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CAUSAS, CONSEQUÊNCIAS E TRATAMENTO C A S A D I T O R A V*IÍIUII Izaias Claro Denominada por muitos como "a doença do século", cm verdade a depressão é uma doen- ça "de todos os tempos". Por ra- zões várias, o homem sempre esteve exposto a este tipo de pro- blema emocional-espiritual. O autor, espírita desde 1979. em virtude do permanente con- tato com o público, deu-se con- ta da gravidade do mal exami- nado nesta obra e do quanto de- veria empenhar-se no sentido de contribuir, de algum modo. para a minimização das aflições humanas. Izaias Claro é Presidente-Fun- dador da Comunidade Espírita Joanna de Angelis, em Osvaldo Cruz/SP. que, no seu complexo, possui um abrigo para crianças de ambos os sexos, com atendimen- to de algumas crianças especiais dentre os abrigados, e um Centro Espírita com as tarefas próprias de um bem organizado Centro Espí- rita. O abrigo está construido no sistema de unidades-lares. inspi- rado no excepcional trabalho de- senvolvido pela Mansão do Ca- minho, de Salvador/BA. dirigida [ k \ I I l Causas, consequências e tratamento. DEPRESSÃO: Caàsas, consequências e tratamento. Izaias Claro 4â edição 16.001 a 21.000 exemplares MARÇO - 1999 Composto e Impresso: Gráfica da Casa Editora O Clarim (Propriedade do Centro Espírita "Amantes da Pobreza"). Fone: (016) 282-1066 - Fax: (016) 282-1647 C.G.C. 52313780/0001-23 - Inscr. Est. 441002767116 Rua Rui Barbosa, 1070 - Cx. Postal, 09 CEP 15990-000 - Matão - SP e-mail: clarim.mto@netsite.com.br D E P R E S S Ã O : C A U S A S , C O N S E Q U Ê N C I A S E T R A T A M E N T O Dados para c a t a l o g a ç ã o na editora Claro, I zaias Depresí ão: Causas, Consequências e Tratai bento / Izaias Claro Matão/Í flP: Casa Editora 0 Clarim, agosto 1998 I a ediçâ to - 6.000 exemplares Bibliografia I S B N 85-7357-042-3 1. Espiritismo 2. Filosofia CDD-133.9 índices p a r a catálogo sistemático: 1. Espiritismo - 133.9 2. Filosofia - atualidade - 869.9 Impresso no Brasil Presita en Brazilo Agradecimentos: D o A u t o r : Prof . Maria Eduvirges Barboza Contieri e Prof\ Irene Masue Ikeda Sekine - Projeto Capa. Cláudio Borro - tela especialmente criada para a confecção da capa. Angelo Lu iz Belchior Antonini - digitação do texto. José Francisco Pardo de Freitas e Teresinha das Graças Rocha de Freitas (Teca) - conferência do texto. D a E d i t o r a : Dr. Alberto de Souza Rocha. Equipe de funcionários da Casa Editora O Clarim. ÍNDICE Capíti lo I : Primeiras anotações 15 Sumá io 17 doençfct de todos os tempos 17 quant >s são os depressivos? 19 quem Doderá contrair depressão? 20 quanta tempo poderá durar uma depressão? 21 a mulher e a depressão 23 o que jé depressão 25 graus (da depressão 26 perfil comportamental do depressivo 28 contri mição do Espiritismo e dos Bons Espíritos 30 • Capítàlo I I : Uma síntese da Doutrina Espírita. O homem, no conceito £spírita 33 Sumálio 35 uma síntese da Doutrina Espírita 35 o homem, no conceito espírita 41 Capítàlo I I I : Na intimidade da casa mental 47 Sumálio 49 subconsciente, consciente e superconsciente 49 subconsciente: um arquivo 51 fixaçãi) no passado 55 consctnte: comando atual 56 fixaçã|) no presente 58 somos o que pensamos ser 59 Capítilo IV: Causas 61 Sumáilo 63 o própHo depressivo 63 imaturidade psicológica 66 9 comportamento materialista 68 sentimento de perda 71 ressentimento 77 sentimento de culpa 82 obsessão 87 outras causas: psico-sociais, psico-afetivas, socio-econômicas, enfermidades orgânicas, substâncias entorpecentes, alcoolismo e psicológico-espirituais 93 • Capítulo V: Consequências 99 Sumário 100 comprometimento do sistema imunológico 100 enfermidades orgânicas 101 suicídio 103 fator destrutivo da mente e da personalidade 105 tragédias várias 107 • Capítulo V I : Cura 111 Sumário 113 cure-se a si mesmo (o próprio depressivo) 113 torne-se maduro emocionalmente (imaturidade psicológica) 118 espiritualize-se (comportamento materialista) 121 desapegue-se dos bens transitórios (sentimento de perda) 124 perdoe sempre (ressentimento) 131 perdoe-se e recomece (sentimento de culpa) 139 liberte-se (obsessão) 148 cura para as causas diversas (outras causas) ...153 recomendações outras para a cura 159 higienize-se mentalmente 160 polarize o pensamento 162 confie em Deus 165 confie em Jesus 169 ore fervorosamente 171 ame sempre 173 busque o Espiritismo 176 encontre um Centro Espírita 178 ampare-se na família 180 tenha bons e estruturados amigos 182 trabalhe e transpire também 184 vigie sempre • 185 compn íenda e trabalhe a dor 186 cultive} alegria íntima 190 seja rafcional 192 • breve página à mulher 194 • vinte anos depois (duas orações) 197 Bibliografia ,200 PREFÁCIO Cristo-Jesus, em Seu Indimensional Amor, veio ao encontro de todos nós, Seus irmãos menores, com o Divino propósito de auxiliar- nos na ascensão espiritual que devemos realizar. Afável, expressou-se assim: no mundo tereis aflições..., prevenindo-nos quanto às lutas que seriam travadas até que alcançássemos o ponto culminante de nossa evolução. Não há exceção para esta regra: todos os que nos encontramos vinculados ao Orbe terreno, padecemos aflições. Isto não significa, porém, como se verá oportunamente, que estejamos todos no estado de depressão propriamente dito. Considerando a complexidade da vida moderna, suas lutas e incertezas, muito natural não se conseguir manter um estado psíquico positivo inalterável; compreensível que vez ou outra apresentemos algumas tristezas, mágoas, aborrecimentos que, num certo grau e, desde que passageiro este estado, não pode ser qualificado de depressão clínica. E , em muitas situações, sobretudo nas especialmente traumáticas, chega a ser normal o cair em depressão, não se podendo esperar mesmo, em tal conjuntura, outra reação. Diz o Dr. John Bowlby: a tristeza é uma reação normal e saudável a qualquer infortúnio. (28) Se chega a ser normal o cair em depressão, em algumas situações, isto, de modo algum, justifica que o ser permaneça indefinidamente nesse estado, devendo, com toda a diligência, esforçar-se por recuperar o quanto antes o anterior estado emocional de alegria, de segurança íntima, de entusiasmo... Há duas décadas tenho convivido intensamente com pessoas depressivas, sensibilizando-me profundamente com as situações por elas experimentadas. Favorecido pelo conhecimento da Doutrina Espírita, e percebendo o quanto esta Doutrina pode beneficiar efetivamente as criaturas em aflições, senti o desejo de elaborar este trabalho que, na sua singeleza, guarda o despretensioso objetivo de contribuir. 12 Induvidosamente, imensa é a cooperação da Doutrina Espírita também neste campo, o das enfermidades emocionais/espirituais. Restaurando o pensamento puro de Jesus, o Espiritismo, em linguagem atual, demonstra a origem, a natureza e a destinação dos Espíritos, demonstrando pela mediunidade bem orientada e conduzida, que a alma, que pré-existia em relação ao corpo em formação na cavidade uterina, Sobreviverá à morte, retomando ao mundo espiritual, onde se encontrava antes deste último mergulho no corpo. Com esta certeza, a Vida assume sua real dimensão, enquanto a criatura adquire mais profunda e verdadeira compreensão das coisas. Comprovando a imortalidade da alma e apresentando-a nào mais como uma esperança, mas como uma realidade, a Doutrina dos Espíritos muito contribui para a compreensão Q aceitação dinâmica do sofrimento, bem estruturando a criatura para o enfrentamento de todas as situações afligentes. Com o Espiritismo, constatamos que os Espíritos, aquelesque verdadeira e sabiamente nos amam e se devotam em nosso favor (portanto, os Bons), acompanham-nos, assistem-nos e nos fortalecem para o êxito imprescindível. E eles, amorosos sempre, valem-se de muitas e variadas técnicas para prodigalizar-nos o bem de que necessitamos. A f resento, a partir das linhas próximas, alguns estudos e reflexões a respeito deste tema, ainda atual: a depressão. Rogo, humildemente, a compreensão generosa dos doutos e académicos. Não é intenção minha excluir ou desconsiderar a Ciência Psicológica, que vem contribuindo eficazmente no trato das aflições humanas. Somente desejo oferecer uma modesta contribuição à luz do Espiritismo-Cristão. Os lapsos, assim o espero, hão de ser relevados pelos nossos sábios e doutos irmãos, compreendendo que abordo o tema especialmente pela ótica do coração, tocado pelo sincero desejo de servir desinteressadamente... Ofereço o humilde esforço aos aflitos, destinatários deste investimento, que é resultado de vários anos de estudos e de pesquisas silenciosas, no recolhimento de muitas noites e dias, e no trato com as superlativas dores humanas. 13 Alma querida! Guardo a convicção da singeleza do trabalho. Tenha a certeza de que foi pensando em você e em suas aflições, que me animei a realizá-lo. Que ele ajude de algum modo! - é a sentida oração, recompensa máxima a que aspira O AUTOR 14 c a PRIMEIRAS ANOTAÇÕES Sudário: doença de todos os tempos; quantos são os depressivos? Quem poderá contrair depressão? Quanto tempo poderá durar uma depressão? A mulher e a depressão; o que é depressí o? Graus da depressão; perfil comportamental do depressivo; contribuição do Espiritismo e dos Bons Espíritos. doença de todos os tempos A epressão é uma doença somente dos nossos tempos? Não. A depressão é uma doença tão antiga quanto o homem. Se percorrermos as páginas da história encontraremos, em todas as épocas, irmãos nossos apresentando um comportamento típico dos depressivos. À juz da reencarnação, nós poderemos ser os depressivos da história, dfa mergulhados em um novo corpo, para uma nova experiência, em buscajda libertação definitiva, como, aliás, consta expressamente da questão 1132 de O Livro dos Espíritos. Jó, um dos tantos personagens bíblicos, é dos exemplos mais clássicos. Possuindo esposa, filhos e empregados, bem como amigos e respeitablidade, e muitos bens materiais, como, bois, jumentos, ovelhas, camelos,' numa certa quadra de sua existência, perdeu-os praticamente a todos. j Além dessaperda (que pode ser uma das causas da depressão), Jó ainda enfrentou adversidades, enfermidades e incontáveis aflições. Conta a história |leste personagem que ele, tendo resistido por um certo período, termina por abater-se, caindo em profunda depressão, amaldiçoando a vida e desejando a morte, conduta esta, como se verá, em capítulo próprio (V: consequências), muito comum entre os portadores de tal enfermidade. Nd capítulo três de seu livro, versículos 20 a 22, Jó chega a exclamar! porque se dá luz ao miserável, e vida aos amargurados de ânimo, que esperam a morte, e ela não vem: e cavam em procura dela majs do que de tesouros ocultos; que de alegria saltam, e exultam, achando a sepultura? (1). Também no colégio apostólico de Jesus encontraremos dois personagens que apresentaram, em algumas circunstâncias, um 17 comportamento tipicamente depressivo. São eles: Pedro e Judas Iscariotes. Pedro, como narram as Escrituras, negou que conhecesse a pessoa do Mestre, quando este era julgado. Este apóstolo apresenta uma outra causa de depressão, qual seja, o sentimento de culpa em face do erro praticado, negando que conhecesse o Amigo. Mateus, narrando o episódio, comenta a atitude de Pedro: e, saindo dali, chorou amargamente, ( la ) Isolar-se e chorar amargamente, comumente, é típico de depressivo. Judas, por sua vez, ainda segundo as narrativas evangélicas, teria vendido o Amigo. Em decorrência do erro (mesma causa de Pedro), que o levou ao remorso, Judas apresenta uma das mais graves consequências da depressão: o suicídio, como narrado por Mateus, ( lb) Sendo uma doença de todos os tempos, a depressão está presente nos dias atuais, podendo-se afirmar que são muitos os depressivos célebres e somam-se, aos milhões, os doentes que jazem no anonimato. São tantos os depressivos nos tempos hodiernos, que chegam alguns a afirmar ser a depressão a doença do século. quantos são os depressivos? Alg população pela psicoj^ possui peli mas estatísticas referem que algo em torno de 10% da mundial seriam de depressivos. Outras estatísticas referem que pelo menos 15% da população mundial, em um momento qualquer de suas vicjas, poderão contrair este mal. O Espírito Joanna de Ângelis, rafia de Divaldo Pereira Franco, assevera que a Humanidade ) menos 100 milhões padecendo da enfermidade de que estamos tràtando. Se Considerarmos as populações encarnada e desencarnada, chegaremu s a um número ainda mais grandioso. A Espiritualidade Superior afesevera que a Terra possui, ao todo (nos dois planos), uma população muito superior a vinte bilhões de espíritos. Fazendo-se uma projeção d is estatísticas, que envolva os encarnados e os desencarnados, conclui-se que o número de depressivos alcança cifras alarmantes. Isto, porque a alma poderá prosseguir enferma após a desencarnação (ou morte). 19 quem poderá contrair depressão? Pessoas de todas e quaisquer condições, em princípio, podem contrair tal moléstia. Esta enfermidade pode, assim, afetar crianças, adolescentes, jovens, pessoas na madureza da vida e também idosas. Pode, outrossim, afetar ricos e pobres, cultos e ignorantes, encarnados e desencarnados, brancos, negros, amarelos, em suma, filhos de todas as nações. Deste modo, pessoa alguma, em princípio, seja qual for a sua condição, está livre de padecer deste terrível mal. 20 quanto tempo poderá durar u m a depressão? A dfepressão pode perdurar por toda a encarnação e acompanhar o espírito desencarnado no seu retorno ao mundo espiritual, sendo possível, ainda, que o espírito desencarnado e com depressão retorne para uma i ova experiência na Terra, trazendo consigo a enfermidade. Denlonstrando que a depressão pode acompanhar o espírito por um longo jeríodo, vale a pena ilustrar com uma história, aqui resumida, narrada pjor Divaldo Pereira Franco em uma de suas notáveis conferências. Um homem, casado, veio a se apaixonar, profundamente, por uma jovem vendedora de ilusões, que frequentava a noite de Buenos Aires. Emlora devotado à esposa, por algum tempo manteve esse relacionan ento afetivo-sexual com a jovem, até que circunstâncias várias constrangdram-na à busca de lima ruptura. Com este propósito, a jovem enceta um* longa viagem saindo do seu próprio país. Todhs as noites (sempre às quartas-feiras) em que ambos se encontravám, por meses consecutivos, o personagem de nossa história ia regularmente à casa noturna, na esperança, sempre frustrada, de reencontrar sua amada. À medida em que o tempo passava e a jovem não retorndva, ele entrou em profunda depressão, adoecendo rapidamente e defmhando-se ao ponto de desencarnar prematuramente. A jc vem, posteriormente, retorna a Buenos Aires e vem a saber do falecimento de seu amado. Buscando uma reação e uma readaptação à nova situação, ela trava contato com o Espiritismo. Converte-se a esta Doutrina é se transforma sobremaneira, sendo adotada por um casal ilustre e respeitável da Argentina. Ancfs mais tarde, já perfeitamente reintegrada à conduta ética, ela vem a se ^ aixonar por um rapaz, casando-se com ele. Não muitos anos mais tarda, ela ganha seu primeiro filho, um lindo e triste menino. Este menino, ifiobstante todo o empenhodos pais amorosos e dos avós devotados] era uma criança invariavelmente triste, raramente se alegrando em profundidade. Era o amado de outrora que retornava pelos laços sacrossantjos da paternidade, incapaz que fora de permanecer por mais 21 tempo no mundo espiritual. Como desejasse e necessitasse reencarnar para a busca do reequilíbrio, como da retomada do vínculo afetivo, agora com o objetivo de sublimação, ele retorna, não se tendo ainda recuperado da depressão que o levara à desencarnação, reencarnando deprimido. Joanna de Ângelis informa a Divaldo que o garoto não resistirá muitos anos no corpo, que desencarnará relativamente jovem, em consequência da depressão alimentada intensamente nos últimos anos, somando-se os períodos da encarnação anterior, de desencarnado e outra vez encarnado. Nota-se, pois, que a depressão é um estado emocional que pode acompanhar o ser onde quer que ele se encontre, no corpo ou fora dele, podendo-se reencarnar com depressão após ter desencarnado neste estado. Por fim, registre-se que os estudiosos afirmam que se uma tristeza profunda perdurar por duas semanas, sem indício de recuperação, já poderá ser diagnosticada como sendo uma depressão clínica. 22 a mulher e a depressão Sexo| idade, condição cultural, condição social e ou condição económica por si sós, não isentam pessoa alguma da aflição ora examinada, A mi ilher, porém, está muito mais exposta a esta enfermidade. As pesquisas r< velam que as taxas de depressão para as mulheres são maiores do que para os homens. Ante cipando-me ao capítulo que trata especificamente das causas ( IV) , indag): E qu lis as causas que levam a mulher a ficar mais exposta do que o homem? Pod( -se dizer que há causas biológicas, causas psicológicas e causas psi :ossociais-econômicas-espirituais, que respondem a esta questão. A m ilher, periodicamente (ciclo mensal), apresenta uma situação orgânica q ie lhe é peculiar, podendo tal ocorrência conduzi-la a um estado depi essivo. É a também chamada TPM (tensão pré-menstrual...). Con a menopausa, poderá a mulher ficar exposta à depressão, especialmí ate a mulher de uma só atividade, isto é, aquela que durante toda a sua vida ou em boa parte dela fixou-se somente no marido, nos filhos, naçzsa. Com as dificuldades e desencantos domésticos,perdendo a capacidade de procriação (função essencial, para esse tipo de mulher), desiludida !e cansada, sem motivações outras para viver, a mulher, com alguma facilidade, poderá deprimir-se. Anote-se que nesse período, comumente, os filhos saem de casa, vão-se, adicionando um sentimento de perda muito grande. Os Estudiosos lembram que as mulheres têm tendência a remoer sentimentos, introvertidas ou oprimidas que são, o que também contribui para este í: idice maior. Cos umo dizer que a mulher, sobretudo na intimidade doméstica, acaba senc o uma espécie de antena parabólica, captando tudo quanto se passa ab derredor, envolvendo marido, filhos e demais familiares. Absorvenjdo os problemas de todos, sobrecarrega-se (estresse), terminandp por deprimir-se. É tão dramática a situação que muitas 23 terminam a existência de forma extremamente neurótica, irrealizadas, inclusive sexualmente. As pesquisas referem que trinta por cento das mulheres fingem orgasmol Os homens, saindo e expondo-se mais, disfarçariam o estado íntimo, ocultando-o ou extravasando-o de várias formas, algumas falsas e equivocadas, como, por exemplo, o álcool, o cigarro, tóxicos outros, o sexo desregrado, o jogo, os companheiros... As mulheres, sobretudo em países pobres, sofrem limitações profissionais, econômico-financeiras e limitações de poder, o que as tornam dependentes, muitas vezes* humilhadas, levando-as a uma crise de auto-estima muito grande, de consequência arrastando-as à depressão. Consoante observações feitas em todos esses anos de atendimento aos aflitos, e também de acordo com os estudos elaborados, estas são algumas das tantas causas que desencadeiam a depressão na mulher: (29) • maus-tratos ou agressões físicas e psicológicas; • os salários menores; • ocupar-se com uma só tarefa (mulher que somente se ocupa da casa e ou da família); • o complexo de inferioridade; • o abuso sexual; • o tédio; • os conflitos domésticos; • a inveja (quer o dinheiro, o status e a segurança do homem); • o excesso de consumismo que leva à escassez; • o estresse; • a rejeição do próprio corpo; • a sensação de abandono; • a carência afetiva; • a preocupação excessiva com tudo; • a ansiedade; • a competição dos tempos atuais; • o perfeccionismo; • a velhice; • o pensar que sofre demais... 24 o que é depressão? Em poucas palavras: depressão é uma tristeza profunda e prolongai a. Aufélio Buarque de Holanda Ferreira define depressão como sendo "... abaixamento de nível, resultante de pressão ou de peso; baixa de terreno 01 ainda, abatimento moral ou físico, letargia". (22) Os aspectos ou significados apresentados pelo ilustre dicionarista servem, aimiravelmente, ao estudo proposto, embora o objetivo seja o determo-iios no último referido, aquele que caracteriza o estado moral de abatiip mto, de tristeza. Realmente, quando uma mente se apresenta em estado de depressão, assemelha-se ela a um terreno cujo abaixamento de nível, formandotim buraco, enseja o acúmulo de miasmas pestilenciais, detritos, impureza*, - lixo!!! - numa palavra, dando surgimento aos mais variados problemas de saúde, de desequilíbrio. O doutor Willian Stiron, professor-clínico adjunto de psiquiatria da Universidade de Chicago, nos Estados Unidos, observa o seguinte: A ti eblina cinzenta do horror induzido pela depressão assume a qualidade da dor física mas - adverte ele - não é uma dor imediatamente identificável como a de um osso quebrado. E d implementa o estudioso, afirmando: ...tálvez seja melhor dizer que o desespero... acaba por se assemelhar ao diabólico desconforto de estar aprisionado num aposento superaquecido. E como não sopra brisa nesse caldeirão, como nã( há saída desse confinamento sufocante - acrescenta ele - é inteiramente natural que a vítima comece a pensar incessantemente no esquecimento. (2) Resumindo o conceito, poderíamos dizer o seguinte: depressão é um estadé de espírito de melancolia, tristeza ou desespero. A intensidade e a duração deste estado dependem da personalidade, dos fatores que desencadliem o processo e da situação atual da vida do paciente. 25 graus da depressão A depressão apresenta sempre a mesma intensidade e ou duração? Não. Como já dito no item anterior, a intensidade e a duração deste estado dependem da personalidade, dos fatores que desencadeiem o processo e da situação atual da vida do paciente. A depressão, deste modo, apresenta ou pode apresentar vários graus ou níveis. Todo depressivo, pelo menos esta é a regra geral, apresenta-se triste; mas, nem toda pessoa triste está clinicamente depressiva. Disse Jesus: no mundo tereis aflições... Não há exceção para esta regra: todos nós padecemos aflições, o que não significa que todos estejamos no estado de depressão propriamente dito. Considerando a complexidade da vida moderna, suas lutas e incertezas, muito natural não se conseguir manter um estado psíquico positivo inalterável; compreensível que vez ou outra apresentemos algumas tristezas, mágoas, aborrecimentos que, num certo grau e, desde que passageiro este estado, não pode ser qualificado de depressão clínica. E , em muitas situações, sobretudo nas especialmente traumáticas, chega a ser normal o cair em depressão, não se podendo esperar mesmo, em tal conjuntura, outra reação. Diz o Dr. John Bowlby: a tristeza é uma reação normal e saudável a qualquer infortúnio. (28) Duas expressões um tantoantigas, e bastante incorporadas ao linguajar do brasileiro, definem bem este estado aflitivo da alma. Quando alguém se apresenta triste, comumente se diz que ele está na fossa, ou ainda, de baixo astral. Este quadro da fossa ou baixo astral - se passageiro -, não chega a ser uma depressão patológica e é, repito, muito natural nos dias atuais, de tanto aturdimento. Hodiernamente, uma outra expressão veio incorporar-se ao palavreado popular para definir a fossa; diz-se, então, que a pessoa está deprê e alguns até se sentem na moda e com status, usando esta curiosa expressão, dizendo, satisfeitos:... Ah! Eu estou deprê! E você, também está deprê? 26 A depressão perdura por semanas, meses ou até anos, se não tratada convenient emente (já vimos que pode perdurar por toda uma encarnação). Umafossa )u qualquer contrariedade não dura mais que alguns momentos ou horas e 3asta um fato positivo para que a pessoa se sinta novamente disposta, a egre e motivada para o enfrentamento da luta. Observo, porém, que o dicionarista Aurélio, já citado, considera sinonimas | as expressões fossa e depressão. Intei essante anotar que pode haver uma ligação entre a melancolia, a baixa autõ-estima, a falta de atividade e a introversão do comportamento depressivo de um lado, e a exaltação, a mania de grandeza, a loquacidade e a agitaçãi) do comportamento maníaco, de outro. Esta alternância entre altos e bai xos do comportamento, podem bem caracterizar a chamada Psicose M aníaco-Depressiva (transtorno é a expressão mais utilizada presentemente) ou a depressão bi-polar. Também este aspecto do comportar lento deve merecer atento acompanhamento. Son lente para concluir este tópico, lembro que a chamada tristeza de doming o e a melancolia comum em algumas pessoas nos períodos do outono e i: íverno ou em dias chuvosos, quando diminui o tempo de luz solar e o i lia fica mais curto, não são consideradas depressão no seu sentido té nico, científico. 27 perfil comportamental do depressivo Você, talvez, esteja perguntando: como identificar os sinais característicos da depressão ou do depressivo ou, noutras palavras, - como se comporta alguém, vítima de depressão? Menciono, para você, a seguir, desdobrando-os ao máximo, quinze sinais ou características, que podem estar presentes no depressivo. Evidente que não há necessidade de que os quinze sinais estejam presentes, para que a depressão seja considerada como tal; alguns sinais, os mais graves e importantes, principalmente, já bastarão para que se identifique o depressivo. São estas as características que comumente estão presentes no enfermo: • Aparência triste e abatida; • Os movimentos se tornam mais lentos, diminui a gesticulação que acompanha a fala e o andar; • A pessoa fala pouco e o tom de voz é baixo; tem poucos assuntos para conversar; • Preocupações constantes com doenças físicas; • Perda ou ganho significativo de peso, fora de períodos de dieta. Ou, ainda, aumento ou diminuição de apetite, quase todos os dias. Frise- se, porém, que portadores de graves enfermidades poderão perder peso sem que estejam com depressão, o mesmo podendo ocorrer com as cr ianças que, em determinados per íodos , apresentam alguma incapacidade de aumentar o peso; • A pessoa passa muitas horas por dia sentada ou deitada; • Redução marcante de interesse ou prazer em todas ou quase todas as atividades a maior parte do dia, quase todos os dias. Nas crianças e nos adolescentes, este comportamento depressivo poderá apresentar- se como uma irritação constante, permanente; • O deprimido não reconhece que está deprimido; • A pessoa não tem capacidade de recuperar sozinha as atividades normais, daí a importância do apoio e da compreensão da família, dos amigos, do apoio do profissional especializado, do Centro Espírita e de outras Instituições mais; 28 nsônia ou hipersônia; dificuldade grande para dormir, ou o oposto: e? cesso de sono, quase todos os dias; radiga ou perda de energia quase todos os dias; ! Sensações de desvalorização ou culpa excessiva ou inadequada, exagerada. A pessoa se sente sem valia alguma, e passa a nutrir este tipo de sentim mto; • Diminuição da capacidade de pensar ou de se concentrar ou, ainda, indecisão, quase todos os dias; Poi último, este sinal que serve para identificarmos o portador de depressão: • Vontade de morrer (pensamentos de morte). Ou, ainda, pensamer tos em torno do suicídio, idéias suicidas recorrentes (que surgem, qfie desaparecem e que ressurgem na mente da pessoa). Tentativa de suicídib também serve para identificar o depressivo. Ao£ que lêem estas páginas, lembro que não basta sentir - é bom que se frise - um ou mais sintomas para se concluir, apressadamente, que a pessoa esteja com depressão. Baleado nos estudiosos, e nas observações longamente elaboradas no atendimento aos sofredores, posso dizer que a depressão começa a ser identificada quando o quadro, ou estes sinais aqui mencionados, se mantém $or, pelo menos, algumas semanas, sem o que não se poderá, ainda, fal*r em depressão patológica. As^im, além de cuidadoso exame do caso, verificar sempre se os sinais obsjervados não são reflexos de doenças orgânicas, sem que a alma tenha sidè realmente afetada. De qualquer maneira, os sinais relacionados são um sério indício de depressão já instalada ou em vias de instalar-se. Também pode ocorrer que a pessoa apresente um ou outro distúrbio e esteja com depressão, sem que è comportamento depressivo (ostensivo) se tenha verificado. 29 contribuição do E s p i r i t i s m o e dos Bons Espíritos Desejo demonstrar, em todo o livro, a excelente contribuição e auxílio que o Espiritismo e os Bons Espíritos podem dar a propósito do tema. E por quê? Allan Kardec, o insigne Codificador do Espiritismo, sobre esta Doutrina, escreveu: O Espiritismo é a ciência nova que vem revelar aos homens, por meio de provas irrecusáveis, a existência e a natureza do mundo espiritual e as suas relações com o mundo corpóreo. Ele no-lo mostra, não mais como coisa sobrenatural, porém, ao contrário, como uma das forças vivas e sem cessar atuantes da Natureza, como a fonte de uma imensidade de fenómenos até hoje incompreendidos e, por isso, relegados para o domínio do fantástico e do maravilhoso. E a essas relações que o Cristo alude em muitas circunstâncias e dai vem que muito do que ele disse permaneceu ininteligível ou falsamente interpretado. O Espiritismo é a chave com o auxílio da qual tudo se explica de modo fácil. (3) Restaurando o pensamento puro de Jesus, o Espiritismo, em linguagem atual, demonstra a origem, a natureza e a destinação dos Espíritos, demonstrando pela mediunidade bem orientada e conduzida, que a alma, que pré-existia em relação ao corpo em formação na cavidade uterina, sobreviverá à morte, retornando ao mundo espiritual, onde se encontrava antes deste último mergulho no corpo. Com esta certeza, a Vida adquire sua real dimensão, enquanto a criatura adquire mais profunda e verdadeira compreensão das coisas. O Espiritismo é, sem contestação, a Doutrina ressurrecta de Jesus. Em sua inolvidável passagem pela Terra, consciente das limitações humanas, Jesus sabia que os homens não seriam capazes de compreender plenamente sua Doutrina, ou, caso a compreendessem, não teriam forças para mantê-la em sua pureza primitiva. Por esta razão, Ele prometeu que oportunamente enviaria o Consolador, Consolador este que haveria de recordar-nos tudo quanto Ele houvera dito, desdobrando um tanto mais Sua mensagem, ensinando-nos muitas outras coisas. 30 A criatura humana, no século X I X , é agradavelmente surpreendida com a Teixeira grande Revelação para o mundo ocidental, qual seja, a Doutrina elaborada pelos Espíritos. No Espiritismo, oser encontra o Cristianismo do Cristo, sem adulterações, sem inserções indébitas e ou prejudicia s. Con i a Doutrina Espírita tem-se a certeza de que as Leis de Justiça e de Cause e Efeito acompanham a criatura no corpo e fora dele, nesta e nas próxinas encarnações; que a morte não elimina de imediato os problemas não superados enquanto no corpo, e que é a alma - muito especialm mte - quem se apresentará depressiva ou não. Cot iprovando a imortalidade da alma e apresentando-a não mais como uma esperança, mas como uma realidade, a Doutrina dos Espíritos muito contribui para a compreensão e aceitação dinâmica do sofrimento, bem estru urando a criatura para o enfrentamento de todas as situações afligentes Os Espíritos, aqueles que verdadeira e sabiamente nos amam e se devotam e n nosso favor (portanto, os Bons), acompanham-nos, assistem- nos e nos fortalecem para o êxito imprescindível. E eles, amorosos sempre, v*lem-se de muitas e variadas técnicas para prodigalizar-nos o bem de que necessitamos. Todo deprimido, portanto, encontrará no Espiritismo e nos Bons Espíritos, excelente concurso à recuperação da saúde e da alegria. No capítulos subsequentes, retornarei a todos estes aspectos. 31 CA FTTTJLG UMA SÍNTESE DA DOUTRINA ESPÍRITA. O HOMEM, NO CONCEITO ESPÍRITA I Surkário: uma síntese da Doutrina Espírita; o homem, no conceito Espírita. uma síntese da Doutrina Espírita No capítulo anterior falou-se algo a respeito da excelente contribuição que a Doutrina dos Espíritos dá a propósito do tema depressão; Cre io ser oportuno apresentar um resumo do Espiritismo sobre o qual se apbia todo o conjunto desta obra. Allan Kardec, em O Livro dos Espíritos, que é a obra que contém a síntese da Doutrina, em sua Introdução, item V I , traz uma sinopse que vale a pena ser anotada aqui. Eis o resu no que nos é oferecido pelo sábio Codificador : • Deus é eterno, imutável, imaterial, único, onipotente, soberanamente justo e bom. • Criou o Universo, que abrange todos os seres animados e inanimac os, materiais e imateriais. • ()s seres materiais constituem o mundo visível ou corpóreo, e os seres imateriais, o mundo invisível ou espírita, isto é, dos Espíritos • i) mundo espírita é o mundo normal, primitivo, eterno, preexiste ite e sobrevivente a tudo. • O mundo corporal é secundário; poderia deixar de existir, ou não ter jamais existido, sem que por isso se alterasse a essência do mundi > espírita. • Os Espíritos revestem temporariamente um invólucro material perecível, cuja destruição pela morte lhes restitui a liberdade. • '. Cntre as diferentes espécies de seres corpóreos, Deus escolheu ia espécie humana para a encarnação dos Espíritos que chegaran i a certo grau de desenvolvimento, dando-lhe superioridade moral e ii itelectual sobre as outras. • i l alma é um Espírito encarnado, sendo o corpo apenas o seu envol tório. • ! lá no homem três coisas: I o , o corpo ou ser material 35 análogo aos animais e animado pelo mesmo princípio vital; 2o, a alma ou ser imaterial, Espírito encarnado no corpo; 3o, o laço que prende a alma ao corpo, princípio intermediário entre a matéria e o Espírito. • Tem assim o homem duas naturezas: pelo corpo, participa da natureza dos animais, cujos instintos lhe são comuns; pela alma, participa da natureza dos Espíritos. • O laço ouperispírito, que prende ao corpo o Espírito, é uma espécie de envoltório semimaterial. A morte é a destruição do invólucro mais grosseiro. O Espírito conserva o segundo, que lhe constitui um corpo etéreo, invisível para nós no estado normal, porém que pode tornar-se acidentalmente visível e mesmo tangível, como sucede no fenómeno das aparições. • O Espírito não é, pois, um ser abstraio, indefinido, só possível de conceber-se pelo pensamento. É um ser real, circunscrito, que, em certos casos, se torna apreciável pela vista, pelo ouvido e pelo tato. • Os Espíritos pertencem a diferentes classes e não são iguais, nem em poder, nem em inteligência, nem em saber, nem em moralidade. Os da primeira ordem são os Espíritos superiores, que se distinguem dos outros pela sua perfeição, seus conhecimentos, sua proximidade de Deus, pela pureza de seus sentimentos e por seu amor do bem: são os anjos ou puros Espíritos. Os das outras classes se acham cada vez mais distanciados dessa perfeição, mostrando-se os das categorias inferiores, na sua maioria, eivados das nossas paixões: o ódio, a inveja, o ciúme, o orgulho, etc. Comprazem-se no mal. Há também, entre os inferiores, os que não são nem muito bons nem muito maus, antes perturbadores e enredadores, do que perversos. A malícia e as inconseqiiências parecem ser o que neles predomina. São os Espíritos estúrdios ou levianos. • Os Espíritos não ocupam perpetuamente a mesma categoria. Todos se melhoram passando pelos diferentes graus da hierarquia espírita. Esta melhora se efetua por meio da encarnação, que é imposta a uns como expiação, a outros como missão. A vida material é uma prova que lhes cumpre sofrer repetidamente, até que hajam atingido a absoluta perfeição moral. • Deixando o corpo, a alma volve ao mundo dos Espíritos, 36 donde saí a, para passar por nova existência material, após um lapso de tempo mais ou menos longo, durante o qual permanece em estado de Espíri o errante. • r endo o Espírito que passar por muitas encarnações, segue- se que to( os nós temos tido muitas existências e que teremos ainda outras, mais ou menos aperfeiçoadas, quer na Terra, quer em outros mundos. • A encarnação dos Espíritos se dá sempre na espécie humana; seria erro acreditar-se que a alma ou Espírito possa encarnar)no corpo de um animal. • A s diferentes existências corpóreas do Espírito são sempre progressivas e nunca regressivas; mas, a rapidez do seu progresso depende los esforços que faça para chegar à perfeição. • As qualidades da alma são as do Espírito que está encarnado em nós; í ssim, o homem de bem é a encarnação de um bom Espírito, o homem perverso a de um Espírito impuro. • A conserva todo mal o homem sua alma todas as aproxim natureza • Universo alma possuía sua individualidade antes de encarnar; a depois de se haver separado do corpo, a^ sua volta ao mundo dos Espíritos, encontra ela todos aqueles q íe conhecera na Terra, e todas as suas existências anteriores se lhe desenham na memória, com a lembrança de todo o bem e de que fez. O Espírito encarnado se acha sob a influência da matéria; que vence esta influência, pela elevação e depuração de se aproxima dos bons Espíritos, em cuja companhia um dia estar*. Aquele que se deixa dominar pelas más paixões, e põe suas alegrias na satisfação dos apetites grosseiros, se dos Espíritos impuros, dando preponderância à sua animal. < Ds Espíritos encarnados habitam os diferentes globos do • Os não encarnados ou errantes não ocupam uma região determin ida e circunscrita; estão por toda a parte no espaço e ao nosso ladb, vendo-nos e acotovelando-nos de contínuo. E toda uma populaça 3 invisível, a mover-se em torno de nós. • < )s Espíritos exercem incessante ação sobre o mundo moral e mesmo sobre o mundo físico. Atuam sobre a matéria e sobre o 37 pensamento e constituem uma das potências da Natureza, causa eficiente de uma multidão de fenómenos até então inexplicados ou mal explicados e que não encontram explicação racional senão no Espiritismo. • As relações dos Espíritos com os homens são constantes. Os bons Espíritos nos atraem para o bem, nos sustentam nas provas da vida e nos ajudam a suportá-las com coragem e resignação. Os maus nos impelem para o mal: é-lhes um gozo ver-nos sucumbir e assemelhar-nos a eles. • As comunicações dos Espíritos com oshomens são ocultas ou ostensivas. As ocultas se verificam pela influência boa ou má que exercem sobre nós, à nossa revelia. Cabe ao nosso juízo discernir as boas das más inspirações. As comunicações ostensivas se dão por meio da escrita, da palavra ou de outras manifestações materiais, quase sempre pelos médiuns que lhes servem de instrumentos. • Os Espíritos se manifestam espontaneamente ou mediante evocação. • Podem evocar-se todos os Espíritos: os que animaram homens obscuros, como os das personagens mais ilustres, seja qual for a época em que tenham vivido; os de nossos parentes, amigos, ou inimigos, e obter-se deles, por comunicações escritas ou verbais, conselhos, informações sobre a situação em que se encontram no Além, sobre o que pensam a nosso respeito, assim como as revelações que lhes sejam permitidas fazer-nos. • Os Espíritos são atraídos na razão da simpatia que lhes inspire a natureza moral do meio que os evoca. Os Espíritos superiores se comprazem nas reuniões sérias, onde predominam o amor do bem e o desejo sincero, por parte dos que as compõem, de se instruírem e melhorarem. A presença deles afasta os Espíritos inferiores que, inversamente, encontram livre acesso e podem obrar com toda a liberdade entre pessoas frívolas ou impelidas unicamente pela curiosidade e onde quer que existam maus instintos. Longe de se obterem bons conselhos, ou informações úteis, deles só se devem esperar futilidades, mentiras, gracejos de mau gosto, ou mistificações, pois que muitas vezes tomam nomes venerados, a fim de melhor induzirem ao erro. • Distinguir os bons dos maus Espíritos é extremamente fácil. 38 Os Espír: tos superiores usam constantemente de linguagem digna, nobre, re >assada da mais alta moralidade, escoimada de qualquer paixão ii ferior; a mais pura sabedoria lhes transparece dos conselhos, que objetivam sempre o nosso melhoramento e o bem da Humanidade. A dos Espíritos inferiores, ao contrário, é inconsequente, amiúde trivial e até grosseira. Se, por vezes, dizem alguma céisa boa e verdadeira, muito mais vezes dizem falsidades e absurdos] por malícia ou ignorância. Zombam da credulidade dos homens d se divertem à custa dos que os interrogam, lisonjeando- lhes a vaidade, alimentando-lhes os desejos com falazes esperanças. Em resumo, as comunicações sérias, na mais ampla acepção do termo, só jsão dadas nos centros sérios, onde reine íntima comunhão de pensamentos, tendo em vista o bem. • A moral dos Espíritos superiores se resume, como a do Cristo, nefcta máxima evangélica: Fazer aos outros o que quereríamos que os outros nos fizessem, isto é, fazer o bem e não o mal. Neste princípio encontra o homem uma regra universal de proceder, mesmo para as suas menores ações. • Ensinam-nos que o egoísmo, o orgulho, a sensualidade são paixões q ne nos aproximam da natureza animal, prendendo-nos à matéria; [ue o homem que, já neste mundo, se desliga da matéria, despreza: ido as futilidades mundanas e amando o próximo, se avizinha da natureza espiritual; que cada um deve tornar-se útil, de acordo c< m as faculdades e os meios que Deus lhe pôs nas mãos para exp rimentá-lo; que o Forte e o Poderoso devem amparo e proteção 10 Fraco, porquanto transgride a Lei de Deus aquele que abusa da orça e do poder para oprimir o seu semelhante. Ensinam, finalment e, que, no mundo dos Espíritos, nada podendo estar oculto, o hipócritta será desmascarado e patenteadas todas as suas torpezas; que a presença inevitável, e de todos os instantes, daqueles para com quem houvermos procedido mal constitui um dos castigos que nos estão reservados; que ao estado de inferioridade e superioridade dos Espír tos correspondem penas e gozos desconhecidos na Terra. • 1 las, ensinam também não haver faltas irremissíveis, que a expiaçãi > não possa apagar. Meio de conseguí-lo encontra o homem nas difere fites existências que lhe permitem avançar, conformemente aos seus c esejos e esforços, na senda do progresso, para a perfeição, 39 que é o seu destino final. (4) Pelo que se observa do resumo, são estes alguns dos princípios básicos da Doutrina: • Deus; • Espírito ou Alma; • Preexistência da Alma em relação à concepção; • Imortalidade da Alma; • Comunicabilidade dos Espíritos; • Reencarnação; • Pluralidade dos Mundos Habitados; • Lei de Causa e Efeito ou de Ação e Reação; • Lei de Justiça, Amor e Caridade; • Lei do Progresso; • Perispírito... Kardec, como homem de ciência, teve o cuidado de estabelecer com clareza o sentido de determinadas palavras, com isto evitando-se os prejuízos decorrentes de uma má interpretação. Assim, repetindo o mestre de Lyon, fica convencionado que chamaremos alma ao princípio espiritual quando encarnado, e chamaremos espírito quando este mesmo princípio encontrar-se desencarnado. 40 o homem, no conceito espírita O homem, no conceito espírita, apresenta contornos não encontra ios no pensamento materialista. Pi ra o materialismo o espírito não é mais que uma forma de atividac e da matéria que, em determinada fase de sua evolução, de forma si nples para outras mais complexas, adquiriu consciência... (5) N ío desconheço que para a psicologia organicista, ainda presa à visão mí terialista, o ser humano é composto somente de matéria, não possuinc o alma ou espírito. Para os defensores deste pensamento, a depressãb seria algo relacionado, em parte, com o organismo da pessoa enferma] e, de outra parte, com a influência do meio a que ela foi levada a viver ' Pçlo que se pôde perceber do resumo apresentado por Kardec, o homem o composto destes elementos: • Corpo; • IBiossoma ou fluido vital; • Perispírito; • [Espírito. E: :iste ou não o Espírito ou Alma? Pí ra aquele que não acredita na sua existência esta obra se tornará pueril. V existência do Espírito, porém, está, hoje, comprovada cientific imente. N ío somente as religiões afirmam a sua existência, como, também, os pesquisadores e cientistas, isentos de preconceitos, conseguem demonsl rar a sua realidade. O Espírito, presentemente, deixa de ser assunto exclusivo de teólogo; e pastores, religiosos e filósofos, para se tornar algo perfeitai lente demonstrável em laboratório. V ja-se, neste sentido, a extraordinária contribuição dos chamados transcomunicadores que, através de gravadores, telefones, fax, fotos, filmagei s, computadores e outros recursos mais, gravam as vozes dos Espírito sons outros e imagens do mundo espiritual. 41 A Física vem falando abertamente nos chamados universos paralelos. A Mediunidade, em todos os tempos, através de suas variadas M manifestações, tais como a vidência, a audiência, a psicografia, a psicofonia, a xenoglossia, vem demonstrando e documentando a existência da alma, a sua sobrevivência à morte e consequente comunicabilidade com os homens. As materializações ocorridas em todas as épocas corroboram as afirmativas feitas por teólogos e pesquisadores isentos de paixão, verdadeiros sacerdotes que, pela intuição, e pela comprovação, guardaram sempre a certeza da existência da alma. Mesmo a Psicologia Transpessoal aceita, defende e comprova, com segurança, a existência do princípio espiritual na criatura. Ao estabelecer contato com os Espíritos, Kardec perguntou: Que é o Espírito? Recebeu esta resposta: O princípio inteligente do Universo. (4a) Também indagou mais adiante: Que é a alma? E obteve o seguinte: um Espírito encarnado. (4b) Temos, pois, o que já se registrou há pouco: a Alma é um espírito < encarnado, sendo o Espírito uma alma desencarnada. O sábio Léon Denis, em sua respeitável obra Depois da Morte, anotou: O estudo do Universo conduz-nos ao estudo da alma, à investigação do princípio que nos anima e dirige-nos os atos. Já o dissemos: a inteligência não podeprovir da matéria. A Fisiologia ensina-nos que as diferentes partes do corpo humano renovam-se em um lapso de tempo que não vai além de alguns meses. Sob a ação de duas grandes correntes vitais, produz-se em nós uma troca perpétua de moléculas. Aquelas que desaparecem do organismo são substituídas, uma a uma, por outras, provenientes da alimentação. Desde as substâncias moles do cérebro até as partes mais duras da estrutura óssea, tudo em nosso ser físico está submetido a contínuas mutações. O corpo dissolve-se, e, numerosas vezes durante a vida, reforma-se. Entretanto, apesar dessas transformações constantes, através das modificações do corpo material, ficamos sempre a mesma pessoa. A matéria do cérebro pode renovar-se, mas o pensamento é sempre idêntico a si mesmo, e com ele subsiste a memória, a recordação de um passado de que não participou o corpo atual. Há, pois, em nós um princípio distinto da matéria, uma força indivisível que persiste e se mantém entre essas perpétuas substituições. Sabemos que, por si mesma, não pode a matéria organizar-se e produz r a vida. Desprovida de unidade, ela desagrega-se e divide- se ao inf nito. Em nós, ao contrário, todas as faculdades, todas as potência^ intelectuais e morais grupam-se em uma unidade central que as abraça, liga, e esclarece, e esta unidade é a consciência, a personal dade, o Eu, ou, por outra, a Alma. (06) A i Uma, ou Espírito, possui vários atributos. Dentre eles: • Densamento; • Sentimento; • Uvre-arbítrio; • Vlemória; • Gontade. O '. ispírito tem por destino a perfeição relativa. Para alcançar esta meta, vai :-se ele do esforço, do estudo, do trabalho, do desenvolvimento de todas as suas potencialidades, empenhando-se pelo despertar e crescimei tto do seu Cristo interno, o que faz através de várias etapas evolutiva> ou reencarnações. Le amos juntos esta interessante questão do já mencionado O Livro dos Espítitos: O Espírito, propriamente dito, nenhuma cobertura tem, ou, como pretende n alguns, está sempre envolto numa substância qualquer? Enfvolve-o uma substância, vaporosa para os teus olhos, mas ainda bastante grosseira para nós; assaz vaporosa, entretanto, para poder eh var-se na atmosfera e transportar-se aonde queira. Envolvendo o gérmen de um fruto, há o perisperma; do mesmo modo, uma substância que, por comparação, se pode chamar perispírit 0, serve de envoltório ao Espírito propriamente dito. (4c) Assim, pode-se concluir que o Espírito, quando na Terra, apresenta-se envolto pelo perispírito e pelo corpo orgânico. Pela morte, desfaz-se o Espírito da vestimenta orgânica, mantendo-se vivo e envolto por este c orpo semi-material, que lhe permite entrar em contato com os homens. EÂc corpo espiritual permanece com o Espírito durante todo o tempo. E esencarnado, conservá-lo-á enquanto no mundo espiritual e, ao retornj r para uma nova encarnação e em um outro corpo especialmente preparad ) para ele, o Espírito trará consigo a vestimenta perispiritual. A biemória não é algo simplesmente orgânico. Além de ser um 43 dos atributos do Espírito, apresenta-se também presente no perispírito. O perispírito é, por conseguinte, o repositório natural de todas as experiências e conquistas amealhadas pelo Espírito, constituindo-lhe uma forma de arquivo. Quando o Espírito reencarna traz consigo, de forma latente, todas as lembranças das suas vidas anteriores, lembranças essas que poderão ser evocadas em circunstâncias especiais. Se a memória estivesse radicada somente no cérebro físico, nada sobreviveria à morte. No perispírito, portanto, encontraremos os registros de todas as experiências vividas, tendo ele, dentre outras, a função de conservar as aquisições. Gabriel Delanne, em sua obra A Reencarnação, escreve o seguinte: A alma humana está associada a uma substância infinitamente sutil, à qual Allan Kardec deu o nome de perispírito. Esse corpo espiritual existe durante a vida e sobrevive à morte. É ele o molde no qual a matéria física se incorpora, ou, mais exatamente, o plano ideal que contém as leis organogênicas do ser humano. O perispírito está ligado ao corpo por intermédio do sistema nervoso; toda sensação, que abala a massa nervosa, desprende essa espécie de energia, à qual se deram os mais diversos nomes: fluido nervoso, fluido magnético, força ectênica, força psíquica, força biológica... Essa energia age sobre o perispírito, para comunicar-lhe o movimento vibratório particular, segundo o território nervoso que foi excitado (vibração visual, auditiva, táctil, muscular, etc), de maneira que a atenção da alma seja acordada e que se produza o fenómeno da percepção; desde esse momento, essa vibração faz parte, para sempre, do organismo perispiritual, porque, em virtude da lei da conservação da energia, ela é indestrutível. Sem dúvida, poderá desaparecer do campo da consciência, mas, como vimos, persiste inalterada nas profundezas dessa memória latente a que hoje se chama inconsciente. Foram as experiências espíritas que estabeleceram a certeza absoluta desse corpo espiritual, que se torna visível durante o desdobramento do ser humano e que demonstra a sua persistência depois da morte, pelas aparições, e, sobretudo, pelas materializações. Porque o perispírito é indestrutível, conservamos, depois da morte, a integridade de todas as nossas aquisições terrestres, e a 44 memória acorda, então, completa, nos seres suficientemente evolvidos, por maneira que podemos abraçar o panorama de nossa passada (xistência. (7) Djalma Motta Argollo, por sua vez, assim se expressa: O §erispírito é o veículo onde são gravados os resultados do processo ivolutivo do homem, isto é, o fruto das interações dos seres com o n eio ambiente em sua globalidade. As experiências existencii is, repetidas ad nauseam, são nele fixadas como reflexos condicioi ados psicossomáticos, tornando-se substratos condutores dos proc< ssos mentais e fisiológicos. E p -ossegue o mesmo autor: Ati avés dos estudos mediúnicos contemporâneos, bem como das refle] ões de notáveis pesquisadores e pensadores espiritistas de ontem e de hoje, constatamos que as atividades do perispírito abrangem, inclusive, a dimensão psicológica sendo não só responsá e^l pelo controle do automatismo fisiológico, mas sediando igualmen te o registro dos fatos de ordem psíquica, como a memória, os incons dentes passado e atual, enfim, todos os fenómenos mentais. Isso porc ue o perispírito se organiza em diversos níveis de energia, que se r jsponsabilizam pelos matizes da manifestação físio- psicológ ca dos indivíduos. Como, porém, o perispírito é um complexo orgânico, o verdadeiro responsável pela existência e funcionamento do ser é o Princípio Inteligente, ou Espírito proprian ente dito, Centelha Divina, Raio Consciente do Pensamento de Deus. No Perispíriti Poi 8) desdobramento da obra, voltarei aos tópicos Espírito e , associando-os ao tema examinado. enquanto, que fique este registro: sobretudo o Espírito é quem efetivamehte poderá cair em depressão, por consequência e por extensão podendo J ifetar o perispírito e o corpo orgânico. Qu indo se analisa a questão da prevenção ou cura da depressão, imperiosc o atendimento à essência espiritual do ser e ao seu veículo perispirit lai, sob pena de se abordar a questão de forma míope e superfície I , incompleta portanto. Nã) se desconsidera a influência do corpo sobre a mente ou Espírito IÍ bem pode dar-se que um problema fisiológico apresente reflexos no psiquismo, todavia, mesmo nas chamadas causas orgânicas 45 da depressão, o atendimento ao Espírito é de capital importância para o tratamento. O Espírito André Luiz, estudando o Homem de acordo com o Espiritismo estabelece que ele é composto de: • Corpo; • Fluido vitalindividualizado ou biossoma; • Psicossoma; • Corpo mental; • Espírito. Djalma Motta Argollo, a seu turno, assim vê a composição do Homem: • Espírito; • Níveis energéticos supra mentais; • Nível mental que se divide em superconsciente, consciente e subconsciente; • Psicossoma ou perispírito; • Biossoma ou duplo; • Corpo. Jorge Andréa dos Santos, médico e também renomado escritor espírita, entende ser o Homem composto de: • Inconsciente Puro ou Espírito; • Inconsciente Passado ou Arcaico; • Inconsciente Atual; • Corpo Mental; • Perispírito ou Psicossoma; • Duplo Etérico; • Corpo Físico. (8a) Porque foge ao escopo da obra, não comentarei sobre todos estes aspectos. No capítulo seguinte, porque mais intimamente ligado ao assunto, aborda-se sobre a intimidade da casa mental 46 NA INTIMIDADE DA CASA MENTAL 1 I ... 48 Sun ário: subconsciente, consciente e superconsciente; subconsci nte: um arquivo; fixação no passado; consciente: comando atual; fixí ção no presente; somos o que pensamos ser. subconsciente, consciente e superconsciente André Luiz, em sua Obra No Mundo Maior (09) faz comentários excelentes sobre a Casa Mental, dizendo que possuímos apenas um cérebro, i ue se divide em três regiões distintas, quais sejam, o subconsci nte, o consciente e o superconsciente. Ele compara a Casa Mental a u m castelo constituído de três andares. No primeiro andar, está situado o s ubconsciente; no segundo, o consciente; e, no terceiro andar, encontra-se o superconsciente. No sistema nervoso, diz o querido médico espiritual, temos o cérebro iricial, ou subconsciente. O subconsciente representa e ou contém: <) repositório dos movimentos instintivos; () porão da individualidade; () arquivo das experiências; ) registro dos menores fatos da vida; L residência dos nossos impulsos automáticos; ) sumário vivo dos serviços realizados; ) hábito e o automatismo, que moram nele; Representa e contém o passado, desta e das anteriores reencarna ões. O consciente, prossegue explicando André Luiz, localiza-se na região do córtex motor e também na zona intermediária entre os lobos frontais e 3s nervos. O consciente consubstancia: • , \.s energias motoras para as manifestações imprescindíveis no atual mon ento evolutivo do nosso modo de ser; • Representa o domicílio das conquistas atuais; • | síele se erguem e consolidam as qualidades nobres que estamos edificandi 49 • Nele residem o esforço e a vontade; • Representa o presente. No terceiro andar desse castelo, localiza-se o superconsciente, que se encontra nos planos dos lobos frontais; superconsciente este, ainda, silencioso para a investigação científica do mundo, que: • Guarda materiais de ordem sublime, que a criatura humana conquistará gradualmente; • Representa a parte mais nobre do nosso organismo divino em evolução; • Representa a casa das noções superiores, indicando as eminências que nos cumpre atingir; • Nele, demoram-se o ideal e a meta superior a ser alcançada; • Representa o futuro. 50 r subconsciente: u m arquivo Cono já anotado, o subconsciente representa o porão da individual dade, o arquivo das experiências e o registro dos menores fatos da \dda. Estes aspectos são de fundamental importância para a compreensão do tema depressão e dos motivos pelos quais muitas das criaturas humanas, nossas irmãs, sofrem deste terrível mal. O c epressivo, em regra, é alguém que através do tempo vem arquivando experiências negativas, sendo oportuno dizer que nesse arquivo ta las as informações são ali colocadas, ou seja, o subconsciente registra tá ato os maiores quanto os menores fatos da vida, mas não somente oi i fatos como, também, as emoções sentidas quando da vivência desses fatos. Pod í-se comparar o subconsciente a uma chapa fotográfica, que registra fie lmente o quadro, ou, também, pode-se compará-lo a uma fita magnética que registra com autenticidade o que nela é gravado ou projetado. Pode-se, ainda, comparar o subconsciente a um quarto de despejo, m uitas vezes um quarto escuro repleto de miasmas pestilenciais, de lixo de variada condição e procedência. Os c omputadores hodiernos dão-nos uma idéia excelente de como funciona 1 1 Casa Mental. Estes aparelhos possuem a capacidade de armazenai muitos dados, armazenamento este que se dá através de uma palavra/eh ive, de uma letra que possa facilitar o acesso ao arquivo. Novos arquivos \ odem ser inseridos, sem prejuízo dos que lá se encontram, respeitada a capacidade de armazenamento da máquina. Ass m também se dá com a casa mental. A cada momento, novos arquivos es :ão sendo elaborados preservando a criatura os que j á foram obj eto de armazer amento, com a diferença fundamental de que a casa mental possui uma capac: dade infinitamente maior de registro das situações e emoções. Essiis informações, ou esses fatos e sentimentos arquivados são, num prim :iro momento, registrados pelo consciente; depois, descem para esse porão. Os pensamentos, as idéias, os conceitos, os fatos arquivado; e registrados vão formando o caráter da pessoa, elaborando o seu moi o de ver, de sentir, de proceder; em uma palavra, a sua personalic ade. 51 Para reforçar tudo quanto estamos estudando, e para que você tenha uma idéiada impressionante capacidade de registro do subconsciente, anoto, para as suas reflexões, duas situações trazidas pelo inesquecível Carlos Toledo Rizzini, uma delas extraída da obra de André Luiz: Certa mulher nova não só sentia dor no curso do ato genésico como também tinha verdadeiro horror ao mesmo; e, além disso, acordava costumeiramente de madrugada com cólicas abdominais; sintomas, portanto, físicos e psíquicos, aos quais se deve ajuntar uma infecção vaginal crónica rebelde ao tratamento ginecológico. A regressão de memória semiconsciente, conservando a lembrança posterior dos fatos evocados, revelou que em existência bem anterior (numa "civilização primitiva"), em seguida ao adultério, o marido mandou prendê-la em jaula baixa, onde só cabia acocorada; tal posição determinou-lhe, então fortes e contínuas dores no ventre. Dias depois, por ordem dele, um médico seccionou-lhe o clitóris, sentindo, na ocasião, rápida dor lancinante; era seu intuito usá-la sexualmente sem que ela pudesse corresponder. E assim foi anulada a atividade erótica. Em vida subsequente, descreve-se como jovem meretriz que atravessa triste episódio; apaixonada por certo homem, este, alcançando o próprio orgasmo, a deixa no momento em que ia atingindo o clímax; ofende-a, então, gravemente com palavras pesadas. Confusa e frustrada, cai do alto da escada e é deixada sem socorro até morrer. Desta experiência procede sua desconfiança dos homens e da anterior o pavor das relações carnais; as dores são ainda sequelas da gaiola baixa e da operação cruenta; A vaginite, complicação do ato cirúrgico séptico. Vejam. Coisas muito antigas e ainda em vigor! É que por detrás delas há um erro moral (sobre isto conversaremos nos capítulos seguintes), já profligado em os Dez Mandamentos! Mas, muita gente assoalha que os tempos mudaram e que o mundo é diferente... O passado gravado nas profundezas das almas não sabe disso e emerge sob a forma de distúrbios psicossomáticos e de sintomas neuróticos! Tal mulher - nossa irmã não mais errada do que somos em geral - curou-se inteiramente: esgotaram-se-lhe os débitos mediante os sofrimentos que enfrentou até 1970, digamos. E , naturalmente, mudou a sua condição íntima, do mesmo passo. É bom recordar que André Luiz conta a estória de dois 52 s bs espíritos bastante aprimorados que, não obstante, permaneciam no plano iní mor. Querendo saber porque não conseguiam ascender, a análise d > passado de ambos revelouque, cinco séculos antes, haviam lançado dois companheiros muralha abaixo, liquidando-os sumariai lente. Tiveram que renascer, como pilotos de prova, para dar a vi< a pelo progresso da aviação, caindo no devido tempo... Consulte nAçãoe Reação, obra em que o querido instrutor menciona casos de iébitos pendentes há mais de 1.000 anos, confirmando os achados la regressão de memória... (10). Do meu trabalho no atendimento fraterno a depressivos, recordo- me de um i experiência vivida por uma certa irmã, que ilustra bem a fiel capacidade de registro do subconsciente que, se não atendido conveniei temente, através dos anos passa a governar nossa vida. A i: mã, informada de que poderia conversar comigo em particular, no objetrvo de buscar respostas e possíveis orientações para o seu caso, veio até o gabinete de atendimento. Estava com depressão e este quadro se devia a ressentimentos arquivados desde há muito, como posteriori lente se pôde perceber. No diálogo, para minha estranheza, dava ela a impressão de que tudo esta^ a bem em sua vida, o que tornava inexplicável aquele estado depressivi». Indagada sobre sua saúde orgânica, seu casamento, seus filhos e as várias situações possíveis, informava ela que tudo corria bem. Intuído, comecei 2 insistir no tópico casamento. E perguntei-lhe, dentre outras coisas: a senhora ama seu marido? seu marido a ama? o relacionamento de ambos lé bom? ele a trata com respeito e carinho? ele a ofende ou a agride? - 1 L O que respondia ela: E u amo meu marido! Meu marido me ama! O nosso relaciona mento é excelente! Ele me respeita e é carinhoso comigo, não raro me cercando de mimos e convidando-me para jantares e passeios! (que ela nunca aceitava!) Meu marido não me ofende e não me agridf! Cono no presente (consciente) daquela irmã tudo parecia fluir bem, nec< ssitando aprofundar um pouco mais para detectar a causa daquela evidente depressão, perguntei-lhe então: como foi o relacional lento de ambos no início do casamento! A n ulher, colhida talvez de surpresa pela pergunta, desorganizou- se ainda nais emocionalmente. Muito nervosa e agitada, com a face 53 agora alterada, num rictus de amargura e dor, começou a dizer: Ah! Pelo amor de Deus! Não me faça lembrar esse triste e doloroso passado! O início de meu casamento foi terrível, muito difícil! Meu marido era muito violento e agressivo, não poucas vezes ferindo-me moral e fisicamente! Só eu sei o quanto tive que suportar para não ver a ruína completa do casamento!... E por muito tempo, abrindo as comportas do subconsciente, com as lembranças emergindo para o consciente, a nossa irmã entregou-se às confidências amargas, narrando detalhes que jaziam no porão das recordações. Por fim, ela admitiu que trazia mágoas não superadas há mais de 30 anos (!), sendo esta a causa profunda de sua depressão. O marido se modificara para melhor; ela, porém, ainda o não perdoara pela conduta da juventude distante, e agora não desejava (subconscientemente ou inconscientemente) dar-lhe o perdão e a possibilidade de serem felizes. A irmã foi orientada quanto à excelência do amor e do perdão, dispôs-se a colaborar e hoje vive realmente feliz com o marido, superadas as dificuldades que jaziam arquivadas. 54 fixação no passado Fixar comprom( timento O O depressivo, em regra, é alguém que traz a mente fixada no passado ti iste e sombrio, comprazendo-se em recordar as experiências menos fel zes, as situações que mais o afligiram. Mas, na hipótese de você estai com depressão, pergunto-lhe: por que se fixará somente no lado pior, aquele que o descontentou? por que a eleição da amargura, em detrimento dos júbilos? Ninguém, no mundo, que passe incólume às experiências alegres cc mo às tristes. (13) Ass ím, alma irmã, na hipótese de estar enferma, procure se libertar da amargi ra, da queixa e do pessimismo, recordando as horas boas e revivendofas, o que lhe dará estímulo e forças para prosseguir. se no passado é desperdício da oportunidade presente, com do futuro. hbmem é as suas memórias, o somatório das experiências que se lhe armazenam no inconsciente, estabelecendo as linhas do seu comportamento moral, social, educacional. memórias constituem-lhe o que convém e o que não é lícito realizar. Concorrem para a libertação ou a submissão aos códigos ei tabelecidos, que propõem o correto e o errado, o moral, o legal, o conveniente e o prejudicial. (14) 55 consciente: comando atual Como escreveu Germano de Novais, o consciente lúcido como cristal é uma semente boa. O subconsciente é a terra fértil, apta para receber, a semente. O consciente comanda. O subconsciente é como a terra que não sabe se a semente é de boa ou má ou até de péssima qualidade. O subconsciente também não distingue se o pensamento que acolhe é bom ou mau, positivo ou negativo, otimista ou pessimista. A função da terra é fazer nascer o que nela se deposita, como a função do subconsciente é desenvolver os pensamentos e sentimentos que nele penetram. Se colocamos na terra um grão de abóbora vai nascer um pé de abóbora. Se semeamos uma pequenina semente de mostarda brotará um pé de mostarda. Se pusermos um grão de milho nascerá um pé de milho. Assim acontece com a mente humana. Quando plantamos um pensamento de amor no subconsciente, brotam atitudes impregnadas de amor. Quando plantamos pensamentos de angústia e preocupação, pode até nascer uma úlcera gástrica... A função da mente consciente épensar, dirigir, plantar idéias certas na época certa. A função do subconsciente é fazer brotar ou realizar o que a mente consciente lhe ordenou ou entregou. O pensamento é uma grande energia, uma semente poderosa. A mente consciente a emite e transmite ao subconsciente, que é seu receptor. (11) Consideremos o subconsciente como parte do inconsciente, que pode aflorar à consciência, com os seus conteúdos, alterando o comportamento do indivíduo. Ele é o arquivo próximo das experiências, portanto, automático, destituído de raciocínio, estático, mantendo fortes vinculações com a personalidade do ser. É ele que se manifesta nos sonhos, nos distúrbios neuróticos, nos lapsos orais e de escrita - atos falhos - tornando-se, depois de Freud e seus discípulos, mais tarde dissidentes, Jung e Adler, responsável também pela conduta moral e social. 56 Os pensamentos e atos - logo após arquivados no subconsciente - programam as atitudes das pessoas. Assim, quando se toma conhecimento de tal possibilidade, elege-se quais aqueles que devem ser aciot ados - no campo moral e social - para organizar ou reprogramar a existência. (12) 57 fixação no presente Não poucas criaturas, malbaratando o presente e não investindo no futuro, gastam-se e desgastam-se naposocupação. A posocupação é ocupação vã, porque retém a mente fixada em algo já ocorrido no pretérito e que poderia estar superado. É uma atitude típica do depressivo que se compraz, de maneira enfermiça, em fixar-se nas experiências negativas transatas, desperdiçando tempo, energia e oportunidade. De outras vezes, o ser desgasta-se numa atitude de preocupação. Preocupar-se, como o indica a própria palavra, é o ocupar-se antes com a ocorrência que imagina ocorrerá mais tarde. Com isto a pessoa ocupa- se pelo menos duas vezes, antes da ocorrência e enquanto ela se dá. Na hipótese de posocupar-se com o problema, a criatura terá se ocupado três vezes, isto é, antes, durante e depois. Pensar e refletir com serenidade e confiança na problemática, é positivo e necessário. Preocupar-se em excesso é inútil e nada de bom acrescenta. O ideal, para a existência humana, é a criatura procurar viver sem tristeza pelo passado e sem ansiedade negativa pelo futuro, num interminável e abençoado presente, vivendo cada instante, totalmente,não se preocupando de maneira estéril com o que virá, e também não se posocupando com o que de negativo sucedeu. A hora é agora. Como ensina velha canção, quem sabe faz a hora, não espera acontecer... Emmanuel, pelas mãos queridas de Francisco Cândido Xavier, assevera que hoje é o dia mais importante de nossas vidas; nem o ontem, que já vivemos com suas experiências, nem o amanhã que poderá surgir modificado... 58 somos o que pensamos ser Os a dona de outro prof O conquistas nesse are u presentem mte bconsciente está para a alma, como o quarto de despejo para :asa, ou como as gavetas de um arquivo para o executivo ou ssional. npsso passado, desta e de outras encarnações, todas as nossas experiências e emoções estão arquivadas nesse subconsciente, ivo, interferindo de maneira decisiva no que somos dessa 1 leitura defta existência experiênc^ as na base A submetido 5 pensamem o que as leis a terem Os espécie, reàl acanhados procriar, É o de realizar de nós. O vivido poi amanhã d; que principia realidade contínuo, Os descontírfua Por|anto, somos hoje, no momento em que nos ocupamos com a obra, o que fizemos de nós nos séculos passados e na atual. Eu sou o que me fiz, através das múltiplas encarnações, , vivências e emoções. E o pensamento, como artífice, está longa realização, nfatéria inerte, as plantas, os insetos, as aves e os animais estão a um determinismo absoluto. Os últimos, não mantém um contínuo, não deliberam conscientemente, sendo necessário da natureza e inteligências outras se ocupem deles, de modo prfc vidas as suas necessidades. nsetos, as aves e os animais podem, pelo automatismo da izar determinadas coisas, mas dentro de limites extremamente Conseguem locomover-se de um lugar para outro, caçar, podendo até, pelo condicionamento, construir o seu habitat. ornem, porém, e somente o homem, o ser que tem capacidade se a si mesmo. Consequentemente, somos hoje o que fizemos oje representa o futuro de um passado próximo ou remoto já nós, quando idealizamos e realizamos o que somos. No alma, seremos o que nos dispusermos a ser, conquista esta no pensamento. Nesse dia, defrontar-nos-emos com a nossa jjúpria. Isto se dá, porque já estamos no estágio do pensamento ma conquista do espírito imortal. nsetos, as aves e os animais pensam, mas de maneira ou intermitente, o que não lhes permite grandes 59 r e a l i z a ç õ e s . O homem pensa sempre, salvo nos casos de psicopatologias graves em que, pelo desarranjo do cérebro, ou pela pe r tu rbação do espí r i to encarnado, não consiga manter um pensamento contínuo. Mas, feita a ressalva das psicopatologias graves, o homem comum, mesmo o ignorante, o inculto, o selvagem, o bárbaro, como os homens mais cultos e civilizados estão sempre pensando. Com o Espiritismo temos condições de compreender bem isto, porque a alma é um ser distinto do corpo, que sobrevive à morte. Mesmo quando se dá o sono fisiológico, a alma, que vive sempre, emancipa-se do corpo e continua pensando e realizando. Oportunamente, alguém escreveu: há uma tendência muito grande de materializar-se aquilo em que a pessoa pensa continuamente... Disse outrem: imaginar é criar, ainda que seja uma criação fugaz, momentânea. Considerando que ninguém vive sem pensar, conclui-se que o pensamento, pela sua capacidade criadora, tem sido o responsável pela nossa desgraça como, também, pela nossa ventura. Poderíamos fazer uma projeção para o exterior e culpar circunstâncias, pessoas e ou ocorrências, no entanto, o pensamento está na base da felicidade ou da infelicidade individual ou coletiva, porque as ocorrências de fora poderão encontrar o anteparo do pensamento correto, do pensamento saudável, do pensamento positivo, e a pessoa conservar-se relativamente bem intimamente conquanto as adversidades exteriores. O depressivo é alguém que, insistentemente, e de maneira enfermiça, se compraz em pensar no que é negativo, prejudicial. O pensamento negativo, longamente acalentado, termina por conduzi-lo à tristeza profunda... 60 Swiário: o próprio depressivo; imaturidade psicológica; comportí mento materialista; sentimento de perda; ressentimento; sentimei to de culpa; obsessão; outras causas: psicossociais, psicoafeti yas, socio-econômicas, enfermidades orgânicas, substâncias entorpeci ntes, alcoolismo e psicológico-espirituais. o próprio depressivo Fat ires externos e orgânicos, certamente, poderão concorrer decisivam mte para que alguém sofra de depressão. Todavia, este ou aquele fat< >r concorrerá mais ou menos, dependendo do estado de espírito em que se encontra a criatura. Tanto é assim, que a mesma circunstância ou ocorrêiicia que arrasta alguém à depressão, em outro poderá produzir um efeito i nenor ou nenhum efeito. O que afeta a um nem sempre afetará necessária mente a outrem, o que demonstra que é o próprio depressivo ou Espirite o primeiro fator decisivo para que ele venha ou não a cair em depressão Alg ins exemplos: Há aessoas que detestam a solidão, afirmando que esta lhes produz de aressão e angústia, sensação de abandono e de infelicidade. Oul ras, no entanto, buscam-na como terapia indispensável ao refazin ento das forças exauridas, caminho seguro para o reexame de atitude s, para a reflexão em torno dos acontecimentos da vida. A sc lidão, todavia, não é boa nem má. Os valores dela defluentes são sentid )s de acordo com o estado de espírito de cada ser. O s lêncio produz em alguns indivíduos melancolia e medo. Parece su jerir-lhes um abismo apavorante, ameaçador. Em outras pessoas, faculta a paz, o processo de readaptação ao equilíb rio, abrindo espaço para o autoconhecimento. O siêncio, no entanto, não é positivo ou negativo. Conforme o estado ínt mo de cada um, ele propicia o que se faz necessário à paz, à alegria. Mu tos homens se atiram afanosamente pela conquista do 63 dinheiro, nele colocando todas as aspirações da vida como sendo a meta única a alcançar. Fazem-se, até mesmo, onzenários. Inúmeros outros, todavia, não lhe dão maior valor, desperdiçando-o com frivolidade, esbanjando-o sem consideração. Terminam, desse modo, na estroinice, na miséria económica. O dinheiro, entretanto, não é essencial ou secundário na vida. Vale pelo que pode adquirir e segundo a consideração de que se reveste transitoriamente. (14a) Assim, observa-se que a condição íntima do Espírito, em princípio, é que determinará se isto ou aquilo o arrastará ou não ao estado de tristeza. Pergunta-se, então: porque tão grande quantidade de depressivos na Terra? Joanna de Ângelis responde a esta indagação, dizendo: Expressiva maioria de indivíduos somente acalenta idéias negativas, lucubra pessimismo, agasalha mal-estares. Como resultado, enfraquecem-se-lhe as resistências morais, debilitam-se- lhe os valores espirituais e alimenta-se da próprio insânia. (15) Sem dúvida, aflições de natureza vária poderão ocorrer na vida do indivíduo, marcando-o consideravelmente. No entanto, dependendo da estrutura íntima da criatura, ela, ou não se permitirá influenciar pela ocorrência, ou, se por ela influenciada, saberá conduzir-se de modo a não permitir estados emocionais mais graves ou danosos. Incontestavelmente, a depressão tem a sua matriz ou génese no Espírito. Se desejarmos examinar as causas psicológicas, genéticas e orgânicas, bem estudadas pelas ciências que se encarregam de penetrar o problema, temos que levar em conta o Espírito imortal, gerador dos quadros emocionais e físicos de que necessita, para crescer na direção de Deus. A depressão instala-se, a pouco e pouco, porque as correntes psíquicas desconexas que a desencadeiam, desarticulam, vagarosamente,
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