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FACULDADE DE ENGENHARIA DEPARTAMENTO DE ENHENHARIA SANITÁRIA E DO MEIO AMBIENTE DISCIPLINA: SANEAMENTO GERAL PROFESSORA: CAMILLE MANNARINO AULA: CAPTAÇÃO DE ÁGUA FONTES DE ÁGUA PARA ABASTECIMENTO O homem possui dois tipos de fontes para seu abastecimento: Águas superficiais rios, lagos, canais, etc. Águas subterrâneas lençóis subterrâneos Efetivamente essas fontes não estão sempre separadas. Em seu deslocamento pela crosta terrestre a água, que em determinado local é superficial, pode ser subterrânea em uma próxima etapa e até voltar a ser superficial posteriormente. As águas de superfície são as de mais fácil captação tendência a que sejam mais utilizadas para consumo humano. No entanto, menos de 5% da água doce existente no globo terrestre encontra-se disponível superficialmente, estando o restante armazenado em reservas subterrâneas. Nem toda água armazenada no subsolo pode ser retirada em condições economicamente viáveis, principalmente as localizadas em profundidades excessivas e confinadas entre formações rochosas. Quanto a sua dinâmica de deslocamento, as águas superficiais são freqüentemente renovadas em sua massa enquanto que as subterrâneas podem ter séculos de acumulação em seu aqüífero, pois sua renovação é muito mais lenta, principalmente nas camadas mais profundas. CAPTAÇÃO A captação tem por finalidade criar condições para que a água seja retirada do manancial abastecedor em quantidade capaz de atender ao consumo e em qualidade tal que dispense tratamentos ou os reduza ao mínimo possível. É a unidade de extremidade de montante do sistema. Chama-se de manancial abastecedor a fonte de onde se retira a água com condições sanitárias adequadas e vazão suficiente para atender a demanda. No caso da existência de mais de um manancial, a escolha é feita considerando-se não só a quantidade e a qualidade mas, também, o aspecto econômico. Menor custo de implantação pode implicar em custo de operação e manutenção maior. Na escolha de manancial, também deve-se levar em consideração o consumo atual provável, bem como a previsão de crescimento da comunidade e a capacidade ou não de o manancial satisfazer a este consumo. Todo e qualquer sistema é projetado para servir, por certo espaço de tempo, denominado período de projeto. O manancial é a parte mais importante de um abastecimento de água. De sua escolha criteriosa depende o sucesso das demais unidades do sistema, no que se refere tanto à quantidade como à qualidade da água a ser disponibilizada à população. ESCOLHA DO MANANCIAL (DE SUPERFÍCIE) Levantamento do mapa geográfico da área da localidade a ser abastecida e da região ao seu entorno O manancial e a localização da captação influenciam: no tipo de tratamento da água; no comprimento, perfil topográfico e desnível altimétrico da adução; no aproveitamento das unidades de abastecimento existentes; na disposição das unidades de reservação e distribuição. Estimativa da vazão mínima dos mananciais em estudo, nos pontos mais indicados para a sua captação, e conhecimento das vazões disponíveis para captação segundo o órgão responsável pela gestão dos recursos hídricos Levantamento sanitário da bacia hidrográfica a montante dos possíveis pontos de captação: Usos da terra e da água Atividades degradadoras da vegetação e poluidoras da água, do solo e do ar Conhecimento dos usos da água a jusante dos pontos de captação em estudo Levantamento das características físicas, químicas e biológicas da água e avaliação do transporte de sólidos, em épocas representativas do ano, nos pontos cogitados para a localização da captação Levantamento de dados, informações ou estimativas sobre os níveis de água máximo e mínimo nos locais de captação em estudo, com a indicação dos prováveis períodos de recorrência Levantamento de informações e dados planialtimétricos, batimétricos e geotécnicos que permitam a realização de estudos técnicos e econômicos comparativos dos locais estudados para a localização da capatação Tipos de estudo a serem realizados: ESCOLHA DO LOCAL DE CAPTAÇÃO Situar-se em ponto que garanta a vazão demandada pelo sistema e a vazão residual estabelecida pelo órgão de gestão das águas Situar-se à montante da localidade a que se destina e à montante de outras fontes de poluição importantes Local que garanta água com qualidade compatível com as tecnologias de tratamento técnica e economicamente possíveis de serem adotadas na localidade Situar-se em cota altimétrica superior à localidade a ser abastecida (para adução por gravidade), desde que a distância e o percurso de adução não inviabilizem economicamente essa alternativa Caso a adução por gravidade seja inviável técnica ou economicamente, a captação deve situar-se em cota altimétrica que resulte menor desnível geométrico em relação à localidade Situar-se em terreno que apresente condições de acesso, características geológicas, batimétricas, níveis de inundação e condições de arraste e deposição de sólidos favoráveis ao tipo e porte da captação a ser implantada Situar-se em trecho reto do curso d’água ou, caso não seja possível, em local próximo à margem externa Permitir que as estruturas e dispositivos de captação fiquem protegidos de ação erosiva da água e dos efeitos prejudiciais decorrentes de remanso e da variação de nível do curso d’água Resultar o mínimo de alterações no curso d’água em decorrência da implantação das estruturas e dispositivos de captação Condições gerais a serem atendidas pelo local de captação : TIPOS DE CAPTAÇÃO DE ÁGUA DE SUPERFÍCIE Captação direta ou a fio d’água Aplica-se a cursos d’água onde a vazão mínima utilizável é superior à vazão de captação Necessidade de nível d’água mínimo suficiente para adequado posicionamento de tubulação ou outro dispositivo de tomada Captação com barragem de regularização de nível de água Aplica-se a cursos d’água onde a vazão mínima utilizável é superior à vazão de captação O nível d’água mínimo não é suficiente para adequado posicionamento de tubulação ou outro dispositivo de tomada elevação no nível utilizando barragem de pequena altura (soleira) Captação com reservatório de regularização de vazão destinado prioritariamente ao abastecimento público de água Empregada quando a vazão mínima utilizável é inferior à vazão de captação necessária Construção de barragem que permita acúmulo de volume de água que permita a captação da vazão necessária em qualquer época do ano Deve garantir ainda fluxo residual de água em quantidade adequada à manutenção da vida aquática e a outros usos a jusante da barragem Captação em reservatórios de usos múltiplos Ocorre em reservatórios artificiais ou em lagos naturais cujas águas não tenham o seu uso prioritário relacionado ao abastecimento público de água Captações não convencionais Permitem o uso de equipamentos movidos por energia não convencional como a eólica, solar, de impulso por jato d’água, etc. DISPOSITIVOS CONSTITUINTES DAS CAPTAÇÕES Os dispositivos que usualmente estão presentes numa captação de água de superfície são: Tomada d’água Existente em todo o tipo de captação Pode se dar por tubulação de tomada, caixa de tomada, canal de derivação, poço de derivação, tomada de água com estrutura em balanço, captação flutuante ou torre de tomada Barragem de nível ou soleira Utilizada em mananciais cuja lâmina mínima de água é insuficiente para a necessária submergência do dispositivo de tomadad’água Reservatório de regularização de vazão Para situações em que a vazão mínima disponível do manancial for menor do que a vazão de captação Grades e telas Geralmente presentes em todo o tipo de captação Retêm materiais flutuantes ou em suspensão de grandes dimensões Desarenador (caixa de areia) Utilizado quando o curso d’água apresenta transporte intenso de sólidos Destina-se a remover da água a areia de uma dada granulometria EXEMPLOS DE CAPTAÇÕES (MANANCIAIS DE SUPERFÍCIE) Margens estáveis Margens sujeitas a erosão Margens instáveis Lâmina líquida baixa Pequenas vazões e grande oscilação de nível Com areia em suspensão CAPTAÇÃO DE ÁGUA SUBTERRÂNEA Mananciais naturais ou aflorantes: Fontes, nascentes ou minas São mais susceptíveis à poluição e às variações sazonais de vazão Seu uso deve ser precedido de um criterioso exame na área de recarga e sobre o comportamento da sua vazão Mananciais subsuperficiais: Poços rasos Escavação manual ou mecânica. Sua profundidade, suficiente apenas para penetrar na zona saturada em espessura segura para obter água, é definida pelo nível do lençol freático Poços manuais simples escavações verticais feitas com ferramentas manuais. Geralmente têm seção circular e diâmetro próximo de 1m Poços tubulares escavações verticais feitas a trado ou por cravação de hastes metálicas, geralmente em solos inconsolidados Poços amazonas escavações verticais, geralmente rasas e com até 10m de profundidade e diâmetro entre 3 a 6m. Próprio de áreas onde o terreno é muito instável por excesso de água no solo (areias movediças). muito comum na região amazônica. CAPTAÇÃO DE ÁGUA SUBTERRÂNEA Mananciais subsuperficiais (continuação): Drenos valas ou trincheiras abertas desde a superfície do terreno até atingir o aqüífero, onde se introduzem tubos ranhurados envoltos em manta permeável e em elementos de granulometria controlada, capazes de direcionar o fluxo das águas subterrâneas para pontos de interesse. Barragens subterrâneas construções destinadas a criar um reservatório artificial no interior de sedimentos aluvionares, semelhantes aos lagos produzidos por barramentos convencionais. Constrói- se um obstáculo impermeável com a finalidade de barrar o fluxo de água subterrânea e elevar o seu nível a montante do barramento. Mananciais profundos Maior custo construtivo Atingem aqüíferos confinados entre camadas impermeáveis Podem ter mais de 500m de profundidade Exige estudos hidrogeológicos detalhados Deve-se conhecer a distribuição de poços na região, as áreas de recarga e descarga EXEMPLOS DE CAPTAÇÕES (MANANCIAIS SUBTERRÂNEOS) Poço raso comum Galeria filtrante USO DOS MANANCIAIS DE ABASTECIMENTO - BRASIL Atlas de Saneamento – IBGE, 2004 (dados da PNSB, 2000) Originalmente, o rio Guandu era formado apenas pela junção das águas do Ribeirão das Lajes com o rio Santana. No entanto, com a necessidade do aumento de geração de energia no complexo Light Piraí, se fez necessária a utilização da água provenientes do rio Paraíba do Sul. Para que isso fosse possível, foram construídas algumas barragens e usinas elevatórias para fazer a transposição da bacia do rio Paraíba do Sul para a bacia do rio Guandu. A vazão do rio Guandu, que era originalmente cerca de 20m3/s, passou a ser aproximadamente 160m3/s, o que viabilizou a captação de água neste rio para abastecimento público.
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