caminha........................... 315
Lendo o texto ............................................. 315
Velhos temas, novas leituras ........................ 317
Questões de exames ................................... 320
Capítulo 11
Os estilos de época na 
Era Clássica: Barroco................. 321
A pintura ...................................................322
A arquitetura .............................................. 322
A escultura................................................. 323
• O Barroco ............................................. 324
 Portugal e Brasil sob domínio
 espanhol ............................................ 324
Trocando ideias .......................................... 325
• O estilo barroco: linguagem, influências... 325
 Linguagem ......................................... 325
 As influências ..................................... 326
• A lírica de Gregório de Matos .............. 327
Lendo os textos .......................................... 327
Texto e Intertexto........................................ 328
• A oratória de Vieira .............................. 329
Lendo os textos .......................................... 330
Velhos temas, novas leituras ........................ 333
Questões de exames ................................... 335
Capítulo 12
Os estilos de época na 
Era Clássica: Arcadismo ......... 336
A pintura ................................................... 337
A arquitetura .............................................. 338
A escultura................................................. 338
• O Arcadismo ......................................... 339
• Portugal e Brasil no século XVIII .......... 339
• O estilo neoclássico: influências, 
linguagem ............................................ 340
 A influência de Horácio: carpe diem,
locus amoenus, fugere urbem,
aurea mediocritas ............................... 340
 A linguagem do Arcadismo................. 341
Texto e Intertexto........................................ 342
 A poesia lírica em Minas Gerais .......... 343
Lendo os textos .......................................... 343
Lendo os textos .......................................... 345
Trocando ideias .......................................... 347
 A tradição da poesia épica ................. 347
Lendo o texto ............................................. 348
 Bocage: a passagem do
 Neoclassicismo para o Romantismo .... 351
Lendo os textos .......................................... 351
Velhos temas, novas leituras ........................ 352
Questões de exames ................................... 356
� Bibliografia ......................................... 357
� Siglas das instituições promotoras 
dos exames ......................................... 360
Objetos educacionais 
digitais
Ícone de atividade 
interdisciplinar
Código de cores utilizado nesta coleção para identificar as classes gramaticais
� verbo � artigo � advérbio � numeral � conjunção
� substantivo � adjetivo � pronome � preposição � interjeição 
7
LLPT_v1_PNLD2015_003a007_Iniciais.indd 7 04/04/2013 15:37
PArTe 1 A grAmáTiCA DOs TeXTOs
Capítulo 1
O signo linguístico, a língua e a gramática 
Capítulo 2
Os sons e suas representações gráficas
Capítulo 3
Gramática da frase: 
concordância, flexões e desinências
Capítulo 4
Classes de palavras e sintagmas
Capítulo 5
A estrutura da oração: sujeito e predicado
Capítulo 6
As relações sintáticas dentro 
do sintagma nominal
Capítulo 7
As relações sintáticas dentro 
do sintagma verbal
8
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CAPÍTULO 1 
Parte 
A GRAMÁTICA DOS TEXTOS
9
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PArTe 1 A grAmáTiCA DOs TeXTOs
111CAPÍTULO 1O signo linguístico,
a língua e a gramática
O que você achou da fala do personagem? Você achou 
engraçada? Por quê? 
É interessante perceber que o humor da tirinha reflete as 
características das línguas: por um lado, são constituídas 
por um conjunto de palavras; por outro, cada uma possui 
uma sintaxe própria, ou seja, as palavras são selecionadas 
e combinadas, ordenadas e organizadas de uma maneira
que é peculiar de cada língua. Você consegue pôr 
sintaxe na fala do personagem? 
• É possível inventar palavras? E se você 
inventar uma palavra, o que acontece?
• E quanto à ordem das palavras? Você pode 
criar sentenças e falar como quiser? 
• Como reescrever a fala do personagem 
utilizando a “ordem” do português brasileiro?
THAVES, Bob. Frank & Ernest
10
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 1
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CAPÍTULO 1
11
O signO LingUÍsTiCO, A LÍngUA e A grAmáTiCA
//////////////////////////// //////////////////////////////////////////////////////////////////////////
O SIGNO LINGUÍSTICO
Na linguagem verbal, os signos linguísticos são os responsáveis pela representação das ideias. Esses 
signos são as próprias palavras, que, quando produzidas na oralidade ou na escrita, associamos a determina-
das ideias. Daí afirmar-se que os signos linguísticos apresentam dois componentes: uma parte material, 
concreta (o som ou as letras), que denominamos significante; outra abstrata, conceitual (a ideia), que deno-
minamos significado.
[...] signos são entidades em que sons ou sequências de sons – ou as suas correspondências 
gráficas – estão ligados com significados ou conteúdos. [...] Os signos são assim instrumentos de 
comunicação e representação, na medida em que, com eles, configuramos linguisticamente a rea-
lidade e distinguimos os objetos entre si.
n VILELA, M.; KOCH, I. V. Gramática da língua portuguesa. Coimbra: Almedina, 2001. p. 17.
Por exemplo, denominamos clava o objeto que o personagem da tirinha carrega, palavra que nos traz a 
ideia de “arma que consiste num pedaço de pau grosso, mais volumoso numa das extremidades”. Dessa forma, 
podemos montar o seguinte esquema:
signo linguístico
significante + significado
significante: sequência 
sonora: /klava/ 
(ou re pre sentação 
gráfica: “clava”.
significado (conceito): 
arma que consiste num 
pedaço de pau grosso, 
mais volumoso numa 
das extremidades.
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Entretanto, a relação entre a representação (significante) e a ideia (significado) é arbitrária, ou seja, 
não há nada que indique que há uma correspondência entre elas. Uma prova disso é que para o mesmo 
significado (“arma que consiste num pedaço de pau grosso, mais volumoso numa das extremidades.”) há 
outros significantes possíveis na nossa própria língua: tacape (termo de origem tupi), borduna, porrete, 
cassetete (termo de origem francesa).
Mas há uma convenção, senão não saberíamos a que se refere a sequência sonora e/ou gráfica correspon-
dente à palavra clava; isso quer dizer que a correspondência tem de ser obrigatoriamente comum à comunida-
de que faz uso de uma mesma língua, para que a mensagem produzida possa ser entendida.
É importante ressaltar que nem a palavra clava é o objeto clava, nem o conceito de clava é o objeto clava. 
A associação feita entre a palavra escrita ou falada com a imagem da arma conhecida como clava nos permite 
evocar um objeto que não está necessariamente à nossa frente. Por isso podemos falar ou escrever daquilo que 
não vemos ou até daquilo que nem conhecemos, mas que reconhecemos como imagem, conceito, e podemos 
evocá-lo por meio do signo linguístico.
O signo linguístico, isoladamente, como já vimos, é uma associação entre uma representação e um 
conceito ou ideia, de forma convencional numa determinada comunidade linguística. Agora um detalhe 
importante: o arranjo da palavra, num enunciado textual (escrito ou falado), pode revelar que a significa-
ção do signo linguístico não é necessariamente uma só, mesmo que possa haver relação de sentido entre 
elas. Observe os diferentes conceitos ou ideias a que podemos associar a representação clava nos exemplos 
a seguir:
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LINGUAGEM, LÍNGUA E FALA
Dentre as linguagens que o homem utiliza para se expressar, representando coisas, seres, ideias, sentimentos, 
etc., conta com a linguagem verbal, baseada num sistema de signos linguísticos. 
A língua, uma linguagem verbal, é constituída por palavras e por regras que as combinam, permitindo que 
expressemos uma ideia, uma emoção, uma ordem, um apelo, enfim, um enunciado de sentido completo capaz 
de estabelecer comunicação. É importante salientar mais uma vez que essas palavras e regras são comuns a 
todos os membros de uma determinada sociedade. Isso significa que a língua pertence a toda uma comunida-
de, como é o caso da língua que você fala – a língua portuguesa.
arma que consiste num pau 
grosso, mais volumoso numa 
das extremidades
A clava e a lança eram utilizadas basicamente para a caça, 
como se pode observar neste detalhe de uma escultura de 650 d.C. 
(Mamallapuram, Índia).
objeto em forma de garrafa de 
gargalo comprido, usado na 
prática de malabares
Alguns malabaristas usam clavas de fogo.
extremidade dilatada da 
antena de certos insetos
As antenas da broca-do-pecíolo possuem um funículo com 
sete segmentos e uma clava globosa com três segmentos.
arma no sentido figurado
[...] Mas, se ergues da justiça a clava forte, 
Verás que um filho teu não foge à luta,
Nem teme, quem te adora, à própria morte [...]
(versos do Hino Nacional)
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CAPÍTULO 1
13
O signO LingUÍsTiCO, A LÍngUA e A grAmáTiCA
Quando um membro da comunidade, isto é, um falante 
faz uso da língua, ele realiza um ato de fala, que tanto pode ser 
oral como escrito. A fala é um ato individual e é influenciada 
por várias circunstâncias: pelo que vai ser falado e de que 
forma, pela intencionalidade, pelo contexto, pelo tema (do que 
se fala), pelo falante (o que fala) e pelo interlocutor (para quem 
se fala). No entanto, o falante vale-se de um código já conven-
cionado e instituído, ou seja, a criatividade de seu uso individual 
está limitada pelas possibilidades que a língua lhe oferece.
Os falantes de uma língua adquirem natural e gradativamente o conhecimento necessário para usar a 
língua da comunidade a que pertencem, cuja estrutura já tem, predeterminados convencionalmente, os signos 
linguísticos e as possibilidades de combinação entre eles, o que permite a comunicação. À soma dos conheci-
mentos linguísticos de uma língua chamamos gramática.
Por conhecermos a gramática de uma língua, conseguimos associar uma sequência de sons a um conceito, 
distinguimos palavras e construímos frases, escolhendo as palavras e a ordem adequada dessas palavras no 
enunciado para nos comunicar. Trata-se, pois, de uma gramática natural da língua que permite ao falante nativo 
entender enunciados e fazer-se entender por meio deles.
A gramática natural não deve ser confundida com as gramáticas que tentam, de forma sistematizada, 
registrar, descrever e/ou prescrever os fatos gramaticais. Da mesma forma, não se deve confundir o conjunto de 
regras gerais e internas da língua com o conjunto de regras utilizadas pela gramática normativa.
A gramática normativa tenta estabelecer um modelo “ideal” de uso da língua, chamado de norma-padrão, 
no qual se espelham as variantes de prestígio. Trata-se, portanto, de um conjunto de regras que impõem um 
padrão de uso da língua a ser seguido pelos falantes por ter prestígio social.
Cabe destacar que o conhecimento das variantes consideradas de prestígio é importante porque elas, con-
vencionalmente, são empregadas e exigidas em diversas situações de natureza social (entrevista de emprego, 
atuação na mídia, pedido a uma autoridade pública, trabalho acadêmico, etc.).
É importante lembrar que a língua não é estática, mas um sistema dinâmico em constante transfor-
mação. Basta comparar textos escritos em épocas distintas para perceber as mudanças. Um caso emble-
mático é o da forma de tratamento “Vossa Mercê” que, ao longo do tempo, assumiu as formas vossemecê, 
vosmecê, você, alterando-se seu significante (há uma simplificação fonética na representação sonora que 
se reflete na grafia) e também o seu significado (no português do Brasil, deixa de evocar um interlocutor 
hierarquicamente superior ao falante para evocar um interlocutor visto de igual para igual com o falante).
Portanto, embora as regras e as convenções da língua limitem ou determinem o falante no seu uso 
individual da língua, para garantir a comunicação, há uma constante variação ao longo do tempo, fruto 
desses atos de fala em conjunto e da própria história dos povos. 
imPOrTAnTe!
Considerando a forma gráfica “vc”, muito comum na linguagem utilizada na internet e 
nas mensagens instantâneas, e as formas “ocê” e “cê”, muito comuns na oralidade, como novas 
formas para o “você”, discuta esta questão com seus colegas, em pequenos grupos: 
• A mudança é equivalente àquela ocorrida de Vossa Mercê para você? Justifiquem.
• Apresentem rapidamente o resultado das discussões realizadas; um elemento de cada grupo 
se encarregará de resumir as conclusões a que chegaram.
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LINGUAGEM 
VERBAL
sistema 
composto 
de signos
linguísticos
LÍNGUA
código verbal 
de uma
determinada
comunidade
FALA
uso individual 
do código 
verbal
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14
As primeiras gramáticas da Língua Portuguesa
A primeira gramática da língua portuguesa foi publi-
cada em 1536, por Fernão de Oliveira. A obra apresentava 
cinquenta capítulos, que abordavam desde a história da 
linguagem até noções de sintaxe, com destaque para os 
aspectos sonoros. Seu conceito de gramática era clássico: “a 
arte de falar e escrever corretamente”. Em 1540, surgiu a 
gramática de João de Barros, cronista e historiador da 
expansão lusitana. As duas primeiras gramáticas da língua 
portuguesa seguiam uma mesma filosofia humanista: a 
exaltação da língua portuguesa, tida como a mais próxima 
dos padrões latinos. Daí a latinização sintática e léxica dos 
textos literários do século XVI.
Em Os Lusíadas, estrofe 33 do Canto I, ao comentar a 
identificação de Vênus com o povo português, Camões, artis-
ta renascentista, destaca a íntima relação entre o português 
que se estruturava e o latim: 
Vênus bela,
Afeiçoada à gente Lusitana,
Por quantas qualidades via nela
Da antiga tão amada sua Romana,
[...] 
E na língua, na qual quando imagina,
Com pouca corrupção crê que é a Latina.
No Brasil, um trabalho pioneiro foi realizado pelo pro-
fessor Júlio Ribeiro, que publicou, em 1881, a sua Gramática 
portuguesa. Júlio Ribeiro destacou-se também como escritor 
filiado à estética naturalista, autor do polêmico romance 
A carne.
n Gramática da língua portuguesa, João de Barros, 1540. 
n Gramática da linguagem portuguesa, Fernão 
de Oliveira,1536.
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Neste ponto, é importante fazer a distinção entre:
a) norma-padrão: modelo criado a partir das gramáticas normativas, que prescrevem um uso “ideal” 
da língua;
b) variedades urbanas de prestígio (ou norma culta): usos reais da língua que representam as variantes 
de prestígio dentro da comunidade linguística; em tese,colocada em uso pelos segmentos mais 
escolarizados da sociedade e pelas instituições (órgãos públicos, imprensa, escolas, etc.);
c) variedades estigmatizadas: usos reais da língua que representam as variantes das camadas 
sociais “desprestigiadas”; tais variantes são tachadas como erradas ou impróprias.
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CAPÍTULO 1
15
O signO LingUÍsTiCO, A LÍngUA e A grAmáTiCA
Você certamente conhece o compositor e cantor brasileiro Chico Buarque de Hollanda. 
E o romancista Chico Buarque?
Leia o fragmento abaixo retirado de uma de suas obras, intitulada Budapeste. Durante a 
leitura, observe sua escrita, o estilo e anote o que chamar a sua atenção em relação à linguagem 
utilizada por ele.
Devia ser proibido debochar de quem se aventura em língua estrangeira. Certa manhã, ao deixar o 
metrô por engano numa estação azul igual à dela, com um nome semelhante à estação da casa dela, 
telefonei da rua e disse: aí estou chegando quase. Desconfiei na mesma hora que tinha falado besteira, 
porque a professora me pediu para repetir a sentença. Aí estou chegando quase... havia provavelmente 
algum problema com a palavra quase. Só que, em vez de apontar o erro, ela me fez repeti-lo, repeti-lo, 
repeti-lo, depois caiu numa gargalhada que me levou a bater o fone. Ao me ver à sua porta teve novo 
acesso, e quanto mais prendia o riso na boca, mais se sacudia de rir com o corpo inteiro. Disse enfim ter 
entendido que eu chegaria pouco a pouco, primeiro o nariz, depois uma orelha, depois um joelho, e a 
piada nem tinha essa graça toda. Tanto é verdade que em seguida Kriska ficou meio triste e, sem saber 
pedir desculpas, roçou com a ponta dos dedos meus lábios trêmulos. Hoje porém posso dizer que falo o 
húngaro com perfeição, ou quase. Quando de noite começo a murmurar sozinho, a suspeita de um ligei-
ríssimo sotaque aqui e ali muito me aflige. Nos ambientes que frequento, onde discorro em alta voz 
sobre temas nacionais, emprego verbos raros e corrijo pessoas cultas, um súbito acento seria desastroso. 
Para tirar a cisma, só posso recorrer a Kriska, que tampouco é muito confiável; a fim de me segurar ali 
comendo em sua mão, como talvez deseje, sempre me nega a última migalha. Ainda assim, volta e meia 
lhe pergunto em segredo: perdi o sotaque? Tinhosa, ela responde: pouco a pouco, primeiro o nariz, depois 
uma orelha... E morre de rir, depois se arrepende, passa as mãos no meu pescoço e por aí vai.
n BUARQUE, Chico. Budapeste. São Paulo: Companhia das Letras, 2003. p. 5.
Texto para as questões de 1 a 7.
 1. O que você leu é o primeiro parágrafo do romance. Que impacto a leitura provocou em você? Cite sucinta-
mente as informações que esse primeiro parágrafo já revela sobre o personagem-narrador. 
 2. Você se identifica com o caso relatado pelo narrador? Em que aspectos?
 3. Tendo em vista os conceitos sobre língua, linguagem e gramática, que considerações você pode fazer sobre 
o trecho “Aí estou chegando quase...”. Faça relações com a tirinha da página de abertura do capítulo. 
 4. Releia o trecho: “Nos ambientes que frequento, onde discorro em alta voz sobre temas nacionais, emprego 
verbos raros e corrijo pessoas cultas, um súbito acento seria desastroso.”
a) A que tipo de correção se refere o narrador?
b) Em que sentido está empregada a palavra “acento”? Por que seria desastroso um “súbito acento”?
 5. O que permitiu à professora criar uma “piada”?
 6. Em certo trecho, o narrador emprega um recurso linguístico para transmitir a noção de intensificação. Aponte-o.
 7. O narrador usa, fundamentalmente, dois tempos verbais ao longo do trecho transcrito. Quais são eles? 
Justifique seu emprego. Que relações podem ser estabelecidas entre o emprego desses tempos verbais e o 
gênero textual em questão?
Atividades
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Os textos abaixo (reproduzidos integralmente como foram escritos no original) são comentários de um 
debate on-line a partir do tópico:
Brasileiro não sabe Português?
Por que as pessoas escrevem (e falam) cada vez mais errado no Brasil? Você sente arrepios quan-
do alguém diz “pode vim”, em vez de “pode vir”? “Seje”, em vez de “seja”? Diga aqui qual foi o mais 
recente assassinato à língua portuguesa que você ouviu por aí!
E se você não dá a mínima para as regras da nossa língua, defenda aqui o seu ponto de vista!
 > Socorro ao Português
Comentado por Ronaldo, em 8 de agosto de 2012
Brasileiros não sabem mais o Português, basta ver as mulheres do telemarketing que ficam dizen-
do \“estarei verificando agora e em seguida estarei telefonando ao senhor em até 24h\”. Ridículo, 
precisam voltar aos bancos de escola. E ainda as pessoas de todas as idades que dizem \“tu vai 
comprá dois pastel\”! Pelo amor de Jesus, gente, o certo é \“VOCÊ vai compraR dois PASTÉIS\” ou \
“tu VAIS compraR...\” 
Responder a esta mensagem
 > Depende.
Comentado por Stefani, em 21 de setembro de 2012
Não é tão ruim assim as pessoas escreverem e falarem ERRADO mas isso depende do local onde ela esta 
(falando ou escrevendo).EX: se a ‘pessoa estiver no msn não faz mal ela escrever aspalavras erradas e abre-
viar neste caso escreves as coisas ERADAS não é ruim, mas já se ela estiver na escola ou trbalho ela deve 
escrever as coisas certas, neste caso escrever as coisas ERRADAS é ruim.
Responder a esta mensagem
 Para Stefani
Comentado por Ana Luiza, em 25 de setembro de 2012
Escrever e falar as coisas ERRADAS é ruim em todos os lugares.Não é por que você esta no msn que você 
pode escrever errado.Se você escreve lá errado, é muito dificil escrever certo nos outros lugares, por que 
você acaba se HABITUANDO a escrever daquela forma e acaba escrevendo assim em todos os lugares... 
Responder a esta mensagem 
Texto para as questões de 8 a 11.
Romance
Esse gênero tem sua origem na épica (histórias heroicas de um povo cantadas em versos). Passou dos 
versos à prosa e adquiriu novas configurações no decorrer dos séculos. Do final do século XVIII à atualidade, 
o romance busca transmitir ao leitor uma visão de mundo sob a perspectiva de personagens que se envol-
vem em conflitos de grandes proporções. Apresenta os demais elementos que caracterizam uma narrativa: 
as ações constitutivas da trama, que ocorrem em determinados tempo e espaço e o narrador, artifício esco-
lhido pelo autor para “contar” tudo ao leitor. Existem subgêneros: romance policial, histórico, psicológico, 
regionalista, etc. Circula não apenas em esferas literárias, uma vez que inúmeros romances se transformam 
em filmes, peças de teatro, novelas de televisão...
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CAPÍTULO 1
17
O signO LingUÍsTiCO, A LÍngUA e A grAmáTiCA
 Meia
Comentado por Fabiano Cruz, em 27 de novembro de 2012
Outro dia eu vi uma pessoa dizendo que estava meia cansada. Que horrível, não se diz meia cansada 
e sim meio cansada, pois no primeiro exemplo só poderia existir caso a meia que você usa no seu 
pé estivesse cansada. Acho tristíssimo quem não se dedica a aprender o mínimo desta nossa língua 
tão bonita. 
Responder a esta mensagem 
 Para Stefani e Ana Luiza
Comentado por Nicholas, em 22 de dezembro de 2012
Não sei em quem concordar.=D
Responder a esta mensagem 
 Para Nicholas
Comentado por Healler, em 1o de janeiro de 2013
Também não sei com quem concordar.\’-\’
Responder a esta mensagem 
 Truxe, truxe,truxe.....
Comentado por Marcela, em 7 de janeiro de 2013
Eu tenho uma colega declasse que toda santa vez que ela vai falar alguma coisa é truxe,truxe,truxe!!! 
E eu e minhas amigas já fizemos até um coro dizendo: É TROUXE ......!!!Nós somos como professoras de 
português:corrige,corrige e corrige!!!!A menina não nos aguenta mais!!!Só que se nós registrássemos 
em um livro todas as vezes que ela falou o truxe nós já teriamos 5 bíblias!: D 
Responder a esta mensagem 
 Pois é...
Comentado por Marcela, em 7 de janeiro de 2013
Eu também não vi problema nenhum. \“Podes me explicar\”
Responder a esta mensagem 
 Para Marcela
Comentado por Carmen Lucia, em 7 de janeiro de 2013
Cada um tem sua opinião, se vc acha q não tem problema escrever errado no MSN, tudo bem, é seu 
jeito de pensar. Eu concordo com a Stefani pq acho que uma coisa é abreviar (pq em vez de porque, por 
exemplo), outra coisa é escrever \“cançado\” (certo=cansado). Se vc escreve errado em um lugar, aqui-
lo pode virar hábito e depois vc não sabe mais como é o certo e acaba escrevendo sempre errado. E tem 
outra coisa, escrevendo errado vc está \“ensinando\” a outras pessoas o jeito errado de escrever. Por 
exemplo, alguém que não sabe que \“cansado\” se escreve com \“s\”, se vir escrito com \“ç\” vai acabar 
achando que é assim que se escreve. 
Responder a esta mensagem 
n Disponível em: <www.mingaudigital.com.br/article.php3?id_article=777>. 
Acesso em: 17 fev. 2013.
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Com seu(s) colega(s) e professor usem o comentário do “tu vai” como ponto de partida para 
organizar um debate sobre:
a) o papel da escola com relação ao ensino de gramática;
b) o papel da escola com relação às variantes da nossa língua.
Para o debate, organizem-se em dois grupos, escolham representantes de cada grupo, plane-
jando o tempo de fala de cada um; escolham um mediador e determinem sua função, não se 
esquecendo do que é esperado pelos ouvintes, ou seja, dos demais colegas da turma.
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 8. Alguém falar que não sabe Português é uma colocação ambígua. No caso do debate, de que Português se 
está falando? Que outro sentido a expressão poderia ter?
 9. A que tipo de norma e gramática se referem os comentários quando se emprega a noção de erro? Justifique.
 10. Do que o redator do comentário inicial e os debatedores chamam de erro, quais você costuma ouvir? Quais 
você fala? Qual é sua reação ao ouvir algumas das expressões utilizadas pelos debatedores? 
 11. É possível escrever e falar como bem entendermos? Que regras podemos deixar de lado e quais não 
podemos? De que regras se está falando no comentário?
 12. Suponha que você entrou no debate on-line e vai escrever comentários dirigidos a alguns participantes. 
O que você escreveria para Marcela? E o que você escreveria para Carmen Lucia? Escreva argumentos (fatos, 
raciocínios que conduzam a conclusões) convincentes. 
Debate
Ao longo desta obra haverá seções denominadas Trocando ideias, cujo objetivo é incentivar a expres-
são oral, o debate. O debate é um gênero tipicamente oral e consiste na discussão de ideias. Para participar 
de um debate é necessário ouvir, entender e respeitar a opinião do outro, saber refutar as ideias apresen-
tadas, contrapondo posicionamento próprio, aceitar as réplicas dos demais debatedores e, se necessário, 
preparar a tréplica. A organização de um debate regrado é feita por um mediador, que propõe os temas, 
estabelece as regras e estipula tempo para os debatedores, e por comentaristas, que avaliam a pertinência 
das colocações. O resultado é compensador porque pode provocar mudanças (quando um acata a opinião 
do outro) e amadurecimento nos indivíduos. Os avanços tecnológicos permitem atualmente que os deba-
tes sejam virtuais, inclusive por escrito, o que aumentou consideravelmente a interação entre as pessoas. 
É o caso de “Brasileiro não sabe português?”, que você acabou de ler.
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CAPÍTULO 1
19
O signO LingUÍsTiCO, A LÍngUA e A grAmáTiCA
 1. (Enem)
Entre ideia e tecnologia
O grande conceito por trás do Museu da Lín-
gua é apresentar o idioma como algo vivo e fun-
damental para o entendimento do que é ser bra-
sileiro. Se nada nos define com clareza, a forma 
como falamos o português nas mais diversas 
situações cotidianas é talvez a melhor expressão 
da brasilidade.
 n SCARDOVELI, E. Revista Língua Portuguesa. 
São Paulo: Segmento, Ano II, n. 6, 2006.
O texto propõe uma reflexão acerca da língua por-
tuguesa, ressaltando para o leitor a
 a) inauguração do museu e o grande investimento 
em cultura no país.
 b) importância da língua para a construção da 
identidade nacional.
 c) afetividade tão comum ao brasileiro, retratada 
através da língua.
 d) relação entre o idioma e as políticas públicas na 
área de cultura.
 e) diversidade étnica e linguística existente no 
território nacional.
(Fuvest) Texto para as questões 2 e 3
Todas as variedades linguísticas são estru-
turadas, e correspondem a sistemas e subsiste-
mas adequados às necessidades de seus usuá-
rios. Mas o fato de estar a língua fortemente 
ligada à estrutura social e aos sistemas de valo-
res da sociedade conduz a uma avaliação distin-
ta das características das suas diversas modali-
dades regionais, sociais e estilísticas. A língua 
padrão, por exemplo, embora seja uma entre as 
muitas variedades de um idioma, é sempre a 
mais prestigiosa, porque atua como modelo, 
como norma, como ideal linguístico de uma 
comunidade. Do valor normativo decorre a sua 
função coercitiva sobre as outras variedades, 
com o que se torna uma ponderável força con-
trária à variação.
 n Celso Cunha. Nova gramática do português contemporâneo. 
Adaptado.
 2. Depreende-se do texto que uma determinada lín-
gua é um
 a) conjunto de variedades linguísticas, dentre as 
quais uma alcança maior valor social e passa a 
ser considerada exemplar.
 b) sistema de signos estruturado segundo as normas 
instituídas pelo grupo de maior prestígio social.
 c) conjunto de variedades linguísticas cuja prolife-
ração é vedada pela norma culta.
 d) complexo de sistemas e subsistemas cujo fun-
cionamento é prejudicado pela heterogeneida-
de social.
 e) conjunto de modalidades linguísticas, dentre as 
quais algumas são dotadas de normas e outras 
não o são.
 3. De acordo com o texto, em relação às demais varie-
dades do idioma, a língua padrão se comporta de 
modo
 a) inovador. 
 b) restritivo. 
 c) transigente.
 d) neutro.
 e) aleatório.
 4. (UFBA)
“A linguagem não é usada somente para 
veicular informações, isto é, a função referen-
cial denotativa da linguagem não é senão uma 
entre outras; entre estas ocupa uma posição 
central a função de comunicar ao ouvinte a 
posição que o falante ocupa de fato ou acha 
que ocupa na sociedade em que vive. [...] A 
língua padrão é um sistema comunicativo ao 
alcance de uma parte reduzida dos integrantes 
de uma comunidade; é um sistema associado 
a um patrimônio cultural apresentado como 
um corpus definido de valores, fixados na tra-
dição escrita.
Uma variedade linguística ‘vale’ o que ‘valem’ 
na sociedade os seus falantes, isto é, vale como 
reflexo do poder e da autoridade que eles têm nas 
relações econômicas e sociais.”
 n GNERRE, Maurizio. Linguagem, escrita e poder. 
4. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1998. p. 5-7.
Comente o ponto de vista enunciado por Maurizio 
Gnerre sobre o poder da linguagem, a partir da 
variedade linguística representada nas falas da 
“senhora” entrevistada no texto a seguir.
“Como você planta algodão?
– Uai. É igual a mio. Abre a cova e tampa.
A senhora colhe algumacoisa aqui na horta?
– Cói. Cói fejão, cói mio, cói farinha.
Como é que você planta arroz?
– Vai abrino os caminhos com a enxada e a 
gente vai caminhando.”
 n VEADO, Rosa Maria Assis. Comportamento linguístico do dialeto rural. 
Belo Horizonte: UFMG/Proed, 1982. p. 26.
Quest›es de exames FAÇA
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PARTE 1 A gRAmáTicA dos TExTos
222cAPÍTULo 2Os sons e suas 
representações gráficas
A expressividade do texto advém de sua musicalidade (afinal, trata-se de 
uma serenata), obtida pela aproximação de palavras com sons 
semelhantes. Nos conjuntos rua, lua, tua e torta, morta, porta, ocorre 
uma troca de unidades sonoras mínimas (os sons iniciais representados 
pelas letras r, l, t, no primeiro conjunto, e t, m, p, no segundo); essa troca 
é suficiente para estabelecer diferenças de significado. A cada uma 
dessas unidades sonoras elementares, capazes de estabelecer diferenças 
de significado, dá-se o nome de fonema. 
Serenata sintética
Rua
torta.
Lua
morta.
Tua
porta.
n RICARDO, Cassiano. Antologia poética. Rio de Janeiro: 
Editora do Autor, 1964. p. 203. 
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//////////////////////////// ///////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////
OS FONEMAS E SUAS REPRESENTAÇÕES
Introdução
As línguas são sistemas de signos vocais. A escrita é seu registro, “representação visível e durável da lingua-
gem, que, de falada e ouvida, passa a ser escrita e lida”, afirmou o pesquisador francês Marcel Cohen.
Pense na sua história, pense na história da humanidade: você primeiro aprendeu a falar, só mais tarde 
aprendeu a escrever; o homem primeiro falou e assim foi por séculos; só “recentemente” (cerca de 4000 a.C.) 
passou ao registro, com a invenção da escrita, fato tão importante que serve de marco divisório entre a Pré-
-História e a história da humanidade. A função do registro é manter viva uma língua e, por extensão, as ideias 
expressas nessa língua; é criar uma representação visível e durável, como vimos acima.
Agora pense: mesmo quando lemos um texto em silêncio, o som das palavras ecoa em nossos ouvidos: 
os textos são essencialmente sonoros. A parte da Gramática que se dedica aos sons da língua chama-se 
Fonologia.
Fonemas
Fonema é a menor unidade sonora de caráter distintivo de uma língua (essa é sua característica mais mar-
cante). Como vimos no texto de abertura, entre as palavras morta e porta, a diferença de significado é estabe-
lecida pela troca do fonema /m/ pelo fonema /p/. Você deve ter percebido que a simples troca de fonema 
implica um novo signo linguístico.
Por convenção, escrevem-se os fonemas sempre entre barras: /a/. 
Os fonemas são representados, na língua escrita, por letras, acompanhadas ou não de notações léxicas como 
acentos gráficos, cedilha, til. Na relação fonema/letra podem ocorrer as seguintes situações:
• um fonema pode ser representado por uma letra; é o que ocorre, por exemplo, com as consoantes p, b, t, d, f, v.
• um fonema pode ser representado por letras diferentes; é o que ocorre, por exemplo, com o fonema /z/: em 
casa, cozinha e exame (as letras em destaque representam o mesmo fonema).
• uma mesma letra pode representar diferentes fonemas; é o que ocorre, por exemplo, com a letra x em lixo, 
exame, máximo.
• duas letras (formando um dígrafo) representam um fonema; é o que ocorre, por exemplo, em chave, guerra, 
massa, tinta.
• uma letra representa dois fonemas; é o que pode ocorrer com o x: táxi, fixo (/ks/).
Observe ainda que:
• o vocábulo lua é formado por três fonemas (/l/ /u/ /a/) e representado graficamente por três letras (ele - u - á).
• o vocábulo canto é formado por quatro fonemas (/k/ /ã/ /t/ /o/) e representado graficamente por cinco letras 
(cê - á - ene - tê - ó).
• o vocábulo táxi é formado por cinco fonemas (/t/ /a/ /k/ /s/ /i/) e representado graficamente por apenas 
quatro letras ( tê - á - xis - i ).
• o vocábulo massa é formado por quatro fonemas (/m/ /a/ /s/ /a/) e representado graficamente por cinco 
letras (eme - á - esse - esse - á). 
Portanto, letra e fonema não devem ser confundidos.
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PARTE 1 A gRAmáTicA dos TExTos
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Letras e dígrafos
O alfabeto
A palavra alfabeto é formada pelas primeiras letras do alfabeto grego: alfa e beta. A palavra corresponden-
te, em português, oriunda do latim, é abecedário, formada pelo nome das quatro primeiras letras do nosso 
alfabeto seguida do sufixo -ario.
O alfabeto português consta de 26 letras: a, b, c, d, e, f, g, h, i, j, k, l, m, n, o, p, q, r, s, t, u, v, w, x, y, z.
Dígrafo (do grego di, “dois”, + graphein, “escrever”): mais livremente, “duas grafias”. Também do grego vem digrama (di, “dois”, + 
gramma, “letra”).
Ocorre dígrafo (ou digrama) quando duas letras representam um único fonema.
Na língua portuguesa há dois tipos de dígrafos: o dígrafo consonantal e o dígrafo vocálico.
Os dígrafos consonantais são:
ch: chave, Chile
nh: ganha, banho, nhoque
rr: barra, carro, carruagem
ss: massa, passo, cassete
sc: nascimento, crescer, descer
sç: desço, cresça, nasça
xc: exceção, excelente, excitante
qu: aqui, quero, quilombo
gu: sangue, guia, guerrilha
lh: cartilha, folha, molho
Além dessas letras, usam-se o ç (cê cedilhado) e os dígrafos consonantais 
e vocálicos, como veremos adiante.
As letras k, w e y usam-se nos seguintes casos especiais: 
a) Em antropônimos originários de outras línguas e seus derivados: Shakespeare, shakespeariano; Kant, 
kantismo; Darwin, darwinismo; Byron, byroniano; Taylor, taylorista; 
b) Em topônimos originários de outras línguas e seus derivados: Kuwait, kuwaitiano; Malawi, malawiano; 
c) Em siglas, símbolos, unidades de medida, palavras estrangeiras de uso internacional: km = quilômetro; 
W = tungstênio ou watt ou oeste; K = potássio; yd = jarda; yin-yang; show. 
Dígrafos
imPoRTANTE!
O gu e o qu só formam dígrafos quando seguidos de e ou i. Como o 
dígrafo é um só fonema, não se pronuncia o u dos dígrafos gu e qu.
oBsERVAÇão:
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Os dígrafos vocálicos ocorrem quando o m ou o n aparecem no final de uma sílaba, precedidos de uma 
vogal. Nesses casos, o m e o n não são consoantes; apenas indicam que a vogal precedente é nasal.
Os dígrafos vocálicos são:
am e an: tambor, canto
em e en: sempre, lente
im e in: jasmim, cinto
om e on: lombo, conto
um e un: nenhum, nunca
 1. Observe o seguinte quadro:
estrangeirismos formas aportuguesadas
break breque
clip clipe
buffet bufê
crack craque
début debute
drink drinque
lord lorde
pouf pufe
 Converse com seus colegas e seu professor sobre qual seria uma hipótese para o tipo de apor-
tuguesamento desses estrangeirismos.
 2. Como já vimos, o Acordo Ortográfico de 1990 incorporou as letras k, w e y ao nosso alfabeto, 
mas seu emprego continua restrito: grafia de abreviaturas e símbolos, grafia de nomes próprios 
de origem estrangeira e seus derivados, palavras estrangeiras de uso internacional.
 No entanto, é muito comum encontrarmos, nas gôndolas de supermercados, vitrinas de lojas, pro-
pagandas em outdoor, etc., produtos com marcas que exploram a grafia com essas letras. Em grupos,
a) relacionem alguns nomes comerciais grafados com essas letras.
b) discutam sobre o efeito que esses nomes causam nos consumidores.
c) alguns restaurantesde serviço rápido oferecem "comida a kilo". O que justifica a grafia com k?
Apresentem as conclusões do grupo para os demais colegas.
ideias
t
r
oc
ando
O Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (Volp) registra a grafia oficial das palavras da língua portuguesa no Brasil. A atual versão (2009) 
contém 349 737 vocábulos, apresentados sob forma de lista, por ordem alfabética, incluindo-se a classificação gramatical de cada um, além dos estran-
geirismos (cerca de 1500), que aparecem na parte final da obra. Você pode consultar o Volp acessando o seguinte endereço eletrônico: <www.academia.org.
br/abl/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=23>. Acesso em: 22 jan. 2013.
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PARTE 1 A gRAmáTicA dos TExTos
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 sílaba sílaba
 (ele) s ai /saj/ de g r au /degraw/
 
 vogal semivogal vogal semivogal
Em alguns casos, as semivogais podem aparecer representadas pelas letras e e o:
 sílaba sílaba
 m ãe /mãj/ n ão /nãw/
 
 vogal semivogal vogal semivogal
 (e = /j/) (o = /w/)
Consoante
Na articulação da consoante, ao contrário da vogal, a corrente de ar enfrenta obstáculos ao passar pela 
cavidade bucal. Esses obstáculos podem ser totais ou parciais, dependendo da posição da língua e dos lábios. 
Como o próprio nome indica, a consoante “soa junto” com uma vogal.
Semivogal
Semivogal é a denominação dada aos fonemas que se assemelham aos fonemas vocálicos /i/ e /u/. A prin-
cipal característica da semivogal é não ser base de sílaba; portanto, ela sempre se apoia numa vogal para formar 
sílaba (lembre-se de que não ocorrem duas vogais na mesma sílaba). Na escrita, as semivogais são representadas, 
na maioria dos casos, pelas letras i e u:
Na língua portuguesa, a vogal é base da sílaba. Portanto, não há sílaba sem vogal. Em 
cada sílaba há apenas uma vogal.
imPoRTANTE!
Em nossa língua, é comum encontrarmos palavras em que ocorrem agrupamentos de vogais e semivogais, 
formando:
Em (eu) saí há duas vogais; portanto, duas sílabas. Em saci 
e tatu, os fonemas /i/ e /u/ são vocálicos, base de sílaba.
ATENÇÃo!
a ã e ɛ e˜ i l˜ o ɔ õ u u˜
Classificação dos fonemas
Vogal
Vogal é o fonema produzido pela passagem do ar pelas cordas vocais, que vibram, fazendo vibrar o próprio 
ar. Esse ar vibrante pode passar livremente pela boca (produzem-se, então, vogais orais) ou pode passar simul-
taneamente pela boca e pelas cavidades nasais (produzem-se, então, vogais nasais). O que se modifica é a 
posição da língua e a abertura dos lábios. Leia, em voz alta, a sequência que representa os doze fonemas vocá-
licos e fique atento às mudanças no aparelho fonador:
Como você observou, na língua portuguesa há cinco letras vogais (á, é, i, ó, u) e doze fonemas vocálicos.
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os soNs E sUAs REPREsENTAÇÕEs gRáFicAs
Atividades
Texto para as questões 1 e 2.
 1. Em que aspecto linguístico está centrado o humor da tira?
 2. As histórias em quadrinhos trabalham, via de regra, uma linguagem marcada pelo cruzamento verbo-
-visual. Comente a relação entre a linguagem verbal e a não verbal, responsável pela construção da 
história.
D
ik
 B
r
o
w
n
e
n BROWNE, Dik. Hagar: Folha de S.Paulo, 16 dez. 1999.
Ao contrário do ditongo e do tritongo, o hiato é o encontro de duas 
vogais em sílabas diferentes: sa-ú-de; sa-í-da, ru-im, a-ben-ço-o.
ATENÇÃo!
Muitas palavras que, na escrita, apresentam ditongo, na fala, são pronunciadas com monotongo, ou seja, com um único som. 
Pense em beijo, cheiro, peixe, pouco, roupa, couro, por exemplo; a pronúncia mais comum dessas palavras é /beʒo/, /∫ero/, /pe∫e/, 
/poko/, /Ropa/, /koro/, respectivamente.
“Assim, o que era escrito e pronunciado OU em pouco tempo passou a ser pronunciado apenas Ô. [...] Com o ditongo EI ocorreu o 
mesmo que vimos com o ditongo OU: uma monotongação, quer dizer, dois sons que se transformam num só. Mas existe uma diferença 
entre os dois casos: o que é escrito OU é pronunciado Ô em todas as situações e contextos [...] O que se escreve EI, porém, só se transforma 
em E em alguns casos, [...] diante das consoantes J, X e R.” 
n BAGNO, Marcos. A língua de Eulália: novela sociolinguística. 16. ed. São Paulo: Contexto, 2008.
De fato, em palavras como peito, meigo, leilão, por exemplo, o ditongo sempre é pronunciado. O mesmo não ocorre em queijo 
(pronunciado "quejo"), peixe ("pexe"), beira ("bera").
DITONGO OU MONOTONGO?
OPS!
• ditongo (literalmente, “dois sons”): grupo formado pelo encontro, em uma mesma sílaba, de uma vogal e uma 
semivogal, ou vice-versa. No caso do encontro, pela ordem, de uma semivogal com uma vogal, ocorre um ditongo 
crescente (história, qual, linguiça). No caso contrário, ou seja, o encontro, pela ordem, de uma vogal com uma 
semivogal, ocorre um ditongo decrescente (papéis, pai, couro). 
• tritongo (literalmente, “três sons”): grupo formado, em uma mesma sílaba, por uma semivogal, uma vogal 
e outra semivogal (sempre nessa ordem). Ocorre, por exemplo, em Paraguai, iguais, averiguei.
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PARTE 1 A gRAmáTicA dos TExTos
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 3. a) Escreva sobre a expressividade sonora desse trecho, tendo em vista a repetição de vogais e consoantes. 
b) “Lolita, luz de minha vida, labareda em minha carne. Minha alma, minha lama.”
 Analise o trabalho realizado pelo tradutor na última frase da sequência em relação à posição dos fonemas 
e ao significado das palavras. 
 4. Leia com atenção o seguinte trecho:
 “Lo-li-ta: a ponta da língua descendo em três saltos pelo céu da boca para tropeçar de leve, no terceiro, 
contra os dentes. Lo. Li. Ta.” 
Com base nos conceitos estudados sobre os fonemas e sua articulação, comente a descrição do nome 
Lolita.
 5. Atente para a sequência de nomes que marca o segundo parágrafo, todos relacionados à personagem 
feminina. Escreva sobre os efeitos obtidos com esse trabalho. 
Texto para a questão 6.
 6. Escreva quais são os efeitos obtidos pela repetição de determinados fonemas. 
Texto para as questões de 3 a 5.
Você vai ler um trecho do capítulo inicial do romance Lolita, considerado poesia em prosa pelo apura-
do trabalho estilístico, especialmente com a sonoridade.
Lolita
Lolita, luz de minha vida, labareda em minha carne. Minha alma, minha lama. Lo-li-ta: a ponta 
da língua descendo em três saltos pelo céu da boca para tropeçar de leve, no terceiro, contra os dentes. 
Lo. Li. Ta.
Pela manhã ela era Lô, não mais que Lô, com seu metro e quarenta e sete de altura e calçando uma 
única meia soquete. Era Lola ao vestir os jeans desbotados. Era Dolly na escola. Era Dolores sobre a linha 
pontilhada. Mas em meus braços sempre foi Lolita.
n NABOKOV, Vladimir. Lolita. Trad. Jorio Dauster. 
Rio de Janeiro: O Globo/ São Paulo: Folha de S.Paulo, 2003. p. 11.
Leia este trecho da canção Graffitis, de Adriana Calcanhoto.
[...]
Em meus passos, sapatos,
poeiras
postes
postos
poetas
profetas
projetos
[...]
n Disponível em: <www.mpbnet.com.br/musicos/adriana.calcanhotto/letras/graffitis.htm>.
Acesso em: 20 jan. 2013. 
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os soNs E sUAs REPREsENTAÇÕEs gRáFicAs
FAÇA
 NO
CAD
ERN
O!Questões de exames
 1. (Uepa)
“... Conto a vocês uma conversa que tive com 
um índio muito inteligente – o cacique Juruna. 
Ele me perguntou um dia quem inventou o ‘papé’. 
Eu quis explicar como é que se fabrica papel com 
madeira esmagada. Juruna reclamou que queria 
saber é do ‘papé’ verdadeiro.Esse que levado na 
mão de um homem o torna dono de terras que 
nunca viu e onde um povo viveu há séculos.” 
 n (Darcy Ribeiro)
Comparando a pronúncia predominante da palavra 
papel com a do cacique Juruna, [papéw] e [papé] 
respectivamente, observa-se que a variante fonoló-
gica caracteriza-se pela:
 a) substituição de um fonema sonoro final por um 
fonema surdo.
 b) supressão de uma vogal final.
 c) supressão de uma consoante final.
 d) redução de um ditongo aberto a uma vogal 
aberta.
 e) redução de um ditongo aberto a uma vogal 
fechada.
 2. (PUC-PR) Observe as palavras que seguem:
 1. Choque
 2. Hotel
 3. Varre
 4. Desce
 5. Passa
 6. Molha
Das palavras acima, são pronunciadas com 4 fonemas:
 a) todas elas.
 b) todas, menos a primeira.
 c) todas, menos a segunda.
 d) a segunda, a quarta e a quinta.
 e) somente a quarta e a quinta.
 3. (FGV-SP) Observe as palavras das três séries abaixo. 
Formule a regra que explica o som do s em cada uma 
dessas séries. 
 a) Casa esa, pisa, dengosa, usa, franceses, preciso, 
sisudo.
 b) Cansado, perseguir, absoluto, pulso, pseudôni-
mo, corsário.
 c) Transamazônica, transeunte, trânsito, transoceâ-
nico, transumano.
 4. (PUC-SP) Indique a alternativa em que constata-
mos, em todas as palavras, a semivogal i.
 a) cativos, minada, livros, tirarem
 b) oiro, queimar, capoeiras, cheiroso
 c) virgens, decidir, brilharem, servir
 d) esmeril, fértil, cinza, inda
 e) livros, brilharem, oiro, capoeiras
 5. (PUC-RS) Assinale a alternativa em que o x nunca é 
pronunciado como /ks/.
 a) atóxico, máximo, prolixo
 b) êxtase, exímio, léxico
 c) máximo, êxodo, exportar
 d) exportar, nexo, tóxico
 e) exímio, prolixo, êxodo
 6. (UFV-MG)As sílabas da palavra psicossocial e traído 
estão corretamente separadas em:
 a) psi-cos-so-ci-al / tra-í-do
 b) p-si-cos-so-cial / tra-í-do
 c) psi-co-sso-ci-al / traí-do
 d) p-si-co-sso-cial / tra-í-do
 e) psi-co-sso-ci-al / traí-do
 7. (Vunesp-SP)
“Dizer, bendizer, maldizer, confundem-se na 
massa dos sons. Tudo escapando da mesma boca, 
mas vozes diferentes atropelam-se nesse anun-
ciar-se de juízos, interesses, paixões e estados de 
espírito que se desmentem uns aos outros. Con-
tradizer-se é ainda uma solução para o conflito 
que nossos impulsos sucessivos travam por meio 
e à custa de palavras.”
 n (Carlos Drummond de Andrade)
No fragmento dado, há alguns encontros vocálicos. 
Identifique um hiato, um ditongo nasal e um diton-
go oral decrescente, transcrevendo os vocábulos e 
assinalando esses encontros.
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PArTe 1 A GrAmáTiCA dOs TexTOs
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333CAPÍTULO 3Gramática da frase: 
concordância, flexões e 
desinências
Após a leitura do enunciado acima, responda: o que é de nacionalidade brasileira, a laranja ou os produtores? Claro 
que são os produtores, e nada se diz sobre a procedência da laranja que produzem. E por que sabemos disso? Porque 
o adjetivo gentílico brasileiros está no masculino plural, concordando com um nome também masculino plural: 
produtores. Se, ao contrário, o gentílico estivesse no feminino singular: “Produtores de laranja brasileira não sabem 
como proceder após proibição norte-americana do uso de agrotóxico no produto”, teríamos certeza de que a laranja 
produzida seria de procedência brasileira, mas não poderíamos afirmar o mesmo dos produtores.
No enunciado, dá-se outra relação explicitada: entre o substantivo que funciona como núcleo do sujeito (produtores) 
e o verbo saber, na terceira pessoa do plural (sabem). 
Essas relações, evidenciadas pelas marcas das flexões e pelas desinências e orientadas pela concordância, permitem 
o entendimento de um enunciado.
■ Disponível em: <http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/geral/noticia/2012/01/resumo-do-jornal-nacional-rede-globo-3648429.html>. 
Acesso em: 20 jan. 2013.
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CAPÍTULO 3
29
GrAmáTiCA dA frAse: COnCOrdânCiA, fLexões e desinênCiAs
//////////////////////////// /////////////////////////////////////////////////
INTRODUÇÃO
Concordância é o fenômeno sintático pelo qual um substantivo ou um pronome pode exercer pressão de alteração formal sobre os pro-
nomes que o representam, os verbos de que ele é sujeito, e os adjetivos ou particípios que a ele se referem. Como resultado dessa coerção for-
mal, os referidos pronomes em causa recebem as marcas de pessoa, gênero e número, os verbos, as de pessoa e número, e os adjetivos e par-
ticípios, as de gênero e número, em relação ao substantivo ou pronome a que se referem. Assim, em As batatas estão cozidas, sendo batatas 
um substantivo feminino, usado no plural, o artigo toma a forma do feminino plural, porque se refere a batatas, o verbo estar se põe no 
plural e na terceira pessoa, o particípio passado cozido toma o gênero e o número de batatas.
■ DUBOIS, Jean et alii. Dicionário de linguística. São Paulo: Cultrix, 1986. p. 136.
Para melhor entender o mecanismo de concordância expresso na definição citada, vamos pensar em 
alguns aspectos discutidos nessa conceituação.
• Concordância é um fenômeno sintático: numa frase, as palavras se relacionam e criam vínculos umas com as 
outras; no caso dos termos da oração que apresentam um substantivo como núcleo, os eventuais adjuntos 
adnominais se subordinam ao substantivo e com ele estabelecem concordância, ou seja, os artigos, os adjeti-
vos, os pronomes adjetivos e os numerais adjetivos vão alterar suas desinências para se adaptarem ao subs-
tantivo. O mesmo ocorre entre o sujeito e o verbo do predicado.
• Alteração formal: o mecanismo de concordância trabalha com as flexões de certas palavras (portanto, 
trata-se de uma alteração formal); no caso dos pronomes, há as flexões de pessoa, número e gênero; no 
dos verbos, as de pessoa e número; já no caso dos adjetivos, os artigos, alguns numerais e os particípios 
(que, muitas vezes se cristalizam como adjetivos) são flexionados em gênero e número para estabelece-
rem concordância.
• Dois tipos de concordância: há dois tipos distintos de concordância – a nominal e a verbal. Concordância nominal 
é aquela que se estabelece entre o substantivo (ou pronome substantivo) que forma o núcleo de um termo e 
seus eventuais adjuntos adnominais, ou entre o substantivo que forma o núcleo do sujeito ou do objeto e seu 
predicativo; concordância verbal é aquela que se estabelece entre o substantivo (ou pronome substantivo) 
que forma o núcleo do sujeito e o verbo em torno do qual se organiza o predicado.
A GrAmáTiCA
DA PALAVrA
Em algumas palavras, encontram-se marcas que vão evidenciar os vínculos existentes em um enunciado. 
Isso é possível quando a palavra é flexionável, ou seja, quando admite adequação e modificação. Essas marcas 
são as desinências.
No caso do nome, as desinências que explicitam vínculos entre um núcleo nominal e seus satélites são as 
de gênero e número; no caso do verbo, as desinências que evidenciam o vínculo entre o núcleo do sujeito e o 
verbo são as de número e pessoa.
Voltando ao exemplo da abertura deste capítulo, podemos observar que o substantivo produtores está no 
masculino plural:
 produtor + -(e)s
 (ausên cia da desi nên cia (desi nên cia de plu ral)
 de femi ni no)
Nesse caso espe cí fi co, seu saté li te é o adje ti vo brasileiros, que apre sen ta as cate go rias de gêne ro (mas cu-
li no) e núme ro (plu ral) para se ade quar a produto res.
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PArTe 1 A GrAmáTiCA dOs TexTOs
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Outros materiais