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O controle de estímulos Felipe Pimentel Mestre em Psicologia UFES Especialista em Terapia Comportamental ITCR-Campinas (SP) Contribuição: Apresentação de Lilian Medeiros sobre o esvanecimento Estímulos *Eliciadores *Discriminativos Sd S Diferenças entre estímulos Elicia a resposta Sinaliza a consequência para determinada resposta Evocam respostas selecionadas na história da espécie Controlam respostas selecionadas durante a vida do indivíduo Controle “obrigatório” Controle probabilístico No comportamento operante sabe-se que é a conseqüência que segue a resposta que altera a probabilidade de a mesma ocorrer no futuro. R C “A descrição do comportamento operante envolve pelo menos duas relações: a relação entre a resposta e suas conseqüência e a relação entre a resposta e os estímulos que a antecedem e que estavam presentes na ocasião em que a resposta foi reforçada” (Sério et al, 2004). Qualquer comportamento só tem valor se ocorrer nos momentos certos e em situações adequadas... Quando determinado comportamento tem mais probabilidade de ocorrer na presença de determinado estímulo e não de outros, dizemos que o comportamento está sob o controle daquele estímulo (Martin & Pear, 1999) 6 Antecende Resposta Conseqüência 7 Então, o termo controle de estímulo é usado para demonstrar o poder que um antecedente tem para “evocar” uma reposta. E esse poder está diretamente relacionado com o reforço que essa resposta produz (atenção: “evocar”, aqui, não é usado como sinônimo de suscitar ou eliciar. O antecedente “não suscita, então, a resposta, como ocorre num reflexo; simplesmente aumenta a probabilidade de ela vir a ocorrer novamente (...) (Skinner, 1974, p. 76)). R C Sd : Festa Contar piadas Amigos riem e dão atenção Como vimos, os estímulos discriminativos Sd’s estabelecem a ocasião para que a resposta ocorra. Trata-se de uma relação de controle; é frente a estes estímulos que a probabilidade de uma resposta ocorrer é demonstrada. Transferência Relação de controle de estímulos Sd Estímulos antecedentes que indicam o reforço disponível. Na interação o organismo fica sob controle deste reforçador e a resposta se faz mais provável. Ver o amigo animado é Sd para a resposta de chamá-lo ao parque de diversões. Terá reforço se abraçá-lo??? R C Não é em todo contexto que uma mesma resposta é reforçada... Existem contextos em que uma dada resposta não mais produz reforçadores. Nestas situações a resposta então se torna menos provável. Sd : Festa Contar piadas Amigos riem e dão atenção Funeral Familiares não dão atenção e não riem r S : C Funeral Os estímulos antecedentes que indicam que uma resposta não será reforçada são chamados de estímulos delta (S). Contingência onde o estímulo foi seguido pelo não reforçamento da resposta emitida naquela ocasião. São estímulos que apresentam a redução da probabilidade da resposta ocorrer. Sd S+ Associado à disponibilidade do reforçamento S∆ S- Associado à não disponibilidade do reforçamento Diz-se que um organismo discrimina entre dois ou mais estímulos quando ele se comporta diferentemente na presença de cada um desses estímulos. Não é o sujeito que associa o estímulo discriminativo ao reforçamento da resposta, mas essa associação ocorre de fato na interação com o ambiente em que o sujeito se encontra. Dar carinho para qual deles??? A relação de controle dos estímulos Sd e S é o ponto que esclarece se um treino discriminativo foi ou não efetivo; Não se discrimina corretamente um ambiente sem que haja exposição a ele. O funcionário que só pede um adiantamento ao patrão nos dias em que a empresa lucrou muito é um exemplo de tal relação de treino. Discrimina uma fantasia que lhe cabe bem??? R C Não é diferente este processo com nosso sujeito experimental... Quando existem relações de contingências diferenciadas de acordo com alguns contextos, o sujeito passa a ficar sob controle destas relações. A esta manipulação das variáveis se dá o nome de treino discriminativo Sd : Luz acesa Pressão a barra Água disponível Luz apagada Não há água disponível r S : C Luz apagada A discriminação operante é o controle de estímulos estabelecido por meio de reforçamento diferencial da resposta, tendo como critério a presença/ ausência de determinados estímulos (Sério & Andery, 2007). Ficar “confuso”, ponderar para não se “arrepender” de algo ou “escolher” a melhor carreira são todos exemplos de comportamento sob controle de estímulos múltiplos em um dado ambiente. Sob fraco controle de estímulos, ou sob controle de contingências significativas concorrentes o sujeito tende a ter dificuldades na emissão de respostas. E na clínica? Caso Thaís 28 anos, estudante, solteira. Queixa: ansiedade, impulsividade com dificuldade em estabelecer e manter relacionamentos amorosos. “Nunca dá nada certo comigo em relação a minha vida amorosa... Sabe aquele lance de ‘dedo podre’? Então, o meu já até caiu” Caso Thaís Em todos os relacionamentos se envolve profunda e rapidamente com a pessoa que encontrou. Costuma sentir que ama mais que as outras pessoas “frias deste mundo” são capazes de amar. Recebeu uma música da Vanessa da Mata sobre o término do relacionamento. Boa Sorte “ É só isso Não tem mais jeito Acabou, boa sorte Não tenho o que dizer São só palavras E o que eu sinto Não mudará Tudo o que quer me dar É demais É pesado Não há paz Tudo o que quer de mim Irreais Expectativas Desleais” 23 Caso Thaís O problema da cliente mostrou-se profundamente um problema de discriminação dos estímulos mais relevantes do ambiente. Qualquer tipo de cantada ou investida que recebia atuava como discriminativo para investimento em uma possibilidade de namoro. O problema é que o reforço especificado pelo discriminativo nunca se realizava (“vai tudo certo até um certo ponto, acho que tem inveja em cima de mim sabia?”). Caso Thaís Por outro lado, é notável levar em conta que para os homens, toda a disponibilidade dela era um SD para emissão da resposta de sedução. O problema é que em muitos casos, o reforço final que estava controlando as respostas de investida não era um relacionamento, mas sim uma disponibilidade de relação sexual. Thaís Reforço = Relacionamento, logo, presença do outro era SD para investir. Homens com quem ela tinha contato Reforço = disponibilidade de relação sexual (relacionamento para eles atuava como S delta). Caso Thaís Em alguns momentos, vinha para a terapia dizendo estar muito feliz pois vinha tendo contatos frequentes com um colega no trabalho que estava “interessadíssimo” nela. Terapeuta: “que sinais ele deu de estar tão interessado? Me liga direto, pra saber se eu quero sair com ele. Sim, mas de alguma forma ele se interessa sobre assuntos relacionados a você? Mais ou menos, se falamos muito sobre algumas coisas que me chateia lá no emprego ele já volta a querer saber como vamos sair, se vou levar amigas ou estar só... Caso Thaís Em um dado momento, (baseado no caso de Lilian Medeiros) terapeuta solicitou que a cliente trouxesse suas conversas no MSN com o pretendido. Thaís: mas aqui, to meio sem saber aonde vamos... Você tem alguma idéia legal? Rolo: só me importa é que vamos sair juntos, eu e vc. Thaís: rsrsrsr, bobo. Mas eu tava um pouco afim de sair pra dançar contigo... Que que vc acha??? Rolo: sei não, tava afim de um lugar mais quieto pra gente... Caso Thaís Thaís: vamos dançar hoje... Outro dia ficamos mais só nós dois... Rolo: vc q sabe... Thaís: ta chateado? Rolo: não Thaís: Ok, então hoje saímos pra um local mais só nosso e semana que vem eu e vc vamos sair pra dançar tá? Rolo: eu adoraria, mas se vc não quiser deixa pra lá... Não quero que vc faça nada sem vontade, to curtindo muito vc... Caso Thaís É possível notar a relação de controle de estímulos ocorrendo em toda a conversa, principalmente se levarmos em conta o que é o reforçador para cada um na interação. As falas do rolo tinham de fato função de SD sinalizador de “namoro em potencial”? E as falas da cliente? Tinham que função para o rolo? 30 Caso Thaís Será que as falas do paquera tinham de fato função de SD sinalizador de “namoro em potencial”? E as falas da cliente? Tinham que função para o paquera? Em algumas condições há a emissão da resposta em uma nova condição que partilhe de propriedades físicas ou funcionais com o Sd. Luz 100% Pressão à barra. Luz 75% Pressão à barra. Luz 15% Em vez de discriminar entre dois estímulos e responder diferentemente a eles, o indivíduo responde da mesma maneira a dois estímulos diferentes. Alguns fatores são responsáveis pela generalização: Generalização de Estímulo Não Aprendida devido a Considerável Semelhança Física. Generalização de Estímulo Aprendida Envolvendo Semelhança Física Mínima (classe de estímulos e conceito). Generalização de Estímulo Aprendida devido a Classes de Equivalência de Estímulos (Classe de equivalência, estímulos dissimilares). Quanto mais similaridades houver entre o estímulo que foi ocasião para a resposta reforçada e um novo estímulo, mais chances a resposta tem de se emitida novamente. Gradiente de generalização Teste de generalização A generalização operante surge frente a classes de estímulos semelhantes em alguma natureza. Uma classe de estímulos é então definida como aquela que serve de ocasião para uma mesma resposta. Similaridade física vs. funcional Na similaridade funcional, o controle sobre a resposta é arbitrário, pois não há semelhança física que evoque a mesma resposta. Alguns fatores devem ser levados em conta ao aplicar um procedimento de treino discriminativo. Escolha de sinais claros (ex. pais exigente não adequados); Redução das oportunidades de erro; Maximização do número de tentativas (reforço diferencial paciente da resposta que se quer otimizar); Utilização de regras (descrição das contingências e controle por um SD verbal). É necessário tomar cuidado com os resultados de um treino discriminativo inadequado. ATENÇÃO: Para a análise do comportamento, atenção e percepção podem então explicar os conceitos de atenção e percepção enquanto comportamentos. “Ter atenção é comportar-se sob determinado controle de estímulos” (Moreira & Medeiros, 2007). Ficamos sobre controle de partes e dimensões dos estímulos mais do que outras. Skinner (1976) diz que “uma pessoa não é um espectador indiferente a absorver o mundo como esponja” Não é a “atenção” que escolhe à qual estímulos responderemos; na verdade, comportamo-nos sobre controle discriminativo de uma parte. “Pra quem tem um martelo à mão, tudo o que se vê pela frente é prego” “Um organismo está atentando para um detalhe de um estímulo se o seu comportamento estiver predominantemente sob controle daquele detalhe”. Os sujeitos então prestam atenção àquilo em que foram previamente treinados, ou a estímulos reforçadores primários quando em estado de privação.
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