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* HIDROLOGIA – INFILTRAÇÃO Prof. Dr. Marcelo Gonçalves Resende * * * Infiltração Definição: Define-se infiltração como o fenômeno de penetração da água nas camadas do solo próximas a superfície do terreno, movendo-se para baixo, através dos vazios, sob a ação da gravidade, até atingir uma camada suporte, que a retém, formando então a água do solo ou rocha. * Infiltração É a passagem de água superficial para o interior do solo. * * * Infiltração Processo difícil de ser avaliado. Física não muito complexa, mas muito dependente da variabilidade das propriedades do solo. * INFILTRAÇÃO A taxa de infiltração de água no solo depende de muitos fatores: Porosidade: A presença de argila no solo diminui sua porosidade, não permitindo uma grande infiltração. Cobertura vegetal: Um solo coberto por vegetação é mais permeável do que um solo desmatado. * INFILTRAÇÃO Inclinação do terreno: em declividades acentuadas a água corre mais rapidamente, diminuindo o tempo de infiltração. Tipo de chuva: Chuvas intensas saturam rapidamente o solo, ao passo que chuvas finas e demoradas têm mais tempo para se infiltrarem. * INFILTRAÇÃO Teor de umidade - Das quantidades de água e ar, inicialmente presentes no interior do solo. Permeabilidade do solo Temperatura do solo Profundidade do extrato impermeável * * FASES DA INFILTRAÇÃO A) fase de intercâmbio B) fase de descida C) fase de circulação * FASES DA INFILTRAÇÃO A água que se infiltra está submetida a duas forças fundamentais: a gravidade (força gravitacional) força de adesão de suas moléculas às superfícies das partículas do solo (força de capilaridade ou de atração capilar). * FASES DA INFILTRAÇÃO Pequenas quantidades de água no solo tendem a se distribuir uniformemente pela superfície das partículas. A força de adesão é mais forte do que a força da gravidade que age sobre esta água. - Conseqüência: ficará retida, quase imóvel, não atingindo zonas mais profundas * FASES DA INFILTRAÇÃO A força gravitacional atua no sentido vertical, fazendo com que a água infiltre de cima para baixo no perfil do solo. Já a força capilar atua em todas as direções, principalmente quando o solo se encontra com baixa umidade. * FASE DE INTERCÂMBIO Nesta fase, a água está próxima à superfície do terreno, sujeita a retornar a atmosfera por uma aspiração capilar, provocada pela ação da evaporação ou absorvida pelas raízes das plantas e em seguida transpirada pelo vegetal. * FASE DE DESCIDA Nesta fase dá-se o deslocamento vertical da água quando a ação de seu peso próprio supera a adesão e a capilaridade. Esse movimento se efetua até atingir uma camada suporte de solo impermeável. Na franja de capilaridade a adesão por capilaridade é importante, mas atua no sentido vertical. * FASE DE CIRCULAÇÃO Nesta fase, devido ao acúmulo da água são constituídos os lençóis subterrâneos, cujo movimento se deve também a ação da gravidade, obedecendo às leis de escoamento subterrâneo. Dois tipos de lençóis podem ser definidos Aquífero não confinado: quando a sua superfície é livre e a pressão da água é igual a pressão atmosférica. Aquífero confinado: quando confinado entre duas camadas impermeáveis, sendo a pressão na superfície superior a pressão atmosférica. * FASE DE CIRCULAÇÃO Para seu cálculo utiliza-se a “Lei de Darcy” V = KA.dh/dL Onde: V é a vazão de infiltração; K é a condutividade hidráulica (medida através de permeâmetros); A é a área da secção analisada h é a Carga Piezométrica ou Altura Piezométrica (altura da água de um aqüífero confinado medida num piezômetro). L = Distância entre os pontos medidos * GRANDEZAS CARACTERÍSTICAS Capacidade de infiltração Distribuição granulométrica Porosidade Velocidade de infiltração Coeficiente de permeabilidade * CAPACIDADE DE INFILTRAÇÃO É quantidade máxima de água que um solo pode absorver na unidade de tempo. * CAPACIDADE DE INFILTRAÇÃO A capacidade ou taxa de infiltração consiste na velocidade ou intensidade de penetração da água no solo e é medida como mm/h, mm/d, etc. * CAPACIDADE DE INFILTRAÇÃO Infiltração acumulada: é a quantidade de água total infiltrada após um determinado tempo (mm) * DISTRIBUIÇÃO GRANULOMÉTRICA É a distribuição das partículas constituintes do solo em função das suas dimensões, representada pela curva da distribuição granulométrica – curva das percentagens acumuladas, em peso, em função do tamanho dos grãos (abertura das malhas de peneiras) * POROSIDADE É a relação entre o volume de vazios de um solo e o seu volume total, expressa geralmente em porcentagem. * VELOCIDADE DE INFILTRAÇÃO É a velocidade média de escoamento da água através de um solo saturado, determinada pela relação entre a quantidade de água que atravessa a unidade de área do material do solo e o tempo. Pode ser expressa em m/s, m/h ou m/d. * COEFICIENTE DE PERMEABILIDADE É a velocidade de filtração da água em um solo saturado com perda de carga unitária. O coeficiente de permeabilidade varia com a temperatura, pois esta influi na viscosidade da água. Pode ser expresso nas mesmas unidades e velocidade de infiltração. Pode ser determinado por ensaios de laboratórios. * FATORES INTERVENIENTES Tipo de solo Grau de umidade do solo Ação da precipitação sobre o solo Compactação devida ao homem e aos animais Macroestrutura do terreno Cobertura vegetal Temperatura Presença do ar * GRAU DE UMIDADE DO SOLO Parte da água que se precipita sobre o solo seco é absorvida por ação da gravidade que se soma a ação da capilaridade. Se o solo, no início da precipitação já apresenta uma certa umidade, tem capacidade de infiltração menor do que a que teria se estivesse seco. * TIPO DE SOLO A capacidade de infiltração no solo varia diretamente com: a porosidade, o tamanho das partículas do solo e o estado de fissuração (fraturas) das rochas. * AÇÃO DA PECIPITAÇÃO SOBRE O SOLO As águas da chuva chocando-se contra o solo promovem a compactação de sua superfície: diminuindo a capacidade de infiltração, destacam e transportam os materiais finos que, pela sua sedimentação posterior, tenderão a diminuir a porosidade da superfície; * AÇÃO DA PECIPITAÇÃO SOBRE O SOLO umedecem a superfície do solo, saturando as camadas próximas, aumentando a resistência à penetração da água; e atuam sobre as partículas de substâncias coloidais que, ao intumescerem, reduzem a dimensão dos espaços intergranulares. * AÇÃO DA PECIPITAÇÃO SOBRE O SOLO A intensidade dessa ação varia com a granulometria dos solos, sendo mais importante nos solos finos. A presença de vegetação atenua ou elimina esse efeito. * COMPACTAÇÃO DEVIDA AO HOMEM E AOS ANIMAIS Em locais onde há trafego constante de homens ou veículos ou em áreas e utilização intensa por animais (pastagens), a superfície é submetida a uma compactação que a torna relativamente impermeável. * MACROESTRUTURA DO TERRENO A capacidade de infiltração pode ser elevada pela atuação de fenômenos naturais que provocam o aumento da permeabilidade como por exemplo, Escavações feitas por animais e insetos; Decomposição das raízes e dos vegetais; Ação da geada e do sol; Aragem e cultivo da terra. * COBERTURA VEGETAL A presença de vegetação atenua ou elimina a ação da compactação da água da chuva e permite o estabelecimento de uma camada de matéria orgânica em decomposição que favorece a atividade escavadora de insetos ou animais. * TEMPERATURA A temperatura influindo na viscosidade da água faz com que a capacidade de infiltração nos meses frios seja mais baixa do que nos meses quentes. * PRESENÇA DO AR O ar presente nos vazios do solo pode ficar retido temporariamente, comprimido pela água que penetra no solo, tendendo a retardar a infiltração. * DETERMINAÇÃODA CAPACIDADE DE INFILTRAÇÃO Infiltrômetros Métodos * Infiltrômetros São aparelhos para determinação direta da capacidade de infiltração local dos solos. Existem dois tipos Infiltrômetros com aplicação de água por inundação, ou simplesmente infiltrômetros; Infiltrômetros com aplicação da água por aspersão ou simuladores de chuva. * Infiltrômetro * MÉTODOS Método de Horner e Lloyd * MÉTODO DE HORNER E LLOYD Baseado na medida direta da precipitação e do escoamento superficial, o que possibilita a determinação da curva de capacidade de infiltração em função do tempo. Método de campo baseado nos dados obtidos em infiltrômetros. * Métodos de Cálculo Equação de Darcy para meio saturado v = K grad h K = condutividade hidráulica (m/h); v = velocidade; grad h = gradiente piezométrico com a profundidade h = + z onde é o potencial mátrico ou de capilaridade; z é a potencial gravitacional, profundidade * EXEMPLOS * Métodos de Cálculos Método de Green e Ampt: Ti = K0 (1+ (s - i)/I) Onde: Ti = Taxa de infiltração da água no solo (mm/h) K0 = Condutividade hidráulica do solo saturado (mm/h) = Potencial mátrico médio na frente do umedecimento (mm-2) s = Umidade do solo na saturação (mm3) i = Umidade inicial do solo (mm3) I – Infiltração acumulada (mm) * Métodos de Cálculos Infiltração acumulada: I = L (s - i) Onde L = Profundidade da frente de umedecimento (mm) s = Umidade do solo na saturação (mm3) i = Umidade inicial do solo (mm3) * Métodos de Cálculos Método de Hachum e Alfaro: Ti = K* (1+ /L) Onde K* = Condutividade Hidráulica (mm/h) = Potencial mátrico médio na frente do umedecimento (mm) L = Profundidade da frente de umedecimento (mm) * Métodos de Cálculos A variável K* é a média harmônica das J camadas de solo e rocha situadas acima da frente de umedecimento. K* = L/i=1 J (Hi/Ki) Onde: Hi = espessura da camada i (mm) Ki = Condutividade Hidráulica da camada (mm/h) J = Número de camadas situadas acima da frente de umedecimento.
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