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Resumo IED

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(Aula 11)
Fonte Material = fatores sociais que provocam o surgimento das regras, são os pressupostos da norma, tem enfoque zetético
Fonte Formal = meios pelos quais as normas são positivadas no ordenamento jurídico, colocadas como obrigatórias, com vigência e eficácia
Podem ser primárias ou secundárias
Leis:
Origem: certa e predeterminada (conhece de onde vem e de quem vem antes dela surgir)
Elaboração: segue procedimentos pré-estabelecidos
Extensão: genérica e abstrata (vale para todos os indivíduos e para um conjunto de casos)
Forma: escrita
Duração: até a revogação
Posição: Fonte Formal Primária
Costume Jurídico: pode ser aplicado em casos concretos fazendo a vez da lei. Formada por dois elementos: 
Objetivo: prática reiterada e repetida de um comportamento por toda a sociedade
Subjetivo: consciência de que a prática é obrigatória e deve ser obedecida
Se não houver o elemento subjetivo, é considerado um costume social.
Origem: incerta e indeterminada (não sei de onde vem e nem como começou)
Elaboração: incerta (sem trâmites ou procedimentos específicos para sua elaboração)
Extensão: genérica ou particular
Forma: oral
Duração: indeterminada
Posição: Fonte Formal Secundária
Espécies: 
Secundum legem: costumes segundo a lei – a lei reconhece a existência do costume e delega a ele a função de resolver o caso concreto
Praeter legem: costume preenche uma lacuna da lei – legislador não regulou do assunto, mas o comportamento da sociedade estabeleceu a obrigatoriedade
Contra legem: costume contraria a lei, portanto é um costume social e não jurídico, porque só tem o elemento objetivo.
Jurisprudência: é o sentido que se extrai de um conjunto de decisões judiciais reiteradas em casos semelhantes. É fonte do Direito quando inova, indo além da norma já existente.
Sentença: decisão judicial proferida por um juízo monocrático (apenas um juiz), em primeira instância, que tem o objetivo de colocar fim ao processo. Associada ao Juiz de primeira instância.
Acordão: é a decisão judicial proferida por um órgão colegiado (desembargadores ou ministros) que tem por objetivo pôr fim ao processo. Geralmente é proferido em sede recursal (após recurso daquele que não fica satisfeito com a sentença). É composto pela ementa (resumo da decisão), relatório e voto (sobre cada um dos “pedidos” do processo). Tribunal é formado por número ímpar de desembargadores, um é nomeado relator e seu voto apresenta justificativa. 
Tribunais são compostos por câmaras e os processos são destinados a elas – pode acontecer de haver 2 entendimentos diferentes sobre um mesmo assunto dentro do mesmo tribunal e isso origina a jurisprudência divergente e ela pode ser:
Majoritária: maior parte das câmaras vota de uma forma
Minoritária: menor parte das câmaras vota de forma distinta
Jurisprudência pacífica/unânime: não há divergências, todas as decisões seguem no mesmo sentido.
Súmula: é um breve texto que tem por objetivo demonstrar qual é a jurisprudência consolidada por determinado tribunal. É própria do tribunal que a cria. Não é obrigatória, o juiz pode segui-la por lógica, considerando que pode haver recurso e o tribunal se utilizará dela na sua decisão.
Sumula Vinculante: é criada apenas pelo STF sobre temas constitucionais e obriga a todos os componentes do poder Judiciário e o poder Executivo a obedecê-la.
Fonte Negocial: são normas contratuais constituídas por autonomia da vontade. É particularizada, se limita às pessoa envolvidas no negócio. Para ser válida precisa de:
Manifestação da vontade das partes
Contrato permitido pelo Direito (previsto em lei ou então não defeso/proibido pela lei)
Objeto lícito – objeto do contrato pode ser negociado de acordo com a lei
Proporção na relação (atribuem direitos e deveres às partes do contrato, ambas devem ter direitos e deveres e a cada direito corresponde um dever)
Doutrina: é composta por esquemas teóricos que objetivam demonstrar como as fontes do Direito produzem normas jurídicas válidas. Constitui uma ponte entre as fontes e a norma. NÃO É FONTE. É feita por juristas e estes podem ou não exercer função judicante, porém ela nada tem a ver com as teorias desses juristas.
(Aula 13)
Relação Jurídica: é toda relação entre duas ou mais pessoas que é disciplinada por norma jurídica, se estabelece por fato jurídico e operam e permitem uma série de efeitos jurídicos.
Direito subjetivo: possibilidade de fazer valer aquilo que está positivado pelo Direito Objetivo.
Sujeitos da relação jurídica: 
Ativo: todo aquele que possui o Direito Subjetivo instaurado na relação jurídica
Passivo: aquele que tem o dever de respeitar o D. subjetivo do sujeito ativo, cumprindo o que determina a norma de Direito aplicável à relação jurídica
Os sujeitos podem ser: 
Pessoa natural: tem capacidade e personalidade jurídica – produto da natureza
Pessoa jurídica: tem personalidade e capacidade – produto do Direito, sem ele não podem existir – 2 tipos:
Direito público: criada por leis
Direito privado: criada por normas contratuais
Entes despersonalizados: tem apenas capacidade jurídica (ex.: camelôs, espólio, etc.)
Objetos da relação jurídica:
Imediato: aquele que está imediatamente relacionado ao comportamento dos sujeitos na relação jurídica. Consiste em uma prestação que pode ser
Positiva: obrigação de dar (contrato de compra e venda) ou obrigação de fazer (contratar pedreiro, diarista, ator, etc.)
Negativa: obrigação de não fazer
Mediato: bem juridicamente tutelado – materiais ou imateriais
(Aula 14)
Fatos: todos os acontecimentos
Fatos jurídicos: todo acontecimento disciplinado pelo Direito. Através deles as relações jurídicas nascem, extinguem-se e modificam-se. Podem influencia na relação jurídica de 3 maneiras:
Fato jurídico constitutivo: aquele que faz surgir uma nova relação jurídica (casamento, adoção, nascimento)
Fato jurídico extintivo: aquele que encerra uma relação jurídica existente (divórcio, demissão, morte)
Fato jurídico modificador: aquele que modifica a relação jurídica, sem extingui-la (maioridade, emancipação)
Espécies: 
Fatos naturais: acontecimentos que não dependem diretamente da vontade ou da ação do homem mas são disciplinados pelo Direito porque interferem na relação jurídica 
Ordinários: aqueles que ocorrem com frequência e certeza, dependendo apenas da passagem do tempo (maioridade, morte por causas naturais)
Extraordinários: incerto, decorrente de caso fortuito ou força maior (terremoto, maremoto)
Atos jurídicos: são os comportamentos humanos que influenciam a vida em sociedade a ponto de ser necessária a criação de norma jurídica para regulamentar esses acontecimentos
Ato jurídico lícito: ato permitido ou obrigatório pelo Direito (pagar impostos, casar-se)
Ato jurídico ilícito: ato proibido pelo Direito (roubar, furtar, matar)
Abuso do Direito: ato previsto na legislação como lícito, mas que ao ser executado, o sujeito extrapola os limites fixados pelo Direito, fere direitos e descumpre a finalidade para a qual a norma jurídica foi criada
(Aula 15)
Responsabilidade Jurídica: é proveniente da prática de ato ilícito, ocorre em todos os ramos do Direito. 2 teorias:
Teoria da Responsabilidade Subjetiva: exige 4 elementos (sem 1 deles, não há responsabilidade subjetiva):
Ato – ilícito ou abuso do Direito
Dano – material ou moral
Nexo de causalidade – ligação direta entre o ato e o dano 
Elemento subjetivo 
Dolo: intenção de causar o dano
Culpa: pressupões falta de intenção de causar o dano, porém há responsabilização jurídica porque o sujeito agiu de forma negligente, imprudente ou imperita, deixando de ter o cuidado que é exigível pelo senso comum
Negligência: deixar de se praticar um ato que se espera que todos pratiquem
Imprudência: prática de um ato sem respeitar as regras básicas de tal situação
Imperícia: o sujeito deixar de observar uma regra técnica que deveria conhecer por ser perito no assunto
Teoria da Responsabilidade Objetiva: exige 3 elementos:
Ato
Dano 
Nexo causal(Aula 16)
Hermenêutica Jurídica: ciência/parte de uma ciência – tenta estabelecer procedimentos para a interpretação da norma jurídica ≠ interpretação: dar sentido e delimitar o alcance do enunciado linguístico diante dos fatos, ou seja, construir a norma jurídica tendo como requisito para sua validade a vinculação ao texto e a compreensão dos fatos.
A hermenêutica tem uma teoria que tenta determinar os requisitos necessários para se interpretar corretamente o Direito, ou seja, ter ao final da interpretação somente uma norma jurídica. Ao dar a essa norma um sentido, tem-se por objetivo que ela contenha os mesmos valores que os contidos na Constituição.
Aplicação do direito: após a norma ser construída e seu alcance ser delimitado pela interpretação, a norma deve ser aplicada a casos concretos. A aplicação da norma em caso concreto é a finalidade da interpretação dela.
Função da hermenêutica: evitar que as decisões judiciais sejam subjetivas e fiquem a mercê da consciência e do entendimento do juiz competente, fazendo assim com que não haja o risco de existirem divergências nas decisões de casos semelhantes e buscando trazer uma justiça igualitária.
Fontes do Direito: construção da norma a partir das fontes formais (lei, costumes, jurisprudências e contratos)
Vontade da lei x vontade do legislador: a vontade do legislador foi, por muito tempo, um dos meios de se interpretar os textos legais, porém é uma forma errônea, pois a lei é resultado da vontade social, da vontade de uma coletividade e não somente do legislador. Como é possível descobrir a vontade do legislador caso ele já tenha falecido? Ou tenha mudado de opinião desde quando propôs a lei? Ou em casos de tê-la proposto por questões políticas? Existem inúmeros obstáculos para se utilizar essa forma de interpretação que acabam tornando-a controversa e inútil. Assim como é a utilização da vontade da lei, pois o texto da lei não apresenta vontades, mas sim quem a interpreta. O intérprete do texto normativo é quem tem vontade e ela deve ser consoante aos valores e princípios da Constituição, que são reflexos da vontade da sociedade e é por essa vontade que a interpretação deve se pautar.
In claris cessat interpretativo: norma clara não precisa de interpretação – conceito errôneo. A interpretação do texto normativo ocorre, ainda que de forma inconsciente. Entre dizer o texto normativo e aplicá-lo ao caso prático, necessariamente se faz a interpretação e construção da norma.
Origem da interpretação: 
Autêntica: provém do órgão que criou a regra. Dependendo de como o órgão manifestar sua interpretação, estaremos diante de outro texto normativo, e não de uma interpretação propriamente dita, ou seja, o órgão altera o texto normativo, aprovando outra lei.
Doutrinária: é aquela feita por juristas e por todos os que atribuem sentido e alcance ao texto legal e que não sejam órgãos do Estado criadores desse mesmo texto. Não tem imperatividade, não é obrigatória, mesmo que todos os juristas atribuam o mesmo sentido ao texto normativo.
Judicial: provém do Poder Judiciário. Divergência de opiniões entre autores: alguns a consideram autêntica, porque representa a vontade do Estado na aplicação em casos concretos; e alguns consideram-na doutrinaria, a origem do texto normativo é o Executivo ou o Legislativo, sendo o Judiciário somente aquele que especifica e aplica.
(Aula 17)
Método gramatical: início do processo de interpretação. Baseia-se em dois pontos fundamentais:
Deve-se respeitar o enunciado linguístico e os significados possíveis das palavras
Conhecer e considerar a função gramatical
Método lógico: processo intelectual que tem por objetivo sanar/evitar as contradições/incoerências do sistema. 3 pontos:
Inferência/processo de subsunção: inferir é tirar uma proposição como conclusão de uma outra ou de várias outras proposições que a antecedem e são sua explicação ou causa. Aplica-se em regras, não em princípios. A premissa maior é o fato-tipo/hipótese da regra que descreve um tipo de comportamento humano. A premissa menor é o próprio que, uma vez verificado, leva à aplicação da segunda parte da regra de conduta.
Estrutura das normas: o texto deve ser analisado dentro da estrutura normativa, ou seja, o artigo é a unidade básica de articulação e, para ser aplicado a um caso concreto, é necessário observar onde ele está contido (qual sucessão/seção/capitulo/título/livro/parte/lei).
Pressupostos lógicos: máximas do pensamento lógico que auxiliam na interpretação do Direito. Ex: “quem pode o mais, pode o menos”; “o acessório segue o principal”.
Método Sistemático: analise as conexões possíveis entre textos de leis diversas que tratam sobre o assunto de interesse, pois essa conexão possibilita a construção de uma norma coerente com o sistema. Nenhum texto de lei pode ser interpretado isoladamente, mas sim como parte de um todo. Além de analisar os textos de leis, deve-se também considerar costumes e jurisprudências, comparando-os entre si para construir a norma. Mediante o método sistemático é que se torna possível analisar os vários textos normativos e confrontá-los com as disposições constitucionais. Essa análise possibilita a concluir se determinada lei é ou não inconstitucional e, consequentemente, deve ou não permanecer no ordenamento jurídico.
Método histórico: busca analisar institutos específicos que possam ser aplicados nos casos concretos correspondentes a eles. Seu objeto é a análise do desenvolvimento dos institutos jurídicos no tempo, voltadas às origens destes institutos (Direito Romano, D. Canônico, D. Português, D. brasileiro do séc. XIX). É aplicado quando se compara as normas que vigoraram no passado com as novas disposições.
Precedentes normativos: são as normas que vigoraram no passado. Ao analisar as normas passadas é possível encontrar a origem de problemas sociais que perduram até os dias de hoje e isso contribui para a construção de novas normas que possam, constitucionalmente, reparar os danos causados pelas antigas.
Trabalhos preparatórios: são todos os trabalhos que compreendem as discussões existentes no momento de criação e preparação da entrada da lei no ordenamento jurídico. Podem ser projetos de lei, anteprojetos, relatórios de comissões, pareceres, emendas (aprovadas ou rejeitadas), exposições de motivos.
Occasio legis: são os fatores sociais que impulsionam a criação de uma lei. São as fontes materiais do direito. Pode ser um fato histórico isolado e, ainda que o seja, não pode ser considerado fator de interpretação.
Método teleológico: utiliza os fins perseguidos pelas leis como elementos de interpretação.
Valor, fim, ethos: o ordenamento jurídico é criado, guiado e deve ser interpretado com base em valores, que podem ser tidos como os fins próprios do Direito. Os fins do direito e das leis são valores que a sociedade escolhe como diretivos do comportamento de seus membros, aqueles que se busca proteger com as regras jurídicas. Quando a regra de comportamento nasce de uma vontade coletiva falamos em ethos, que é o extrato moral de uma determinada sociedade. Regras morais apenas podem ganhar o patamar de regras jurídicas quando grande parte da sociedade passa a agir de acordo com elas. Logo, o que pode influenciar o direito é o ethos, e não a moral. Este ethos é diretamente conectado à ética porque se baseia em moralidades que são frutos de uma reflexão que considera o outro. A ética se dá na medida em que refletimos sobre um comportamento, tendo como parâmetros o bem e o mal, mas tendo como condicionante obrigatória a capacidade de reconhecer no outro um sujeito de direito.
Dos princípios: os valores buscados com a criação da regra jurídica são positivados como princípios jurídicos. A interpretação do direito deve respeitar esses princípios, valorativos ou finalísticos, começando por aqueles que estão contidos na Constituição.
Razão do método teleológico: sempre é possível atribuir um propósito, um motivo, às normas. A razão deste método é a existência da razão do direito. Ele existe porque alei tem uma razão (ratio juris).
Método sociológico: os fatores sociais, econômicos, culturais, religiosos, todos eles devem ser levados em consideração para a construção da norma, afinal, esta é mais do que somente o texto normativo, é sua combinação com a realidade. O direito busca transformar a sociedade para garantir sua existência, então fixa regras que a direcione para ideais desejados pela mesma. Algumas escolas que consideravam os fatores sociológicos para a interpretação do Direito:
Escola da livre pesquisa do direito: criada por François Gény, visava adequar o direito aos fatores sociais contemporâneos que não eram previstos pela lei. Para ele, no direito haviam dois elementos: o dado e o construído. O dado era externo ao legislador, era da natureza, elaborado pelo fluxo natural da existência humana e o jurista construía, a partir desses elementos dados, o ordenamento jurídico. Pesquisar os fatores sociais, de acordo com Gény, seria uma forma de procurar suprir as lacunas da lei, uma vez reconhecido que o texto normativo não correspondia mais aos fatos supervenientes. Porém, método sociológico, deve ser, atualmente, sempre utilizado no processo de interpretação. Sempre os fatores sociais devem ser pesquisados e considerados pelo julgador, e não apenas quando o texto normativo não oferece a solução para o caso concreto. Portanto essa escola, apesar de introduzir os fatores sociológicos como elementos de interpretação, não constitui o método sociológico de hoje.
Escola do direito livre: para essa escola, o direito livro é aquele que está constituído pelas convicções predominantes que regulam o comportamento, em um certo lugar e tempo, sobre aquilo que é justo. Não pode ser baseado em conceitos e abstrações, mas sim e casos concretos. O juiz deve ouvir o sentimento da comunidade, não podendo decidir, exclusivamente, no direito estatal ou com base em lei. Essa escola cria insegurança jurídica ao dizer que o juiz não tem a lei nem como balizas de sua interpretação. Valorizou excessivamente os fatores sociais, atribuindo-lhes força normativa.
Os fatores sociais serão elementos de interpretação que ajudarão na construção da norma jurídica. Mas temos que lembrar que essa interpretação partirá, sempre, de um texto legislativo.

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