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Terrorismo Internacional

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Terrorismo Internacional
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Terroristas ou Libertadores?
“Na época das lutas de descolonização na África, na segunda metade do século 20, os colonizadores franceses, ingleses e portugueses qualificavam os movimentos de libertação nacional de terroristas, enquanto a grande maioria da população nativa os idolatrava, considerando-os libertadores de sua terra do jugo colonizador europeu” (Neto, 2008, p. 691).
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Conceito
A) Aceito pelos pesquisadores:
“Uso de violência contra civis para alcançar objetivos através da promoção do medo, pânico”.
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B) Características do Terrorismo –
 Agência Brasileira de Inteligência:
1) Ato premeditado ou sua ameaça por 
2) motivação política ou ideológica visando 
3) atingir, influenciar ou coagir o Estado e ou a sociedade com o 
4) emprego de violência. Entende-se por atos terroristas aqueles definidos em documentos internacionais sobre a matéria ratificados pelo Brasil.
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C) Utilizado pelo Departamento de Estado Norte-Americano:
(...) uma violência premeditada e politicamente motivada contra alvos não-combatentes por grupos subnacionais ou agentes estatais clandestinos, usualmente destinada a influenciar uma audiência.
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Terrorismo X Guerrilha
Terrorismo:
Alvo: civis inocentes;
Se evitam confrontos com o inimigo;
Armas: caseiras, veículos com explosivos
Guerrilha:
Alvo: militares; 
Confrontos físicos com o inimigo;
Armas: tipicamente militares;
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Terrorismo X Dano Colateral
Os E.U.A. comete terrorismo quando morreram civis iraquianos nos ataques americanos?
Se não há interesse em matar civis inocentes, não há terrorismo, mas sim dano colateral de acordo com o direito de guerra.
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Globalização do Terrorismo
Caracteriza-se pela redução de barreiras espaço-temporais e pela democratização do acesso à informação, às tecnologias e aos meios de comunicação (Machado, 2006, p. 672) utilizados para organizar ataques terroristas.
Na atualidade há mais de 50 grupos terroristas.
Ver vídeo no youtube feito por terroristas
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Vídeo – Realplayer
“Terrorismo Internacional”.
Mostra a utilização da tecnologia (youtube) pelos terroristas para recrutar e incentivar práticas terroristas.
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Tratados Internacionais
Convenção sobre a Prevenção e Punição de Crimes contra Pessoas que gozam de Proteção Internacional, inclusive agentes diplomáticos (1977);
Convenção Internacional contra Tomada de Reféns (1983);
Convenção sobre a Proteção Física de Materiais Nucleares (1980);
Convenção Internacional sobre a Supressão de Atentados Terroristas com Bombas (1997);
Convenção Internacional sobre a Supressão do Financiamento ao Terrorismo (1999);
Convenção da Conferência Islâmica para o Combate ao Terrorismo Internacional (1999);
Convenção do Conselho da Europa sobre a Repressão ao Terrorismo (2005);
Convenção Internacional para a Supressão de Atos de Terrorismo Nuclear (2005).
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Brasil
É parte em quase todos os principais instrumentos multilaterais universais dos quais pode sê-lo, exceto a convenção destinada à supressão do financiamento do terrorismo, cujo processo de aprovação está ainda, tramitando no Congresso Nacional e a convenção relativa ao terrorismo nuclear, ainda não assinada. (Neto, p. 719)
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Convenção para Prevenir e Punir os Atos de Terrorismo Configurados em Delitos contra as Pessoas e a Extorsão Conexa, quando tiverem eles Transcendência Internacional (Washington 1971, ratificado em 1999)
Os Estados 1) se obrigam a cooperar entre si para prevenir e punir atos de terrorismo e em especial:
1.1) o seqüestro;
1.2) o homicídio;
1.3) outros atentados contra a vida e a integridade de pessoas a quem o Estado tem o dever de proporcionar proteção especial (art. 1).
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Art. 3 - Extradição
As pessoas processadas ou condenadas nos termos do art. 1, poderão ser extraditadas.
Se o país onde ocorrer o crime não extraditar nacional, o Estado requerido ficará obrigado a submeter o caso ao conhecimento das autoridades competentes, para fins de processo como se o ato houvesse sido cometido em seu território.
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Prevenção e Punição (art. 8.º)
Os Estados Contratantes aceitam as seguintes obrigações:
1) Tomar as medidas a seu alcance para prevenir e impedir em seus respectivos territórios a preparação dos delitos de terrorismo em território de outro Estado Contratante.
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2) Procurar que sejam incluídos em suas respectivas legislações penais os atos delituosos objeto desta convenção.
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Direito Interno Brasileiro
O direito interno brasileiro tipificou o terrorismo na Lei de Crimes Hediondos e na Constituição Federal/88.
Em SP em 2006, as execuções de policiais, queima de ônibus pelo PCC para a polícia não subir mais no morro, poderiam ser tipificadas como atos terroristas?
Vídeo youtube
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Vídeo - Realplayer
“PCC na Tv Globo”.
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Convenção Internacional Contra a Tomada de Reféns (Nova York, 1979 – ratificada em 2000 pelo Brasil)
Toda a pessoa que prender, detiver ou ameaçar matar, ferir ou continuar a deter outra pessoa com a finalidade de obrigar terceiros, a saber, um Estado ou organização intergovernamental a uma ação ou omissão como condição explícita ou implícita para a libertação de refém, incorrerá no crime de tomada de refém (art. 1).
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Art. 2. Todo Estado-Parte deverá estabelecer, para os crimes previstos no art. 1.º, penas apropriadas e proporcionais à gravidade dos mesmos.
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Artigo 3.º
O Estado-Parte, em cujo território o refém encontra-se detido pelo autor do crime, deverá tomar todas as medidas que julgar apropriadas para remediar a situação do refém, em particular, 1) assegurar a sua libertação, e, depois desta, se necessário, 2) facilitar sua partida.
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Jurisdição Universal X Jurisdição Internacional
Jurisdição Universal: quem capturar poderá julgar;
Jurisdição Internacional: julgamento por tribunais internacionais (ex. TPI).
As convenções mencionadas adotam, com freqüência, o princípio da jurisdição universal em matéria de terrorismo, se o argüido se encontrar presente no território nacional do Estado (Machado, 2005, p. 675).
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Tribunal Penal Internacional e Terrorismo
O Estatuto de Roma não fez menção direta ao terrorismo como um dos crimes objeto do Tribunal Penal Internacional.
Ainda assim, para o TPI o genocídio é tipificado como “qualquer dos atos mencionados” no artigo 6 do Estatuto e, dentre esses atos, “praticados com a intenção de destruir total ou parcialmente um grupo nacional”, encontra-se “matar membros do grupo” e “causar lesão grave à integridade física ou mental de membros do grupo”, certo é que atos de terrorismo causam precisamente esses efeitos (Neto, p. 726).
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Depois de 11 de Setembro de 2001
O ataque de 11 de setembro aproximou materialmente o ataque terrorista de “crime de guerra”.
A “Bush Doctrine”:
1) Revalorização da legitima defesa preventiva ou antecipatória;
2) Atuação unilateral quando necessário;
3) Não distinguir terroristas e Estados que apóiem os terroristas. 
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Riscos da Doutrina Bush
O risco é que a luta contra o terror comprometa o aparato civilizatório de direitos, liberdades e garantias, sob o clamor de segurança máxima.
Se todos os Estados se julgarem aptos a realizar ataques preventivos, estaremos retornando ao “estado de natureza” descrito por Hobbes.
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Comitê Contra-Terrorismo da ONU
Guiado pelas resoluções 1373 (2001) e 1624 (2005) do Conselho de Segurança da ONU, o comitê trabalha para fomentar a habilidade dos Estados-membros da ONU de prevenir atos terroristas dentro e além das suas fronteiras. 
 
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Resolução 1373
Adotada em 28 de setembro de 2001, estabelece que os Estados-membros devem adotar as seguintes medidas no plano interno:
1) Criminalizar o terrorismo no seu direito interno;
2) Congelar os fundos de pessoas envolvidas com atos terroristas;
3) Negar qualquer forma de apoio financeiro à grupos terroristas;
4) Suprimir qualquer provisão de “porto-seguro”aos terroristas;
5) Compartilhar informação sobre grupos terroristas com outros Estados-membros.
6) Cooperar com outros governos na investigação, etc.
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Pesquisas Adicionais sobre o tema:
MACHADO, Jonathan. Direito Internacional Pós 11 de Setembro. Coimbra: Univ. Coimbra.
PIOVESAN, Flávia. Direitos Humanos e Justiça Internacional. São Paulo: Saraiva.
REZEK, Francisco. Direito Internacional Público. São Paulo: Saraiva.

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