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Honorários Advocatícios no Novo CPC (art

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23/05/2016 Honorários Advocatícios no Novo CPC (art. 85) | Artigos Jusbrasil
http://brunopereiramacedo.jusbrasil.com.br/artigos/308532748/honorarios­advocaticios­no­novo­cpc­art­85?print=true 1/6
Honorários Advocatícios no Novo CPC (art. 85)
Publicado por Bruno Macedo ­ 2 meses atrás
É inegável que o Novo Código de Processo Civil trouxe diversas conquistas para a
advocacia nacional, não sendo diferente no que compreende aos honorários
sucumbenciais. O que se espera com a entrada em vigor do novo códex é que,
finalmente, os honorários sucumbenciais sejam fixados de modo digno e
respeitem o trabalho essencial realizado pelos advogados em prol dos
jurisdicionados.
No caput do artigo 85, do Novo CPC, temos uma sútil, mas importantíssima
alteração. O referido dispositivo traz expressamente que os honorários são
devidos pela parte vencida ao ADVOGADO do vencedor. Tal alteração em um
primeiro momento pode até não ser percebida como significativa, contudo,
comparada ao art. 20 do CPC/73, o qual previa que o vencido pagaria honorários
ao vencedor, acaba­se com qualquer dúvida de que o advogado é o legítimo credor
dos honorários sucumbenciais.
A sucumbência, via de regra, é o fato gerador da obrigação do vencido de pagar
honorários ao advogado do vencedor, entretanto, o § 10, do artigo em comento,
prevê uma hipótese em que, mesmo a ação sendo julgada procedente, o autor
Jusbrasil ­ Artigos
23 de maio de 2016  
23/05/2016 Honorários Advocatícios no Novo CPC (art. 85) | Artigos Jusbrasil
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pagará honorários ao patrono da parte vencida. Trata­se da hipótese de perda
superveniente do objeto, onde a parte que deu causa ao processo será condenada
ao pagamento de honorários.
Ademais, tudo leva a crer que esse parágrafo não é taxativo, mantendo­se a lógica
da causalidade na fixação dos honorários, de modo que aquele quem deu causa
para a ação jurisdicional deve arcar com os honorários advocatícios (exemplo:
ação cautelar de exibição de documentos, documentos exibidos em sede de
contestação, comprovação de que o autor não tentou obter tais documentos antes
da propositura da ação).
O § 1º elenca as hipóteses onde são devidos os honorários. Desse modo, restam
expressamente previstos os honorários advocatícios em sede de reconvenção e
cumprimento de sentença, tal como o STJ já vinha decidindo. Por outro lado, cabe
citar que os honorários são devidos até mesmo no cumprimento de sentença
provisória, ponto que contraria o entendimento até então adotado pelo STJ.
O Novo CPC cria a regra de “graduação dos honorários”. Quer dizer que,
respeitados os limites mínimo e máximo (10% a 20%), os julgadores deverão
majorar os honorários em decorrência de recursos, sejam estes julgados de
maneira monocrática ou colegiada. Logo, a cada novo recurso o julgador deverá
estar atento à fixação dos honorários, de modo a levar em conta o trabalho
adicional em grau recursal realizado pelo causídico (Art. 85, § 11, do CPC/2015).
Nesse ponto, sustenta­se que os honorários são consequência do efeito devolutivo
amplo dos recursos, de tal maneira que mesmo não havendo pedido expresso para
condenação da parte adversa ao pagamento de honorários advocatícios, deverá o
julgador se atentar as regras do art. 85 do Novo CPC.
Dito isso, pois, mesmo sob a égide do CPC/73 o entendimento da doutrina é de
que os honorários fazem parte do rol dos “pedidos implícitos”. Assim, mesmo que
não conste expressamente na petição apresentada ­ o pedido de condenação da
parte vencida em honorários – tal pleito deverá ser analisado de ofício pelo
magistrado. Desse modo, a decisão que deixa de fixar honorários em favor do
advogado da parte vencedora é passível de embargos de declaração,
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independentemente da existência de pedido expresso.
Outra novidade referente aos honorários corresponde aos parâmetros para
fixação. Foi incluído no Novo CPC o proveito econômico como balizador dos
honorários para os casos em que não há condenação em valores. Trata­se, por
exemplo, das hipóteses de ações meramente declaratórias que porventura gerem
alguma vantagem econômica para o vencedor, ou até mesmo no caso de decisão
de improcedência de pedido de condenação, hipótese em que o proveito
econômico corresponde aos os valores que o réu não precisou pagar ao autor.
Outra alteração é a fixação dos honorários com base no valor da causa quando
não houver condenação ou proveito econômico.
No CPC/73, inexistindo condenação era permitido ao juiz fixar os honorários sem
respeito a qualquer parâmetro objetivo. Por sua vez, no Novo CPC, o juiz tem uma
gradação de parâmetros para fixar os honorários, preferencialmente, entre dez e
vinte por cento do valor da condenação, do proveito econômico obtido ou do
valor da causa.
Os critérios a serem avaliados pelo julgador no momento de fixação do percentual
foram mantidos, portanto, deve­se observar o grau de zelo do profissional, o lugar
de prestação do serviço, a natureza e a importância da causa, o trabalho realizado
pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço.
E como os magistrados devem proceder nas causas em que for inestimável ou
irrisório o proveito econômico ou quando o valor da causa for muito baixo?
Nessas situações o juiz arbitrará os honorários por apreciação equitativa,
respeitando o disposto no § 2º, do artigo 85, do CPC/2015.
Seguindo, o § 9º reza que, nas ações de indenização por ato ilícito contra pessoa,
o percentual do honorário incidirá sobre as prestações vencidas acrescida das
doze prestações vincendas.
Ainda tratando do art. 85, o § 14 ratifica a posição jurisprudencial já adotada, a
respeito do caráter alimentar dos honorários advocatícios, de modo que apenas
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traz uma confirmação legislativa sobre o tema. Mas, a verdadeira mudança
prevista nesse parágrafo, digna de elogios, vem em sua parte final, oportunidade
em que VEDA a compensação dos honorários em caso de sucumbência parcial.
Nos termos do art. 21 do CPC/73, os honorários eram proporcionalmente
distribuídos e compensados na hipótese de sucumbência recíproca, o que a meu
ver era uma teratologia jurídica.
Dito isso, pois, o instituto da compensação previsto nos artigos 368 a 380 do
Código Civil, prescinde para sua ocorrência de reciprocidade entre credores, o que
obviamente não ocorre com os honorários sucumbenciais.
A condenação ao pagamento de honorários advocatícios torna a parte vencida
devedora, por consequência, o patrono do vencedor se torna credor. Assim,
mesmo na hipótese de sucumbência parcial, tem­se que ambas as partes são
devedoras e seus patronos são os credores dos valores fixados a título de
honorários sucumbenciais.
Portanto, evidente que não deveria haver compensação por não existir
reciprocidade de credores. Contudo, até o presente momento, o STJ ratificava o
disposto no CPC/73, por meio de entendimento sumulado, em total afronta ao art.
23 do Estatuto da Advocacia (Lei 8.906/1994), o qual prevê que o advogado é o
titular do crédito oriundo da condenação judicial ao pagamento de honorários.
Desse modo, o Novo CPC veio para sanar tal ilegalidade para com os advogados.
O § 15 prevê a possibilidade de o advogado requerer que os honorários sejam
revertidos em favor da sociedade de advogados que integra. Nesse ponto, entende­
se pela possibilidade da referida regra em decorrência do caráter patrimonial da
verba honorária, a qual é renunciávele transacionável, podendo haver previsão
contratual entre a sociedade e o advogado a respeito do tema.
O § 16, da norma em análise, dispõe que os juros moratórios correrão a partir da
data do trânsito em julgado da decisão quando os honorários forem fixados em
quantia certa.
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Mantem­se no Novo CPC (§ 17) a previsão de honorários advocatícios mesmo nos
processos em que o advogado atue em causa própria, uma vez que além de parte,
ele exerce sua atividade profissional, a qual deve ser remunerada.
Uma significativa alteração que beneficia claramente os advogados é a contida no
§ 18. Como dito anteriormente, os honorários advocatícios são classificados como
“pedidos implícitos”. Ocorre que, antes do Novo CPC, após o trânsito em julgado
da decisão que era omissa quanto à fixação dos honorários, o advogado não
possuía nenhum meio de pleitear a verba alimentar. Inclusive, o entendimento
sumulado do STJ era de que não cabia ação de execução sem título executivo,
tampouco ação de conhecimento para cobrança dos honorários esquecidos pela
decisão transitada em julgado. Contudo, para alegria da classe, o dispositivo em
comento traz a possibilidade do ajuizamento de ação autônoma para definir e
cobrar os honorários outrora esquecidos no momento de prolação da decisão, a
qual transitou em julgado.
O § 19, do artigo em discussão, trouxe uma grande vitória para os advogados
públicos, uma vez que os tornam credores dos honorários de sucumbência.
Entretanto, por ser norma de eficácia limitada, depende ainda de uma norma que
regulamente o recebimento dos respectivos honorários.
Por fim, outra grande novidade, diz respeito à condenação da Fazenda Pública ao
pagamento de honorários nos processos em que esta for sucumbente. Assim, a
prática rotineira de fixação dos honorários abaixo do mínimo legal resta
prejudicada, em decorrência da “tabela” escalonada prevista no § 3º, do artigo 85,
do Novo CPC. Ao observar os incisos da referida norma, nota­se que o legislador
se preocupou em atribuir diferentes percentuais a depender do valor da
condenação ou do proveito econômico.
Destarte, o Novo CPC traz diversas alterações quanto aos honorários
sucumbenciais e, portanto, espera­se que os magistrados respeitem as regras
estabelecidas para fixação dos honorários advocatícios, em prol da valorização da
classe dos advogados, essencial para o acesso dos cidadãos à justiça.
Referência Bibliográfica
23/05/2016 Honorários Advocatícios no Novo CPC (art. 85) | Artigos Jusbrasil
http://brunopereiramacedo.jusbrasil.com.br/artigos/308532748/honorarios­advocaticios­no­novo­cpc­art­85?print=true 6/6
BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Informativo 519/STJ, 3ª Turma, REsp
1.232.157/RS, rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, j. 19.03.2013.
______. ______. Informativo 533/STJ, 2ª Seção, REsp 1.291.736/PR, rel. Min.
Luis Felipe Salomão, j. 20.11.2013.
______. ______. 4ª Turma, REsp 851.893/DF, rel. Min. Raul Araújo, j.
07.08.2012.
DIDIER JR., Fredie. Curso de Direito Processual Civil. 5. Ed. Salvador:
JusPodivm, 2005.
DINIZ. Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro. São Paulo: Saraiva, 2003.
NERY JR., Nelson; NERY, Rosa Maria de Andrade. Código de Processo Civil
Comentado. 10 ed. São Paulo: RT, 2008.
NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Novo Código de Processo Civil – Lei
13.105/2015. São Paulo: Método, 2015.
_______. Novo CPC Comparado – Lei 13.105/2015. São Paulo: Método, 2015.
Disponível em:  http://brunopereiramacedo.jusbrasil.com.br/artigos/308532748/honorarios­advocaticios­no­novo­cpc­
art­85  
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Bruno Macedo
Advogado, Sócio Fundador da Costa, Macedo & Nogueira Advogados
Bruno Macedo é advogado, sócio diretor da Costa, Macedo e Nogueira Advogados, gestor
das pastas de Direito de Família, Civil e Processo Civil, do  referido escritório. Membro da
Comissão de Direito das Famílias e Sucessões da OAB­DF e membro do  Instituto
Brasileiro de Direito de Família  ­  IBDFAM.

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