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1 Ao contrário de outras unidades de conservação, as APAs podem incluir terras de propriedade privada, não exigindo, portanto, a desapropriação de terras. Assim, uma APA não impede o desenvolvimento de uma região, permite a manutenção das atividades humanas existentes, e apenas orienta as atividades produtivas de forma a coibir a predação e a degradação dos recursos naturais. 2 A política ambiental hoje no Brasil traz muitos avanços no que diz respeito à participação dos governos federal, distrital, estaduais e municipais, e da sociedade civil organizada. Essa dinâmica contribui para a melhoria da qualidade da governança ambiental, porém não garante que, na definição das políticas, sejam priorizados os interesses socioambientais. 3 Em 2003, a Lei federal brasileira nº 10.650 dispôs sobre o acesso público aos dados e informações ambientais existentes nos órgãos e entidades integrantes do Sistema Nacional do Meio Ambiente. Apesar de esta lei causar implicações para os organismos dos poderes públicos, isto por si só não significa que ela dá cabo de regular todo o instrumento em foco. Supõe-se que, ao menos em parte, o instrumento em questão foi regulado. 4 A Agenda XXI, principal documento resultante da conferência, apresentou um rol de programas que podem ser considerados instrumento fundamental para a elaboração de políticas públicas em todos os níveis e que privilegiavam a iniciativa local. Nela, questões como desenvolvimento sustentável, biodiversidade, mudanças climáticas, águas (doces e oceanos) e resíduos (tóxicos e nucleares) tornavam-se problemas do planeta e da humanidade e assumiam o novo centro da temática ambiental, abordados em seus capítulos. 5 Esta é uma categoria de unidade de conservação recente que, no Brasil, surgiu no início dos anos 1980 (Artigo 8º da Lei Federal nº 6.902, de 27/04/1981), junto com diversos outros instrumentos da Política Nacional de Meio Ambiente destinados à conservação ambiental. Por suas características, as APAs do Brasil se assemelham aos Parques Naturais de Portugal, aos Parques Nacionais da Inglaterra, França e Espanha e às "Landschaftsschutzgebiet" ou Áreas de Proteção à Paisagem da Alemanha. 6 Estatuto da Cidade instituiu uma nova política urbana e confirmou que o Plano Diretor não é um produto puramente técnico e científico, mas um instrumento que requer a democratização de sua elaboração por meio da participação da sociedade civil organizada. 7 Na verdade, o maior problema da política ambiental hoje é a dificuldade em promover a transversalidade, considerando os múltiplos interesses que permeiam os diversos setores do governo, sejam eles econômicos, políticos ou sociais. 8 O zoneamento ambiental, instrumento da Política Nacional do Meio Ambiente 9 Uma nova legislação nacional de política urbana surge somente em 2001, com a aprovação da Lei Federal nº 10.257, após dez anos de debates e discussões no Congresso Nacional, e com a definição de questões centrais para a reforma urbana consolidou-se, em de 10 de julho de 2001, que dispõe sobre o Estatuto das Cidades, trazendo novas condições para que os municípios enfrentem os problemas relacionados à sustentabilidade urbana. Nesse processo, os movimentos sociais pela reforma urbana tiveram um papel importante na definição dessa legislação sobre política urbana, já anunciada pelos artigos 182 e 183 da Constituição de 1988, mas que dependiam de uma regulamentação específica para serem aplicados. A maior parte desses movimentos sociais surgiu em defesa do direito à moradia e pela regularização fundiária de áreas ocupadas por favelas e loteamentos irregulares, embora essas carências estejam sempre ligadas a 10 O RIMA – Relatório de Impacto Ambiental – é o relatório que reflete todas as conclusões apresentadas no EIA. Deve ser elaborado de forma objetiva e possível de se compreender, ilustrado por mapas, quadros, gráficos, enfim, por todos os recursos de comunicação visual. Deve também respeitar o sigilo industrial (se este for solicitado) e pode ser acessível ao público. Para isso, deve constar no relatório: · Objetivos e justificativas do projeto e sua relação com políticas setoriais e planos governamentais. · Descrição e alternativas tecnológicas do projeto (matéria-prima, fontes de energia, resíduos etc.). · Síntese dos diagnósticos ambientais da área de influência do projeto. · Descrição dos prováveis impactos ambientais da implantação da atividade e dos métodos, técnicas e critérios usados para sua identificação. · Caracterizar a futura qualidade ambiental da área, comparando as diferentes situações da implementação do projeto, assim como a possibilidade da sua não realização. · Descrição do efeito esperado das medidas mitigadoras em relação aos impactos negativos e o grau de alteração esperado. · Programa de acompanhamento e monitoramento dos impactos.
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