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Artigo o papel do jurista como operador do direito e pesquisador.

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INSTITUTO   DE   ENSINO   SUPERIOR   PLANALTO 
 
O   PAPEL   DO   JURISTA   COMO   OPERADOR   DO  
DIREITO   E   PESQUISADOR 
 
 
 
 
FRANCISCA   JESSYELE   SOUSA   DOS   REIS   OLIVEIRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho   acadêmico   apresentado   à 
disciplina   de   sociologia   como   componente 
de   avaliação   do   semestre   letivo   2/2016. 
 
 
Brasília   –DF 
2016 
 
RESUMO 
Os juristas estão sujeitos às mesmas exposições a que estão os demais                         
membros de uma sociedade. Surge desse impasse um questionamento: como                   
conquistar a efetividade da aplicação do ordenamento jurídico considerando                 
apenas o que é externo? No presente artigo, analisaremos como as prenoções e                         
entendimentos humanos são capazes de influenciar o trabalho de pesquisas e                     
análise de casos, provocando novos entendimentos, mas não por isso devem ser                       
consideradas erradas ou fracassadas, pondo em risco a imparcialidade que o                     
sistema   jurídico   exige. 
Palavras­Chaves :   pesquisador,   prenoções,   jurista. 
 
INTRODUÇÃO 
Por muito tempo se considerou que o trabalho do pesquisador deveria estar                           
"imune" às influências de quem o executa. Sejam entendimentos consolidados                   
anteriormente, cultura, fatos vivenciados e valores pessoais, eram vistos como                   
ameaça ao resultado final e por isso deveriam ser abandonados. Sociólogos como                       
Durkheim defendiam que o trabalho se resumisse ao objeto em questão,                     
separando ­o da história, da sociedade, e assim do mundo. Contudo, uma maior                         
tendência é vista e crescente no meio do trabalho de profissionais como o do                           
jurista, que apesar de ser representante do ordenamento jurídico vigente, não                     
deixa de ser componente da sociedade e dessa forma, seu trabalho também passa                         
por seu crivo pessoal, análise crítica que irá fornecer maior respaldo na tomada de                           
decisões.  
 
 
 
 
 
 
O   PAPEL   DO   JURISTA   COMO   OPERADOR   DO  
DIREITO   E   PESQUISADOR 
Partindo da premissa que a sociedade é responsável pela formação e                     
legitimação do ordenamento jurídico vigente em determinada época e espaço e                     
que não se pode falar de Direito sem que haja sociedade por ele normatizada, é                             
indubitável a presença do jurista como mediador dessa dialética e se faz mister a                           
compreensão   da   função   e   do   papel   desempenhado   por   este.  
Com a concepção das  polis  na Grécia antiga  e a crescente necessidade de                         
organização dos povos, do estabelecimento de regras de convívio e de obrigações                       
perante a coletividade e o Estado, o Direito surge como instrumento fornecedor dos                         
meios necessários para harmonizar essas relações sociais tanto no âmbito público                     
como no privado. Fato é que na medida que essas relações se tornaram mais                           
amplas e complexas, as discussões sobre liberdades, deveres e direitos                   
evidenciaram o trabalho do jurista, não apenas por ser o responsável pelo estudo                         
metódico e sistemático do Direito, mas principalmente pelo impacto que o trabalho                       
desse   tem   na   vida   dos   cidadãos.  
É portanto, imprescindível que o jurista não se detenha em apenas aplicar o                         
que o ordenamento jurídico disponha enquanto leis e jurisprudência, mas sim, que                       
esteja atento às constantes transformações a que essa sociedade, (a qual ele faz                         
parte), está sujeita, para que o Direito esteja disposto a atender as suas demandas                           
e não o contrário. O advogado e doutor em Direito Civil Paulo Lobo afirma que                             
“Todo ordenamento jurídico se acha condicionado historicamente e depende das                   
circunstâncias sociais e econômicas, traduzindo, em grande parte, uma                 
determinada ideologia ou uma concepção do mundo. Daí exigir­se do jurista,                     
também, uma postura crítica, pois sua função não é de um mero possibilista                         
técnico, nem sua tarefa o aplauso incondicional dos mandados do poder político.”                       
(LÔBO,   1983,   p.   20).  
Aos juristas, sejam eles de atuação pública, (enquanto juízes, procuradores,                   
promotores, ministros do judiciário, delegados e defensores públicos) ou privada                   
 
 
(advogados) compete analisar o Direito a luz do contexto socioeconômico, político                     
e   cultural,   para   a   efetividade   de   sua   aplicação. 
Mas enquanto seres humanos, os juristas estão sujeitos às mesmas                     
exposições a que estão os demais membros de uma sociedade. Surge desse                       
impasse um questionamento: como conquistar a efetividade da aplicação do                   
ordenamento jurídico considerando apenas o que é externo, digo o contexto social,                       
sem que se considere também suas prenoções, pré­conceitos e entendimentos                   
particulares? A postura crítica a que se refere Lobo (1983) está intimamente ligada                         
a   influência   que   exerce   o   jurista   sobre   suas   próprias   ações.  
Esse debate não nos acerca apenas hoje, mas por muito tempo esteve                       
presente no meio dos pensadores da sociologia. Sociólogos como August Comte e                       
Émile Durkheim acreditavam que o objeto de estudo do pesquisador deveria ser                       
encarado como fato social externo, devendo ser analisado de forma objetiva, onde                       
os conceitos e noções humanas colocariam em risco a significação do estudo,                       
comprometendo a pesquisa. Max Weber, rejeitava a exterioridade do cientista ao                     
objeto de análise, reconhecendo que as ações do pesquisador são guiados por                       
sua cultura, tradição, entendimento anteriores, sendo essa separação impossível à                   
condição humana. Na mesma linha de pensamento de Weber, Karl Marx, também                       
elencou   o   fator   histórico   como   aspecto   a   ser   considerado   no   trabalho   de   pesquisa. 
Feita essas considerações, nota­se que o processo evolucionista das                 
ciências e revisão de métodos de estudo (anteriormente divulgados por René                     
Descartes) tendem a considerar o ato de pesquisa como análise multifacetada,                     
onde   o   homem   é   o   agente   participante   determinante   dos   resultados   concebidos. 
O trabalho do jurista não pode ser visto apenas como aplicação de normas                         
legais, exteriorizadas da interpretação e significação humana. Deve contudo,                 
alinhar os aspectos externos (normas, objeto de estudo) ao interno (sentimentos e                       
interpretações   do   jurista)   para   que   a   eficácia   de   seu   trabalho   venha   alcançada.  
 
 
 
CONSIDERAÇÕES   FINAIS 
 Através do estudo dos principais nomes da sociologia e reflexão acerca do                       
trabalho do jurista, enquanto pesquisador e operador do Direito, podemos observar                     
como a crítica eanálise multifacetada podem contribuir para a melhor aplicação do                         
ordenamento jurídico, favorecendo para que a leis, normas e códigos estejam                     
consoantes as necessidades da sociedade, visto que é em razão dessa sociedade,                       
inconstante   e   mutável,   que   o   Direito   se   faz   presente   em   nosso   meio. 
 
REFERÊNCIAS   BIBLIOGRÁFICAS: 
COSTA, Cristina. Sociologia: introdução à ciência da sociedade. 2ª ed. São                     
Paulo:   moderna,   2007. 
QUEIROZ, Maria Isaura P. O pesquisador, o problema da pesquisa, a                     
escolha   das   técnicas:   algumas   reflexões.

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