Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
INTITUTO DE ENSINO SUPERIOR PLANALTO TEMPOS MODERNOS FRANCISCA JESSYELE SOUSA DOS REIS OLIVEIRA Trabalho acadêmico apresentado à disciplina de sociologia como componente de avaliação do semestre letivo 2/2016. Brasília –DF 2016 RESUMO O presente artigo tem por finalidade trazer uma análise acerca da sociedade no período do desenvolvimento industrial, compreendido como Revolução Industrial (séculos XVIII e XIX), ao passo que se ver os questionamentos e críticas Marxistas e suas contribuições sociológicas. Através do estudo do filme “Tempos Modernos”, de Charles Chaplin de 1936, pretende-se compreender as drásticas mudanças sociais criticadas por Karl Marx e discutidas em ambiente acadêmico, para entender-se o real significado e repercussão do capitalismo na sociologia. Palavras chaves: Revolução Industrial, Capitalismo, Tempos Modernos. INTRODUÇÃO O período histórico denominado de Revolução Industrial trouxe consigo mudanças radicais não apenas para a organização do trabalho, as relações sociais foram igualmente reestruturadas, deixando sua configuração linear e transformando- se em grupos (classes sociais). O interesse do industrial confrontava diretamente o desejo do operário, o sonho da ascensão social começa a ser despertado, a globalização cultural, econômica e tecnológica adquire proporções nunca vistas desde o surgimento das navegações comerciais, além do surgimento das pré-noções dos direitos e garantias dos trabalhadores começam a ser questionadas já nesse período. A sociedade já não é a mesma, há burgueses, proletários, socialistas e os que estão à margem de todo esse debate e progresso, não estão nem no chão das fábricas e muito menos no comando destas; são esquecidos pelo Estado e não apresentam serventia aos grandes capitalistas. Essa conjuntura convoca a sociologia a não apenas a analisar o fato concreto, mas a fornecer meios racionais para o pensamento crítico de enfrentamento desse novo panorama. TEMPOS MODERNOS A sociedade emergente vislumbrada por Auguste Comte no século XVIII trouxe consigo inúmeras questões que necessitavam de uma resposta imediata, não apenas pelo fato de que as explicações e formas de pensamentos (enraizados no segmento religioso da época) eram sobrepujados por uma nova configuração social, mas sobretudo, porque um “novo mundo” dinâmico, complexo e racional surgia e requeria que as ciências os acompanhassem e fornecessem o amparo essencial a essa inédita organização. A sociologia nasceu não de intenções, mas de uma necessidade humana, sedenta de observações, experiências e explicações. A sociedade da época de seu surgimento presenciou inúmeros acontecimentos que contribuíram para o seu avanço e firmaram a sociologia como uma ciência independente. Assim nossos ascendentes vivenciaram o Colonialismo Europeu, o Iluminismo, o Absolutismo, a Reforma Protestante, as Revoluções Americana, Francesa, Gloriosa e Industrial, ao passo que profundas reflexões acerca do individualismo, direitos, liberdades, trabalho, recursos e poder eram feitas. Entre esses citados eventos que repercutiram nas sociedades e por consequência, na sociologia, destaca-se a Revolução Industrial na Europa (séculos XVIII e XIX), que marcou excessivamente diversos segmentos da vida humana, desde a vida íntima no interior das residências, até o seu relacionamento com o dinheiro, propriedade e em especial, com o trabalho. O devastador aumento do bens de produção, a troca da manufatura pelo maquinofatura, a necessidade de especialização para determinado trabalho, o distanciamento do operário com o produto final, o crescimento do comércio, a possibilidade de migrar para centros urbanos em busca de melhores rendimentos, a posse dos meios de produção pela indústria que reverberam diretamente na relação de dominador e dominado, uma vez que temos agora uma categoria que vende sua força de trabalho (proletariado) e outra que lhe paga seu salário (burgueses, industriais) vão fornecer precedentes para o surgimento das divisões de classes, dos sindicatos, dos direitos trabalhistas, do capitalismo (como resultado da expansão industrial e do comércio) e do socialismo (como resposta à insatisfação gerada pela dominação burguesa e condições de trabalho, culminando na Revolução Russa de 1917). A Revolução Industrial é o marco social, econômico, político e tecnológico da idade moderna. Tamanha amplitude desses fatos, suas relações e efeitos são objeto de estudo de Karl Marx (filósofo, jurista e historiador, nascido em Trier, 1818). Marx em seus trabalhos critica fortemente o capitalismo, a burguesia e a exploração dos trabalhadores, que segundo ele, eram a cada dia, mais distanciados da participação política, da tomada de decisões, da vida social. Defendia a educação e o rompimento drástico por meio de revolução com os paradigmas sociais como formas de libertar o proletariado da alienação e da dominação do Estado que apenas garantia os privilégios da classe dominante. O pensamento revolucionário de Marx influenciou militâncias em todo o mundo, como o comunismo soviético (1917-1991), chinês (1949) e cubano (1962). Friedrich Engels (1820-1895) compartilhava dos mesmos ideais de Karl Marx, e juntos elaboraram em 1948 o Manifesto Comunista que reafirmava o desprezo de ambos pelo capitalismo e pela sociedade que este fomentou, conclamando o proletariado a uma organização de classe, capaz de modificar as estruturas socioeconômicas vigentes. O que estes estudiosos asseveravam era que a sociedade forjada pela Revolução Industrial era “doente”, cheia de mazelas, desigualdades, injustiças e exploração dos desprovidos de recursos pelos mais fortes, donos do capital, e que o atual regime econômico apenas garantia a perpetuação e acentuação deste cenário. A altos custos conquista-se o progresso e garante-se a ordem. Dessa forma, não foram poucas as críticas ao capitalismo, à classe dominante, ao Estado e divisões sociais. O descontentamento com a primazia do capital nas relações sociais foi manifestado de inúmeras formas: artigos, manifestos escritos, sátiras, publicações em jornais, filmes e mais agressivamente, com revoluções. No filme do famoso cineasta americano Charles Chaplin, Tempos Modernos (1936), têm-se claramente a retratação da sociedade da primeira metade do século XIX, que vivia a estrondosa novidade do incremento tecnológico no interior das fábricas. A automação, divisão do trabalho, a rigidez na execução das tarefas e seus efeitos nocivos aos trabalhadores, o consumismo, a organização de grupos para reivindicar e protestar contra o “Estado burguês”, a organização da sociedade em classes baseadas na autonomia financeira, a alienação do operário e dominação dos capitalistas, são alguns dos aspectos desse período presente no filme. O objeto de crítica do filme é ao mesmo tempo o responsável por seu sucesso: o capitalismo possibilitou a expansão e globalização da indústria cinematográfica. Chaplin soube utilizar a “fonte” para questionar a sociedade, - não apenas da época, mas como a posteridade – a ação de beber. Muito além de se questionar se foi correto ou não, benéfico ou maléfico para as nações o advento do desenvolvimento e expansão industrial com as Revoluções dos séculos XVIII e XIX, é necessário ver como as novas sociedades, concebidas desse processo histórico, se comportam hoje e respondem as indagações – feitas anteriormente com as Revoluções - e que implicam diretamente no cotidiano das pessoas. CONSIDERAÇÕES FINAIS A revolução industrialsempre foi alvo de questionamentos e duras críticas quanto a sua real contribuição a sociedade. Em especial aos pensadores Marxistas, o que o desenvolvimento da indústria e o capitalismo possibilitou foi apenas a acentuação do enriquecimento de uma classe em detrimento e alienação de outra. Muito do que temos e pensamos hoje foi idealizado e cunhado nesse período. As sociedades sofreram grande impacto com a ruptura dos paradigmas feudais, e nós sentimos ainda seus ecos. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS Filme: Tempos Modernos/ Chales Chapli. United Artists. E.U.A. 1936
Compartilhar