Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Universidade Regional do Cariri Centro de Estudos Sociais Aplicados Departamento de Economia Curso de Economia – Campus Iguatu ESTATISTICA ECONOMICA I IGUATU MARÇO - 2016 A NATUREZA DA ESTATISTICA / POPULAÇÃO E AMOSTRA CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA ESTATÍSTICA Vem do latim “status” = Estado Inicialmente envolvia: compilações de dados e gráficos representativos dos vários aspectos de um estado ou país. - taxa de mortalidade, - taxa de nascimento, - renda, - taxa de desemprego, etc. PANORAMA HISTÓRICO • Em 1085, Guilherme O Conquistador, ordenou que fosse feito na Inglaterra um levantamento de: terras, propriedades, proprietários, uso da terra, empregados, com finalidade guerreira e fiscal. • No século XVII, John Graunt e Halley após exaustivas análises sobre registros de nascimentos e mortes, geraram as “Tábuas de Mortalidade”, e entre outras coisas, se concluiu que, entre o número de nascimentos de crianças na Inglaterra, 51% eram meninos e 49% eram meninas. • Iniciou em 1853 até atualmente, é marcado pelo aperfeiçoamento de técnicas, intercâmbio de informações, pesquisas sobre a relação causa e efeito. Contexto Histórico Todas as ciências têm suas raízes na história do homem. A matemática, que é considerada “a ciência que une a clareza do raciocínio à síntese da linguagem”, originou-se do convívio social, das trocas, da contagem, com caráter prático, utilitário e empírico. A Estatística, ramo da matemática aplicada, teve origem semelhante. Desde a antiguidade, vários povos já registravam o número de habitantes, de nascimentos, de óbitos, faziam estimativas das riquezas individual e social, distribuíam eqüitativamente terras ao povo, cobravam impostos e realizavam inquéritos quantitativos por processos que, hoje, chamaríamos de "estatísticas". Na idade média colhiam-se informações, geralmente com finalidades tributárias ou bélicas. A partir do século XVI começaram a surgir as primeiras análises sistemáticas de fatos sociais, como batizados, casamentos, funerais, originando as primeiras tábuas e tabelas e os primeiros números relativos. No século XVIII o estudo de tais fatos foi adquirindo, aos poucos, feição verdadeiramente científica. Godofredo Achenwali batizou a nova ciência (ou método) com o nome de Estatística, determinando o seu objetivo e suas relações com as ciências. As tabelas tornaram-se mais completas, surgiram as representações gráficas e o cálculo das probabilidades, e a Estatística deixou de ser simples catalogação de dados numéricos coletivos para se tornar o estudo de como chegar a conclusões sobre o todo (população), partindo da observação de partes desse todo (amostra). MÉTODO é um conjunto de meios dispostos convenientemente para se chegar a um fim que se deseja. Métodos Científicos: • Método Experimental: consiste em manter constantes todas as causas (fatores), menos uma, e variar esta causa de modo que o pesquisador possa descobrir seus efeitos, caso existam. • Método Estatístico: Admite todas essas causas presentes variando- as, registrando essas variações e procurando determinar, no resultado final, que influências cabem a cada uma delas. MÉTODOS CIENTÍFICOS 1 - INTRODUÇÃO 1.1 - UMA DEFINIÇÃO: Estatística é a ciência que coleta, classifica e avalia numericamente fatos que servirão de base para inferências. É um conjunto de técnicas para se obter conhecimento preciso, a partir de informações incompletas; é um sistema científico para coleta, organização, análise, interpretação e apresentação de informações que possam ser colocadas sob forma numérica. A Estatística trata de idéias e métodos que visam aperfeiçoar a obtenção de conclusões a partir de informações numéricas, na presença da incerteza. Ela compreende duas funções: - Estatística Descritiva - Estatística Indutiva ou Inferencial 1.2 - ESTATÍSTICA DESCRITIVA: Trata da observação de fenômenos de mesma natureza, da coleta de dados numéricos referentes a esses fenômenos, da sua organização e classificação através de tabelas e gráficos, bem como da análise e interpretação. 1.3 - ESTATÍSTICA INDUTIVA OU INFERÊNCIAL: Estuda as características de uma população, com base em dados obtidos de amostras. 1.4 - POPULAÇÃO E AMOSTRA População Estatística é a totalidade dos elementos de características comuns, pertencentes a um universo sobre o qual se deseja estabelecer conclusões ou exercer ações. Ela pode ser finita ou infinita. Amostra é um subconjunto de elementos extraídos da população. A técnica de seleção desses elementos denomina- se Amostragem. 1.5 - TIPOS DE AMOSTRAGEM 1.5 - TIPOS DE AMOSTRAGEM Amostragem Aleatória Simples: Cada elemento da população tem a mesma chance de ser selecionado. Os elementos são escolhidos por sorteio. Amostragem Estratificada - A população é dividida em estratos homogêneos, sendo selecionada uma amostra aleatória de cada estrato. (Grau de instrução, nível de renda, classe social, local de residência, faturamento, receita, lucro líquido, rentabilidade, etc., são fatores de estratificação que podem ser considerados). Amostragem Sistemática - Os elementos são selecionados segundo uma regra predefinida: 1 a cada 10, 1 a cada 15, etc. É bastante utilizado quando os elementos da população estão arranjados em ordem. 1.6 - VARIÁVEL DISCRETA Assume valores inteiros. É resultante da contagem do número de itens com determinada característica. Ex.: número de clientes, sexo, grau de instrução, origem, etc.. 1.7 - VARIÁVEL CONTÍNUA Pode assumir qualquer valor num intervalo. Ex.: altura, peso, comprimento, liquidez, rentabilidade, solvência, etc.. Pode resultar de medições numa escala. RESUMO Estatística Descritiva Estatística Indutiva/Inferencial POPULAÇÃO Aleatória Simples Estratificada Sistemática AMOSTRA VARIÁVEL DISCRETA VARIÁVEL CONTÍNUA 2 - O MÉTODO ESTATÍSTICO A realização de uma pesquisa deve passar, necessariamente, pelas fases resumidas no diagrama abaixo, se se deseja um resultado satisfatório e preciso: Definição do Problema Planejamento Coleta dos Dados Crítica dos Dados Apresentação dos Dados Tabelas e GráficosAnalise e interpretação dos Dados 2.1 - DEFINIÇÃO DO PROBLEMA Saber exatamente o que se pretende pesquisar é o mesmo que definir corretamente o problema. Portanto, a primeira fase consiste em uma definição ou formulação correta do problema a ser estudado. 2.2 - PLANEJAMENTO Nele se determina o procedimento necessário para resolver o problema, como levantar informações sobre o assunto objeto do estudo. Nesta fase é importante a escolha das perguntas, que, na medida do possível, devem ser fechadas. No caso de um experimento, deve-se atentar para os objetivos que se pretende alcançar. O levantamento de dados pode ser de dois tipos: censitário (quando envolve toda a população) por amostragem (quando é utilizada uma fração da população) Outros elementos do planejamento de uma pesquisa são: cronograma das atividades, custos envolvidos, exame das informações disponíveis, delineamento da amostra, etc.. 2.3 - COLETA DE DADOS Consiste na busca ou compilação dos dados. Quanto ao tempo, ela pode ser classificada em: a) Contínua: quando realizada permanentemente. Ex.: inflação, desemprego, etc. b) Periódica: quando é feita em intervalos de tempo. Ex.: censo. c) Ocasional: quando efetuada sem época preestabelecida. Ex.: pesquisa de mercado, pesquisa eleitoral. 2.4 - CRÍTICA DOS DADOS Objetiva a eliminaçãode erros capazes de provocar futuros enganos. Faz-se uma revisão crítica dos dados, suprimindo os valores estranhos ao levantamento. 2.5 - APRESENTAÇÃO DOS DADOS A organização dos dados denomina-se Série Estatística. Sua apresentação pode ocorrer por meio de tabelas ou gráficos. 2.6 - ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS Esta fase consiste em tirar conclusões que auxiliem o pesquisador a resolver seu problema, descrevendo o fenômeno através do cálculo de medidas estatísticas, especialmente as de posição e as de dispersão. 3 - REPRESENTAÇÃO TABULAR Consiste em dispor os dados em linhas e colunas, distribuídas de modo ordenado, segundo algumas regras práticas e obedecendo (ainda) à Resolução no 886/66, de 26 de outubro de 1966, do Conselho Nacional de Estatística. 3.1- SÉRIES ESTATÍSTICAS São os dados organizados em forma de tabelas. De acordo com o fenômeno, o local e a época de ocorrência, as Séries Estatísticas classificam-se em Temporal, Especificativa e Geográfica. Séries estatística Tabela: Tabela é um quadro que resume um conjunto de observações Séries estatística Uma tabela compõe-se de: a)Título – É a parte superior da tabela, na qual se indicam a natureza do fato estudado, o local e a época em que foi observado. b) Linha – É a parte da tabela que contém uma série horizontal de informações. c) Coluna – É a parte da tabela que contém uma série vertical de informações. d) Casa ou célula – É a parte da tabela formada pelo cruzamento de uma linha com uma coluna, destinada a um registro. Séries estatística Uma tabela compõe-se de: e) Corpo – É a parte da tabela composta de linhas e colunas que contêm informações sobre a variável em estudo; f) Cabeçalho – É a parte da tabela que especifica o conteúdo das colunas, e forma a parte superior da tabela; g) Coluna indicadora – parte da tabela que especifica o conteúdo das colunas; h) Rodapé – É o espaço aproveitado em seguida ao fecho da tabela onde são colocadas as notas de natureza informativa (Fonte, notas e chamadas); Séries estatística Uma tabela compõe-se de: i) Fonte – É a informação colocada no rodapé da tabela referindo-se à entidade que originou ou forneceu os dados expostos; j) Notas e chamadas – São as informações, em linguagem concisa, colocadas no rodapé da tabela, em seguida à indicação da fonte, quando a matéria contida na tabela exige esclarecimentos. A nota é usada para conceituação ou esclarecimento geral e a chamada para esclarecer certas minúcias em relação a casas, linhas e colunas. Séries estatística Exemplo: Confeccionar uma tabela da Produção de Café no Brasil de 1978 a 1982, produção em 1.000 t. sendo: 1978 - 2.535 t; 1979 - 2.666 t; 1980 - 2.122 t; 1981 - 3.750 t e 1982 - 2.007t. Fonte IBGE. . Séries estatística SÉRIES ESTATÍSTICAS: Denominamos série estatística toda tabela que apresenta a distribuição de um conjunto de dados estatísticos em função da época, do local ou da espécie. Séries estatística SÉRIES ESTATÍSTICAS: Daí podemos inferir que numa série estatística observamos a existência de três elemento ou fatores: o tempo, o espaço e a espécie. Conforme varie um dos elementos da série, podemos classificá-la em histórica, geográfica e específica. 3.1.1 Série Temporal É a série estatística em que os dados são observados segundo a época de sua ocorrência. Tabela 01 – Lançamento de super-remédios no mercado brasileiro, período 1997 - 2002 Anos Quantidade de super-remédios 1997 1998 1999 2000 2001 2002 18 29 33 40 50 69 FONTE: Rev. Veja, ed. 26/06/2002 3.1.1 Série TemporalTabela 02 – Desempenho Operacional da Varig (em R$ milhões), período 1997 - 2001 Anos Valores 1997 1998 1999 2000 2001 41 37 61 198 483 FONTE: Rev. Época, 15/jul/2002 3.1.2 Série Geográfica É a série estatística em que os dados são observados segundo o local onde ocorreram. Tabela 03 – Candidatos a Dep. Federal nos estados da região NE do Brasil, 2002 Estados Número de candidatos Alagoas Ceará Maranhão Paraíba Pernambuco Piauí Rio Grande do Norte Sergipe Bahia 267 516 474 220 631 204 233 237 569 FONTE: Tribunal Superior Eleitoral 3.1.3 - Série Especificativa ou Específica É a série estatística em que os dados são agrupados segundo a modalidade (espécie) de ocorrência. Tabela 04 – Valor de uma dívida de R$ 1.000 ao fim de 1 (um) ano, de acordo com o tipo de financiamento, Brasil, 2002. Tipo de Financiamento Montante (em R$) Empréstimo Pessoal Cheque Especial Crediário Cartão de Crédito Empréstimo em Financeiras 1.847,84 3.087,46 2.172,01 3.296,01 2.842,06 FONTE: Rev. Época, 24/06/2002 Tabela 05 – Fracionamento do Salário no orçamento familiar do brasileiro (%), 2002 Descrição % Habitação Alimentação Saúde, Tarifas Públicas, Transporte Vestuário, Educação, Lazer e outros 24,4 23,7 13,4 11,2 FONTE: Rev. Época, 24/06/2002 3.1.4 - Série Mista ou de Dupla Entrada Corresponde à fusão de duas ou mais séries simples. Tab.06 – Participação de cada fabricante no mercado de absorventes higiênicos no Brasil, 1997-99 (em %) Participação (%) Fabricantes 1997 1998 1999 Johnson & Johnson 42,4 39,0 38,7 Kimberly Clark 16,0 21,9 25,7 Procter & Gamble 23,6 19,2 15,5 Outros 18,0 19,9 20,1 Fonte: Gazeta Mercantil, set/2000 Tab.07 – Balança Comercial do Rio Grande do Norte, 1986-99 Valor (US$mil) Anos Exportações Importações 1986 27.947 5.016 1987 47.978 4.890 1988 60.047 8.488 1989 70.672 20.186 1990 88.800 21.889 1991 80.189 6.826 1992 72.934 11.271 1993 81.288 16.393 1994 86.729 33.279 1995 79.228 34.542 1996 94.876 101.978 1997 93.504 125.445 1998 101.748 88.528 1999 115.473 84.267 Fonte: Boletim Conjuntural, Nordeste do Brasil, SUDENE, Agosto/2000 Tabela 08 – Crescimento em relação ao mesmo mês de 2001 (%) dos Setores Petrolífero e Industrial, período jan-jun/02 Meses Setor Petrolífero Setor Industrial Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho 9,5 7,0 15,33 15,71 22,92 15,95 - 1,18 - 1,26 - 3,67 6,10 - 0,96 0,69 FONTE: IBGE Tabela 09 – Valor de Mercado e Patrimônio (em US$ bilhões), de 5 (cinco) grandes empresas dos Estados Unidos Empresas Valor de Mercado Patrimônio Microsoft Merck Cisco Dell Ebay 336 146 120 70 15,5 65 44 37 13 1,5 FONTE: Rev. Época, jul/2002 Tabela 10 – Evolução do No de Milionários (em mil), no Brasil e na América Latina, período 1997 - 2001 Anos Brasil América Latina 1997 1998 1999 2000 2001 61 68 81 83 90 190 213 252 259 280 FONTE: Rev. Época, jun/2002 Tabela 11 – Índice de Desemprego (em %), em algumas Regiões Metropolitanas do Brasil, abril/2000/2002 Índice de Desemprego Regiões Metropolitanas 2000 2002 Distrito Federal Belo Horizonte Porto Alegre Recife Salvador São Paulo 21,6 18,4 18,8 20,1 28,218,6 21,1 18,9 15,7 21,8 28,8 20,4 FONTE: Rev. Época, 15/07/2002
Compartilhar