RESUMO MAQUIAVEL

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COMENTÁRIOS SOBRE A PRIMEIRA DÉCADA DE TITO LÍVIO – DISCORSI” DE NICOLAU MAQUIAVEL 
OS HOMENS SÃO NATURALMENTE INVEJOSOS E, POR ISSO, TORNAM O DESCOBRIMENTO DE NOVOS MÉTODOS E SISTEMAS ALGO TÃO PERIGOSO QUANTO A DESCOBERTA DE NOVAS TERRAS E MARES, POIS SE INCLINAM MAIS À CRÍTICA QUE AO ELOGIO.
É ESPANTOSO CONSTATAR QUE OS HOMENS, POR UM LADO, VENERAM TANTO AS COISAS ANTIGAS E, POR OUTRO, OS ATOS ADMIRÁVEIS DE VIRTUDE REGISTRADOS PELA HISTÓRIA NÃO SÃO TOMADOS COMO EXEMPLO NA ATUALIDADE.
QUASE TUDO É BASEADO NA ANTIGUIDADE: O DIREITO, A MEDICINA, ETC, PORÉM A POLÍTICA, A GUERRA, O MODO DE ADMINISTRAR E OUTRAS DESSE ESCOPO SÃO IGNORADOS PELOS PRÍNCIPES ATUAIS. 
A PRINCIPAL CAUSA DISSO NEM É TANTO A FRAQUEZA DO MUNDO DE INSPIRAÇÃO RELIGIOSA E OS VÍCIOS (COMO A PREGUIÇA) DE ESTADOS E CIDADES DA CRISTANDADE, MAS SIM, A FALTA DE UMA ANÁLISE DOS ACONTECIMENTOS HISTÓRICOS E UMA BUSCA PELA SUA IMITAÇÃO.
CAPÍTULO I
COMO COMEÇARAM AS CIDADES, DE MODO GERAL; E COMO ROMA, EM PARTICULAR, TEVE O SEU INÍCIO
A ORIGEM DAS CIDADES DEU-SE DE 3 FORMAS: FORAM FUNDADAS POR NATURAIS DO PAÍS OU POR ESTRANGEIROS.
A FUNDAÇÃO DE CIDADES POR NATURAIS: FOI PELA NECESSIDADE DE SE DEFENDER DE AGRESSORES EXTERNOS. ASSIM, OS HABITANTES – DE FORMA ESPONTÂNEA OU MOVIDOS PELA TRIBO DE MAIOR AUTORIDADE – DECIDEM HABITAR EM CONJUNTO UM LOCAL QUE LHES PROPORCIONE COMODIDADE E SEGURANÇA. EXEMPLOS: ATENAS E VENEZA.
A FUNDAÇÃO DE CIDADES POR ESTRANGEIROS: HOMENS LIVRES OU DEPENDENTES DE OUTRO ESTADO – SERVIAM PRINCIPALMENTE PARA ACOMODAR, RECEBER UMA POPULAÇÃO EXCEDENTE DE ALGUM IMPÉRIO OU PARA MANTER AS CONQUISTAS MAIS SEGURAS E MENOS DIFÍCEIS DE SE ADMINISTRAR. ESSE É O CASO DAS COLÔNIAS. EXEMPLO: O IMPÉRIO ROMANO FUNDOU MUITAS CIDADES DESSE TIPO.
CIDADES FUNDADAS UNICAMENTE PARA EXALTAR A GLÓRIA DO PRÍNCIPE. ALEXANDRIA É UM BOM EXEMPLO. UM OUTRO SERIA A PRÓPRIA CIDADE DE MAQUIAVEL, FLORENÇA. ESSAS CIDADES JÁ NASCERAM DEPENDENTES.
CAPÍTULO II
QUANTO ÀS ESPÉCIES DE REPÚBLICAS, E A QUAL PERTENCE A REPÚBLICA ROMANA
MAQUIAVEM NESTE CAPÍTULO CITA APENAS AS CIDADES QUE NASCERAM DE FORAM LIVRE, SEM QUALQUER DEPENDÊNCIA ESTRAGEIRA.
A REPÚLIBA FELIZ E BEM SUCEDIDA É AQUELA QUE TEM UM LEGISLADOR PRUDENTE, CUJAS AS LEIS COMBINAM DE MODO A ASSEGURAR A TRANQUILIDADE DE TODOS, SEM QUE SEJAM NECESSÁRIA REFORM´-LAS. 
COMO EM ESPARTA ONDE AS LEIS FORAM RESPEITADAS POR 8 SÉCULOS SEM ALTERAÇÃO E DESORDEM.
AO CONTRÁRIO A CIDADE QUE TEM QUE REFORMAR SUAS LEIS, ESTÁ AFASTADA DA ORDEM, ISTO É AQUELAS INSTITUIÇÕES SE APARTAM DO BOM CAMINHO QUE PODE LEVÁ-LAS AOS SEU OBJETIVO PERFEITO E VERDADEIRO. 
AS CONSTUIÇÕES QUE SÃO IMPERFEITAS, MAS TEM BONS PRÍNCIPES DISPOSTOS AO APRIMORAMENTO, PODEM DE ACORDO COM OS ACONTECIMENTOS CHEGAR À PERFEIÇÃO. 
AS REFORMAS SÃO SEMPRE PERIGOSAS, POIS OS HOMENS NÃO SE CURVAM COM BOA VONTADE A UMA LEI INOVADORA, QUE ESTABELECEM UMA NOVA ORDEM DAS COISAS E QUE NÃO QUEREM SUBMETER-SE.
AS CIRCUNSTÂNCIA QUE LEVARAM ROMA A PERFEIÇÃO NOS LEMBRARÁ QUE EXISTEM E ESPÉCIES DE GOVERNO: - MONÁRQUICO, ARISTOCRÁTICO E O POPULAR, QUE DESEJA ESTAVABELECER A ORDEM DE UMA CIDADE DEVEM ESCOLHER O MELHOR CONVÉM A SEUS OBJETIVOS.
SEGUNDO A VISÃO GERAL DOS MAIS ESCLARECIDOS, DEFENDEM 6 FORMAS DE GOVERN0, DAS QUAIS 3 SÃO ESSELCIALEMNTE MÁS. AS OUTRAS 3 BOAS EM SUA ESSENCIA, MAS DEGENERAM TÇAO FÁCILMENTE QUE PODEM TAMBÉM TORNAR-SE PERNICIOSAS. 
A MONARQUIA PODE SE TRANSFORMAR EM DESPOTISM, A ARISTOCRACIA EM OLIGARQUIA, E A DEMOCRACIA EM PERMISSIVIDADE, 
TODO LEGISLADOR QUE ADOTA PARA O ESTADO QUE VAI FUNDAR UMA DAS TRÊS, NÃO A MANTÉM POR MUITO TEMPO, NÃO O QUE SE POSSA FAZER PARA QUE ISSO NÃO OCORRA POR TAL SEMELHANÇA ENTRE A FORMA BOA E A MÁ. 
AS NOÇÕES DE JUSTIÇA NASCERAM DA NECESSIDADE DOS HOMEM SE ORGANIZAR DEVIDO AO CRESCIMENTO DA POPULAÇÃO, OS HOMENS PARA MELHOR SE DEFENDER COMEÇARAM A SE SEPARAR, DISINGUIR OS MAIS ROBUSTOS DOS MAIS CORAJOSOS, E ASSIM PASSARAM A RESPEITÁ-LOS COMO CHEFES.
DESTE MODO SE CHEGA AO CONHECIMENTO O QUE É JUSTO E HONESTO E EM OPOSIÇÃO O QUE ERA PERNICIOSO E RUIM. 
QUEM PREJUDICAVA O SEU BEM FEITOR PROVOCA NOS HOMENS SENTIMENTOS DE IRA E DE PIEDADE PELA SUA VÍTIMA. PASSOU A DISTINGUIR OS INGRATOS, A HONRAR OS QUE DEMONSTRAM GRATIDAO E POR MEDO DE SOFRER INJÚRIAS, PROCUROU-SE ERGUER A BARREIRA DA LEI CONTRA OS MAUS IMPONDO-SO PENALISDADES AOS QUE TENTASSEM DESRESPEITÁ-LA.
A PARTIR DISTO DEIXOU DE ESCOLHER UM CHEFE PELA BRAVURA, MAIS SIM PELA SABEDORIA E PELO MAIS SÁBIO, E COMO OS PRÍNCIPES VIERAM PELO DIREITO DE SUCESSÃO, E NÃO PELA ESCOLHA DO POVO, LOGOS OS HERDEIROS DEGENERAM AS VIRTUDES, E A FIGURA DO PRÍNCIPE COMEÇA A PROVOCAR IRA. QUE O RODEOU DE TERROR E LOGO FEZ NASCER A TIRANIA QUE SE TRANSFORMOU EM MEDO E AGRESSÃO.
CAUSA DAS QUEDAS DOS PRÍNCIPES:
- CONTRA ELES FORAM URGIDAS CONJURAS, NÃO POR HOMENS FRACOS, MAS PELOS QUE DEMONSTRAM GENEROSIDADE E GRANDEZA DE ALMA, OS QUE TINHAM REQUEZAS, FIDALGIA, E NÃO PODIAM SUPORTAM A VIDA CRIMINOSA DOS PRÍNCIPES.
A MULTIDÃO SE ESPELHANDO PELOS COMPORTAMENTO DOS GRANDES SE ARMAVA CONTRA O SOBERANO E DEPOIS OBEDECIA AQUELE GRUPO COMO SEUS LIBERTADORES, O GRUPO DE PODEROSOS DEPOIS DE DESTRONAR O PRÍNCIPE NÃO QUER UTILIZAR A MESMA NOMECLATURA E COMEÇAR A ORGANIZAR ENTRE SI UM GOVERNO. 
REJETAVAM A TIRANIA ANTECEDENTE E AGIAM CONFORME QUE HAVIAM PROMULGADO PREFERINDO O BEM PÚBLICO A VANTAGEM PRÓPRIA, GOVERNA COM JUSTIÇA E ZELAM PELOS INTERESSES COMUNS E PARTICULARES.
MAS O PODER PASSOU A SEUS FILHOS QUE IGNORAVAM QUE NÃO HAVIM EXPERIMENTADO, OS CAPRICHOS DA SORTE COMO OS INFORTÚNIOS, SE NEGAVAM A RESPEITAR A IGUALDADE CIVIL, CAINDO NA AVAREZA, A AMBIÇÃO E O DESMANDO, TRANSFORMANDO O GOVERNO EM ARISTOCRACIA EM OLIGARQUIA, DEIXOU DE RESPEITAR OS DIREITOS DOS CIDADÃOS, LOGO ENCONTROU UM HOMEM PARA FAZER COM ELES O MESMO QUE FORA FEITO COM O PRINCIPE, COM O APOIO DO POVO DERRUBA O GOVERNO OLIGÁRQUICO.
E SE ESTABELECE UM NOVO GOVERNO, O GOVERNO POPULAR, QUE NO INÍCIO COMO TODO GOVERNO INSPIRA RESPEITO, MAS SE MANTEVE POR POUCO TEMPO, ATÉ EXTINGUIR A GERAÇÃO QUE O COLOCOU E ASSIM CAIRAM NOS HORRORES DA ANARQUIA. 
ESTE CÍRCULO E SEGUIDO POR TODOS OS ESTADOS QUE JÃO EXISTIRAM, MAS RARAMENTE SE RETORNA AO PONTO DE PARTIDA, POIS NENHUMA REPÚBLICA TEM RESISTÊNCIA O SUFICIENTE PARA RESISTIR VÁRIAS VEZES AS MESMAS VICISSITUDES, PROBLEMAS.
PODE ACONTECER DE UMA REPÚBLICA DIANTE TANTOS DISTÚBIOS, PRIVADA DE CONSELHOS E DE FORNÇA, SEJA TOMADA POR ALGUM ESTADO VIZINHO CASO CONTRÁRIO UM IMPÉRIO PERCORRERÁ POR MUITO TEMPO TEMPO O CIRCUITO DAS REVOLUÇÕES. 
PARA MAQUIAVEL ESTAS 3 FORMAS DE GOVERNO SÃO DESVANTAJOSAS: AS 3 PRIMEIRAS FORMAS DE GOVERNOS PORQUE NÃO PODEM DURAR, AS OUTRAS 3 PELO PRINCÍPIO DA CORRUÇÃO QUE CONTÉM. [
POR ISSO O LEGISLADOR SÁBIO EVITA EMPREGAR QUALQUER UMA DELAS RECONHECENDO O VÍCIO DE CADA UMA, ESCOLHEM SEMPRE UM SISTEMA DE GOVERNO QUE PARTICIPEM TODAS POIS CONSTITUIRÁ UM GOVERNO MAIS SÓLIDO E MAIS ESTÁVEL,QUANDO O PRÍNCIPE, OS ARISTOCRÁTAS, O POVO GORVEM EM CONJUNTO PODEM COM FACILIDADE CONTROLAR-SE MUTUAMENTE. 
A REPÚBLICA RETENDO SO CÔNSULES E O SENADO, REPRESENTA A PRINCÍPIO A MISTURA DE DUAS DAS TRÊS FORMAS, SÓ FALTAVA INTRODUZIR O GOVERNO POPULAR.
A NOBREZA DE ROMA TORNOU-SE INSOLENTE, DESPERTANDO O RESSENTIMENTO DO POVO PARA NÃO PERDER TUDO, TEVE QUE LHE CEDER UM APARTE DA AUTORIDADE. 
 
CAPÍTULO III
OS ACONTECIMENTOS QUE LEVARAM À CRIAÇÃO DE TRIBUNOS ROMANOS, INSTITUIÇÃO QUE APERFEIÇOOU O GOVERNO DA REPÚBLICA
TODOS OS HOMENS SÃO MAUS E ESTÃO DISPOSTOS A AGIR COM PERVERSIDADE SEMPRE QUE HAJA OCASIÃO, MESMO QUE NÃO SE MANIFESTE A PRÍNCIPIO, EM ALGUM MOMENTO O TEMPO VAI REVELÁ-LA.
APÓS A EXPULSÃO DOS TARQUÍNIOS, REINOU A CONCÓRDIA ENTRE O POVO E O SENADO EM ROMA. OS NOBRES APARENTAVAM FAVORÁVEIS AO POVO. A NOBREZA, QUE TEMIA OS TARQUÍNIOS, TINHA MEDO TAMBÉM DE QUE O POVO – OFENDIDO – SE AFASTASSE DELA E, POR ISSO O TRATAVA COM MODERAÇÃO. 
ISSO DUROU APENAS ENQUANTO OS TARQUÍNIOS VIVERAM. ASSIM QUE OS TARQUÍNIOS MORRERAM, OS NOBRES PERDERAM O MEDO E NÃO SEIMPORTARAM MAIS COM O POVO. VIVEU-SE, ENTÃO, UM PERÍODO DE CRISE ENTRE NOBRES E PLEBEUS, QUANDO, APÓS MUITA REIVINDICAÇÃO POPULAR, CRIARAM-SE OS TRIBUNOS DA PLEBE.
AS LEIS TORNAM OS HOMENS BONS. POR VEZES, CERTAS COISAS PODEM TER CONSEQUÊNCIAS BOAS SEM A INTERVENÇÃO DAS LEIS, NESSE CASO, A LEI É INÚTIL; MAS, COMO NÃO SE PODE GARANTIR QUE HAJA SEMPRE UMA DISPOSIÇÃO PROPÍCIA, A LEI É INDISPENSÁVEL.
OS TRIBUNOS RETOMARAM O EQUILÍBRIO ENTRE POVO E SENADO, POIS REPRESENTAVAM UMA AUTORIDADE CERCADA DE PRERROGATIVAS E PRESTÍGIO AOS PLEBEUS, DIFICULTANTO AS INTENÇÕES DOS NOBRES EM PREJUDICAR O POVO.
CAPÍTULO IV
A DESUNIÃO ENTRE O POVO E O SENADO FOI A CAUSA DA GRANDEZA E DA LIBERDADE DA REPÚBLICA ROMANA
AS AGITAÇÕES OCORRIDAS ENTRE A MORTE DOS TARQUÍNIOS E A INSTALAÇÃO DOS TRIBUNOS NÃO SIGNIFICARAM UMA FASE NEGATIVA, POIS FOI AÍ QUE OS PLEBEUS CONQUISTARAM ALGUMA LIBERDADE, PARTICIPANDO DO PODER.
EM TODOS OS GOVERNOS HÁ DUAS FONTES DE OPOSIÇÃO: OS INTERESSES DO POVO VERSUS OS DA CLASSE ARISTOCRÁTICA.
AS DENOMINADAS “DESORDENS” DA REPÚBLICA ROMANA, NA VERDADE, NUNCA PROVOCARAM O EXÍLIO OU VIOLÊNCIAS PREJUDICIAIS AO BEM PÚBLICO, PELO CONTRÁRIO, FIZERAM NASCER LEIS E REGULAMENTOS FAVORÁVEIS À LIBERDADE DE TODOS.
CADA ESTADO DEVE TER COSTUMES PRÓPRIOS, POR MEIO DOS QUAIS OS POPULARES POSSAM SATISFAZER SUA AMBIÇÃO. ROMA, POR EXEMPLO, TINHA UM POVO DE COMPORTAMENTO EXTREMADO, RECUSANDO-SE ATÉ MESMO À MOBILIZAÇÃO PARA A GUERRA, O QUE OBRIGAVA OS ARISTOCRATAS A CEDER.
AS BOAS LEIS DE ROMA NASCERAM DA DESORDEM QUE TODOS CONDENAVAM, POIS FIZERAM NASCER AS LEIA E A LIBERDADE QUE TODOS CONDENAVAM 
O DESEJO QUE SUSTENTA OSPOVOS DE SEREM LIVRES RARAMENTE PREJUDICA A LIBERDADE, PORQUE NASCE DA OPRESSÃO OU DO TEMOR DE SER OPRIMIDO.
OS TRIBUNOS NASCEM DESSA DESORDEM MERECE RECONHECIMENTO, POIS O POVO ASSEGUROU SUA PARTICIPAÇÃO NO GOVERNO, OS TRIBUNOS FORAM OS GUARDIÕES DAS LIBERDADES ROMANAS.
CAPÍTULO V
A QUEM SE PODE CONFIAR COM MAIS SEGURANÇA A DEFESA DA LIBERDADE: AOS ARISTOCRATAS OU AO POVO? QUAIS SÃO OS QUE TEM MAIS MOTIVOS PARA INSTIGAR DESORDENS: OS QUE QUEREM ADQUIRIR OU OS QUE QUEREM CONSERVAR?
QUEM FUNDA UM ESTADO INCLUI, ENTRE AS INSTITUIÇÕES ESSENCIAIS, A SALVAGUARDA DA LIBERDADE, A QUAL VAI SER MAIS OU MENOS DURADOURA CONFORME O MODO COMO FOI IMPLANTADA.
TOMANDO ROMA COMO EXEMPLO, DEVE-SE CONFIAR O DIREITO DE GUARDAR A LIBERDADE A QUEM TEM POR ELE MENOS AVIDEZ, OU SEJA, OS PLEBEUS, POIS OS NOBRES SÃO SEDENTOS POR DOMÍNIO.
EM ESPARTA E VENEZA, A SALVAGUARDA DA LIBERDADE FOI CONFIADA AOS PODEROSOS, COM DUAS VANTAGENS: 
1) CONTEMPLA A AMBIÇÃO DE PESSOAS INFLUENTES NA REPÚBLICA E DETENTORAS DAS ARMAS, O QUE GARANTE O PODER; 
2) IMPEDE QUE O POVO, DE ÍNDOLE INQUIETA, USE O PODER DE FORMA DESMEDIDA, LEVANDO, ASSIM, OS NOBRES A ATITUDES DESESPERADAS. (G.T.: TIRANIA, POR EXEMPLO)
SOBRE A QUEM CONCEDER O DIREITO DE GUARDAR A LIBERDADE, PORTANTO, DEPENDE DO TIPO DE REPÚBLICA DE QUE ESTAMOS TRATANDO, SE VISA A UM IMPÉRIO (O POVO PODE GARANTIR) OU APENAS À SUA CONSERVAÇÃO (OS PODEROSOS PODEM GARANTIR).
AS PESSOAS MAIS PERIGOSAS NUMA REPÚBLICA SÃO AS QUE JÁ POSSUEM BENS OU PODER, POIS TEMEM TANTO A PERDA DISSO QUE DESENVOLVEM DESEJO IGUAL AO DOS QUE QUEREM ISSO ADQUIRIR. E QUANTO MAIS AS PESSOAS POSSUEM, MAIOR O SEU PODER, LOGO, MAIOR CAPACIDADE DE ALTERAR A ORDEM. AINDA, A AMBIÇÃO DESENFREADA DOS PODEROSOS ACENDE O DESEJO DE POSSE DOS QUE NADA TEM, PODENDO LEVAR A DISSENSÕES.
CAPÍTULO VI 
SERIA POSSIVEL INSTALAR EM ROMA UM GOVERNO QUE EXTINGUISSE A INIMIZADE ENTRE O POVO E O SENADO.
VENEZA TINHA DUAS CLASSE OS QUE GOVERNAVAM EO POVO FOI FUNDADA PELOS HABITANTES EXPULSOS DE OUTRAS REGIÕES, QUANDO O NÚMERO DE MORADORES FOI AUMENTANDO, OS CIDADÃOS FORMULARAM LEIS QUE LHES PERMITISSEM VIVER EM COLETIVIDADE SE REUNIAM COM FREQUÊNCIA E DECIDIAM QUE JÁ TINHAM NÚMERO SUFICIENTE PARA SUA EXISTÊNCIA POLÍTICA, DESTA FORMA RECUSANDO TODOS OS IMIGRANTES QUE VIRIAM DEPOIS A PARTICIPAÇÃO DO GOVERNO.
ESSES ÚLTIMOS AUMENTANDO PASSOU A SE CHAMAR OS GENTILIOMINI, OS QUE GOVERNAVAM A CIDADE E AOS OUTROS “POPOLANI”.
ESSA ORGZAZNIÇÃO SE MANTEVE SEM DISTÚRBIOS, POIS ORIGINALMENTE TODOS OS CIDADADÃO HAVIAM SIDOS CONVOCADOS AO PODER, DE MODO QUE NINGUÉM PODERIA SE QUEIXAR, OS QUE CHEGAVAM DEPOIS ENCONTRAVAM O GOVERNO ORGANIZADO, NÃO TINHAM POSSIBILIDADE E NEM O DESEJO DE INSTIGAR TUMULTUOS, FALTAVA LHES O DESEJO PORQUE OS GOVERNANTES O CONTROLOVAM A PULSOS FIRMES.
NÃO LHES CONFIANDO QUALQUER CARGO QUE PUDESSE LHE DAR AUTORIDADE, O QUE VIERAM PARA VENEZA NÃO ERAM NUMEROSOS PARA ROMPER O EQUILÍBIRIO ENTRE GOVER E GOVERNADOS.
ESPARTAR GOVERNADA POR UM REI E O SENADO POUCO NUMEROSO, SUBESSISTIU DURANTE SÉCULOS, POPULAÇÃO PEQUENA QUE RECUSAVA ESTRANGEIRO, AS LEIS DE LICURGIO TINHA AFASTADO AS DESORDENS, PERMITINDO UMA EXISTÊNCIA UNIDA,
A IGUALDADE EM ESPARTA ERA GARATIDA POR UMA PROBREZA GENERALIZADA E IGUALITÁRIA, O POVO NÃO ERA AMBICIOSO, PORQUE AS HONRARIAS DO ESTADOS BENEFICIAVAM POUCOS CIDADÃOS E A CONDUTA DESTES NÃO ERA DE MOLDE A DESPERTAR INVEJA.
O MEIO DE MANTER A FORÇA E A DIGNIDADE ERA DEFENDER O POVO DE QUALQUER INSULTO, ASSIM I POVO NEM TEMIA NEM ALMEJAVA O PODER, ESTA CONDÓRDIA.
A CONDÓRDIA E PERMANÊNCIA DO GOVERNO SE DEVE A DUAS CAUSAS: A REDUZIDA POPULAÇÃO DE ESPARTA QUE TORNAVA POSSÍVEL O GOVERNO POR POUCOS MAGISTRADOS, E A REJEIRÇÃO DE ESTRANGEIROS, O QUE ASFASTAVA DO POVO TODA A CAUSA DE CORRUPÇÃO, E IMPEDIA A POPULAÇÃO DE AUMENTAR ALÉM DOS LIMITES DOS GOVERNANTES.
DESTE MODO MAQUIAVEL CONCLUI QUE A SAÍDA PARA OS LEGISLADORES ROMANOS, PARA MANTES A CIDADE PACÍFICA QUANTO AS REPÚBLICA QUE ANALISAMOS, DEVERIAM DESOBRIGAR O POVO DO SERVIÇO MILITAR OU NEGAR CIDADANIA AS ESTRANGEIROS.
FIZERAM AS DUAS COISAS O QUE AUMENTOU A SUA FORÇAE O NÚMERO DO POVO, E EM CONSEQUÊNCIA MULTIPLICNADO DISTÚRBIOS.
SE ROMA FOSSE MAIS PACÍFICA O RESULTADO SERIA INCONVENIENTE SUA DEBILITADADE TERIA AUMENTADO, E ELA TALVEZ FICARIA IMPOSSIBLITADA DE TRILHAS OS CAMINHOS DA GRANDEZA QUE MAIS TARDE ATINGIU.
DE MODO QUE SE OS ROMANOS TIVESSEM MEDO DA MORTE DEIXARIAM DE TER TODOS OS MEIOS PARA SE DESENVOLVER.
NÃO É POSSÍVEL REMEDIAR UM INCONVENIENTE SEM PROVOCAR ALGUM OUTRO.
SE QUISER UM POVO GUERREIRO E NEUMEROS, QUE ESTENDA O DOMÍNIO DO ESTADO, SERÁ NECESSÁRIO IMPRIMIR LHE UM CARÁTER TAL EU O TORNARÁ DIFÍCIL DE GOVERNAR SE QUISER RESTRINGIL-LO DESARAMANDO A FIM MELHOR GOVERNÁ-LO, ELE NÃO PODERÁ CONSERVAR SUAS CONQUISTAS, OOU SE TORNARÁ COVARDE, PRESA FÁCIL DO PRIMEITO AGRESSOR.
É PRECISO EXAMINAR AS RESOLUÇÕES QUE MENOS OFEREVEM INCONVENIENTES, ABRANÇANDO A COM A MELHOR, POIS NÃO IRÁ ENCONTRAR JAMAIS NADA PERFEITAMENTE PURO E ISENTO DE QUALQUER PERIGO.
SE ALGUÉM QUISER FUNDAR UMA REPÚBLICA DEVERÁ DEFINIR SEUS OBJETIVOS, SE É COMO O DE ROMA, AUMENTAR O IMPERIO E SEU PODER, OU AO CONTRÁRIO, MANTÊ-LOS LIMITADOS DENTRSO DE JUSTOS LIMITES.
SE QUISER SER IGUAL A ROMA DEVE DEIXAR AS DESORDENS E DISSENÇÕES GERAIS SEGUIREM SEU CURSO DA MANEIRA QUE PAREÇA MENOS PERIGOSA, SEM UMA POPULAÇÃO IMPORTANTE E BEM ARMADA, NENHUMA REPÚBLICA PODERÁ JAMAIS CRESCER.
NO SEGUNDO CASO PODE PERMANECER COMO ESPARTA E VENEZA. PARA ESSAS REPÚBLICA A SEDE DE CRESCIMENTO É UM VENENO, DEVE SE PROIBIR AS CONQUISTAS EM TODOS OS MEIOS, TODA CONQUISTA DE UM ESTADO FRACO TERMINA POR ARRUNIÁ-LO.
PARA ESTABELECER UMA REPÚBLICA FORTE CUJA A EXISTÊNCIA SE POSSA PROLONGAR POR MUITO TEMPO, O MELHOR SERIA ORGANIZÁ-LA COMO ESPARTA E VENEZA, NUM LOCAL PROTEGIDO, TORNANDO-A FORTE O BASTANTE PARA QUE NINGUÉM PENSASSE EM PODER VENCÊ-LA.
MAS ESTE PODER NÃO DEVERIA SER SUFICIENTEMENTE GRANDE PARA FAZÊ-LA TEMIDA PELOS VIZINHOS. ASSIM TERIA UMA LONGA VIDA.
DOIS MOTIVOS LEVAM ATACAR UMA REPÚBLIC: O DESEJO DE APODERAR-SE DELA, OU DE IMPEDIR QUE VENHA SE APODERAR PELO ATACANTE.
 O MEIO QUE INDICAMOS REMEDIA ESSES DOIS INCONVENIENTES.
SE A REPÚBLICA SE MANTIVER DENTRO DOS SEUS LIMITES, SE A EXPERIÊNCIA LHE MOSTRAR QUE NÃO DÁ OUVIDO A AMBIÇÃO O MEDO JAMAIS LEVARÁ OS VOZINHOS A DECLARARGEURRA.
CONFIANÇA QUE SERÁ AINDA MAIOR SE A CONSTITUIÇÃO PROIBIR ALTERAR LIMITES, SE ESTE EQUILÍBRIO PUDER SER MANTIDO, TEREMOS UMA CIDADE COLETIVA MAIS PERFEITA, E A PAZ MAIS DESEJÁVEL DE UMA CIDADE.
MAS NÃO HÁ NADA QUE SEJA PERMANENTE ENTRE OS MORTAIS, E NADA É ESTÁVEL, É NATURAL QUE AS COISAS MELHOREM OU PIOREM.
A NECESSIDADE MUITAS VEZES NOS OBRIGA A EMPREENDIMENTOS QUE A RAZÃO, NÃO NOS FARIA REJEITAR.
DEPOIS DE FUNDAR UMA REPÚBLICA ADAPTADA A SE MANTER SEM CONQUISTAS SE SURGISSE A NECESSIDADE DE FAZÊ-LAS CRESCER, ELA LOGO DESMORONAIA, POR FALTA DE BASES NECESSÁRIAS.
NO ENTANTO COMO NÃO É POSSÍVEL MANTER ESTA BALANÇA EM REPOUSO OU EQUILÍBRIO PERFEITO, E PRECISO FUNDAR UMA REPÚBLICA, ESCLHER UM CAMINHO MAIS HONROSO, ORGANIZANDO A DE MANEIRA TAL QUE SE SURGIR AS NECESSIDADES DE CRESCER, ELA POSSA CONSERVAR SUAS POSSESSÕES QUE VIER ADQUIRIR.
DEVE IMITAR A CONSTITUIÇÃO DE ROMA E NÃO A DE OUTRAS QUE CONSIDERAMOS, NÃO EXISTE UM MEIO TERMOS EM MODO DE GOVERNO.
É PRECISO TOLERAR AS DISCÓRDIAS COMO UM MAL NECESSÁRIO PARA ALCANÇAR A GRANDEZA ROMANA.
CAPÍTULO VII
COMO O DIREITO DE ACUSAÇÃO PÚBLICA É NECESSÁRIO PARA MANTER A LIBERDADE NUMA REPÚBLICA
ACUSAR PERANTE O POVO, OU DIANTE DE UM MAGISTRADO OU TRIBUNAL, OS CIDADÃOS QUE ATENTAM CONTRA A LIBERDADE DE UM ESTADO, É UM DIREITO ÚTIL E NECESSÁRIO PARA OS QUE DESEJAM SALVAGUARDAR A LIBERDADE EM UMA REPÚBLICA.
A ACUSÃO PÚBLICA CAUSA DOIS EFEITOS: 
1) PROVOCA TEMOR DE SEREM ACUSADOS PUBLICAMENTE, O QUE CONFERE SEGURANÇA AO ESTADO, E 2) IMPEDE QUE SE VENERE ALGUM CIDADÃO EM PARTICULAR E QUE, SE USADOS MEIOS EXTRAORDINÁRIOS PARA O CONTER, PODERIA PROVOCAR A RUÍNA DA REPÚBLICA.
AS LEIS DA REPÚBLICA E SEUS TRIBUNAIS PERMITEM QUE O POVO MANIFESTE LEGITIMAMENTE SUA COLÉRA CONTRA ALGUM CIDADÃO ASPIRANTE AO PODER. ESTE SERÁ JULGADO (MESMO QUE INJUSTAMENTE) POR MEIOS LEGAIS, COM BASE NA FORÇA DA LEI E DA ORDEM PÚBLICA, O QUE GARANTE A PRESERVAÇÃO DO ESTADO.
OS JUÍZES EM UMA ACUSAÇÃO PÚBLICA CONTRA UM CIDADÃO PODEROSO DEVEM SER MUITOS, POIS SE FOREM POUCOS, SERÃO FACILMENTE MANIPULADOS E NÃO HAVERÁ LISURA NO JULGAMENTO.
QUANDO NÃO HÁ INSTITUIÇÕES JURÍDICAS EM UM ESTADO QUE PERMITAM ESTE TIPO DE JULGAMENTE, RECORRE-SE A MEIOS EXTRAORDINÁRIOS (FORÇAS ESTRANGEIRAS OU PARTICULARES) E ISSO PODE ABALAR A ORDEM VIGENTE.
AS ACUSAÇÕES PÚBLICAS, PORTANTO, SÃO ÚTEIS PARA A MANUTENÇÃO DA LIBERDADE EM UMA REPÚBLICA, POIS SIGNIFICAM ORGANIZAÇÃO E FORTALEZA DE INSTITUIÇÕES QUE CONSEGUEM CONTER AS DISSENSÕES ATRAVÉS DE SUA ORGANIZAÇÃO INTERNA, SEM RECORRER A OUTRAS FORMAS.
CAPÍTULO VIII
AS CALÚNIAS SÃO TÃO PERNICIONIOSAS ÀS REPÚBLICAS COMO SÃO ÚTEIS AS DENÚNCIAS
A CALÚNIA DISPENSA TESTEMUNHO E PROVAS, DEVE SER DETESTADA 
O FUNDADOR DE UMA REPÚLICA DEVE ESTABELECER O PRINCÍCIO DE QUE TODO CIDADÃO PODERÁ SER ACUSADO, SEM TERMER QUALQUER PERIGO, UMA VEZ ESTAABELECIDO E BEM OBSERVADO ESTE DIRETO, OS CALUNIADORES DEVERÃO SER PUNIDOS COM RIGOR.
A CALÚNIA IRRITA OS HOMENS E NÃO SO CORRIGE.
CAPÍTULO IX
É PRECISO ESTAR SÓ PARA FUNDAR UMA NOVA REPÚBLICA, OU PARA REFORMÁ-LA DE MODO TOTALMENTE NOVO
REGRA GERAL PARA AS REPÚBLICAS E REINOS QUE NÃO RECEBERAM AS SUAS LEIS DE UM ÚNICO LEGISLADOR: É NECESSÁRIO QUE APENAS UM HOMEM IMPRIMA A FORMA E O ESPÍRITO DO QUAL DEPENDE A ORGANIZAÇÃO DO ESTADO.
UM PRÍNCIPE NÃO DEVE DEIXAR A AUTORIDADE PARA SEU SUCESSOR, POIS ESTE PODERÁ USAR AMBICIOSAMENTE O QUE AQUELE SE SERVIU DE MANEIRA VIRTUOSA.
UM GRUPO DE HOMENS É INCAPAZ DE FUNDAR UMA INSTITUIÇÃO, MAS É INDISPENSÁVEL NA CONSERVAÇÃO DELA, POIS NÃO PODE UM SÓ HOMEM SUPORTAR TODO O PESO DA ADMINISTRAÇÃO DE UMA REPÚBLICA.
A INSTITUIÇÃO DE UMA REPÚBLICA DEPENDE DA AÇÃO DE UM SÓ HOMEM.
CAPÍTULO X
OS FUNDADORES DE UMA REPÚBLICA OU DE UM REINO SÃO DIGNOS DE ELOGIO, TANTO QUANTO MERECEM RECRIMINAÇÃO OS QUE FUNDAM UMA TIRANIA
OS MAIS DIGNOS DE ELOGIO SÃO OS FUNDADORES OU CHEFES DE RELIGIÕES; EM SEGUNDO LUGAR, OS FUNDADORES DE REPÚBLICAS OU DE REINOS E, DEPOIS, LIDERANÇAS MILITARES QUE EXTENDEM OS DOMÍNIOS DE SEU REINO.
AQUELES QUE FUNDAM UMA REPÚBLICA OU REINO E TRANSFORMAM O GOVERNO NUMA TIRANIA PERDEM RENOME, GLÓRIA, HONRA, SEGURANÇA, PAZ E SATISFAÇÃO ESPIRITUAL, EXPONDO-SE À INFÂMIA, ÀS CRÍTICAS, À CULPA, A PERIGOS E INQUIETAÇÕES.
CÉSAR NÃO MERECE TODOS OS ELOGIOS QUE OS ESCRITORES A ELE CONFERIRAM, POIS FOI TIRANO EM PLANEJAR E PRATICAR CRIMES QUE LEVARAM À RUÍNA DE ROMA.
UM FUNDADOR DE UMA REPÚBLICA OU REINO DEVE LEVAR EM CONSIDERAÇÃO OS ELOGIOS QUE OS IMPERADORES QUE SEGUIRAM AS LEIS CUMULARAM E ISSO É POSSÍVEL ATRAVÉS DO ESTUDO DA HISTÓRIA E A IMITAÇÃO DAQUELES QUE FIZERAM UM BOM GOVERNO.
QUANDO UM PRÍNCIPE REFORMADOR (COMO FOI RÔMULO E CÉSAR) ESTIVER AMEAÇADO DE PERDER O TRONO E RENUNCIAR, PODER-SE-Á DESCULPÁ-LO, MAS SE TIVER CONDIÇÕES DE CONSERVAR O TRONO, REFORMANDO O ESTADO E NÃO O FIZER, NÃO SE PODE ABSOLVÊ-LO.
O FUNDADOR DE UMA REPÚBLICA DEVE INSTITUI-LA ONDE HÁ (OU POSSA HAVER) AMPLA IGUALDADE PARA, ASSIM, NÃO NASCER UM ESTADO DESPROPORCIONAL EM SEU CONJUNTO, SEM CONDIÇÕES PARA UMA LONGA VIDA
XI A RELIGIÃO DOS ROMANOS
OS ROMANOS RESPEITAM MAIS SEUS JURAMENTOS DO QUE A LEI, FIDELIDADE SUBLIME QUE TEVE A ORIGEM NA RELIGIÃO INTRODUZIDA POR ROMA.
A RELIGIÃO SERVIA PARA COMANDAR OS EXERCÍTOS, LEVAR A CONCÓRIDA AO POVO, ZELAR PELA SEGURANÇA DOS JUSTOS E FAZER COM QUE OS MAUSS TIVESSEM VERGONHA DAS SUAS INFÂMIAS. 
ROMA DEVIA MAIS A NUMIA DO QUE A RÔMULO, POIS FOI QUE PRECISOU SE APOIAR NA AUTORIDADE DA RELIGIÃO, ONDE A RELIGIÃO TEM PODER É MAIS FÁCIL DE INTRODUZIR O ESPÍRITO MILITAR, JÁ NUM POVO GEURREIRO E IRRELIGIOSO É MAIS DIFÍCIL PENETRAR A RELIGIÃO.
NENHUM LEGISLADOR OUTORGOU LEIS DE CARÁTER EXTRAODINÁARIO SEM APELAR PARA A DIVINDADE, POIS SEM ISTO NÃO SERIAM ACEITAS
AS REPÚBLICAS QUE QUEREM IMPEDIR A CORRUPÇÃO DO ESTADO DEVEM MANTER SEM ALTEREAÇÕES OS RITOS RELIGIOSOS, E O RESPEITO QUE INSPIRAM.
A RELIGIÃO É O INICIO DOS BENS E COSTUMES.
OS ROMANOS SE UTILIZARAM DA RELIGIAO PARA INCITAR OS SOLDADOS A UMA CAMPANHA 
PARA EXERCER REFORMAS NO ESTADO E PARA PROMOVER SEUS EMPREENDIMENTOS
OS ROMANOS INTERPRETAVAM OS AUSPÍIOS CONFORME A NECESSIDADE E AGIAM COM GRANDE PUDÊNCIA NA OBSERVÂNCIA PÚBLICA DA RELIGIÃO, MESMO QUANDO ERAM OBRIGADOS A BIOLÁ-LA, PUNIAM TODOS 
XV 
SE UM POVO ACOSTUMADO A VIVER SOB O GOVERNO DE UM PRÍNCIPE GANHA A LIBERDADE, TEM DIFICUDADE DE MANTÊ-LA 
MUITOS EXEMPLOS DEMOSTRAM, COMO É DIFÍCIL A UM POVO HABITUADO A VIVER SOB AS LEIS DE UM PRÍNCIPE CONSERVAR A LIBERDADE QUNADO ALGUM ACIDENTE FELIZ LHE PERMITE GANHÁ-LA COMO ACONTECEU EM ROMA, DEPOIS DA EXPULSÃO DOS TARQUÍNIOS. 
É UMA DIFICULDADE QUE SE DEVE À SEGUINTE RAZÃO: UM POVO NESTA SITUAÇÃO É COMO UM ANIMAL VIGOROSO QUE, EMBORA FEROZ POR NATUREZA, E NASCIDO NA FLORESTA, TIVESSE CRESCIDO NIMA JAULA; POSTO CASUALMENTE EM LIBERDADE, EM PLENO CAMPO, NÃO SABERIA ENCONTRAR ALIMENTO, NEM ABRIGO, TORNANDO-SE PRESA DO PRIMEIRO QUE QUISESSE OUTRA VEZ CAPTURÁ-LO.
UM PRÍCIPE QUE QUEIRA CONQUISTAR UM POVO QUE PODERIA SER SEU INIMIGO DEVE INDAGAR ANTES DEMAIS NADA O QUE O POVO DESEJA. VERÁ QUE ELE EMPRE QUER DUAS COISAS: A PRIMEIRA É VINGAR-SE DOS QUE O AGRILHOARAM; A SEGUNDA, RECOBRAR A LIBERADADE. 
NO ENTANTO NÃO PODENDO CONTENTAR EM PARTE O DESEJO QUE TEM OS POVOS DE RECOBRAR A LIBERDADE PERDIDA, O PRÍNCIPE DEVE EXAMINAS AS CAUSAS DO DESEJO: VERÁ ENTÃO QUE UM PEQUENO NÚMERO QUER COMANDAR, E UM NÚMERO MAIOR QUER A LIBERDADE DE VIVER EM SEGURANÇA. 
SOBRE OS PRIMEIROS A ORGANIZAÇÃO DA REPÚBLICA COMPORTAR UNS QUARENTA OU CINQUENTA CIDADÃOS NO PODER, É FÁCIL CONTROLÁ-LOS DANDO-LHES HONRARAS, 
QUANTOS AOS QUE QUEREM VIVER EM SEGURANÇA NÃO É DIFÍCIL CONTENTÁ-LOS, BASTA CRIAR INSTITUIÇÕES E LEIS QUE CONCILIEM O PODER DO PRÍNCIPE E A SEGURANÇA REAL.
XVII 
UM POVO CORROMPIDO QUE RECOBRA A LIBERDADE SÓ COM GRANDE DIFICULDADE PODERÁ MANTER-SE LIVRE
PARA OS ROMANOS FOI DE GRANDE FELICIDADE QUE SEUS REIS TENHAM DEGENERADO TÃO RAPIDAMENTE QUE TENHA SIDO POSSÍVEL EXPULSÁ-LO ANTES DE QUE O MAL PENETRASSENAS ENTRANHAS DO Estado. SUA CORRUPÇÃO FEZ COM QUE AS NUMEROSAS DESORDENS OCORRIDAS EM ROMAS FOSSEM VANTAJOSAS, EM VEZ DE TER RESULTADOS FUNESTEOS, POIS AS INTENÇÕES DOS CIDADÃOS ERAM BOAS.
DE ONDE SE CONCLUIR QUE, QUANDO A MASSA DO POVO É SADIA, AS DESORDENS E OS TUMULTOD NÃO CHEGAM AS SER DANINHOS: MAS QUANTO ESTÁ CORROMPIDA, MESMO AS LEIS MELHOR ORDENADAS SÃO IMPOTENTES – A MENOS QUE SSEJAM MANIPULADAS HABITUALMENTE POR UMA PERSONALIDADE VIGOROSA, RES´PEITADA PELA SUA AUTORIDADE, E QUE POSSA CORTAR O MAL PELA RAIZ.
XVIII 
DE QUE MANEIRA SE PODE MANTER O GOVERNO LIVRE NUMA CIDADE CORROMPIDA; E COMO INSTITUÍ-LO, SE ELA AINDA NÃO O TIVER
É QUASE IMPOSSÍVEL PROPOR REGRAS SOBRE ESSE PONTO, UMA CIDADE DESREGRADAS, NÃO HÁ MAIS NEM LEIS NEM INSTITUIÇÕES QUE POSSAM REPRIMIR. BONS COSTUMES SÓ PODEM SER CONSERVADOS COM O APOIO DE BOAS LEIS, E A OBSERVAÇÃO DAS LEIS EXIGE BONS COSTIMES.
AS LEIS INSITUIDAS SE TORNARAM INSDUFICIENTES QUANDO OS CIDADÃOS COMEÇARAM A SE CORROMPER. E OS ACONTECIMENTOS DETERMINAM ALTERAÇÕES NAS LEIS, COMO O MAIS COMUM É QUE AS INSTITUIÇÕES NÃO SE MODIFIQUEM, A LEGSILAÇÃO NOVA FICA SEM EFEITO, JÁ QUE AS INSTITUIÇÕES ORIGINAIS CEDO AS CORROMPEM.
O EXEMPLO DE ROMA QUE HAVIAM INSTUIÇÕES QUE REGULAVAM O GOVERNO, OU SEJA, O ESTADO, E LEIS QUE AJUDAVAM OS MAGISTRADOS A REFREAR AS DESORDENS PROVOCADAS PELOS CIDADÃOS. 
AS INTITUIÇÕES ABRANGIAM A AUTORIDADE DO POVO, DO SENADO, DOS TRIBUNOS, DOS CÔNSULES, A MANEIRA DE ELEGER OS MAGISTRADOS, E O PROCESSO LEGISLATIVO. OS FATOS POUCO MUDAM ESSAS INSTITUIÇÕES
O MESMO NÃO ACONTECEU COM AS LEIS QUE DISCIPLINAVAM OS CIDADÃOS COMO A LEI DO ADULTÉRIO, O LUXO, A CONSPIRAÇÃO E TODAS AS DEMAIS QUE TORNARAM NECESSÁRIAS DEVIDO À MUDANÇA SUCESSEVA DOS COSTUMES, MAS FORAM CONSERVADAS INSTITUIÇÕES QUE NÃO ERAM BOAS, NO MEIO DA CORRUPÇÃO GERAL, AS NOVAS LEIS NÃO BASTAVAM PARA MANTER OS HOMENS NA VIRTUDE.
PARA FAZER COM QUE SE TONASSEM ÚTEIS, TERIA SIDO PRECISO QUE SE MUDASSE AO MESMO TEMPO AS ANTIGAS INSITUIÇÕES.
DOIS PONTOS PRINCIPAIS DEMONSTRAM QUE AS MESMAS INSTITUIÇÕES DEIXA DE SER CONVENIENTES A UMA CIDADES CORROMPIDA: A CRIAÇÃO DOS MAGISTRADOS E O PROCESSO LEGISLATIVO,
PARA QUE NO MEIO DA CORRUPÇÃO ROMA PUDESSE MANTER A LIBERDADE FOI NECESSÁRIO ROMA PROMULGAS NOVAS LEIS E FUNDAR NOVAS INSTITUIÇÕES.
A MUDANÇA DAS INSTITUIÇÕES PODE SER FEITA DE DOIS MODOS: REFORMANDO-SE TODAS ELAS AO MESMO TEMPO, QUANDO SE RECONHECE QUE PERDERAM O VALOR, OU GRADUALMENTE, À MEDIDA QUE SE LHES PECEBE OS INCONVENIENTE. OS DOIS MODOS OFERECEM DIFICULDADES QUASE INSUPERÁVEL.
AS REFORMA PARCIAL E SUCESSIVA DEVE SER PROVOCADA POR UM HOMEM ESCLARECIDO QUE SAIBA RECONHECER DE MUITO LONGE AS DIFICULDADE, LOGO QUE SURJAM. É POSSÍVEL QUE NUNCA SE ENCONTRE UM HOMEM DESTE TIPO; SE SURGISSE UM SÓ, NÃO CONSEGUIRIA JAMAIS CONVENCER OS CIDADÃOS DOS VÍCIOS IDENTIFICADOS PELA SUA PREVISÃO, 
QUANDO ESTÃO HABITUADOS A UMA VERTA MANEIRA DE VIVER, OS HOMENS NÃO QUEREM ALTERAR.
 JÁ A REFORMA TOTAL E IMEDIATA DA CONSTITUIÇÃO POLÍTICA, QUANDO HÁ CONVICÇÃO GERAL DE QUE ELA É DEFEITUOSA, É DIFÍCIL EFETUÁ-LA SE O DEFEITO É EVIDENTE, PORQUE PARA ISTO OS MEIOS ORDINÁRIOS SÃO INSUFICINETES.
TORNA-SE INDISPENSÁVEL O RECURSO A MÉTODOS EXTRAORDINÁRIOS – AS ARMAS E A VIOLÊNCIA. 
É NECESSÁRIO SER UM HOMEM DE BEM PARA REFORMAR A POLÍTICA E AS INSTITUIÇÕES DE UM ESTADO; MAS A USURPAÇÃO VIOLENTA DO PODER PRESSUPÕES UM HOMEM AMBICIOSO E CORRUPTO. ASSIM RARAMENTE ACONTECERÁ DE UM CIDADÃO VIRTUOSO QUEIRA APOSSAR-SE DI PODER POR MEIO ILEGÍTIMOS, MESMO COM AS MELHORES INTENÇÕES; OU QUE UM HOMEM MAU, TENDO ALCANÇADO O PODER, QUERIA FAZER O BEM, DANDO BOA UTILIZAÇÃO AO PODER QUE CONQUISTOU COM O MAL.
ESTA CLARO A DIFICULDADE OU IMPOSSIBLIDADE DE MANTER UM GOVERNO REPUBLICANO, NUMA CIDADE CORROMPIDA, DE MANEIRA, MAS VALE A MONARQUIA DO QUE O ESTADO POPULAR PARA ASSEGURAR QUE OS INDIVIDUOS CUJA INSOLÊNCIA AS LEIAS NÃO PODEM REPRIMIR SEFAM SUBJULGADOS POR UMA AUTORIDADE REAL. 
RQ 5007 Rev. 05
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