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118 dicas para o concurso da PGE AM 2016

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DIREITO CONSTITUCIONAL 
 
1. A jurisprudência pacífica do STF é de que NÃO há direito adquirido em face de uma nova 
Constituição. Uma nova Constituição não está obrigada a respeitar o direito adquirido 
porque o Poder Constituinte Originário não está submetido a qualquer limitação jurídica. 
2. (ADI 2729/RN) É inconstitucional lei estadual que assegure aos Procuradores do Estado as 
seguintes prerrogativas: a) Vitaliciedade; b) Prisão domiciliar ou em sala de Estado-Maior; 
c) Restrições à prisão do Procurador; d) Foro privativo no Tribunal de Justiça (por meio de 
lei); e) Escolha do dia, hora e local para que o Procurador seja ouvido como testemunha ou 
ofendido em processo judicial; f) Porte de arma independentemente de licença ou 
registro. 
3. A lei do mandado de injunção adotou a teoria concretista individual intermediária. Ao 
julgar procedente o mandado de injunção, o Judiciário, antes de viabilizar o direito, deverá 
dar uma oportunidade ao órgão omisso para que este possa elaborar a norma 
regulamentadora. Assim, a decisão judicial fixa um prazo para que o Poder, órgão, 
entidade ou autoridade edite a norma que está faltando. Caso esta determinação não seja 
cumprida no prazo estipulado, aí sim o Poder Judiciário poderá viabilizar o direito, 
liberdade ou prerrogativa. Nesse ponto, sugerimos material interessantíssimo e completo 
do Prof. Marcio Andre, do Dizer o Direito: 
http://www.dizerodireito.com.br/2016/06/primeiros-comentarios-lei-133002016-lei.html. 
4. É legítima a publicação, inclusive em sítio eletrônico mantido pela Administração Pública, 
dos nomes de seus servidores e do valor dos correspondentes vencimentos e vantagens 
pecuniárias. 
5. É constitucional a regra denominada “cláusula de barreira”, inserida em edital de concurso 
público, que limita o número de candidatos participantes de cada fase da disputa, com o 
intuito de selecionar apenas os concorrentes mais bem classificados para prosseguir no 
certame. 
6. Não compete ao Poder Judiciário, no controle de legalidade, substituir banca examinadora 
para avaliar respostas dadas pelos candidatos e notas a elas atribuídas. Excepcionalmente, 
é permitido ao Judiciário juízo de compatibilidade do conteúdo das questões do concurso 
com o previsto no edital do certame. 
7. Editais de concurso público não podem estabelecer restrição a pessoas com tatuagem, 
salvo situações excepcionais em razão de conteúdo que viole valores constitucionais. STF. 
Plenário. RE 898450/SP, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 17/8/2016 (repercussão geral) (Info 
 
835). Assim, tatuagem com o escudo do seu time (Sport Club do Recife, por exemplo) ou 
um tribal, em tese, não podem gerar qualquer problema. Uma suástica desenhadas nas 
costas, por outro lado, para concurso de soldado da polícia militar, parece ter sido 
excepcionada pelo STF. 
8. Súmula vinculante 44-STF: Só por lei se pode sujeitar a exame psicotécnico a habilitação de 
candidato a cargo público. É admitida a realização de exame psicotécnico em concursos 
públicos se forem atendidos os seguintes requisitos: previsão em lei, previsão no edital 
com a devida publicidade dos critérios objetivos fixados e possibilidade de recurso. STJ. 2ª 
Turma. REsp 1.429.656-PR, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, julgado em 11/2/2014 
(Info 535). 
9. A ADPF possui caráter subsidiário, descabendo quando existir qualquer outro meio eficaz 
para sanar a lesividade (art. 4º, § 1º, da Lei nº 9.882/99). A subsidiariedade pressupõe a 
inexistência de outro instrumento processual-constitucional apto a resolver a questão 
jurídica com a mesma efetividade, imediaticidade e amplitude. O juízo de subsidiariedade, 
portanto, deve levar em consideração os demais processos objetivos, embora possam 
existir outros meios específicos igualmente eficazes na espécie, como, por exemplo, o 
procedimento para revisão, interpretação ou cancelamento de súmula vinculante. 
10. A arguição de descumprimento de preceito fundamental não é a via adequada para se 
obter a interpretação, a revisão ou o cancelamento de súmula vinculante. (STF. Plenário. 
ADPF 147-AgR, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 24/03/2011). 
11. De acordo com o entendimento do STF, norma que trata da liberdade de organização e da 
forma de constituição dos órgãos de representação estudantil, tem conteúdo de direito 
associativo, sub-ramo do direito civil, cuja regulação é de competência privativa da União, 
na forma do art. 22, I, da CF (Info STF 774. Arts. 21, XII, b; 22, IV e 175 CF). 
12. O estrangeiro aprovado em concurso público poderá tomar posse ainda que a portaria de 
reconhecimento de naturalização expedida pelo Ministério da Justiça e Cidadania não 
tenha sido expedida, desde que conte com quinze anos ininterruptos de residência fixa no 
Brasil e tenha feito requerimento de aquisição de nacionalidade brasileira. 
13. O STF entendeu que ato de naturalização de estrangeiro como brasileiro somente pode ser 
anulado por via judicial, e não por mero ato administrativo, em decorrência do disposto no 
art. 12, §4º, I da CF. Assim, o Ministro de Estado da Justiça não tem competência para 
rever ato de naturalização. 
14. Súmula STF 637. De acordo com a jurisprudência deste Tribunal, a decisão de Tribunal de 
Justiça que determina a intervenção estadual em Município tem natureza político-
 
administrativa, não ensejando, assim, o cabimento do recurso extraordinário (Ver STF - AI 
597.466 AgR, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgado em 27.11.2007) 
15. Leis municipais que imponham cobrança proporcional nos estacionamentos são 
inconstitucionais. 
16. O STF já deixou de aplicar o efeito repristinatório tácito de maneira expressa, havendo 
pedido do autor da ADI, em caso no qual, se houvesse a declaração de 
inconstitucionalidade da norma impugnada, outras diversas na cadeia história que a 
precederam, com os seus mesmos vícios, seriam revigoradas, padecendo da mesma 
inconstitucionalidade declarada naquele julgamento. 
17. A entrada forçada em domicílio sem mandado judicial só é lícita, mesmo em período 
noturno, quando amparada em fundadas razões, devidamente justificadas “a posteriori”, 
que indiquem que dentro da casa ocorre situação de flagrante delito, sob pena de 
responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade, e de nulidade dos 
atos praticados. STF. Plenário. RE 603616/RO, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 4 e 
5/11/2015 (repercussão geral) (Info 806). 
18. A Administração Pública pode ser obrigada, por decisão do Poder Judiciário, a manter 
estoque mínimo de determinado medicamento utilizado no combate a certa doença grave, 
de modo a evitar novas interrupções no tratamento. 
19. O Poder Judiciário pode obrigar o Município a fornecer vaga em creche a criança de até 5 
anos de idade. 
20. Não são nulas as provas obtidas por meio de requisição do Ministério Público de 
informações bancárias de titularidade de prefeitura municipal para fins de apurar supostos 
crimes praticados por agentes públicos contra a Administração Pública. É lícita a requisição 
pelo Ministério Público de informações bancárias de contas de titularidade da Prefeitura 
Municipal, com o fim de proteger o patrimônio público, não se podendo falar em quebra 
ilegal de sigilo bancário. 
21. As autoridades e os agentes fiscais tributários da União, dos Estados, do Distrito Federal e 
dos Municípios podem requisitar diretamente das instituições financeiras informações 
sobre as movimentações bancárias dos contribuintes. Esta possibilidade encontra-se 
prevista no art. 6º da LC 105/2001, que foi considerada constitucional pelo STF. Isso 
porque esta previsão não se caracteriza como "quebra" de sigilo bancário, ocorrendo 
apenas a “transferência de sigilo” dos bancosao Fisco. 
22. O STF não admite a “teoria da transcendência dos motivos determinantes”. Não se pode 
utilizar a reclamação, que é uma via excepcional, como se fosse um incidente de 
 
uniformização de jurisprudência. STF. Primeira Turma. Rcl 11477 AgR/CE, rel. Min. Marco 
Aurélio, 29/5/2012 (Info 668 STF). 
23. A Resolução do TSE pode ser impugnada no STF por meio de ADI se, a pretexto de 
regulamentar dispositivos legais, assumir caráter autônomo e inovador. STF. Plenário. ADI 
5104 MC/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 21/5/2014 (Info 747). 
24. Súmula vinculante 49-STF: Ofende o princípio da livre concorrência lei municipal que 
impede a instalação de estabelecimentos comerciais do mesmo ramo em determinada 
área. 
25. É possível a modulação dos efeitos da decisão proferida em recurso extraordinário com 
repercussão geral reconhecida. Para que seja realizada esta modulação, exige-se o voto de 
2/3 (dois terços) dos membros do STF (maioria qualificada). 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
26. O Superior Tribunal de Justiça firmou entendimento de não ser lícita a cobrança de tarifa 
de água no valor do consumo mínimo multiplicado pelo número de economias existentes 
no imóvel, quando houver único hidrômetro no local. A cobrança pelo fornecimento de 
água aos condomínios em que o consumo total de água é medido por único hidrômetro 
deve se dar pelo consumo real aferido. 
27. É legítima a cobrança de tarifa de água fixada por sistema progressivo. 
28. A ação de repetição de indébito de tarifas de água e esgoto sujeita-se ao prazo 
prescricional estabelecido no Código Civil. 
29. O STJ entende que o valor dos honorários advocatícios em sede de desapropriação deve 
respeitar os limites impostos pelo artigo 27, § 1º, do Decreto-lei 3.365/41 - qual seja: entre 
0,5% e 5% da diferença entre o valor proposto inicialmente pelo imóvel e a indenização 
imposta judicialmente. O limite de R$ 151.000,00 é que foi declarado inconstitucional pelo 
STF. 
30. Os juros compensatórios, em desapropriação, somente incidem até a data da expedição 
do precatório original. Sendo assim, não ocorre, no atual quadro normativo, hipótese de 
cumulação de juros moratórios e juros compensatórios, eis que se tratam de encargos que 
incidem em períodos diferentes: os juros compensatórios têm incidência até a data da 
expedição de precatório, enquanto que os moratórios somente incidirão se o precatório 
expedido não for pago no prazo constitucional. 
 
31. Súmula 408/STJ, de seguinte teor: "nas ações de desapropriação, os juros compensatórios 
incidentes após a Medida Provisória n. 1.577, de 11/06/1997, devem ser fixados em 6% ao 
ano até 13/09/2001 e, a partir de então, em 12% ao ano, na forma da Súmula n. 618 do 
Supremo Tribunal Federal". 
32. A declaração de nulidade do contrato de trabalho em razão da ocupação de cargo público 
sem a necessária aprovação em prévio concurso público, consoante previsto no art. 37, II, 
da CF/88, equipara-se à ocorrência de culpa recíproca, gerando, para o trabalhador, o 
direito ao levantamento das quantias depositadas na sua conta vinculada ao FGTS. 
33. A medida cautelar de indisponibilidade de bens do réu em ação de improbidade 
adminsitrativa, própria das ações regidas pela Lei de Improbidade Administrativa, não está 
condicionada à comprovação de que o réu esteja dilapidando seu patrimônio, ou na 
iminência de fazê-lo, tendo em vista que o periculum in mora encontra-se implícito no 
comando legal que rege, de forma peculiar, o sistema de cautelaridade na ação de 
improbidade administrativa, sendo possível ao juízo que preside a referida ação, 
fundamentadamente, decretar a indisponibilidade de bens do demandado, quando 
presentes fortes indícios da prática de atos de improbidade administrativa. 
34. A contagem da prescrição quinquenal relativa à conversão em pecúnia de licença-prêmio 
não gozada e nem utilizada como lapso temporal para a aposentadoria, tem como termo a 
quo a data em que ocorreu a aposentadoria do servidor público. 
35. Quando a Administração Pública interpreta erroneamente uma lei, resultando em 
pagamento indevido ao servidor, cria-se uma falsa expectativa de que os valores recebidos 
são legais e definitivos, impedindo, assim, que ocorra desconto dos mesmos, ante a boa-fé 
do servidor público. 
36. O termo inicial dos juros moratórios sobre as obrigações líquidas devidas pela 
Administração ao servidor público a título de diferenças remuneratórias cobradas em juízo 
é a citação. 
37. Os atos de polícia são executados pela própria autoridade administrativa, 
independentemente de autorização judicial. Se, todavia, o ato de polícia tiver como objeto 
a demolição de uma casa habitada, a respectiva execução deve ser autorizada 
judicialmente e acompanhada por oficiais de justiça. 
38. Súmula 552 - "O portador de surdez unilateral não se qualifica como pessoa com 
deficiência para o fim de disputar as vagas reservadas em concursos públicos." 
39. Súmula 378 - Reconhecido o desvio de função, o servidor faz jus às diferenças salariais 
decorrentes. 
 
 
DIREITO AMBIENTAL 
 
40. A responsabilidade por dano ambiental é objetiva, informada pela teoria do risco integral, 
sendo o nexo de causalidade o fator aglutinante que permite que o risco se integre na 
unidade do ato, sendo descabida a invocação, pela empresa responsável pelo dano 
ambiental, de excludentes de responsabilidade civil para afastar a sua obrigação de 
indenizar. 
41. Súmula 467 - Prescreve em cinco anos, contados do término do processo administrativo, a 
pretensão da Administração Pública de promover a execução da multa por infração 
ambiental. 
42. STF: Lei municipal que altera regime de ocupação do solo de zona de proteção ambiental. 
Lei municipal é a via própria para alteração do regime de ocupação do solo. 
43. STF: O art. 225, § 3º, da Constituição Federal não condiciona a responsabilização penal da 
pessoa jurídica por crimes ambientais à simultânea persecução penal da pessoa física em 
tese responsável no âmbito da empresa. A norma constitucional não impõe a necessária 
dupla imputação. 
44. Se uma empresa causou dano ambiental e, em decorrência de tal fato, fez com que 
determinada pessoa ficasse privada de pescar durante um tempo, isso configura dano 
moral. O valor a ser arbitrado como dano moral não deverá incluir um caráter punitivo. É 
inadequado pretender conferir à reparação civil dos danos ambientais caráter punitivo 
imediato, pois a punição é função que incumbe ao direito penal e administrativo. Assim, 
não há que se falar em danos punitivos (punitive damages) no caso de danos ambientais. 
45. O particular que deposita resíduos tóxicos em seu terreno, expondo-os a céu aberto, em 
local onde, apesar da existência de cerca e de placas de sinalização informando a presença 
de material orgânico, o acesso de outros particulares seja fácil, consentido e costumeiro, 
responde objetivamente pelos danos sofridos por pessoa que, por conduta não dolosa, 
tenha sofrido, ao entrar na propriedade, graves queimaduras decorrentes de contato com 
os resíduos. 
46. Na hipótese de ação civil pública proposta em razão de dano ambiental, é possível que a 
sentença condenatória imponha ao responsável, cumulativamente, as obrigações de 
recompor o meio ambiente degradado e de pagar quantia em dinheiro a título de 
compensação por dano moral coletivo. 
 
47. É possível que o Estado-membro, por meio de decreto e portaria, determine que os 
usuários dos serviços de água tenham em suas casas, obrigatoriamente, uma conexão com 
a rede pública de água. O decreto e a portaria estaduais também poderão proibir o 
abastecimento de água para as casas por meio de poço artesiano, ressalvada a hipótesede 
inexistência de rede pública de saneamento básico. 
48. Não gera dano moral a conduta do IBAMA (ou da Secretaria Estadual de Meio Ambienta) 
de, após alguns anos concedendo autorizações para desmatamento e queimada em 
determinado terreno com a finalidade de preparar o solo para atividade agrícola, deixar de 
fazê-lo ao constatar que o referido terreno integra área de preservação ambiental. 
49. Para que a sentença declaratória de usucapião de imóvel rural sem matrícula seja 
registrada no Cartório de Registro de Imóveis, é necessário o prévio registro da reserva 
legal no Cadastro Ambiental Rural (CAR). 
50. O Município é competente para legislar sobre o meio ambiente, juntamente com a União e 
o Estado-membro/DF, no limite do seu interesse local e desde que esse regramento seja 
harmônico com a disciplina estabelecida pelos demais entes federados (art. 24, VI, c/c o 
art. 30, I e II, da CF/88). 
51. Por conta disso, é inconstitucional lei municipal que proíbe, sob qualquer forma, o 
emprego de fogo para fins de limpeza e preparo do solo no referido município, inclusive 
para o preparo do plantio e para a colheita de cana-de-açúcar e de outras culturas. 
52. Admite-se o princípio da insignificância no caso de crimes ambientais. 
53. É possível a responsabilização penal da pessoa jurídica por delitos ambientais 
independentemente da responsabilização concomitante da pessoa física que agia em seu 
nome. A jurisprudência não mais adota a chamada teoria da "dupla imputação". 
 
DIREITO CIVIL 
 
54. Súmula 549-STJ: É válida a penhora de bem de família pertencente a fiador de contrato de 
locação. 
55. Sempre que ocorrer ofensa injusta à dignidade da pessoa humana restará configurado o 
dano moral, não sendo necessária a comprovação de dor e sofrimento. Trata-se de dano 
moral in re ipsa (dano moral presumido). STJ. 3ª Turma. REsp 1.292.141-SP, Rel. Min. 
Nancy Andrighi, julgado em 4/12/2012 (Info 513 STJ). 
 
56. Para que seja publicada uma biografia NÃO é necessária a autorização prévia do indivíduo 
biografado, das demais pessoas retratadas, nem de seus familiares. Essa autorização 
prévia seria uma forma de censura, não sendo compatível com a liberdade de expressão 
consagrada pela CF/88. 
57. O STJ decidiu que, se uma gestante envolve-se em acidente de carro e, em virtude disso, 
sofre um aborto, ela terá direito de receber a indenização por morte do DPVAT, nos 
termos do art. 3º, I, da Lei 6.194/74. 
58. Constitui bem de família, insuscetível de penhora, o único imóvel residencial do devedor 
em que resida seu familiar, ainda que o proprietário nele não habite. 
59. Súmula 364-STJ: O conceito de impenhorabilidade de bem de família abrange também o 
imóvel pertencente a pessoas solteiras, separadas e viúvas. 
60. A impenhorabilidade do bem de família no qual reside o sócio devedor não é afastada pelo 
fato de o imóvel pertencer à sociedade empresária. 
61. Súmula 486-STJ: É impenhorável o único imóvel residencial do devedor que esteja locado a 
terceiros, desde que a renda obtida com a locação seja revertida para a subsistência ou a 
moradia da sua família. 
62. Na execução civil movida pela vítima, não é oponível a impenhorabilidade do bem de 
família adquirido com o produto do crime, ainda que a punibilidade do acusado tenha sido 
extinta em razão do cumprimento das condições estipuladas para a suspensão condicional 
do processo. 
63. É possível a desconsideração inversa da personalidade jurídica sempre que o cônjuge ou 
companheiro empresário valer-se de pessoa jurídica por ele controlada, ou de interposta 
pessoa física, a fim de subtrair do outro cônjuge ou companheiro direitos oriundos da 
sociedade afetiva. A legitimidade para requerer essa desconsideração é daquele que foi 
lesado por essas manobras, ou seja, do outro cônjuge ou companheiro, sendo irrelevante 
o fato deste ser sócio da empresa. 
64. A usucapião não pode ser reconhecida de ofício. (STJ. 4ª Turma. REsp 1.106.809-RS, Rel. 
originário Min. Luis Felipe Salomão, Rel. para acórdão Min. Marco Buzzi, julgado em 
3/3/2015 (Info 560). 
65. O titular de blog é responsável pela reparação dos danos morais decorrentes da inserção, 
em seu site, por sua conta e risco, de artigo escrito por terceiro. 
66. O fato de a vítima de ato ilícito com resultado morte possuir, na data do óbito, idade 
superior à expectativa média de vida do brasileiro não afasta o direito de seu dependente 
econômico ao recebimento de pensão mensal, que será devida até a data em que a vítima 
atingiria a expectativa de vida prevista na tabela de sobrevida (Tábua Completa de 
 
Mortalidade) do IBGE vigente na data do óbito, considerando-se, para os devidos fins, o 
gênero e a idade da vítima. 
67. É possível o reconhecimento da paternidade socioafetiva post mortem, ou seja, mesmo 
após a morte do suposto pai socioafetivo. 
68. Súmula 475-STJ: Responde pelos danos decorrentes de protesto indevido o endossatário 
que recebe por endosso translativo título de crédito contendo vício formal extrínseco ou 
intrínseco, ficando ressalvado seu direito de regresso contra os endossantes e avalistas. 
69. Súmula 476-STJ: O endossatário de título de crédito por endosso-mandato só responde 
por danos decorrentes de protesto indevido se extrapolar os poderes de mandatário. 
 
PROCESSO CIVIL 
 
70. Súmula 531-STJ: Em ação monitória fundada em cheque prescrito ajuizada contra o 
emitente, é dispensável a menção ao negócio jurídico subjacente à emissão da cártula. 
71. SÚMULA 503-STJ: O prazo para ajuizamento de ação monitória em face do emitente de 
cheque sem força executiva é quinquenal, a contar do dia seguinte à data de emissão 
estampada na cártula. 
72. SÚMULA 504-STJ: O prazo para ajuizamento de ação monitória em face do emitente de 
nota promissória sem força executiva é quinquenal, a contar do dia seguinte ao 
vencimento do título. 
73. Súmula 480-STJ: O juízo da recuperação judicial não é competente para decidir sobre a 
constrição de bens não abrangidos pelo plano de recuperação da empresa. 
74. Súmula 233 do STJ: O contrato de abertura de crédito, ainda que acompanhado de extrato 
da conta-corrente, não é título executivo. 
75. Compete à justiça federal processar e julgar ações em que a Ordem dos Advogados do 
Brasil (OAB), quer mediante o conselho federal, quer seccional, figure na relação 
processual. 
76. O STF tem competência para processar e julgar causas em que se discute prerrogativa dos 
juízes de portar arma de defesa pessoal, por se tratar de ação em que todos os membros 
da magistratura são direta ou indiretamente interessados (art. 102, I, “n”, da CF/88). 
77. De quem é a competência para julgar demandas contra o CNJ e o CNMP: Ações ordinárias 
 Juiz federal (1ª instância); Ações tipicamente constitucionais (MS, MI, HC e HD)  STF. 
 
78. Nas ações para fornecimento de medicamentos, apesar de a obrigação ser solidária entre 
Municípios, Estados e União, caso o autor tenha proposto a ação apenas contra o Estado-
membro, não cabe o chamamento ao processo da União, medida que apenas iria protelar 
a solução da causa. 
79. Súmula 529-STJ: No seguro de responsabilidade civil facultativo, não cabe o ajuizamento 
de ação pelo terceiro prejudicado direta e exclusivamente em face da seguradora do 
apontado causador do dano. 
80. Súmula 537-STJ: Em ação de reparação de danos, a seguradora denunciada, se aceitar a 
denunciação ou contestar o pedido do autor, pode ser condenada, direta e solidariamente 
junto com o segurado, ao pagamento da indenização devida à vítima, nos limites 
contratados na apólice. 
81. A declaração pelo magistrado de suspeição por motivo superveniente não tem efeitos 
retroativos, não importando em nulidadedos atos processuais praticados em momento 
anterior ao fato ensejador da suspeição. 
82. Súmula 518-STJ: Para fins do art. 105, III, "a", da Constituição Federal, não é cabível 
recurso especial fundado em alegada violação de enunciado de súmula. 
83. Súmula 487-STJ: O parágrafo único do art. 741 do CPC não se aplica às sentenças 
transitadas em julgado em data anterior à da sua vigência. 
84. É possível, em caráter excepcional, que a penhora recaia sobre o faturamento da empresa, 
desde que o percentual fixado não torne inviável o exercício da atividade empresarial. Não 
há violação ao princípio da menor onerosidade para o devedor. 
85. É desnecessário o exaurimento das vias extrajudiciais para a utilização do sistema 
RENAJUD. 
86. Súmula 558-STJ: Em ações de execução fiscal, a petição inicial não pode ser indeferida sob 
o argumento da falta de indicação do CPF e/ou RG ou CNPJ da parte executada. 
87. Súmula 559-STJ: Em ações de execução fiscal, é desnecessária a instrução da petição inicial 
com o demonstrativo de cálculo do débito, por tratar-se de requisito não previsto no art. 
6º da Lei n. 6.830/1980. 
88. Súmula 560-STJ: A decretação da indisponibilidade de bens e direitos, na forma do art. 
185-A do CTN, pressupõe o exaurimento das diligências na busca por bens penhoráveis, o 
qual fica caracterizado quando infrutíferos o pedido de constrição sobre ativos financeiros 
e a expedição de ofícios aos registros públicos do domicílio do executado, ao Denatran ou 
Detran. 
89. A associação não tem legitimidade ativa para defender os interesses dos associados que 
vierem a se agregar somente após o ajuizamento da ação de conhecimento. 
 
 
DIREITO FINANCEIRO 
 
90. Súmula Vinculante nº 66: “A norma do § 3° do artigo 192 da Constituição, revogada pela 
Emenda. Constitucional no 40/2003, que limitava a taxa de juros reais a 12% ao ano, tinha 
sua aplicação condicionada à edição de Lei Complementar.” 
91. Súmula nº 66 do STF: “É legítima a cobrança do tributo que houver sido aumentado após o 
orçamento, mas antes do início do respectivo exercício financeiro.” 
92. Alguns estados da federação têm editado leis complementares estaduais prevendo que o 
Poder Executivo pode utilizar os valores constantes dos depósitos judiciais não apenas 
relacionados com processos em que os Estados fossem parte, mas também oriundos de 
outros feitos em que estivessem litigando somente particulares. Tais leis estão sendo 
questionadas por meio de ADIs propostas pelo Procurador Geral da República. 
93. O STF tem entendido, ainda em um juízo sumário e provisório, que tais leis estaduais são 
inconstitucionais por violarem: 
I – O princípio da separação dos poderes. 
II – A iniciativa privativa legislativa da União (art. 22, I, da CF/88). 
III – A LC federal 151/2015 apenas autoriza o levantamento de 70% dos valores que sejam 
objeto de depósitos vinculados a processos em que os entes federados sejam parte. 
94. A restrição para transferência de recursos federais a Município que possui pendências no 
Cadastro Único de Exigências para Transferências Voluntárias (CAUC) não pode ser 
suspensa sob a justificativa de que os recursos destinam-se à pavimentação de vias 
públicas. 
95. Se um consórcio público celebrou convênio com a União por meio do qual estão previstos 
repasses federais, o fato de um dos entes integrantes do consórcio possuir pendência 
inscrita no CAUC não pode impedir que o consórcio receba os valores prometidos. Isso 
porque o consórcio público é uma pessoa jurídica distinta dos entes federativos que o 
integram e, segundo o princípio da intranscendência das sanções, as punições impostas 
não podem superar a dimensão estritamente pessoal do infrator, ou seja, não podem 
prejudicar outras pessoas jurídicas que não sejam aquelas que praticaram o ato. 
96. O fato de ente integrante de consórcio público possuir pendência no Serviço Auxiliar de 
Informações para Transferências Voluntárias (CAUC) não impede que o consórcio faça jus, 
 
após a celebração de convênio, à transferência voluntária a que se refere o art. 25 da LC 
101/2000. 
97. Se um consórcio público celebrou convênio com a União por meio do qual estão previstos 
repasses federais, o fato de um dos entes integrantes do consórcio possuir pendência 
inscrita no CAUC não pode impedir que o consórcio receba os valores prometidos. 
98. O sistema orçamentário constitucional inaugurado pela CF/88 é telelogicamente voltado 
ao planejamento da atuação do poder público. O termo "ad quem" da LDO é o final do 
exercício financeiro subsequente, prazo cujo transcurso exaure a eficácia do diploma 
normativo e das normas impugnadas, causando a perda superveniente de objeto da ação 
direta de inconstitucionalidade. 
99. Para os efeitos da Lei de Responsabilidade Fiscal, entende-se como despesa total com 
pessoal: o somatório dos gastos do ente da Federação com os ativos, os inativos e os 
pensionistas, relativos a mandatos eletivos, cargos, funções ou empregos, civis, militares e 
de membros de Poder, com quaisquer espécies remuneratórias, tais como vencimentos e 
vantagens, fixas e variáveis, subsídios, proventos da aposentadoria, reformas e pensões, 
inclusive adicionais, gratificações, horas extras e vantagens pessoais de qualquer natureza, 
bem como encargos sociais e contribuições recolhidas pelo ente às entidades de 
previdência. 
100. Não entram no conceito de despesas com pessoal as consideradas indenizatórias, 
como o auxílio-alimentação, auxílio-transporte, diárias, ajuda de custo, dentre outras. 
101. O art. 19 da LRF traz os limites globais da despesa pública. Impõe que para a União não 
serão ultrapassados 50% da receita corrente líquida, enquanto aos Estados e Municípios 
foram atribuídos 60%. 
102. É nulo de pleno direito o ato que provoque aumento da despesa com pessoal e não 
atenda: 
I - as exigências dos arts. 16 e 17 desta Lei Complementar, e o disposto no inciso XIII do art. 
37 e no § 1o do art. 169 da Constituição; 
II - o limite legal de comprometimento aplicado às despesas com pessoal inativo. 
103. Também é nulo de pleno direito o ato de que resulte aumento da despesa com pessoal 
expedido nos cento e oitenta dias anteriores ao final do mandato do titular do respectivo 
Poder ou órgão referido no art. 20. 
104. Entra no cômputo de despesa de pessoal o gasto com os contratos de terceirização de 
mão-de-obra que se referem à substituição de servidores e empregados públicos. Tais 
despesas são contabilizadas como "outras despesas de pessoal". 
 
105. A lei que fixa, para determinado ano, limites de despesa com a folha de pagamento de 
pessoal e de encargos sociais no âmbito dos órgãos dos Poderes Executivo, Legislativo e 
Judiciário e do Ministério Público estadual viola a autonomia financeira do Poder Judiciário 
e do Ministério Público. 
106. Desde que devidamente fixadas as diretrizes gerais para a elaboração e a execução dos 
orçamentos do Estado-por meio da LDO (Lei 14.416/09, art. 1º, 11!), e estimadas a receita 
e a despesa do Estado para o exercício financeiro de 2010, por meio da LOA (Lei 
14.608/10) -,não poderia lei ordinária, de iniciativa exclusiva do Poder Executivo, fixar 
limites de execução orçamentária sem nenhuma participação do Poder Judiciário e do 
Ministério Público, por implicar indevida interferência sobre a gestão orçamentária desses 
órgãos autônomos (CF, arts. 22, 99, § 12 e 127, § § 22 e 32). 
 
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
 
107. Súmula Vinculante 33-STF: Aplicam-se ao servidor público, no que couber, as regras do 
Regime Geral de Previdência Social sobre aposentadoria especial de que trata o artigo 40, 
parágrafo 4º, inciso III, da Constituição Federal, até edição de lei complementar específica.108. Súmula 730 do STF: Somente as entidades fechadas de previdência social 
privada nas quais não há contribuição dos beneficiários gozam de imunidade 
tributária. 
109. Para a CONCESSÃO de benefício previdenciário é necessário que fique 
comprovado que: 
I – o autor requereu administrativamente o benefício, mas este foi negado pelo 
INSS (total ou parcialmente); 
II – o autor requereu administrativamente o benefício, mas o INSS não deu uma 
decisão em um prazo máximo de 45 dias; 
III – o benefício pleiteado trata de matéria sobre a qual o INSS tem posição 
manifestamente contrária ao pedido feito pelo segurado. 
110. Para a REVISÃO de benefício previdenciário NÃO há necessidade de prévio 
requerimento administrativo, exceto se o pedido envolver apreciação de matéria 
de fato. 
 
111. A desaposentação consiste no ato do segurado de renunciar à aposentadoria 
que recebe a fim de que possa requerer uma nova aposentadoria (reaposentação), 
desta vez mais vantajosa, no mesmo regime previdenciário ou em outro. 
112. A Lei nº 8.213/9, Art. 18 (...) § 2º, veda a desaposentação: “O aposentado pelo 
Regime Geral de Previdência Social – RGPS que permanecer em atividade sujeita a 
este Regime, ou a ele retornar, não fará jus a prestação alguma da Previdência 
Social em decorrência do exercício dessa atividade, exceto ao salário-família e à 
reabilitação profissional, quando empregado”. 
113. O STF entende que essa norma é constitucional e mantem a vedação à 
desaposentação: “No âmbito do Regime Geral de Previdência Social (RGPS), 
somente lei pode criar benefícios e vantagens previdenciárias, não havendo, por 
ora, previsão legal do direito à ‘desaposentação’, sendo constitucional a regra do 
artigo 18, parágrafo 2º, da Lei 8.213/1991”. 
114. O fundamento principal da decisão é o princípio da solidariedade: “o indivíduo 
paga a título de contribuição previdenciária não é empregado apenas para os seus 
benefícios, sendo também utilizado para custear os benefícios de outras pessoas 
que ela nem conhece”. 
115. Após a vigência da Lei 11.457/2007, o INSS não possui legitimidade passiva nas 
demandas em que se questione a exigibilidade das contribuições sociais previstas 
nas alíneas “a”, “b” e “c” do parágrafo único do art. 11 da Lei 8.212/1991, ainda 
que se tenha por objetivo a restituição de indébito de contribuições recolhidas em 
momento anterior ao advento da Lei 11.457/2007. 
116. O inscrito no RGPS até 24/7/1991, mesmo que nessa data não mais apresente 
condição de segurado, caso restabeleça relação jurídica com o INSS e volte a 
ostentar a condição de segurado após a Lei 8.213/1991, tem direito à aplicação da 
regra de transição prevista no art. 142 do mencionado diploma, devendo o 
requisito da carência, para a concessão de aposentadoria urbana por idade, ser 
definido de acordo com o ano em que o segurado implementou apenas o requisito 
etário – e não conforme o ano em que ele tenha preenchido, simultaneamente, 
tanto o requisito da carência quanto o requisito etário. 
117. Perde o direito à pensão por morte, após o trânsito em julgado, o condenado 
pela prática de crime de que tenha dolosamente resultado a morte do segurado. 
 
118. Perde o direito à pensão por morte o cônjuge, o companheiro ou a 
companheira se comprovada, a qualquer tempo, simulação ou fraude no 
casamento ou na união estável, ou a formalização desses com o fim exclusivo de 
constituir benefício previdenciário, apuradas em processo judicial no qual será 
assegurado o direito ao contraditório e à ampla defesa.

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