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O Islã

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FARAL – Faculdade Regional de Alagoinhas
Direito
Disciplina: História do Direito
Professor: Alex Paulo
Aluno: Adonias Costa de Almeida Moura
O Islã
Introdução
O direito mulçumano é submetido a religião. Tanto a forma de viver como as questões punitivas são decididas com base no livro sagrado, o Alcorão. É extremamente necessário que sejam seguidas as normas apresentadas por tais escrituras, como por exemplo as mulheres que devem ter o corpo todo coberto, não tem direito algum sore os filhos e são condenadas à morte, mesmo em casos comprovados de estupro.
O Ambiente do Surgimento do Islã
O islã surgiu na Arábia no século VII d.C. Apesar de ser personagem vistos como “vilões” na Guerra Santa, contribuíram em vários aspectos para a interiorização de populações litorâneas. Chamados de beduínos, viviam do cultivo de tâmaras, trigo e criavam alguns animais, tais como ovelhas, cabras e camelos. Viviam próximos ao litoral, e lutavam pela posse de oásis. Antes do Islã, eles adotavam o politeísmo, a adoração a vários deuses. Depois tornaram-se monoteístas e cultuavam apenas um Deus, Allah.
A Fundação do Islamismo
O islamismo tem como fundador Mohamad (Maomé). Durante um retiro em uma gruta no monte Hira, ele teve um sonho onde recebia de um ser sobre-humano e consequente a repetição desses fenômenos Mohamad entendeu que deveria pregar tais mensagens ao povo. Começou levando-as para os comerciantes de sua terra natal, porém passou a ser perseguido e escolheu pregar aos Beduínos, pois estes não tinham riquezas a defender. A tribo Coraixita, devido a sua maioria numérica em Meca, passou a caçar o Profeta, o que levou a fuga para a cidade de Iatreb, mais tarde chamada de Medina. Este acontecimento ficou conhecido como Hégira e marcou o primeiro ano do calendário mulçumano. 
Em Medina, Mohamad buscou a ter atribuições também políticas, procurando centralizar o poder através da religião. Após o número de adeptos crescer significativamente, Maomé voltou a Meca, tomando posse da cidade, destruindo os ídolos na Caaba e a transformou num centro religioso do Islamismo.
Após sua morte, as disputas começaram a crescer para decidir quem tomaria posse de todo o poder que Mohamad detinha. Ocorreu uma divisão em dois grupos rivais, os Xiitas e os Sunitas. O primeiro acreditava na sucessão de poder pelo grau parental ao profeta, enquanto o segundo grupo entendia que a tradição estava correta.
O Direito dos Muçulmanos
Direito com base religiosa, somente aplicável aos fiéis devido à pouca preocupação com sanções nas regras que prescreve. Começa a ser obrigado à leia para o indivíduo a partir da puberdade, pois considera-se que deste período então ele possui o uso da razão.
São quatro fontes do Direito: o Alcorão, livro sagrado, porém não suficiente como legislação, a Suna, conjunto de atos, palavras e silêncios, comportamentos do Profeta Mohamad, o Idjmâ, considerado com a interpretação infalível e definitiva do Alcorão e da Suna, e o Qiyâs, que é o raciocínio por analogia.
Durante a Idade Média predominou a escola dos ash’arritas. Hoje em dia são quatro as escolas: Escola Hanafita, Malekita, Shafi’ita, Hanbalita.
O Alcorão
Professado por Mohamed para seus seguidores, o Alcorão, considerado de autoria divina, quando pregado, suas palavras eram anotadas em peles de animais, pergaminhos, etc. Todos os seus fragmentos só foram recolhidos após a morte do Profeta, quando Abu Bakr o sucedeu. E foi organizado em libro após o terceiro sucessor.
Contém 114 suras ou capítulos, subdivididos em versículos. A mensagem do livro pode ser dividida em: corpo de mensagens de Meca e o de Medina. Seus dois momentos específicos se destacam quanto a questão da justiça social e objetiva àqueles que rejeitam sua parte religiosa.
Alguns Pontos do Alcorão
A infalibilidade do Alcorão
 Deixa claro que toda dúvida referente ao livro e seu Profeta devem ser eliminadas.
Justiça e Equidade 
 Como são idênticos na fé, consequentemente devem ser idênticos perante a lei.
Recompensa daqueles que cumprem a Lei
 Concede como recompensa espiritual (paraíso) aos fiéis à crença e uma punição (inferno) para os considerados infiéis.
Pena de Talião
 Utilização da Pena de Talião como proteção à vida. Em caso de guerra consideram punição a mesma forma de agir que foi utilizado pelo agressor.
Homicídio
 Também utilizado a Pena de talião para quando houver um homicídio, porém, pode ser dado o perdão, seguido de indenização para algum parente da vítima.
Alimentos proibidos 
 Divididos em puros e impuros. Os primeiros podem ser por natureza ou serem purificados, os segundos por serem naturalmente impuros ou não foram purificados. Os sunitas acreditam que os cristãos e judeus são impuros porque não se purificaram e para os xiitas são impuros em si mesmos. Assim como consta no Antigo Testamento, alguns alimentos também são proibidos, como por exemplo a carne de porco e outros excluídos pelo Antigo Testamento, têm seu consumo aprovado para os muçulmanos.
Bebidas e Jogos
 Obedecem ao mesmo patamar dos alimentos. Mas caso o fiel participe de algum, poderá apenas gastar valores que não comprometam questões financeiras da sua vida.
Usurpação e suborno
 Proibido o suborno a juízes, pincipalmente, se a causa for para se apropriar de bens.
Peregrinação e condições
 O grande objetivo de realizar a peregrinação é conquistar o perdão dos pecados. Sendo de obrigação para todo mulçumano que tenha condições de exerce-la sem prejudicar a sobrevivência da família. Para muçulmanas, é necessário que estejam acompanhadas.
Casamento
 Considerada a situação normal para homens e mulheres perante a sociedade e a religião, o casamento necessitava ter um contrato assinado pelo marido e um representante legal da futura mulher, sendo também necessário um consenso da noiva, atitude esta que era entendida até pelo silêncio. Neste contrato existia o dote. Para completar o ato do casamento era necessário a noite de núpcias. Através do casamento, o casal atinge o “direito” de serem pais e consequentemente atingem seu apogeu após terem filhos. A união poderia ser interferida pelas famílias do casal, já que também conta como junção de duas famílias. 
 O casamento também poderia ocorrer entre duas pessoas adúlteras, porém proibido que um indivíduo adultero case-se com outro que não cometeu adultério. Proibido também o casamento com mulheres já casadas, mas liberado para escravas.
Poligamia
 É permitido que um homem se case com várias mulheres, contato que obedeça duas condições: tendo 4 como número máximo de esposas e que trate com respeito e equidade todas elas.
 Também é permitido que o homem tenha concubinas, principalmente as escravas.
Mulheres
 São subordinadas aos homens devido a “superioridade masculina” dada por Deus. O casamento é seu principal e único objetivo de vida. Não devem exibir seu corpo e muito menos olhar as nos olhos das pessoas. O uso do véu varia entre os países muçulmanos, sendo que as mulheres idosas não são obrigadas a utilizar. Quando se encontram menstruadas, devem ser evitadas por serem consideradas impuras.
Adultério
 Caso o adultério for tomado por parte feminina, a pena é de isolamento em sua casa até o momento da morte. Em contrapartida, se essa mulher for serva, sua pena deve ser aliviada pela metade.
 Quando o adultério é geral pode haver o arrependimento e posteriormente o perdão.
 Por ser um assunto que é levado extremamente a sério na sociedade muçulmana, indivíduos que acusam outros de adultério sem provas, ou testemunhas são penalizados com açoites e nunca mais tem seu testemunho considerado relevante.
Divórcio
 Para que o homem recorra ao divórcio não é necessário que ele preste contas, já a mulher só pode caso haja no contrato decasamento este direito e se for permitido pela escola jurídica predominante do lugar onde vive. Como o casamento é algo extremamente importante para a sociedade muçulmana, é dado um prazo de quatro meses para evitar o divórcio e incentivar a reconciliação.
 Na consumação do ato, a mulher deve esperar alguns meses para casar-se novamente, tendo assim a certeza de que a mulher não está grávida.
 O marido pode retomar a mulher caso ela ainda esteja livre, mas se repudiar a mesma mulher por três vezes não será possível retoma-la até que se case com outro e se divorcie.
 A guarda dos filhos que tem até sete anos, após a separação, fica com a mulher (se ela for considerada honrada), caso esteja grávida, é obrigação do marido sustenta-la até o fim do aleitamento.
 Para que seja mantido o sustento da mulher divorciada, na maioria das vezes, a divorciada recebe o dote em sua totalidade.
Testamento e Herança
 Citado no livro sagrado, pela leia pode ser dividido entre os herdeiros e outra parte pode ser deixada em testamento. Não pode ser mudado por quem escreve, a menos que seja visualizado alguma injustiça em seus termos.
 A divisão deve seguir as indicações do Alcorão. Filhas recebem menos que filhos, mães menos que pais e irmãos amais que a mãe do defunto. Também recebem os esposos e a família da mulher falecida.
 Caso não haja herdeiros, e o falecido for homem, a mulher recebe metade. E se quem morreu foi a mulher, o homem recebe todos os bens dela.
Viúvas
 Após a morte do marido, tem direito a proteção e sustento, não sendo este vitalício. Para se casar novamente precisa esperar um prazo de quatro meses.
Órfãos
 Os muçulmanos procuram tratar o órfão com justiça, assim como prevê o livro sagrado, Alcorão.
Adoção
 Mesmo após a adoção, o indivíduo permanece com o nome dos pais biológicos.
Moral sexual e Celibato
 É pregado que o homem jejue para não perder o domínio de si mesmo e esperar até o momento do casamento, conservando assim a honra da sua família. O celibato não é bem visto, já que o casamento é o padrão normal adotado pelos muçulmanos perante a sociedade.
Difamação e Injúria
 Tais atos são condenados e trazem a consequência de possível reprovação no Juízo Final.
Endividamento e Juros
 O antigo testamento proíbe que ocorra o empréstimo a juros entre israelitas, já o Alcorão não permite de nenhuma forma.
 O empréstimo não é proibido. Porém é importante que seja feito com contrato escrito, caso não haja um, deve ser tomado certa cautela. E também é necessária parcimônia com aqueles que devem, mas não apresentam no momento condições de pagar.
Inviolabilidade de Domicílio
 Esta questão é explicita no Alcorão. Diz que seja evitado a entrada em domicílio pertencente a outra pessoa caso a sua presença não seja anunciada antes. Caso haja pertences do invasor na casa, essa inviolabilidade pode sofrer amolecimentos.
Despojos de Guerra
 Os despojos conquistados nas guerras são doados aos pobres, porém quando Mohamad era vivo, um quinto das conquistas pertenciam ao Profeta.
Privilégios do Profeta
 Além de Profeta, Mohamad também era considerado líder político da cidade de Medina e de seus seguidores.
 Por suas mulheres serem mais visadas, deveriam cuidar-se mais comparadas as outras mulheres muçulmanas. Diferentemente dos demais, Mohamad poderia ter quantas mulheres quisesse, não havendo proibições como havia para os demais muçulmanos, até certo ponto. Mulheres tocadas por ele, não podiam deitar-se com outros homens. Não tinha o direito de trocar a revelia de esposas, mas poderia ter quantas escravas desejasse.
 Visitas feitas ao Profeta só poderiam ser consumadas caso não causassem incomodo a ele.

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