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ASSOCIAÇÃO EDUCACIONAL FREI NIVALDO LIEBEL – FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS - FACISA CELER FACULDADES CURSO DE GRADUÇÃO EM DIREITO Princípios do Processo Penal Franciele Fátima Giachini Xaxim, 27 de abril de 2015. Segundo o Dicionário Aurélio princípio é o começo, fundamento, é a base, regra, é preceito. Os princípios que norteiam o Direito são então os basilares do mesmo. São as regras que precisam ser seguidas para a aplicação de qualquer norma que seja. Com o Processo Penal não é diferente. Existem diversos princípios que devem ser seguido para a total eficácia e eficiência do Direito. Vejamos alguns deles: Princípio da Busca da Verdade Real nos lembra que no Direito existem a verdade real e a verdade material, a primeira, caçada pelo Direito Processual Penal, apresenta a verdade dos fatos, o que realmente aconteceu, enquanto a segunda entende como verdadeiro os fatos apresentados no processo. Princípio do Contraditório assegura à todos os que forem processados o direito à ampla defesa. Está expresso no art. 5º, LV da Constituição Federal. Princípio do Estado de inocência ou princípio da não culpabilidade, nos apresenta o famoso dito “todos são inocentes até prova em contrário”. Nos é trazido pela Carta Magna, em seu art. 5º, LVII e na prática traduz que apenas será considerado culpado quem for condenado por sentença penal e apenas depois do transito em julgado desta. Princípio da Publicidade rege que todos os atos do processo devem ser públicos. Está presente no art. 5º, LX da Constituição Federal. A publicidade é regra no Processo Penal, mas o sigilo pode ser decretado nos casos do art. 93, IX da Carta Magna e nos art. 201, 485, 217 e 792, §1º do Código do Processo Penal. Princípio da Oficialidade diz que os atos do processo precisam ser executados por órgãos oficiais, ou seja, o Inquérito Policial deve ser instaurado pela Autoridade Policial, a denúncia apenas deve ser apresentada pelo Ministério Público e o processo deve ser julgado apenas pelo Poder Judiciário. Princípio do Juiz Natural diz que o processo deve ser julgado apenas pela autoridade judiciária competente, de acordo com hierarquia, territorialidade e outros aspectos de jurisdição, assegurando a imparcialidade do juízes e a inexistência de juízos ou tribunais de exceção. Princípio da Legalidade obriga a autoridade policial e o Ministério Público a, respectivamente, instaurarem Inquérito Policial e promover a Ação Penal quando na iminência de crime. Princípio da Indisponibilidade do Processo traz o óbvio, que o Processo Penal não é disponível para que a Autoridade Policial instaure inquérito quando quiser e o arquive nas mesmas condições, ou que o Ministério Público desista da pretensão punitiva no meio do processo. Depois do início do processo este deve seguir seu tramite inteiro até o fim, uma vez que, se houve crime, o Estado tem direito de punir e, se não houve, o acusado tem o direito de provar sua inocência. Princípio da Persuasão Racional garante ao juiz o direito de julgar o processo de acordo com o seu livre convencimento, desde que o faça sempre de maneira fundamentada. Princípio do Impulso Oficial é o complemento do princípio anterior, uma vez que a jurisdição é inerte e precisa ser provocada pelas partes, mas uma vez provocada o processo precisa seguir seu tramite, sendo o juiz quem mantem a ordem e garante o seguindo dos atos processuais. Princípio da Iniciativa das Partes diz que a jurisdição é inerte e deve ser provocada, assim cabe ao Ministério Público interpor a denúncia e à parte ofendida apresentar queixa-crime. Princípio da Comunhão da Prova diz que, depois de trazida aos autos, qualquer uma das partes pode utilizá-la a seu favor, se possível for e de seu interesse, uma vez que a prova pertence ao processo e não às partes. Princípio do Favor Rei é o famoso in dubio pro reu, já que só é culpado aquele que for condenado por sentença penal e após o transito em julgado desta, mas se nos autos não houverem provas suficientes para tal condenação, restando fundadas dúvidas acerca da autoria ou da materialidade o juiz deve absolver o acusado valendo-se deste princípio. Princípio da Vedação das Provas Ilícitas nos lembra que são vedação das provas adquiridas de forma ilícita e nem as chamadas provas ilícitas por derivação o que é assegurado pelo art. 5º, LVI da Constituição Federal. Princípio do Duplo Grau de Jurisdição vem para garantir que nosso inconformismo com as decisões proferidas seja levado à apreciação em instância superior. Os aqui apresentados são alguns dos principais princípios que norteiam o Direito Processual Penal, mas eles são os mais variados e todos são de grande importância para a aplicação do nosso Direito, podendo servir de fundamento para as decisões e até mesmo absolver alguém.
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