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FACULDADE DE ENGENHARIA DEPARTAMENTO DE ENHENHARIA SANITÁRIA E DO MEIO AMBIENTE DISCIPLINA: SANEAMENTO GERAL PROFESSORA: CAMILLE MANNARINO AULA: PARÂMETROS E PADRÕES DE QUALIDADE DA S ÁGUAS (ENSAIOS ECOTOXICOLÓGICOS) ENSAIOS ECOTOXICOLÓGICOS A determinação de parâmetros coletivos ou globais é comumente adotada como ferramenta de controle de poluição. pH, DBO, DQO, nitrogênio amoniacal, fósforo, cloretos, série sólidos, metais (Cd, Ni, Zn, Cu, Pb, Al, Fe) etc. Entretanto, efluentes podem apresentar grande complexidade e variabilidade de compostos orgânicos e inorgânicos, que não são identificados em análises físico-químicas. O controle de poluição por meio de parâmetros físico-químicos pode não ser suficiente para garantir que os efluentes não causarão efeitos tóxicos à biota aquática e à saúde humana. Toxicidade refere-se à capacidade de uma substância ou mistura de substâncias de produzir efeitos adversos a determinado organismo vivo. Ensaios de toxicidade: Avaliam o potencial tóxico de um agente químico ou de uma mistura. Os efeitos dos poluentes são mensurados pelas respostas de organismos vivos. Buscam identificar interações entre os poluentes e os organismos através da observação de indicadores biológicos, ou biomarcadores. Alterações de funções vitais ou de composição química nos organismos podem indicar efeitos de exposição a poluentes antes que danos letais possam ocorrer. As alterações podem ser bioquímicas, celulares, moleculares ou mudanças fisiológicas nas células, fluidos corpóreos, tecidos ou órgãos de um organismo. ENSAIOS ECOTOXICOLÓGICOS Ensaios de toxicidade: Os organismos-teste devem atender a critérios relativos à facilidade de manuseio, distribuição geográfica ampla, disponibilidade de aquisição, sensibilidade a poluentes e garantia de confiabilidade dos resultados. Exemplos: bactérias (decompositores), algas (produtores primários), protozoários (consumidores primários), microcrustáceos (consumidores) e peixes (consumidores). Ensaios agudos são realizados utilizando períodos de exposição dos organismos aos poluentes variando de 0 a 96 horas. Identificam respostas rápidas e severas dos organismos à exposição dos poluentes (morte, imobilidade etc.). Em ensaios crônicos, os organismos são expostos por um período mais longo, variando de dias a anos, de acordo com o ciclo de vida da espécie avaliada. Identificam danos que se manifestam após um período maior de exposição (alterações nos padrões de crescimento e reprodução dos organismos, alterações metabólicas, mutações etc.). São capazes de identificar efeitos subletais de poluentes em organismos, ou seja, efeitos que ocorrem antes da morte do organismo. ENSAIOS ECOTOXICOLÓGICOS ENSAIOS DE TOXICIDADE AGUDA Exemplos: ensaios ecotoxicológicos realizados com os organismos- teste Danio rerio (peixe), Daphnia similis (microcrustáceo) e Vibrio fisheri (bactéria). Ensaios com duração de 48h, de acordo com as normas NBR15088 (2006), NBR 12713 (2009) e NBR15411 (2006). Daphnia similis Danio rerio Efeito esperado: morte dos organismos Efeito esperado: imobilidade dos organismos Vibrio fisheri Efeito esperado: redução de emissão de luz pelos organismos Esquema básico de um ensaio de toxicidade K L K J J K J J J J J J J J J J J J J J 100 % de Solução Tóxica 75 50 25 12,5 0 (controle) 100 70 60 40 0 0 % do s Efeitos Observados no Organismo CL50 - Concentração Letal a 50% dos organismos em 24 horas de exposição L L L L L L L L L L (1:1) (1:1,3) (1:2) (1:4) (1:8) ENSAIOS DE TOXICIDADE AGUDA Determinação da CL50 ou CE50 Interpolação Gráfica: Porcentagens de efeito x Concentração da amostra (em escala logarítmica) Programa Trimmed Spearman-Karber ENSAIOS DE TOXICIDADE AGUDA Exemplo de laudo de toxicidade Fator de Diluição Concentração (%) % mortalidade E1 E2 E3 E4 E5 E6 E7 E8 E9 E10 E11 Controle 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1:8 12,5 0 0 10 0 0 0 0 1:4 25 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1:2 50 0 10 20 90 30 0 40 10 50 0 10 1:1,3 75 30 60 100 100 100 100 100 100 100 100 100 1:1 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 Fator de toxicidade 2 2 4 4 4 2 4 2 4 2 2 CL50 (%) 78,1 66,6 55,3 37,4 51,9 60,8 49,2 58,0 46,5 61,2 58,0 Unidades de Toxicidade (UT): menor fator de diluição da amostra em que não ocorreu o efeito tóxico esperado em mais de 10% dos organismos (CEO – Concentração de Efeito Observado). CL50: concentração necessária do efluente ensaiado para causar a morte em 50% dos organismos- teste. ENSAIOS DE TOXICIDADE AGUDA Exemplo: Biomarcadores de toxicidade subcrônica: Nível individual: tamanho, peso e fator de condição. Nível molecular: nível de Metalotioneína biomarcador de exposição a metais pesados; atividade da enzima Acetilcolinesterase indicador de efeitos neurotóxicos decorrentes da exposição a agrotóxicos organofosforados e carbamatos; concentração de HPA’s na bile indicador de exposição a HPA’s. Nível celular: frequência de Micronúcleos e outras anormalidade nucleares indicativo de dano ao material genético das células (efeitos genotóxicos). ENSAIOS DE TOXICIDADE CRÔNICA
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