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Os fatores que importam para o usuário dos motores de combustão são: •A performance do motor na sua faixa de operação; •O consumo e o custo do combustível utilizado; •As emissões de poluentes e de ruídos ; •O custo inicial e de instalação; •A confiabilidade e durabilidade do motor, as necessidades de manutenção e como estes fatores afetam a disponibilidade e os custos operacionais. Parâmetros de projeto e operação Máquinas Térmicas I – Prof. Eduardo Loureiro A performance do motor é mais precisamente definida por: •A potência máxima (ou o torque máximo) disponível a cada velocidade dentro da faixa útil de operação do motor; •A faixa de velocidade e potência onde a operação do motor é satisfatória; Parâmetros de projeto e operação Máquinas Térmicas I – Prof. Eduardo Loureiro Os seguintes termos são comumente utilizados: •Maximum rated power: A mais alta potência que um motor pode desenvolver em curtos períodos de operação; •Normal rated power: A mais alta potência que um motor pode desenvolver em operação contínua; •Rated speed: A velocidade de rotação do virabrequim na qual a potência é desenvolvida. PROPRIEDADES GEOMÉTRICAS DE MOTORES ALTERNATIVOS Parâmetros de projeto e operação Máquinas Térmicas I – Prof. Eduardo Loureiro FONTE: Heywood, 1988 Os seguintes parâmetros definem a geometria de um motor alternativo: Razão de compressão c cd c V VV r É a razão entre o volume máximo e o volume mínimo. Vd é o volume deslocado Vc é o volume da câmara (clearance volume) rc = 8 a 12 para motores de ignição por centelha rc = 12 a 24 para motores de ignição por compressão PROPRIEDADES GEOMÉTRICAS DE MOTORES ALTERNATIVOS Parâmetros de projeto e operação Máquinas Térmicas I – Prof. Eduardo Loureiro FONTE: Heywood, 1988 Os seguintes parâmetros definem a geometria de um motor alternativo: Razão entre o diâmetro do cilindro e o curso do pistão L B Rdc Rdc = 0.8 a 1.2 para motores de tamanho entre pequeno e médio, chegando até próximo de 0,5 para os enormes motores Diesel de baixa velocidade de rotação PROPRIEDADES GEOMÉTRICAS DE MOTORES ALTERNATIVOS Parâmetros de projeto e operação Máquinas Térmicas I – Prof. Eduardo Loureiro FONTE: Heywood, 1988 Os seguintes parâmetros definem a geometria de um motor alternativo: Razão entre o diâmetro do cilindro e o curso do pistão L B Rdc Rdc < 1 => motor sub-quadrado Rdc = 1 => motor quadrado Rdc > 1 => motor super-quadrado Para um dado volume deslocado, um curso (L) longo permite um diâmetro (B) menor (motor sub-quadrado ou under square), o que resulta em menos área de superfície da câmara de combustão e, conseqüentemente, menores perdas de calor. Isto aumenta a eficiência térmica dentro da câmara de combustão. Por outro lado, cursos maiores resultam em velocidades do pistão maiores e maiores perdas por atrito, o que reduz a potência obtida no virabrequim. Se diminuirmos o curso, o diâmetro pode ser aumentado e o motor se tornará super- quadrado ou over square, o que diminui as perdas por atrito mas aumenta as perdas de calor. Os motores muito grandes possuem grandes cursos com (Rdc) -1 tão altas quanto 4:1. A maioria dos motores de automóveis modernos são aproximadamente quadrados, algumas vezes um pouco sub-quadrados, outras vezes um pouco super-quadrados. PROPRIEDADES GEOMÉTRICAS DE MOTORES ALTERNATIVOS Parâmetros de projeto e operação Máquinas Térmicas I – Prof. Eduardo Loureiro FONTE: Heywood, 1988 Os seguintes parâmetros definem a geometria de um motor alternativo: Razão entre os comprimentos da biela e da manivela: a l R aL 2 Note-se que: R = 3 a 4 para motores de tamanho entre pequeno e médio, aumentando para 5 até 10 para os enormes motores Diesel de baixa velocidade de rotação Influência de R na velocidade do pistão. FONTE: Pulkrabek, 2004. PROPRIEDADES GEOMÉTRICAS DE MOTORES ALTERNATIVOS Parâmetros de projeto e operação Máquinas Térmicas I – Prof. Eduardo Loureiro FONTE: Heywood, 1988 O volume do cilindro em função do ângulo de rotação, : sal B VV c 4 2 2 1 222 sincos alas 2122 sincos11 2 1 1 RRr V V c c PROPRIEDADES GEOMÉTRICAS DE MOTORES ALTERNATIVOS Parâmetros de projeto e operação Máquinas Térmicas I – Prof. Eduardo Loureiro FONTE: Heywood, 1988 A área de superfície da câmara de combustão em função de : salBAAA pcab Onde, Acab é a área da superfície da câmara de combustão pertencente ao cabeçote e Ap é a área da coroa do pistão (para pistões planos Ap = B 2/4). 2122 sincos1 2 RRBLAAA pcab PROPRIEDADES GEOMÉTRICAS DE MOTORES ALTERNATIVOS Parâmetros de projeto e operação Máquinas Térmicas I – Prof. Eduardo Loureiro FONTE: Heywood, 1988 Um parâmetro importante é a velocidade média do pistão: Onde, N é a velocidade de rotação do virabrequim Em uma rotação o pistão percorre duas vezes o curso. A resistência ao escoamento dos gases dentro do motor e os esforços devido à inércia das partes móveis limitam velocidade média do pistão dentro de uma faixa entre 8 a 15m/s. Os motores de automóvel atuam próximos do limite superior e os enormes motores Diesel operam próximos ao limite inferior. FONTE: Heywood, 1988. LNS p 2 PROPRIEDADES GEOMÉTRICAS DE MOTORES ALTERNATIVOS Parâmetros de projeto e operação Máquinas Térmicas I – Prof. Eduardo Loureiro FONTE: Heywood, 1988 Um parâmetro importante é a velocidade média do pistão: A velocidade média do pistão para todos os motores estará na faixa entre 5 a 20 m/s. Os gigantes motores Diesel ficam no início da faixa e os motores de carros de alta performance no final. Há uma forte correlação inversa entre tamanho e velocidade do pistão. Os motores muito grandes, com pistões de cerca de 50 cm de diâmetro, operam na faixa de 200 a 400 RPM, enquanto que os menores motores (de aeromodelos), com diâmetros de 1 cm, desenvolvem cerca de 12.000 RPM. Os carros de competição (Indianapolis 500) dão exemplos de motores que atuam acima desta faixa de segurança. Chegam a 35 m/s com 14.000 RPM. Embora estes motores recebam muito mais cuidados que os demais, boa percentagem deles quebram com poucas centenas de quilômetros percorridos. Parâmetro Aeromodelo 2 Tempos Automóvel 4 Tempos Estacionário 2 Tempos Diâmetro (cm) 2 9.42 50 Curso (cm 2.04 9.89 161 Volume deslocado (L) 0.0066 0.69 316 Velocidade (RPM) 13000 5200 125 Potência/cilindro (kW) 0.72 35 311 Velocidade média do pistão (m/s) 8.84 17.1 6.71 Potência/Vol.deslocado (kW/L) 109 50.7 0.98 PME (kPa) 503 1170 472 FONTE: Pulkrabek, 2004. PROPRIEDADES GEOMÉTRICAS DE MOTORES ALTERNATIVOS Parâmetros de projeto e operação Máquinas Térmicas I – Prof. Eduardo Loureiro FONTE: Heywood, 1988 Velocidade instantânea do pistão: A figura ao lado mostra como a velocidade instantânea do pistão varia em cada curso. 2122 sin cos 1sin 2 RS S p p FONTE: Heywood, 1988 O torque de um motor é medido em um dinamômetro. O motor é montado em uma bancada e o seu eixo é acoplado ao rotor do dinamômetro (ver figura). O rotor estará acoplado eletromagneticamente, hidraulicamente ou por fricção mecânica a um estator. O torque exercido no estator, com o rotor girando, é balanceado pelo uso de molas, pesos ou por meio pneumático. De acordo com a figura, se o torque exercido pelo motor é T, então: A potência fornecida pelo motor e absorvida pelo dinamômetro é o produto do torque pela velocidade angular: Onde N é a velocidade de rotação do virabrequim. TORQUE E POTÊNCIA DE FRENAGEM Parâmetros de projetoe operação Máquinas Térmicas I – Prof. Eduardo Loureiro FONTE: Heywood, 1988 FbT NTPfrenagem 2 Torque é uma medida da capacidade do motor de realizar trabalho. Potência é a taxa em que o trabalho é realizado. A potência medida conforme descrito acima é chamada de Potência de frenagem (brake power). Esta é a potência útil fornecida pelo motor para o dinamômetro, que neste caso funciona como um freio. O termo potência de frenagem refere-se à potência medida no volante. Originalmente, a potência fornecida era medida pela aplicação de um freio ao volante. O freio era acoplado a um braço longo, e o momento produzido era medido. Este freio foi um dinamômetro primitivo, conhecido como freio de Prony, pois foi desenvolvido por François Marie Riche, o Barão de Prony, um engenheiro e matemático francês. A potência de frenagem é aquela fornecida pelo motor após os efeitos da ineficiência mecânica, ou seja, perdas por atrito dos componentes, acessórios e pelo trabalho de bombeamento dos gases. TORQUE E POTÊNCIA DE FRENAGEM Parâmetros de projeto e operação Máquinas Térmicas I – Prof. Eduardo Loureiro FONTE: Heywood, 1988 TRABALHO INDICADO POR CICLO Parâmetros de projeto e operação Máquinas Térmicas I – Prof. Eduardo Loureiro FONTE: Heywood, 1988 Os dados da pressão do gás no interior do cilindro ao longo de todo o ciclo de operação do motor podem ser usados para calcular o trabalho realizado. A pressão e o correspondente volume do cilindro podem ser plotados em um gráfico (diagrama P x V). O trabalho indicado por ciclo é obtido pela integração para encontrar a área dentro da curva. Nos motores de dois tempos (a) o cálculo é direto. Para evitar ambigüidades, no caso dos motores de 4 tempos, são utilizadas duas definições: Trabalho bruto indicado por ciclo: trabalho fornecido pelo pistão apenas nos cursos de compressão e expansão. (área A + área C) Trabalho líquido indicado por ciclo: trabalho fornecido pelo pistão em todos os quatro cursos do ciclo. (área A + área C) - (área B + área C) = (área A – área B) pdVW ic, TRABALHO INDICADO POR CICLO Parâmetros de projeto e operação Máquinas Térmicas I – Prof. Eduardo Loureiro FONTE: Heywood, 1988 A área B mais a área C correspondem ao trabalho transferido entre o pistão e os gases no cilindro durante os cursos de admissão e exaustão que é chamado de Trabalho de bombeamento. Este será para os gases se a pressão durante o curso de admissão for menor que a pressão durante o curso de exaustão. Isto é o que ocorre nos motores naturalmente aspirados. O Trabalho de bombeamento será dos gases para o pistão se a pressão no curso de exaustão for menor que a pressão na admissão, que é o caso dos motores turbo-alimentados. POTÊNCIA INDICADA Parâmetros de projeto e operação Máquinas Térmicas I – Prof. Eduardo Loureiro A potência por cilindro está relacionada com o trabalho indicado por ciclo: Onde nR é o número de revoluções do virabrequim necessárias para que haja um tempo útil por cilindro. nR é igual a 2 nos motores de 4 tempos e nR é igual a 1 nos motores de 2 tempos. A potência indicada representa a taxa de realização de trabalho dos gases no interior do cilindro para o pistão. Ela difere da Potência de Frenagem pela potência necessária para: • suplantar o atrito nos componentes móveis, • arrastar diversos acessórios e • (quando se trata da potência bruta indicada) a potência necessária ao bombeamento. A potência bruta indicada representa a soma do trabalho útil disponível no eixo e do trabalho requerido para vencer todas as perdas no motor. R ic i n NW P , Parte do trabalho bruto indicado por ciclo é usado para expelir os gases e para induzir mistura fresca para o cilindro. Um parcela adicional é usada para superar o atrito nos mancais, pistões e demais componentes móveis do motor, além do necessário para arrastar acessórios. Toda esta demanda por potência está agrupada no que chamamos Potência de atrito, Pat. É difícil de se determinar com precisão a potência de atrito. Um método usado em motores de altas velocidades é arrastar o motor com um dinamômetro (operar o motor sem combustão) e medir a potência que deveria ser suprida pelo dinamômetro para vencer todas estas perdas por atrito. A razão entre a Potência de frenagem (ou útil) fornecida pelo motor e a Potência Bruta Indicada é chamada de Eficiência Mecânica: A eficiência mecânica é função da posição da válvula borboleta, do projeto e velocidade do motor. Valores comuns são: 90% a velocidades entre 1800 a 2400 rpm, diminuindo para 75% na velocidade máxima. EFICIÊNCIA MECÂNICA Parâmetros de projeto e operação Máquinas Térmicas I – Prof. Eduardo Loureiro ibruta at ibruta frenagem m P P P P 1 atfrenagemibruta PPP PRESSÃO MÉDIA EFETIVA Parâmetros de projeto e operação Máquinas Térmicas I – Prof. Eduardo Loureiro A Pressão Média Efetiva é a pressão constante que, atuando na área do pistão durante seu curso iria produzir o trabalho realizado por ciclo. Durante o ciclo real a pressão só é significante nos tempos de compressão e expansão. Durante o tempo de compressão, trabalho é realizado pelo pistão nos gases no interior do cilindro, enquanto que no tempo de expansão os gases no interior do cilindro é que realizam trabalho sobre o pistão. Então, a pressão média líquida seria a diferença entre as pressões médias nestes dois tempos. Onde: Ap é a área do pistão; L é o curso do pistão; n é o número de cilindros; N é a velocidade de rotação e nR é o número de rotações necessárias para que haja um tempo útil (um ciclo). R p n N nLAPMEP R d n N VPMEP NV nP PME d R Máquinas Térmicas I – Prof. Eduardo Loureiro PRESSÃO MÉDIA EFETIVA: • A pressão média efetiva – PME – é a pressão constante que, atuando sobre a área do pistão, ao longo do deslocamento deste, produziria o mesmo trabalho realizado por ciclo. Esta pressão é fictícia, porém, é uma grandeza bastante útil. •Durante o ciclo real, a pressão é importante apenas nos tempos de compressão e exaustão. Durante o tempo de compressão trabalho é feito sobre os gases no interior do cilindro, enquanto no tempo de expansão o trabalho é realizado pelos gases sobre o pistão. Então, a pressão líquida seria a diferença entre estas duas. Portanto, a PME seria a diferença entre as pressões médias no tempo de exaustão e no tempo de compressão. Formalmente: Onde: P = potência; Ap = área do pistão; L = curso; n = número de cilindros; N = velocidade de rotação [rev./tempo]; nR = número de revoluções por ciclo; Vd = volume deslocado total do motor. R d R p n N VPME n N nLAPMEP Máquinas Térmicas I – Prof. Eduardo Loureiro PRESSÃO MÉDIA EFETIVA de frenagem: • A pressão média efetiva de frenagem – PMEb – é a mais utilizada. A expressão ‘de frenagem’ refere-se a medições no volante do motor. Antigamente, a potência era medida aplicando-se um freio ao volante do motor, o freio era conectado a um braço longo e o torque produzido era medido. A potência produzida pelo motor é proporcional ao produto do torque produzido e a velocidade de rotação do motor. •A potência de frenagem significa a potência que inclui os efeitos da ineficiência mecânica, que engloba: perdas de potência para bombeamento, acionamento das válvulas, certos acessórios e atrito em geral. •A faixa de PMEb nos motores atuais varia entre 0,9 e 1,1 MPa, medida com a válvula borboleta completamente aberta (ou WOT = wide open throttle). A PMEb de motores de automóveis em 1950 variavam entre 0,65 e 0,9 MPa. •Na ausência de grupos adimensionais que caracterizem bem os motores de combustão interna, A PMEb é útil pois é comparável mesmo entre motoresmuito diferentes. •Por exemplo nós podemos comparar um pequeno motor de um aeromodelo com cilindrada de 1,6 cm3 trabalhando a 11.400 rpm, com um enorme motor Diesel estacionário com deslocamento de 0,4 m3 trabalhando a 164 rpm. O primeiro tem uma PMEb de 0,32 MPa e o segundo 0,45 MPa. •A diferença relativamente pequena entre a PMEb dos dois motores acima deve-se provavelmente a diferenças de projeto (algumas das quais são indiretamente relacionadas ao tamanho do motor), possivelmente a taxa de compressão. •Os motores pequenos apresentam algumas desvantagens: •Uma grande razão superfície/volume na câmara de combustão e cilindro que resulta em grandes perdas de calor; •O número de Reynolds do escoamento de um motor pequeno é baixo e o tempo para a mistura é curto, resultando em pequena vaporização do combustível. A Pressão Média Efetiva, PME, é a razão entre o Trabalho por ciclo e Volume deslocado por ciclo: PRESSÃO MÉDIA EFETIVA Parâmetros de projeto e operação Máquinas Térmicas I – Prof. Eduardo Loureiro N Pn W Rciclopor _ NV Pn PME d R Onde nR é o número de revoluções necessárias para que haja um tempo útil por cilindro. N é a velocidade rotação do virabrequim (rev/s). A Pressão Média Efetiva, PME, também pode ser expressa em termos do torque: NTP 2 d R V Tn PME 2 Motores Diesel naturalmente aspirados PMEb = 700 a 900 kPa na região de torque máximo PMEb = ~ 700 kPa na região de potência máxima Motores de ignição por centelha turbo-alimentados PMEb = 1250 a 1700 kPa na região de torque máximo. PMEb = 900 a 1400 kPa na região de máxima potência. Motores de ignição por centelha naturalmente aspirados: PMEb = 850 a 1050 kPa na velocidade de rotação onde o máximo torque é obtido (~3.000 rpm). Na velocidade onde ocorre a máxima potência, a PME diminui cerca de 10 a 15%. Valores máximos da PME de frenagem A Pressão Média Efetiva máxima de motores bem projetados é conhecida (ver dados abaixo) e é essencialmente constante para uma larga faixa de tamanhos de motores. (volume deslocado) Então, a PME de frenagem de um determinado motor pode ser medida e o seu valor pode ser comparado com este valor máximo para se ter uma idéia da qualidade do projeto do motor. PRESSÃO MÉDIA EFETIVA Parâmetros de projeto e operação Máquinas Térmicas I – Prof. Eduardo Loureiro Motores Diesel turbo-alimentados PMEb = 1000 a 1200 kPa na região de torque máximo, chegando a ~1400 kPa nos motores com inter-cooler. PMEb = 850 a 950 kPa na região de máxima potência. PRESSÃO MÉDIA EFETIVA Parâmetros de projeto e operação Máquinas Térmicas I – Prof. Eduardo Loureiro Exemplo: Um motor automotivo de 4 cilindros, de ignição por centelha, está sendo projetado para fornecer um torque máximo de frenagem de 150 N.m na velocidade de ~ 3.000 rpm. Estime a cilindrada do motor, diâmetro do cilindro e curso do pistão e a máxima potência de frenagem que o motor irá proporcionar. Assumindo que 925 kPa é um valor apropriado para a PMEb máxima, na região de torque máximo, e sabendo que: Para um motor de 4 cilindros, o volume deslocado, diâmetro do cilindro e curso do pistão estão relacionados por: A velocidade de rotação máxima pode ser estimada a partir de um valor apropriado para a máxima velocidade média do pistão, 15 m/s. A máxima potência de frenagem pode ser estimada a partir do valor da PMEb na região de máxima potência, 800 kPa (cerca de 15% menor que 925 kPa), d R V Tn PME 2 lmVd 2002,0 10925 150228,6 3 3 L B Vd 4 4 2 Supondo que B = L 002,03 d V B mmmLB 86086,0 maxmax 2LNS p rpmsrevN 520087 086,02 15 max NV Pn PME d R kWWPb 70600.69 2 87002,010800 3 max Em testes de motores o consumo de combustível é medido por , massa de combustível por unidade de tempo. Um parâmetro mais útil é o consumo específico de combustível- (scf ), a taxa de combustível consumido por unidade de potência fornecida. O scf mede quão eficientemente um motor está utilizando o combustível para produzir trabalho: Obviamente, são desejáveis baixos valores de sfc. Para motores comuns de ignição por centelha , SI, os melhores valores do consumo específico de combustível de frenagem estão próximos de 75 g/J = 270 g/kWh. Para motores de ignição por compressão, CI, os valores são menores podendo chegar a 55g/J = 200 g/kWh nos motores maiores. CONSUMO ESPECÍFICO DE COMBUSTÍVEL E EFICIÊNCIA Parâmetros de projeto e operação Máquinas Térmicas I – Prof. Eduardo Loureiro m P m sfc f O consumo específico de combustível tem unidades. A razão entre o trabalho produzido por ciclo e a quantidade de energia fornecida pelo combustível por ciclo (que pode ser liberada no processo de combustão) resulta em um parâmetro adimensional que relaciona a energia fornecida ao motor (pelo combustível), e o produto desejado. Em outras palavras esta razão serve para medir e eficiência do motor. A energia fornecida pelo combustível que pode ser liberada no processo de combustão é dada pela massa de combustível fornecida ao motor por ciclo vezes o poder calorífico do combustível. O poder calorífico de um combustível, QHV, define o seu conteúdo de energia. Ele é determinado em testes padronizados, onde uma massa conhecida do combustível é completamente queimada com ar, e a energia térmica liberada pelo processo de combustão é absorvida por um calorímetro quando os produtos da combustão são resfriados até sua temperatura original. A medição desta eficiência do motor, que pode ser chamada de eficiência de conversão de combustível, é dada por: Onde mf é a massa de combustível induzida por ciclo. Da definição de consumo específico de combustível CONSUMO ESPECÍFICO DE COMBUSTÍVEL E EFICIÊNCIA Parâmetros de projeto e operação Máquinas Térmicas I – Prof. Eduardo Loureiro HVfHVR R HVf C f Qm P QNnm NPn Qm W P m sfc f HV f Qsfc 1 Valores típicos de poder calorífico de combustíveis comerciais (hidrocarbono) usados em motores estão na faixa de 42 a 44 MJ/kg. O consumo específico de combustível é inversamente proporcional à eficiência de conversão de combustível. Observe que a energia fornecida pelo combustível ao motor não é completamente liberada como energia térmica no processo de combustão porque o processo de combustão real é incompleto. CONSUMO ESPECÍFICO DE COMBUSTÍVEL E EFICIÊNCIA Parâmetros de projeto e operação Máquinas Térmicas I – Prof. Eduardo Loureiro Em testes de motores, a taxa de escoamento de ar e a taxa de consumo de combustível são medidas normalmente. A razão entre estas duas taxas é útil para definir condições de operação dos motores: Razão Ar/Combustível Razão Combustível/Ar A faixa de operação normal utilizando gasolina e diesel como combustíveis é: RAZÃO AR/COMBUSTÍVEL E RAZÃO COMBUSTÍVEL /AR Parâmetros de projeto e operação Máquinas Térmicas I – Prof. Eduardo Loureiro Combustão por centelha Combustão por compressão 12 A/F 18 18 A/F 170 0.056 F/A 0.083 0.014 F/A 0.056 f a m m FA a f m m AF O sistema de admissão – filtro de ar, coletor de admissão, válvula borboleta, porta/válvula de admissão – restringe a quantidade de ar que um motor de determinada cilindrada pode induzir para dentro dos cilindros. O parâmetro usado para medir como o motor realiza seu processo de indução é a eficiência volumétrica. A eficiência volumétrica é definida apenas para os motores de 4 tempos. Ela é definida como a razão entre o volume de ar induzido para dentro do cilindro por ciclo e o volume deslocadodo cilindro (também pode ser definida como a razão entre a massa de ar que entra no cilindro pela máxima massa de ar que cabe no volume deslocado). Onde ma é a massa de ar induzida para dentro do cilindro por ciclo. Valores máximos para motores naturalmente aspirados estão na faixa de 80 a 90 por cento. A eficiência volumétrica nos motores Diesel é mais alta que nos motores de ignição por centelha. EFICIÊNCIA VOLUMÉTRICA Parâmetros de projeto e operação Máquinas Térmicas I – Prof. Eduardo Loureiro NV m V m dia a dia a v ,, 2 RELAÇÕES ENTRE PARÂMETROS DE PERFORMANCE Parâmetros de projeto e operação Máquinas Térmicas I – Prof. Eduardo Loureiro NV m V m dia a dia a v ,, 2 a f m m AF NV Pn PME d R HVfHVR R HVf C f Qm P QNnm NPn Qm W Eficiência de conversão de combustível Eficiência volumétrica Pressão média efetiva Razão Combustível/Ar R HVaf n AFNQm P A partir das definições acima, a Potência pode ser dada por: RELAÇÕES ENTRE PARÂMETROS DE PERFORMANCE Parâmetros de projeto e operação Máquinas Térmicas I – Prof. Eduardo Loureiro NV m V m dia a dia a v ,, 2 a f m m AF NV Pn PME d R HVfHVR R HVf C f Qm P QNnm NPn Qm W Eficiência de conversão de combustível Eficiência volumétrica Pressão média efetiva Razão Combustível/Ar 2 , AFQNV P iaHVdvf Para motores de 4 tempos, pode-se incluir a eficiência volumétrica: RELAÇÕES ENTRE PARÂMETROS DE PERFORMANCE Parâmetros de projeto e operação Máquinas Térmicas I – Prof. Eduardo Loureiro NV m V m dia a dia a v ,, 2 a f m m AF NV Pn PME d R HVfHVR R HVf C f Qm P QNnm NPn Qm W Eficiência de conversão de combustível Eficiência volumétrica Pressão média efetiva Razão Combustível/Ar A Pressão Média Efetiva pode ser expressa por: AFQPME iaHVvf , RELAÇÕES ENTRE PARÂMETROS DE PERFORMANCE Parâmetros de projeto e operação Máquinas Térmicas I – Prof. Eduardo Loureiro NV m V m dia a dia a v ,, 2 a f m m AF NV Pn PME d R HVfHVR R HVf C f Qm P QNnm NPn Qm W Eficiência de conversão de combustível Eficiência volumétrica Pressão média efetiva Razão Combustível/Ar A potência por unidade de área do pistão, freqüentemente chamada de, potência específica, pode ser escrita como: 2 , AFNLQ A P iaHVvf p RELAÇÕES ENTRE PARÂMETROS DE PERFORMANCE Parâmetros de projeto e operação Máquinas Térmicas I – Prof. Eduardo Loureiro As equações ilustram a influência direta na melhoria da performance dos motores se eles tiverem: • Alta eficiência de conversão de combustível • Alta eficiência volumétrica • Aumento na potência fornecida se aumentar a densidade do ar admitido • Máxima razão Combustível/Ar que possa ser completamente queimada no motor 2 , AFNLQ A P iaHVvf p AFQPME iaHVvf , 2 , AFQNV P iaHVdvf DADOS DE PROJETOS DE MOTORES E PERFORMANCE Parâmetros de projeto e operação Máquinas Térmicas I – Prof. Eduardo Loureiro Normalmente os fabricantes indicam a mais alta potência em que espera-se que seus motores trabalhem, com satisfatória economia, confiabilidade e durabilidade sob as condições de serviço. O torque máximo e a velocidade em que ele é obtido também são fornecidos. A Tabela abaixo mostra dados de performance de motores por categoria: FONTE: Heywood, 1988 DADOS DE PROJETOS DE MOTORES E PERFORMANCE Parâmetros de projeto e operação Máquinas Térmicas I – Prof. Eduardo Loureiro Comentários sobre a Tabela anterior: Os motores de 4 tempos dominam, exceto nos tamanhos limites dos motores, menores e maiores. Os maiores motores são turbocomprimidos ou superalimentados. A velocidade média máxima do pistão diminui enquanto o tamanho do motor aumenta, mantendo-se na faixa entre 8 a 15m/s. A máxima Pressão Média Efetiva de frenagem é maior em motores turbocomprimidos e superalimentados do que em motores naturalmente aspirados. A máxima Pressão Média Efetiva de Frenagem dos motores de ignição por centelha é maior do que a dos motores de ignição por compressão porque a razão Combustível/Ar é maior nos primeiros.
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