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Psicossoma I: Psicanálise e Psicossomática. Editora: Casa do Psicólogo. 2º Edição. São Paulo 2005).

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Psicossoma 1º
Psicanálise e Psicossomática
Flávio Carvalho Ferraz
Rubens Marcelo Volich
Capítulo 1: A Psicossomática de Pierre Marty
Uma função fundamental da mente humana está na assimilação dos traumatismos que a vida apresenta vez ou outra. O princípio básico da psicossomática de Pierre Marty é o de que a mente, em certas condições não pode assimilar o traumatismo e, nesse caso, haverá uma sobrecarga sobre o soma (corpo), que resultará na somatização.
Uma paciente tinha tido um câncer de mama, porque, quando sofria da morte esperada de seu pai, seu marido começou a ter um caso com sua melhor amiga. Esse acúmulo de traumatismos foi maior do que ela podia suportar.
A capacidade de assimilação mental de um indivíduo, em um determinado momento, é denominada por Marty “mentalização”. 
O que é uma boa mentalização ?
É aquela que protege satisfatoriamente o individuo das somatizações. São os movimentos mentais da reflexão interna com conteúdos imbuídos de carga afetiva, as lembranças, os projetos, os conflitos. Importante: a mentalização de um indivíduo diz respeito unicamente a vida mental disponível, isto é, ao sistema pré-consciente e consciente.
Esse processo de mentalização não é comum a todos, apenas a aqueles que habitualmente suprimem sua vida psíquica, ou seja, aqueles que habitualmente não refletem. Do ponto de vista teórico a mentalização é precária, ou seja, os conteúdos não são suficientes. Na psicoterapia, estes são os pacientes que freqüentemente começam a sessão dizendo “nesta semana aconteceu” ... o discurso deles é uma espécie de boletim, de forma que se o terapeuta estivesse lá o paciente não teria o que relatar.
O mau processo de mentalização pode acarretar em “descargas emocionais mais primitivas e impulsivas”, como por exemplo, “sonhos crus” onde, por exemplo, a pessoa pega a faca e mata sua mãe, sonhos sem muitos elementos oníricos.
Capitulo 2: Das neuroses atuais à psicossomática
A expressão “neurose atual” apareceu na obra de Freud, pela primeira vez, no artigo A sexualidade na etiologia das neuroses, de 1898. Nesse trabalho, ele afirmava que a principal causa atuante na origem de toda neurose repousa sobre a vida sexual do paciente. 
MacDougall (1991) utiliza o conceito de desafetação para falar de algo semelhante, os pacientes mais propensos a somatizar seriam aqueles “incapazes de recalcar as idéias ligadas à dor emocional e igualmente incapazes de projetar esses sentimentos de maneira delirante sobre as representações das outras pessoas”.
Tais pacientes “ejetam brutalmente” do campo consciente as representações carregadas de afeto; não podendo conter o excesso da experiência afetiva, nem refletir sobre ela.
Capitulo 3: Psicanálise, regressão e psicossomática: nas bordas do sonhar.
Não podemos dissociar, nem a psicanálise, nem a psicossomática, da técnica psicoterápica, essas duas como teorias necessitam da prática da terapia como campo e alvo de atuação.
Existe um modelo de pensamento de paradoxo que leva a acreditar na separação entre corpo e mente, sendo que Freud e Ferenczi já estudaram e trataram com assunto, Ferenczi dá o nome de “organoneuroses” doenças que tem influencias psíquicas positivas ou negativas.
A regressão à área da falha básica envolve, portanto, manifestações tanto a psíquicas quanto somáticas, poderíamos dizer que estamos tratando de um nível de regressão aquém do classicamente entendido.
Quatro elementos do pensamento Freudiano:
O sonho de comodidade
São os sonhos mais infantis, onde o desejo se expressa de maneira mais pura, onde os desejos são concretizados sem muitas deformações.
O sonho de angústia
O sonho angustiante é aquele que provoca o despertar, um despertar vívido e angustiante, é um sinal que o aparelho psíquico falhou em manter o EU diante de um processo onírico, ou do sonhar; isto ocorre quando o desejo expresso no sonho não pode ser contornado, o aparelho psíquico falhou na deformação, o afeto não pode ser metabolizado e as representações tornaram-se em angustia.
A retração narcísica do sono.
Em 1915 Freud assimila o processo regressivo da formação do sonho, com o surgimento do conceito do narcisismo; a libido reflui do EU, em uma experiência de “encapsulamento” que todos necessitamos viver diariamente. O modelo que usamos para essa regressão é a existência intra-uterina.
Conceito de Pulsão de Morte.
Em 1920, Freud introduz um conceito que destitui a pulsão de vida, de prazer, como soberana na vida mental e aborda o conceito de pulsão de morte, o sonhar também é permeado de processos de eliminação, (DESEJO DE NÃO-DESEJO).
Capitulo 4: Devir e Acontecimento
A explicação do conceito de castração mostra que o constitucional é cortado pela cultura, isto é , algo transmitido como herança veiculado pela linguagem, entendemos que a funcionalidade dessa transmissão genético–cromossômica.
Os gens, tem combinações genéticas que provêm das gerações anteriores com disparadores que podem ou não ser acionados, dependendo de cada configuração em questão.
Estamos em uma zona de intersecção na qual queremos destacar a complexidade e completariedade da psique e do soma.
Exemplo: o jovem que ao fazer uma cirurgia para retirada de um câncer começa a deprimir-se associando ao processo de castração. 
Capitulo 5: A técnica por um fio... Reflexões sobre a terapêutica psicossomática 
A experiência da paciente Françoise, monossilábica no atendimento, começa a falar e interagir mais após o incidente de tropeçar e quase cair na entrada do consultório, o terapeuta a acolhe.
A importância do terapeuta e a função materna como primeira a dar simbolismo ao bebe.
Françoise revelou que pouco importava o que era dito no inicio da sua terapia, o importante era constatar, que apesar dos seus temores, o terapeuta estava ali para ela, a sua disposição, pronto para escutá-la, mesmo que ela não tivesse nada a dizer.
De certa maneira o essencial da psicoterapia dos pacientes é que o terapeuta se ofereça como uma presença significativa para o paciente preencher a função que na infância era de sua mãe. 
O terapeuta escuta, espera, conduz, nomeia os objetos e afetos do bebê, permitindo com isso que ele possa estruturar-se, que seu aparelho psíquico possa desenvolver-se.
Capitulo 6: Psicossomática e o infantil: uma abordagem através da pulsão e da relação objetal.
Freud afirma que a pulsão é “um conceito situado na fronteira entre o mental e o somático”, ou ainda: “é um representante psíquico dos estímulos que se originam dentro do organismo e alcançam a mente”. A partir dessas colocações pode-se assumir que o conceito de pulsão, além de ser um dos fundamentais na psicologia, é também imprescindível para a psicossomática.
A psicanálise da criança é menos divisível, sendo os contornos das estruturas mais embaraçados, o que nos adultos é bem evidente. Além desse aspecto o trabalho com as crianças nos coloca em situações mais difíceis, como o conteúdo vazio, escutar o silêncio ou o grito e encontrar sentido para os pequenos gestos.
Capitulo 7: Uma introdução à psicossomática da criança através do estudo funcional da asma
Três pontos organizadores:
Primeiro Ponto: A resposta social do sorriso, que ocorre em torno do terceiro mês aproximadamente. O bebê aos três meses não diferencia um parceiro, nem uma pessoa, nem um objeto; distingue apenas um sinal. O bebê não sorrirá para o rosto humano na sua totalidade, mas a um sinal gestáltico, que consiste no conjunto da testa, olhos, nariz, desde que em movimento; esse sinal pertence ao rosto da mãe, está vinculado a alimento, proteção, segurança, mais tarde desenvolverá para a mãe inteira.
Segundo Ponto: Ocorre ao redor do oitavo mês, entre o sexto e oitavo meses o bebê não responderá com um sorriso a qualquer rosto, começará a diferenciar um amigo de um estranho, e começará a ter respostas quando não reconhecer, que podem ser desde um simples desviar do olhar até choro e gritos.
Terceiro Ponto: É a aquisição do signo de denegação e da palavra “não”; esse conceitofoi formado graças a um deslocamento da energia agressiva, o que, aliás é característico de toda abstração. 
É na relação entre mãe/filho e o desenvolvimento dos três pontos organizadores que a psicossomática entra.
Kreisler, M. Fain e Soulé detectaram que o asmático sofre de dois tipos relacionais:
Introdução prematura de uma terceira pessoa na relação mãe/filho.
Superproteção materna. As mães que não dividem seus filhos e excluem o pai.
No primeiro tipo de circunstância acima citado, a rivalidade entre duas pessoas pelo amor do bebê acaba induzindo-o a optar por uma delas, ou seja, sobrecarrega a função de diferenciamento no primeiro ponto, dificultando o acesso ao segundo ponto.
No segundo caso, por excessos de cuidados, a mãe não possibilitou ao filho sentir sua falta. A Mãe está presente o tempo todo, dessa maneira o bebê não tem um alvo para direcionar suas sensações ruins, criando também uma fixação no primeiro ponto.
Capitulo 8: Psicossomática e instituição hospitalar.
Segundo Foucault a organização hospitalar começou por conta de dois fatores importantes: a reorganização do hospital a partir da disciplina e a transformação do saber e das práticas médicas.
Em Paris, o hospital Hôtel-Dieu abrigava em média cinco mil pessoas agrupadas em leitos coletivos de até oito pacientes, a construção era enorme e não havia ventilação adequada, incêndios e acidentes eram freqüentes, o rei Luis XVI nomeou um grupo de cientistas para estudar a situação, a recomendação foi a demolição do hospital e a construção de um espaço mais adequado, além do início da disciplina, usando como exemplo hospitais militares.
Também houve a mudança do pensamento médico da época, considerando a doença como uma anomalia e que o papel do médico estava em auxiliar a natureza a combater esse quadro.
Os hospitais europeus passaram a adotar as mesmas medidas.
O paciente ideal para esse tipo de hospital é aquele que submete-se a disciplina hospitalar, acata as normas e rotinas, seja receptivo e colaborativo com o tratamento, mas não seja passivo em excesso, não fique deprimido e não crie vínculos com enfermeiros ou médicos, sendo atendido igualmente pelos médicos e enfermeiros de plantão.
Esse paciente ideal não existe.
Inúmeros estudos mostram que as equipes de enfermagem e médicos desenvolvem mecanismos de defesa para lidar com o constante contato com o sofrimento, além dos próprios pacientes que apresentam características únicas.
Sabe-se que as emoções e afetos podem afetar a recuperação do paciente de maneira significativa.
Segundo René Spitz, propôs o termo “hospitalismo” para designar os efeitos danosos do afastamento das crianças das suas mães, havia sintomas provocados, não pela presença de algum agente patológico, mas por uma ausência fundamental de afetos.
Atuações de um psicólogo:
Preparação do paciente para a cirurgia ou transplante:
Devendo submeter-se a um desses procedimentos, é muito comum que o paciente sinta-se temeroso dos seus riscos, o psicólogo pode auxiliar em muito o paciente a lidar com o excesso de atividade psíquica produzida.
Manejo da internação como recurso terapêutico:
Assim como no exemplo da separação das crianças das mães, o psicólogo deve ficar atento a possíveis quadros que comprometam a evolução clínica do paciente, a desospitalização temporária pode ser utilizada em alguns casos.
Tratamento da dor:
A dor tem componentes emocionais também, diferenciar a dor da percepção da dor é muito difícil ; a maneira como cada um reage a dor também é diferente.
Diagnóstico Psicossomático
O estabelecimento de um diagnóstico em conjunto com a equipe multidisciplinar das origens da doença.
Suporte afetivo para a equipe profissionais da saúde.
Estabelecer espaços de apoio mútuo para o desenvolvimento de um ambiente mais acolhedor para os profissionais da saúde é fundamental para a saúde dos mesmos.
Capitulo 9: Assistência hospitalar e ambulatorial ao recém-nascido: um relato de uma experiência.
O hospital maternidade Leonor Mendes de Barros é um centro clínico de nível terciário, referente a gestações e partos de alto risco.
Implantou boas iniciativas:
A mãe é quem cuida do recém nascido, recebendo orientações de uma equipe multidisciplinar sobre os cuidados básicos, como dar banho e amamentar.
O acompanhamento de uma psicóloga ou assistente social a mãe para o banco de leite materno.
Os pais podem permanecer na unidade neonatal das 7h ás 19h.
Projeto piloto Canguru, estimulando o contato pele a pele do recém nascido com a mãe até alcançarem o peso aceitável.
(Psicossoma I: Psicanálise e Psicossomática. Editora: Casa do Psicólogo. 2º Edição. São Paulo 2005).

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