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UMA ANÁLISE DAS CONSEQUÊNCIAS PROVOCADAS PELO ADVENTO DO ESTATUTO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA NA CAPACIDADE CIVIL: O FIM DO PROCESSO DE INTERDIÇÃO?

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FACULDADE DE DESENVOLVIMENTO DO RIO GRANDE DO SUL - FADERGS
CURSO DE DIREITO
ANA CAROLINA PASTRO CHAVES
	
UMA ANÁLISE DAS CONSEQUÊNCIAS PROVOCADAS PELO ADVENTO DO ESTATUTO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA NA CAPACIDADE CIVIL: 
O FIM DO PROCESSO DE INTERDIÇÃO? 
 
PORTO ALEGRE
2016
1
ANA CAROLINA PASTRO CHAVES
UMA ANÁLISE DAS CONSEQUÊNCIAS PROVOCADAS PELO ADVENTO DO ESTATUTO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA NA CAPACIDADE CIVIL: 
O FIM DO PROCESSO DE INTERDIÇÃO? 
Projeto de Pesquisa apresentado como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Direito, pelo Curso de Direito da Faculdade de Desenvolvimento do Rio Grande do Sul – FADERGS.
Orientadora: Profª. Drª. Ana Paula de Almeida Lopes
PORTO ALEGRE
2016
SUMÁRIO
1 tema do projeto...............................................................................................4
2 DELIMITAÇÃO DO TEMA E FORMULAÇÃO DO PROBLEMA.............................4
3 HIPÓTESE................................................................................................................4
4 Objetivos	5
4.1 OBJETIVO GERAL	5
4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS	5
5 justificativa	5
6 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA	6
6.1 DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA..........................................................................6
6.1.1 Breve Histórico....................................................................................................6
6.1.2 Aspectos Conceituais..........................................................................................8
6.1.3 Da proteção às Pessoas com Deficiências Mentais..........................................10
6.2 TEORIA DAS INCAPACIDADES ........................................................................11
6.2.1 Capacidade e personalidade jurídica................................................................11
6.2.2 Capacidade de fato e capacidade de direito.....................................................13
6.2.3 Espécies de Incapacidades. .............................................................................14
6.3 INFLUÊNCIA DA LEI Nº 13.146/15 NO PROCESSO DE INTERDIÇÃO.............18
6.3.1 Direito Comparado: Curatela x Decisão Apoiada..............................................18
7 metodologia......................................................................................................21
8 SUMÁRIO PROVISÓRIO DA MONOGRAFIA	21
9 cronograma de atividadeS..........................................................................22
REFERÊNCIAS	23
1 tema do projeto
O tema da presente pesquisa é “Uma análise das consequências provocadas pelo advento do Estatuto da Pessoa com Deficiência na capacidade civil: o fim do processo de interdição?”.
2 DELIMITAÇÃO DO TEMA E FORMULAÇÃO DO PROBLEMA
O direito das pessoas com deficiência possui fundamento constitucional, estando previsto nos arts. 5º, 7º, inc. XXXI, 24, inc. XIV, 37, VIII, 203, incs. IV, V, 208, III, 227, §1º, inc. II, §2º, 244, da Constituição Federal. De acordo com o artigo 5º: “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade. ”[1: BRASILBRASIL Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/ConstituicaoCompilado.htm> Acesso em: 10 set. 2016.]
A Convenção Internacional da ONU sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência foi ratificada pelo Congresso Nacional, outorgando-a com força de norma constitucional, por meio do Decreto Legislativo nº 186, de 2008. Em consonância com tal dispositivo, foi sancionada a Lei nº 13.146 em 07 de julho de 2015, a fim de promover e assegurar, de forma isonômica, o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais por pessoa com deficiência, visando à sua inclusão social e cidadania.[2: FERRAZ, C. V., et al. Manual dos direitos da pessoa com deficiência. São Paulo: Saraiva, 2012, p 19.]
Sendo assim, haja vista das modificações causadas no Código Civil causadas com o advento da Lei nº 13.146 – O Estatuto da Pessoa com Deficiência – a questão a ser respondida nesta pesquisa é: tais alterações causaram o fim do processo de interdição?
3 HIPÓTESE
A propósito, com base nesse questionamento, o resultado esperado com a presente pesquisa é que a modificação do Código Civil, causada pela Lei nº 13.146/15 pôs fim ao processo de interdição às pessoas com deficiência, seja ela de ordem física, mental, intelectual ou sensorial, considerando-as plenamente capazes para todos os atos da vida civil. Entretanto, verifica-se que será decretada a incapacidade relativa àqueles que estiverem impossibilitados de reger sua vida e administrar o seu patrimônio.
4 Objetivos
A seguir, são apresentados os objetivos geral e específicos da pesquisa.
4.1 OBJETIVO GERAL
Verificar se a alteração do art. 3º do Código Civil, provocada pelo advento da Lei nº 13.146/15, extinguiu o processo de interdição de pessoas com deficiência.
4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
a) Conceituar o termo “pessoa com deficiência”, sob o ponto de vista terminológico e legislativo, bem como demonstrar os direitos e as garantias que lhes foram reservados; 
b) Analisar a deformação na manifestação da vontade com base na teoria das incapacidades, de modo a diferenciar capacidade jurídica e personalidade, bem como demonstrar as suas subclassificações;
c) Demonstrar as inovações trazidas pela Lei nº 13.146/15 e seus impactos no âmbito da capacidade civil da pessoa com deficiência.
5 justificativa 
O Código Civil de 1916, em seu art. 2º, considerava que “todo homem é capaz de direitos e obrigações na ordem civil”. Empregado o termo todo homem em sentido amplo e genérico, abrangia a todas as pessoas, indistintamente, sem discriminação de sexo, raça, cor e nacionalidade, motivo pelo qual era a tutela da ordem jurídica oferecida a todos.[3: GONÇALVES, C. R. Direito civil brasileiro. Volume 1: Parte Geral. 9 Ed. São Paulo: Saraiva, 2011, p 99.]
Atualmente, discute-se largamente acerca do princípio da dignidade em diversos âmbitos dos direitos humanos, entretanto nos comove o fato de as pessoas com deficiência por séculos terem que lutar para serem consideradas, simplesmente, como seres humanos. [4: DICHER, M. TREVISAM, E. A Jornada Histórica da Pessoa com Deficiência: inclusão como exercício do Direito à Dignidade da Pessoa Humana. Publica Direito. Disponível em: <<http://publicadireito.com.br/artigos/?cod=572f88dee7e2502b>> Acesso em: 02 out. 2016.]
O tema da presente pesquisa possui notória relevância social e jurídica, tendo em vista que trata do reconhecimento de direitos de determinado grupo social – que compõe cerca de 45 milhões de pessoas, correspondente a 23,9% da população brasileira, conforme dados do Censo 2010 do IBGE - e ainda pouco explorado, visto que a legislação pertinente à espécie entrou em vigor recentemente.[5: OLIVEIRA, L. M. B. (coord.). Cartilha do Censo 2010 – Pessoas com Deficiência. Disponível em: http://www.pessoacomdeficiencia.gov.br/app/sites/default/files/publicacoes/cartilha-censo-2010-pessoas-com-deficienciareduzido.pdf Acesso em 13 out. 2016.][6: BRASIL. Lei 13.146/15, de 06 de julho de 2015. Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm> Acesso em: 10 out. 2016.]
Ademais, cabe ressaltar a importância de discutir o assunto, ora objeto de pesquisa, visto que foi pouco explorado pelos doutrinadores, embora seja alvo de muitas críticas acerca da eliminação, ou não, da teoria das incapacidades no plano civil, em razão da recente entrada em vigor da Lei 13.146/15.
6 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
6.1 DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA
6.1.1 Breve histórico
Em Atenas, sob a influência de Aristóteles,os doentes e portadores de deficiência eram sustentados, por um sistema que se assemelha à nossa Seguridade Social, apenas quando estavam impossibilitados de exercer atividades produtivas.[7: Ressalta-se que o sistema referido no extraído acima é o Benefício de Prestação Continuada, previsto pela Lei Orgânica da Previdência Social nº 8.742/1993, a qual garante o valor de um salário mínimo vigente às pessoas com deficiência e ao idoso, desde que se encontrem na condição de miserabilidade do grupo familiar e na situação de vulnerabilidade social, conforme o disposto no seu art. 20, §11. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8742.htm> Acesso em: 10 out. 2016.]
Em contrapartida, as pessoas com deficiência na Roma Antiga eram tidas como um mal que poderia contaminar toda a coletividade sob o risco de morte dos demais – inclusive em determinadas localidades era possível que essas pessoas se submetessem a um “processo de purificação” –, motivo pelo qual deveriam ser sacrificadas, comando conferido ao patriarca em relação aos seus filhos imperfeitos pela Lei das XII Tábuas.[8: NIESS, L. T. T. NIESS, P. H. T. Pessoas portadoras de deficiência no direito brasileiro. São Paulo: Editora Juarez de Oliveira, 2003, p. 5.]
Enquanto, na Roma Antiga, os deficientes foram dizimados, durante a Idade Média, os enfermos e as pessoas com deficiência passaram a ser amparados pelos senhores feudais, sob a forte influência do Cristianismo da época.[9: NIESS, L. T. T. NIESS, P. H. T. Pessoas portadoras de deficiência no direito brasileiro. São Paulo: Editora Juarez de Oliveira, 2003, p 6.]
Ainda que moldada às épocas primitivas em que os efeitos da declaração se desenvolviam em campos circunscritos, onde os indivíduos se conheciam pessoalmente, encontrou êxito, igualmente, na civilização burguesa-mercantil a qual, após a Revolução Francesa, se irradiou pela Europa por meio do Código Napoleônico, o liberalismo econômico e o princípio da autonomia da vontade.[10: LANDIM, J. Vícios da Vontade; Em comentário ao Código Civil Brasileiro. Rio de Janeiro: Editor José Konfino, 1960, p 22.]
Ao decorrer do tempo, notadamente dos danos provocados pelas guerras e pelo início da Revolução Industrial no século XVIII, caracterizada principalmente pelo uso da indústria mecânica em detrimento à manufatura, a ideia de que os deficientes deveriam fazer parte do sistema de produção, mediante a sua habilitação ou reabilitação, passou a vigorar.[11: NIESS, Luciana Toledo Távora. NIESS, Pedro Henrique Távora. Pessoas portadoras de deficiência no direito brasileiro. São Paulo: Editora Juarez de Oliveira, 2003, p 6.][12: DICHER, M. TREVISAM, E. A Jornada Histórica da Pessoa com Deficiência: inclusão como exercício do Direito à Dignidade da Pessoa Humana. Publica Direito. Disponível em: <http://publicadireito.com.br/artigos/?cod=572f88dee7e2502b> Acesso em: 02 out. 2016.]
Por outro lado, registra-se que as pessoas com deficiência voltaram a ser sacrificadas na Segunda Guerra Mundial, nos campos de concentração pelos mesmos motivos que marcou o início da civilização, pois os descendentes dos deficientes poderiam nascer com os mesmos “defeitos” .[13: NIESS, Luciana Toledo Távora. NIESS, Pedro Henrique Távora. Pessoas portadoras de deficiência no direito brasileiro. São Paulo: Editora Juarez de Oliveira, 2003, p. 7.]
No Brasil, antigamente as crianças com deficiências congênitas eram abandonadas em lugares assediados por animais que, muitas vezes, as mutilavam ou matavam. Para solução desse problema, “foram criadas rodas de expostos onde as crianças eram colocadas e as religiosas as recolhiam”, e a Santa Casa de Misericórdia de Lisboa foi pioneira da prática.[14: JANNUZZI, G. de M. A educação do deficiente no Brasil: dos primórdios ao início do século XXI. São Paulo: Autores Associados, 2004, p 09.][15: DICHER, M. TREVISAM, E. A Jornada Histórica da Pessoa com Deficiência: inclusão como exercício do Direito à Dignidade da Pessoa Humana. Publica Direito. Disponível em: <http://publicadireito.com.br/artigos/?cod=572f88dee7e2502b> Acesso em: 02 out. 2016.][16:  FERREIRA, L. V. A criação de enjeitados em Vila Rica: a permanência da caridade (1775-1850). II Encontro Memorial do ICHS da Universidade Federal de Ouro Preto, 2009. Disponível em: <http://www.repositorio.ufop.br/bitstream/123456789/3536/1/DISSERTA%C3%87%C3%83O_Cria%C3%A7%C3%A3oEnjeitadosVila.pdf> Acesso em: 20 out. 2016.]
Representando a inquietação histórica do povo brasileiro no tocante à matéria, percebida pelos textos constitucionais, denota-se que, até a edição da Emenda nº 1 à Constituição de 1967, não havia qualquer previsão legal acerca do assunto, e foi a Emenda Constitucional nº 12, de 1978, que consagrou o amparo à pessoa com deficiência em nível constitucional.[17: ARAUJO, L. A. D. (coord). Defesa dos Direitos das Pessoas Portadoras de Deficiência. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2006, p 133.]
 Por sua vez, a Constituição Federal de 1988 consagrou diversos dispositivos acerca do assunto, de modo a retratar seus propósitos democráticos, posicionando a dignidade da pessoa como preceito fundamental, expressando-o em seu artigo 1º, inciso III.[18: ARAUJO, Luiz Alberto David (coord). Defesa dos Direitos das Pessoas Portadoras de Deficiência. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2006, p 138.][19:  Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: III - a dignidade da pessoa humana.BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/ConstituicaoCompilado.htm> Acesso em: 23 maio 2016.]
6.1.2 Aspectos Conceituais
O art. 1º, n.2, da Convenção Interamericana para Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Pessoas Portadoras de Deficiência, esta se caracteriza na limitação das atividades essenciais da vida diária, em razão da restrição de ordem física, mental ou sensorial que o indivíduo apresenta de forma permanente ou transitória, podendo causar-lhe o agravamento pelo ambiente econômico e social inserido.[20: BRASIL. Decreto nº 3.956, de 08 de outubro de 2001. 
Promulga a Convenção Interamericana para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Pessoas Portadoras de Deficiência. Disponível em: <https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2001/d3956.htm> Acesso em: 10 out. 2016.]
Igualmente, de acordo com o art. 1º da Resolução nº 3.447, da Organização das Nações Unidas, “o termo deficiente designa toda pessoa em estado de incapacidade de prover por si mesmo, no todo ou em parte, as necessidades de uma vida pessoal ou social normal, em consequência de uma deficiência congênita ou não de suas faculdades físicas ou mentais”.
Tal classificação justifica-se a partir das próprias peculiaridades da deficiência, pois o seu tratamento deverá levar em consideração as suas próprias peculiaridades, comportando diferentes graus e de forma congênita ou adquirida³.
 Entretanto, registra-se que, durante muito tempo, foram adotados eufemismos, para caracterizar a pessoa com deficiência, tais como “pessoa portadora de necessidades especiais”, “pessoa portadora de deficiência”, 	 “pessoa incapaz”. É de comum conhecimento que as pessoas costumavam a se referir ao deficiente como alguém em posição desprivilegiada, por conta de sua limitação física, mental, intelectual ou sensorial e, sob o fito de compensar tal posição, buscavam tratá-lo de forma que tornasse a acepção do vocábulo mais agradável ao ouvinte, suavizando o peso do termo “deficiente”.[21: FERRAZ, C. V., et al. Manual dos direitos da pessoa com deficiência. São Paulo: Saraiva, 2012, p 22.]
O próprio termo “discriminação” possui, entre outros significados, a capacidade de distinguir, de segregar. Significa dizer que referir-se à pessoa com deficiência como vítima é tão discriminatório quanto desprezá-lo, em razãode seu quadro de deficiência, pois estará igualmente sendo excluído do meio social em razão da peculiaridade que este possui em relação aos demais. Ora, como se já não fôssemos todos diferentes uns dos outros.[22: MICHAELIS. Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa. Disponível em: <http://michaelis.uol.com.br/busca?r=0&f=0&t=0&palavra=discrimina%C3%A7%C3%A3o>. Acesso em: 05 out. 2016.]
Justamente para combater as situações de discriminação, exclusão ou segregação dessas pessoas é que a Convenção das Pessoas com Deficiência da ONU e a Lei Brasileira de Inclusão da Deficiência foram instituídas, isto é, como instrumentos para promoção e a defesa dos direitos humanos, facilitando, ainda, a criação de políticas e programas que venham a contribuir para tal ação. [23: COSTA FILHO, Waldir Macieira da. et al. (coord.). Comentários ao Estatuto da Pessoa com Deficiência. São Paulo: Saraiva, 2016, p. 45.]
Nesse trilho, o próprio preâmbulo da Convenção destaca que o conceito de deficiência encontra-se em evolução e leva em consideração a resistência que a cerca, conforme se denota: [24: COSTA FILHO, Waldir Macieira da. et al. (coord.). Comentários ao Estatuto da Pessoa com Deficiência. São Paulo: Saraiva, 2016, p 47.]
Pessoas com deficiência são aquelas que têm impedimentos de longo prazo de natureza física, mental, intelectual, ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas.
Portanto, verifica-se que foi, a partir do modelo social que considera a pessoa com deficiência apenas como uma característica da diversidade humana, o norte para conceituar pessoas com deficiência na Convenção da ONU.[25: COSTA FILHO, Waldir Macieira da. et al. (coord.). Comentários ao Estatuto da Pessoa com Deficiência. São Paulo: Saraiva, 2016. p. 47.]
Com base nesse entendimento, os países que seguirem o Tratado Internacional deverão adotar o conceito acima exposto para a identificação dos beneficiários dos direitos e obrigações nele transcritas. Não obstante, poderá, ainda, ampliar o conceito, garantindo, assim, o mínimo já acordado pela Organização.[26: COSTA FILHO, Waldir Macieira da. et al. (coord.). Comentários ao Estatuto da Pessoa com Deficiência. São Paulo: Saraiva, 2016. p. 47.]
6.1.3 Da proteção às Pessoas com Deficiências Mentais 
Somente a vontade psicológica é, em si mesma, importante eficaz e capaz de dar vida ao ato jurídico, conforme leciona Savigny, citado por Landim.[27: LANDIM, J. Vícios da Vontade; Em comentário ao Código Civil Brasileiro. Rio de Janeiro: Editor José Konfino, 1960, p 22.]
A dicção do revogado art. 3º do Código Civil determinava que fossem absolutamente incapazes de exercer os atos da vida civil os menores de dezesseis anos; os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para a prática desses atos e; os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade. 
Ao passo que o art. 4º do mesmo Diploma, conferia a incapacidade relativa aos maiores de dezesseis e menores de dezoito anos; os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por deficiência mental, tenham o discernimento reduzido; os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo; aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade e os pródigos. Neste caso, tal dispositivo sugeria que não se travava de deficiência mental adquirida ao longo da existência, mas sim originária de causa congênita, cujo resultado foi o retardamento no desenvolvimento mental da pessoa. [28: BRASIL. Código Civil. Lei n.º 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm Acesso em: 23 maio 2016.][29: ALVIM, Arruda. ALVIM, Thereza. (coordenadores). Comentários ao Código Civil Brasileiro; Parte Geral. V. 1. Rio de Janeiro: Forense, 2005, p 63.]
De acordo com Sílvio Venosa, o atual código, ao tratar do incapaz por enfermidade mental, se refere aos que não possuem o devido discernimento, porquanto o Código de Processo Civil de 1973 se reportava à anomalia psíquica em seu art. 1.178, inc. I.[30: VENOSA, S. Direito de família. 5 Ed. São Paulo: Atlas, 2005, p 490.]
6.2 TEORIA DAS INCAPACIDADES
6.2.1 Capacidade e personalidade jurídica
A pessoa natural possui personalidade jurídica desde a concepção, sendo, portanto, sujeito de direito, de acordo com a teoria concepcionista, adotada por Daniel Eduardo Carnacchioni.[31: CARNACCHIONI, Daniel Eduardo. Curso de Direito Civil. Parte Geral. 4ª ed. ver., atual., e ampl. – São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2013, p 105.]
Para Thereza Alvim e Arruda Alvim, a pessoa natural é: 
[...] o ente racional ao qual o Direito reconhece a capacidade de ser sujeito de direitos e obrigações, isto é, titular de direitos, de ter e de adquirir direitos, de ter deveres e de contrair obrigações, de integrar uma relação jurídica como um dos seus termos ou elementos subjetivos (ativo ou passivo).
De fato, o único fator que difere o ser humano dos demais seres vivos é o poder da racionalidade, cujo papel é fundamental para a tomada de decisões, isto é, praticar o exercício da volição, a fim de contrair, por exemplo, relações jurídicas (direito privado).[32: Cf. Dicionário Michaelis, a palavra “volição” significa: 1 Poder de escolher livremente, de tomar suas próprias decisões. 2 PSICOL Processo mental pelo qual a pessoa adota uma linha de ação; atividade consciente que visa a determinado fim, manifestada por intenção e decisão. 3 Vontade hesitante; veleidade. Disponível em: << http://michaelis.uol.com.br/busca?r=0&f=0&t=0&palavra=voli%C3%A7%C3%A3o>> Acesso em: 10 out 2016.]
No entanto, embora amplamente discutida pela doutrina pátria, a teoria adotada pelo Código Civil foi a natalista como regra geral, a qual impõe a condição do nascimento com vida para a aquisição da personalidade. É o eu se infere do artigo 2º do Código Civil de 2002: “A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro”. 
Destarte, a personalidade é constituída por: capacidade de direito, capacidade de fato e de um patrimônio, seja material e imateriais (direitos da personalidade). O fim da personalidade se opera através da morte (real ou presumida) e ausência do indivíduo. A morte presumida prevê duas modalidades: a) sem decretação de ausência, prevista no artigo 7º do Código Civil; b) com decretação de ausência, de acordo com os artigos 22 a 39 do mesmo Diploma.[33: ALVIM, Arruda. ALVIM, Thereza. (coordenadores). Comentários ao Código Civil Brasileiro; Parte Geral, v. 1. Rio de Janeiro: Forense, 2005, p 39.]
Para Fábio Ulhoa Coelho, ao afirmar que determinada pessoa tem direito, poderá estar se referindo há, pelo menos, três significados diversos. A primeira refere-se à legitimidade de agir em defesa daquele direito, atributo reservado àquele particular, isto é, o sujeito. A segunda diz respeito ao indivíduo que se encontra nas condições ou situações postas pela norma, como forma de uma prerrogativa, preferência. Por fim, assinala que ter um direito significa que poderá demandar a tutela do Estado para efetivação do seu interesse albergado através do direito.[34: COELHO, F. U. Curso de Direito Civil; Parte Geral. 8 Ed. rev. atual. e ampl. São Paulo; Revista dos Tribunais, 2016, p 141.]
O artigo 1º do Código Civil Brasileiro anota que: “Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil”. Diante deste dispositivo, eis que surge o seguinte questionamento: somos todos capazes, portanto? [35: BRASIL. Código Civil, Lei 10.406, de 10 de janeiro de 2002.]
Em regra, todos nós somos capazes para os atos da vida civil, visto que é necessária expressa previsão legal para que alguém seja declarado como incapaz, seja pela idade ou causa transitória ou permanente a que seja acometido o indivíduo. [36: COELHO, F. U. Curso de Direito Civil; Parte Geral. 8 Ed. rev.atual. e ampl. São Paulo; Revista dos Tribunais, 2016, p 174.]
6.2.2 Capacidade de fato e capacidade de direito
A pessoa tem capacidade de direito, gozo ou aquisição, expressa na potencialidade de adquirir direitos e obrigações na ordem civil como projeção da personalidade jurídica (art. 1º do Código Civil). Nesse passo, o autor Cáio Mário da Silva assinala que “como toda pessoa tem personalidade, tem também a faculdade abstrata de gozar os seus direitos”. Isto é, tal aptidão decorre da personalidade, a fim de adquirir os direitos na vida civil, a qual se denomina capacidade de direito, diferenciando-se da capacidade de fato, cujo papel é exercer os seus direitos por si mesmo. Enquanto a primeira corresponde a capacidade de aquisição, e à segunda, capacidade de ação. [37: CARNACCHIONI, Daniel Eduardo. Curso de Direito Civil; Parte Geral. 4ª ed. ver., atual., e ampl. – São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2013, p 105.][38: PEREIRA, C. M. da S. Instituições de direito civil. 20ª Ed. Rio de Janeiro: Forense, 2004, p 263-264.]
Significa dizer que, se existe pessoa, logo, há capacidade de direito, visto que a teoria das incapacidades está relacionada diretamente com a capacidade de fato, onde a pessoa que a detém exerce, pessoalmente, isto é, pela própria manifestação de vontade, os direitos decorrentes da capacidade de direito.[39: CARNACCHIONI, Daniel Eduardo. Curso de Direito Civil; Parte Geral. 4ª ed. ver., atual., e ampl. – São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2013, p 108.]
A capacidade de fato, também chamada de “capacidade de gozo”, consiste na aptidão reconhecida a todo o ser humano de ser sujeito de direitos e obrigações, sendo que não poderá ser indeferido a ninguém, pois a sua existência decorre da própria condição humana.[40: ALVIM, Arruda. ALVIM, Thereza. (coordenadores). Comentários ao Código Civil Brasileiro; Parte Geral, v. 1. Rio de Janeiro: Forense, 2005, p 40.]
Francisco Amaral, citado por Daniel Eduardo, leciona que são os fatores de capacidade natural de entendimento, inteligência, bem como a vontade própria do indivíduo que definem a capacidade de fato. [41: CARNACCHIONI, Daniel Eduardo. Curso de Direito Civil; Parte Geral. 4ª ed. ver., atual., e ampl. – São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2013, p 108.]
Fábio Ulhoa Coelho, no entanto, destaca que as diversas designações dos institutos jurídicos devem ser evitadas para que não seja prejudicada a compreensão a respeito do tema. Para tanto, diferencia sujeito de direito e pessoa, na medida em que considera o poder de titularizar direitos e deveres inerentes a todos os sujeitos, sejam eles personificados ou não, enquanto a personalidade jurídica é a autorização genérica para a prática de atos jurídicos não proibidos. Ressalta ainda que, tal autorização falta aos entes despersonificados, pois estão intimamente vinculados às suas finalidades. Em resumo, emprega os seguintes conceitos:[42: COELHO, F. U. Curso de Direito Civil; Parte Geral. 8 Ed. rev. atual. e ampl. São Paulo; Revista dos Tribunais, 2016, p 171.]
a) A aptidão para titulalizar direitos e deveres é atributo de todos os sujeitos de direito, personificados ou não; 
b) A personalidade jurídica da pessoa natural é a autorização para a prática dos atos e negócios jurídicos em geral, salvo os expressamente probidos; 
c) A capacidade é o atributo da pessoa natural apta a praticar diretamente os atos e negócios jurídicos.
Para Cáio Mário da Silva, toda a pessoa tem a capacidade de direito, mas nem toda a de fato, tendo em vista que todos têm a faculdade de adquirir direitos, no entanto, nem todas poderão usá-los pessoalmente ou transmiti-los pelo ato de vontade. Na medida em que, “se ao homem, como sujeito de direito, fosse negada a capacidade genérica para adquiri-lo, a consequência seria o seu aniquilamento no mundo jurídico”.[43: PEREIRA, C. M. da S. Instituições de direito civil. 20ª Ed. Rio de Janeiro: Forense, 2004, p 265.][44: PEREIRA, C. M. da S. Instituições de direito civil. 20ª Ed. Rio de Janeiro: Forense, 2004, p 263.]
Conquanto incontestável a capacidade de direito a qualquer pessoa, tal regra não é absoluta, havendo restrições em relação à sua aquisição ou exercício. Por exemplo, o casamento, o qual é restrito somente aos maiores de 16 (dezesseis) anos de idade, com consentimento dos pais ou responsáveis (art. 1.517 Código Civil) ou maiores de 18 (dezoito) anos de idade, independente de consentimento (art. 5º Código Civil). [45: ALVIM, Arruda. ALVIM, Thereza. (coordenadores). Comentários ao Código Civil Brasileiro, parte geral, v. 1. Rio de Janeiro: Forense, 2005, p 42.]
6.2.3 Espécies de Incapacidades
Os incapazes são aqueles que, por não terem alcançado maturidade suficiente para a tomada de decisões atinentes à disponibilização ou administração de seus bens, ou então vítimas de vício que o inibe o discernimento necessário para a prática de determinados atos jurídicos. [46: COELHO, F. U. Curso de Direito Civil; Parte Geral. 8 Ed. rev. atual. e ampl. São Paulo; Revista dos Tribunais, 2016, p 174.]
Com o fito de protegê-las, haja vista as suas naturais deficiências, as quais podem decorrer da idade, saúde e desenvolvimento mental e intelectual, a legislação brasileira admite duas espécies de incapacidade de fato: a absoluta e a relativa, discriminando as hipóteses de cada uma delas e estabelecendo seus efeitos jurídicos.[47: GONÇALVES, C. R. Direito civil brasileiro. Parte Geral. V 1. 9 Ed. São Paulo: Saraiva, 2011, p 110.][48: NADER, P. Curso de Direito Civil; Parte Geral. 9 Ed. Ver. E atual. Rio de Janeiro: Forense, 2013, p 168.]
Daniel Eduardo Carnacchioni entende que, “a incapacidade (de fato) é a soma da incapacidade formal (hipóteses dos arts. 3º e 4º) com a incapacidade material (necessidade efetiva de proteção, pois a vontade do incapaz deve ser valorizada)”.
A partir do Código de 1916, a incapacidade alcançava “os loucos” e os menores até os 14 anos de idade, abrangendo todos os atos da vida civil no Direito Romano. Nessa linha, segue o artigo 5º da referida legislação: [49: NADER, P. Curso de Direito Civil; Parte Geral. 9 Ed. Ver. E atual. Rio de Janeiro: Forense, 2013, p 169.]
Art. 5º São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil: 
I – os menores de dezesseis anos; 
II – os loucos de todo o gênero; 
III – os surdos-mudos, que não puderem exprimir a sua vontade; 
IV – os ausentes, declarados tais por ato do juiz.
Nas palavras de Pontes de Miranda, precursor do movimento contra o sistema adotado pelo Código Civil, o qual determinava a todos os doentes mentais a única e simplista denominação de “loucos”, a lei deve informar ao juiz das situações psiquiátricas que enseja a incapacidade jurídica. Isso porque, [50: MIRANDA, P. de. Tratado de direito privado, Tomo IX, p 311, § 1030. 3ª Ed. Rio de Janeiro, 1971 p 317.]
Para o médico, o simples distúrbio, ainda que parcial e limitado, da inteligência, pode ser tido como estado de alienação mental. Juridicamente, porém, esse diagnóstico não basta para que se interdite a pessoa. O juiz, ao informar-se das situações psíquicas do curatelado, terá de indagar principalmente do fato da incapacidade jurídica, e não somente do simples estado anormal da mente do insano.[51: MIRANDA, P. de. Tratado de direito privado, Tomo IX, p 311, § 1030. 3ª Ed. Rio de Janeiro, 1971, p 317.]
Entretanto, a partir do Código Civil de 2002, foram considerados incapazes em absoluto os menores de dezesseis anos, os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para a prática desses atos [jurídicos], e os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade. [52: BRASIL. Código Civil. Lei n.º 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm> Acesso em: 31 out. 2016.]
Verifica-se, portanto, que houve certa evolução em comparação ao direito anterior, visto que as pessoas com deficiência mental eram designadassimplesmente como “loucas”, sem haver qualquer distinção acerca da sua suposta incapacidade. Pelo contrário, o inciso II do artigo 5º da lei revogada generalizava a todas, bastando que tivesse comportamentos tidos como anormais perante a sociedade. [53: Cf. Dicionário Michaelis o palavra “louco” significa: [...] 1 Indivíduo cujo comportamento revela graves distúrbios mentais: A pobre mulher era uma louca mansa; perambulava pelas ruas dia e noite, mas não fazia mal a ninguém. 2 Aquele que se porta de modo extravagante ou excêntrico: É uma louca; pintou o cabelo de roxo e agora não consegue arrumar trabalho. Disponível em: <http://michaelis.uol.com.br/busca?r=0&f=0&t=0&palavra=louco> Acesso em 5 out. 2016.]
Até 1962, as mulheres casadas eram consideradas incapazes pelo direito brasileiro, o que revela a supremacia dos direitos do homem nas relações maritais do que uma regra que visava a proteção da pessoa, principalmente quando se verifica que a viuvez não recuperava a capacidade perdida com o casamento. Igualmente, os deficientes mentais e indígenas foram vistos como incapazes, de modo afastá-los da maturidade negocial durante muito tempo.[54: COELHO, F. U. Curso de Direito Civil; Parte Geral. 8 Ed. rev. atual. e ampl. São Paulo; Revista dos Tribunais, 2016, p 175.]
Na legislação de 2002, o incapaz não emitia declaração de vontade, não decidia, não assinava, não discordava, tampouco concordava, isto é, não agia juridicamente. Estava apto, porém, apenas a adquirir direitos e contrair obrigações, mas de exercer tais atos pessoalmente, sendo praticados pelos seus representantes legais (pais, tutores ou curadores).[55: ALVIM, A. ALVIM, T. (coord.) Comentários ao Código Civil Brasileiro; Parte Geral, v. 1. Rio de Janeiro: Forense, 2005, p 53.][56: ALVIM, A. ALVIM, T. (coord.) Comentários ao Código Civil Brasileiro, Parte Geral, v. 1. Rio de Janeiro: Forense, 2005, p 53.]
Dando continuidade ao assunto, verifica-se que, de fato, os incapazes não tinham a sua opinião ouvida, pois eram nulos os negócios jurídicos por eles praticados. É o que se extrai da ementa abaixo colacionada:
AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE ANULAÇÃO DE NEGÓCIO JURÍDICO FIRMADO POR ABSOLUTAMENTE INCAPAZ. COMPRA E VENDA DE IMÓVEL. NEGÓCIO JURÍDICO NULO. Nos termos do art. 166, do Código Civil (CC), é nulo o negócio jurídico celebrado por pessoa absolutamente incapaz. A sentença de interdição produz efeitos desde logo e sua publicação torna pública a situação do interdito, conforme os arts. 1.184, do Código de Processo Civil (CPC), e 1.773, do CC. No caso concreto, o autor foi declarado absolutamente incapaz por sentença transitada em julgado no ano de 2010. Assim, são nulos de pleno direito os atos praticados posteriormente pela parte. O negócio de compra e venda do imóvel, nesse sentido, fora celebrado após a interdição. Note-se, inclusive, que o preço de venda do imóvel é inferior ao valor pago anteriormente pela parte autora, comprovando o manifesto prejuízo. Assim, sendo absoluta a nulidade, possível o reconhecimento de ofício. Agravo de instrumento desprovido. Nulidade declarada de ofício. Unânime.[57: BRASIL. Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul. Agravo de Instrumento Nº 70058029885. Vigésima Câmara Cível. Relator: Desembargador Dilso Domingos Pereira, Julgado em 09/04/2014. Publicado no Diário de Justiça em: 05/05/2014, g.n.]
 
A legislação brasileira até então, se mostrava atrasada e preconceituosa, no sentido de que excluía as pessoas com dificuldades em expressar sua vontade e por questões de idade da sociedade. Sendo assim, quando não houver necessidade de tutela especial, deve ser valorada a vontade própria do incapaz, sob pena de ferir o princípio constitucional da dignidade da pessoa humana.[58: CARNACCHIONI, Daniel Eduardo. Curso de Direito Civil. Parte Geral. 4ª ed. ver., atual., e ampl. – São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2013, p 111.]
A incapacidade relativa, por sua vez, confere aos seus titulares a prática de diversos atos jurídicos, podendo exercê-los pessoalmente, embora condicionada a assistência ou autorização de seus representantes legais. Ainda que seus atos produzam efeitos com êxito, poderão ser posteriormente anulados da sentença em diante, isto é, sob o efeito ex nunc. De igual sorte, o ato poderá ser confirmado ou ratificado, de forma expressa ou bastando que decorra o prazo decadencial para a sua desconstituição na via judicial.[59: ALVIM, A. ALVIM, T. (coord.). Comentários ao Código Civil Brasileiro; Parte Geral, v. 1. Rio de Janeiro: Forense, 2005, p 60-61.][60: ALVIM, A. ALVIM, T. (coord.). Comentários ao Código Civil Brasileiro; Parte Geral, v. 1. Rio de Janeiro: Forense, 2005, p 61.][61: O prazo decadencial referido é o de 04 anos, de acordo com o art. 178, inc. III, do Código Civil. Disponível em <<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406.htm>> Acesso em: 12 out. 2016.]
Com o advento da Lei 13.246/15, o artigo 3º do Código Civil passou a vigorar a redação que considera os absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil somente os menores de 16 (dezesseis) anos. Ao passo que, serão incapazes, relativamente, os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos de idade; os ébrios habituais e os viciados em tóxico; aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade e; os pródigos.
6.3 INFLUÊNCIA DA LEI Nº 13.146/15 NO PROCESSO DE INTERDIÇÃO
6.3.1 Direito Comparado: Curatela x Decisão Apoiada
A tomada de decisão apoiada e a interdição não se confundem, pois são dois institutos distintos, embora ambos visam a proteção e a garantia das pessoas com deficiência, resguardada a sua autonomia.[62: COSTA FILHO, Waldir Macieira da. et al. (coord.). Comentários ao Estatuto da Pessoa com Deficiência. São Paulo: Saraiva, 2016, p 372.]
Atualmente, o art. 1.767 do Código Civil dispõe que estão sujeitos a curatela aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade; os ébrios habituais e os viciados em tóxicos e os pródigos.
A curatela é um dos institutos destinados à proteção dos incapazes, no entanto, cuja finalidade é, fundamentalmente, reger a pessoa e administrar os seus bens de pessoas menores, maiores declaradas incapazes ou, ainda, pelo fato de não terem nascido, trata-se, portanto, dos direitos adquiridos pelo nascituro.[63: RIZZARDO, A. Direito de Família: Lei nº 10.406, de 10.01.2002. 7ª Ed. Rio de Janeiro: Forense, p 991.]
Em resumo, designa-se a curatela como um encargo conferido a alguém para coordenar a vida de outra e administrar os bens, diferenciando-se, portanto, da tutela, a qual representa o poder de cuidar de menores órfãos ou que seus pais tiveram suspensos ou cassados da investidura do poder familiar. Este último também se distingue da curatela, pois o poder familiar se restringe somente ao controle dos pais sobre os filhos.[64: RIZZARDO, A. Direito de Família: Lei nº 10.406, de 10.01.2002. 7ª Ed. Rio de Janeiro: Forense, p 991.]
Para Pontes de Miranda, 
No direito brasileiro, chama-se curatela assim à curatela sobre bens sem incapacidade da pessoa como à curatela dos incapazes que são ou não são menores. De modo que as curatelas são pessoais, como a tutela e o pátrio poder, ao passo que as curatelas têm conteúdo limitado a certos interesses, ou oportunidade. [65: MIRANDA, P. de. Tratado de direito privado, Tomo IX, p 311, § 1030. 3ª Ed. Rio de Janeiro, 1971, p 311. MIRANDA, P. de. Tratado de direito privado, Tomo IX, p 311, § 1030. 3ª Ed. Rio de Janeiro, 1971, p 311.]
Em regra, a curatela decorre da interdição, a qual compreende o ato judicial em que o julgador declara a incapacidade real e efetiva de pessoa maior, para a prática de determinados atos da vida civil, bem como visando a regência de si e seus bens.[66: RIZZARDO, A. Direito de Família: Lei nº 10.406, de 10.01.2002. 7ª Ed. Rio de Janeiro: Forense, p 992.]
No entanto, nas palavras de Arnaldo Rizzardo, o fato de tratar os termos curatela e curadoria comosinônimos não constituem a forma mais adequada para designá-las, visto que “este último tem uma destinação mais própria para designar o cargo ou função daqueles que cuidam dos interesses especiais de certas entidades ou determinadas pessoas”.
A sentença que decreta a interdição produz efeitos desde a sua prolação, de acordo com o art. 450 do Código Civil.
Segundo Martinho Garcez, “a sentença de interdição não cria a incapacidade, apenas constata e declara um fato preexistente que lhe serve de causa”. Por essa razão, a incapacidade não é reconhecida a partir da sentença, mas sim do início da existência da causa.[67: GARCEZ, M. Do direito de família: segundo o projeto de Código Civil Brasileiro. Campinas: LZN Editora, 2003, p 373.]
A interdição, no entanto, pode ser levantada diante do caso concreto, desde que cessada a incapacidade que a determinou e tenha sido declarada em comando judicial.[68: GARCEZ, M. Do direito de família: segundo o projeto de Código Civil Brasileiro. Campinas: LZN Editora, 2003, p 383.]
O art. 84 da Lei nº 13.146/15 determinou a faculdade de legitimar a adesão da modalidade de Decisão Apoiada às pessoas com deficiência, nos seguintes termos:
Art. 84.  A pessoa com deficiência tem assegurado o direito ao exercício de sua capacidade legal em igualdade de condições com as demais pessoas. 
§ 1º  Quando necessário, a pessoa com deficiência será submetida à curatela, conforme a lei. 
§ 2º  É facultado à pessoa com deficiência a adoção de processo de tomada de decisão apoiada. 
§ 3º  A definição de curatela de pessoa com deficiência constitui medida protetiva extraordinária, proporcional às necessidades e às circunstâncias de cada caso, e durará o menor tempo possível. 
§ 4º  Os curadores são obrigados a prestar, anualmente, contas de sua administração ao juiz, apresentando o balanço do respectivo ano. [69: BRASIL. Lei 13.146 de 06 de julho de 2015. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm> Acesso em 10. out. 2016]
De acordo com a novel legislação, a tomada de decisão apoiada é o processo pelo qual se elege ao menos duas pessoas idôneas, com as quais mantenha vínculos e que gozem de sua confiança, para prestar apoio na tomada de decisão sobre atos da vida civil à pessoa com deficiência, de modo a fornecer os elementos e informações necessários para que possa exercer sua capacidade.
Sendo assim, consoante entendimento de Nelson Rosenvald, a Lei nº 13.146/15 mitigou a teoria das incapacidades, a qual pressupõe que alguém se encontra em estado de vulnerabilidade, havendo a necessidade de amparo para tomar decisões acerca do seu patrimônio. No entanto, ressalta que tal privação não deve ser estendido no plano íntimo da sexualidade, vida familiar e outras áreas não compreendidas pelo campo econômico. [70: ROSENVALD, N. Contagem Regressiva para o Estatuto da Pessoa com Deficiência. Disponível em: <http://www.nelsonrosenvald.info/single-post/2015/12/22/Contagem-Regressiva-para-o-Estatuto-da-Pessoa-com-Defici%C3%AAncia>. Acesso em 02 nov. 2016.]
Vale ressaltar que é a própria pessoa com deficiência que realiza o requerimento para a adoção da decisão apoiada ao Judiciário, embora a faça por meio de advogado, defensor público ou Ministério Público.[71: COSTA FILHO, Waldir Macieira da. et al. (coord.). Comentários ao Estatuto da Pessoa com Deficiência. São Paulo: Saraiva, 2016, p 372.]
O recente julgamento do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul assenta a possibilidade de adoção do procedimento especial trazido pela nova lei, ipsis litteris:
BRASIL. Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul. APELAÇÃO CÍVEL. FAMÍLIA. AÇÃO DE INTERDIÇÃO. CONTRADIÇÃO DAS PROVAS ANGARIADAS AO FEITO. NECESSIDADE DE NOVA PERÍCIA POR EQUIPE MULTIDISCIPLINAR. SENTENÇA DESCONSTITUÍDA.
Razoável a desconstituição da sentença, a fim de que seja realizada nova perícia por equipe multidisciplinar, nos termos do artigo 1.771 do Código Civil (com a nova redação dada pela Lei 13.146/15), com vistas a especificar minuciosamente a capacidade e as responsabilidades de Jéssica, em conformidade com a ótica do Estatuto da Pessoa com Deficiência ou, se for o caso, o procedimento especial de Tomada de Decisão Apoiada, destinado às pessoas que possuem algum tipo de deficiência, mas que podem exprimir vontade, na forma prevista no artigo 1.783-A do Código Civil, introduzido pela Lei nº 13.146/15.
RECURSO PROVIDO. [72: BRASIL. Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul. Apelação Cível nº 70070966890. Sétima Câmara Cível. Relatora: Liselena Schifino Robles Ribeiro. Data de Julgamento: 28/09/2016. Data de Publicação Diário de Justiça: 03/10/2016.]
Destarte, se extrai do acórdão acima colacionado que, a partir de realização de nova perícia médica, será possível o diagnóstico minucioso do quadro que acomete a parte autora e quais os atos da vida civil poderá exercer por si mesma, se deverá ser assistida por representante legal ou então, ser adotada a modalidade de decisão apoiada no caso concreto, se esta for a sua vontade.
7 metodologia 
Trata-se de uma pesquisa exploratória e bibliográfica, cujos dados serão coletados por meio de obras e doutrinas, tais como as de Pontes de Miranda, Cáio Mário da Silva Pereira, Jayme Landim, Carlos Roberto Gonçalves, Thereza Alvim, Martinho Garcez, Arnaldo Rizzardo, Paulo Nader, Fábio Ulhoa Coelho, Luciana Toledo Távora Niess, de artigos publicados em revistas eletrônicas, da Constituição Federal, da legislação infraconstitucional, por exemplo a Lei n.º 13.146/15, Lei nº 10.406/02, Decreto nº 3.956/01 e de jurisprudências da Justiça Estadual.
	Os dados obtidos a partir desta coleta serão analisados, com vistas a atingir os objetivos propostos neste projeto.
8 SUMÁRIO PROVISÓRIO DA MONOGRAFIA
1 TEMA DO PROJETO	
2 DELIMITAÇÃO DO TEMA E FORMULAÇÃO DO PROBLEMA	
4 OBJETIVOS	
4.1 OBJETIVO GERAL	
4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS	
5 JUSTIFICATIVA	
6 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA	
6.1 DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA
6.1.1 Breve Histórico
6.1.2 Aspectos Conceituais
6.1.3 Da proteção às Pessoas com Deficiências Mentais
6.2 TEORIA DAS INCAPACIDADES
6.2.1 Capacidade e personalidade jurídica
6.2.2 Capacidade de fato e capacidade de direito
6.2.3 Espécies de Incapacidades
6.3 INFLUÊNCIA DA LEI Nº 13.146/15 NO PROCESSO DE INTERDIÇÃO
6.3.1 Curatela e Decisão Apoiada
7 METODOLOGIA	
8 SUMÁRIO PROVISÓRIO DA MONOGRAFIA	
9 cronograma de atividades
No quadro a seguir, apresentamos o cronograma das atividades para o desenvolvimento e conclusão do trabalho de pesquisa:
	Atividades Previstas
	2016
	2017
	
	J
	A
	S
	O
	N
	D
	J
	F
	M
	A
	M
	J
	1- Escolha do tema
	
	
	x
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	2- Elaboração do projeto de pesquisa
	
	
	
	x
	x
	
	
	
	
	
	
	
	3- Entrega do Projeto da Monografia
	
	
	
	
	
	x
	
	
	
	
	
	
	4- Elaboração da Monografia
	
	
	
	
	
	
	
	x
	x
	x
	
	
	5- Revisão
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	x
	
	6- Entrega
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	x
	
	7- Defesa perante a banca
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	x
	8- Entrega final
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	x
REFERÊNCIAS
ALVIM, Arruda. ALVIM, Thereza. (coordenadores). Comentários ao Código Civil Brasileiro; Parte Geral. V. 1. Rio de Janeiro: Forense, 2005, p 63.
ARAUJO, Luiz Alberto David (coord). Defesa dos Direitos das Pessoas Portadoras de Deficiência. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2006, p 138.
BRASILBRASIL Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/ConstituicaoCompilado.htm> Acesso em: 23 set. 2016.
______BRASIL. Código Civil. Lei n.º 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm> Acesso em: 23 set. 2016.
______BRASIL.Decreto nº 3.956, de 08 de outubro de 2001. 
Promulga a Convenção Interamericana para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Pessoas Portadoras deDeficiência. Disponível em: <https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2001/d3956.htm> Acesso em: 10 out. 2016.
______BRASIL. Lei 13.146/15, de 06 de julho de 2015. Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm> Acesso em: 10 out. 2016.
______. Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul. Agravo de Instrumento Nº 70058029885. Vigésima Câmara Cível. Relator: Desembargador Dilso Domingos Pereira, Julgado em 09/04/2014. Publicado no Diário de Justiça em: 05/05/2014, g.n.
______. Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul. Apelação Cível nº 70070966890. Sétima Câmara Cível. Relatora: Liselena Schifino Robles Ribeiro. Data de Julgamento: 28/09/2016. Data de Publicação Diário de Justiça: 03/10/2016.
CARNACCHIONI, Daniel Eduardo. Curso de Direito Civil. Parte Geral. 4ª ed. ver., atual., e ampl. – São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2013, p 105-111.
COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de Direito Civil; Parte Geral. 8 Ed. rev. atual. e ampl. São Paulo; Revista dos Tribunais, 2016, p 141-175.
COSTA FILHO, Waldir Macieira da. et al. (coord.). Comentários ao Estatuto da Pessoa com Deficiência. São Paulo: Saraiva, 2016, p. 45-372.
Dicionário Michaelis. Disponível em: <http://michaelis.uol.com.br/busca?r=0&f=0&t=0&palavra=louco> Acesso em 5 out. 2016.
DICHER, Marilu. TREVISAM, Elisaide. A Jornada Histórica da Pessoa com Deficiência: inclusão como exercício do Direito à Dignidade da Pessoa Humana. Publica Direito. Disponível em: <http://publicadireito.com.br/artigos/?cod=572f88dee7e2502b> Acesso em: 02 out. 2016.
 FERRAZ, Carolina Valença, et al. Manual dos direitos da pessoa com deficiência. São Paulo: Saraiva, 2012, p 19-22.
FERREIRA, Luciana Viana. A criação de enjeitados em Vila Rica: a permanência da caridade (1775-1850). II Encontro Memorial do ICHS da Universidade Federal de Ouro Preto, 2009. Disponível em: <http://www.repositorio.ufop.br/bitstream/123456789/3536/1/DISSERTA%C3%87%C3%83O_Cria%C3%A7%C3%A3oEnjeitadosVila.pdf> Acesso em: 20 out. 2016.
GARCEZ, Martinho. Do direito de família: segundo o projeto de Código Civil Brasileiro. Campinas: LZN Editora, 2003, p 373-383.
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro. Volume 1: Parte Geral. 9 Ed. São Paulo: Saraiva, 2011, p 99-110.
JANNUZZI, Gilberta de Martino. A educação do deficiente no Brasil: dos primórdios ao início do século XXI. São Paulo: Autores Associados, 2004, p 09.
MIRANDA, Pontes de. Tratado de direito privado, Tomo IX, p 311, § 1030. 3ª Ed. Rio de Janeiro, 1971 p 311-317.
LANDIM, Jayme. Vícios da Vontade; Em comentário ao Código Civil Brasileiro. Rio de Janeiro: Editor José Konfino, 1960, p 22.
NADER, Paulo. Curso de Direito Civil; Parte Geral. 9 Ed. Ver. E atual. Rio de Janeiro: Forense, 2013, p 168-169.
NIESS, Luciana Toledo Távora. NIESS, Pedro Henrique Távora. Pessoas portadoras de deficiência no direito brasileiro. São Paulo: Editora Juarez de Oliveira, 2003, p. 5-7.
OLIVEIRA, Luiza. Maria. Borges. (coord.). Cartilha do Censo 2010 – Pessoas com Deficiência. Disponível em: http://www.pessoacomdeficiencia.gov.br/app/sites/default/files/publicacoes/cartilha-censo-2010-pessoas-com-deficienciareduzido.pdf Acesso em 13 out. 2016.
PEREIRA, Cáio Mário da Silva. Instituições de direito civil. 20ª Ed. Rio de Janeiro: Forense, 2004, 263-265.
RIZZARDO, Arnaldo. Direito de Família: Lei nº 10.406, de 10.01.2002. 7ª Ed. Rio de Janeiro: Forense, p 991-992.
ROSENVALD, Nelson. Contagem Regressiva para o Estatuto da Pessoa com Deficiência. Disponível em: <http://www.nelsonrosenvald.info/single-post/2015/12/22/Contagem-Regressiva-para-o-Estatuto-da-Pessoa-com-Defici%C3%AAncia>. Acesso em 02 nov. 2016.
VENOSA, Silvio de Salvo. Direito de família. 5 Ed. São Paulo: Atlas, 2005, p 490.

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