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principais julgados de direito do consumidor 2016

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Série Retrospectiva 
Márcio André Lopes Cavalcante 
 
1) Aplicação do CDC em ação proposta por condomínio contra construtora na defesa dos 
condôminos 
Aplica-se o CDC ao condomínio de adquirentes de edifício em construção, nas hipóteses 
em que atua na defesa dos interesses dos seus condôminos frente a construtora ou 
incorporadora. 
STJ. 3ª Turma. REsp 1.560.728-MG, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 18/10/2016 (Info 592). 
 
2) Ausência de responsabilidade dos provedores de busca de produtos à venda on-line 
O provedor de buscas de produtos à venda on-line que não realiza qualquer intermediação 
entre consumidor e vendedor não pode ser responsabilizado por qualquer vício da 
mercadoria ou inadimplemento contratual. 
Exemplos de provedores de buscas de produtos: Shopping UOL, Buscapé, Bondfaro. 
STJ. 3ª Turma. REsp 1.444.008-RS, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 25/10/2016 (Info 593). 
 
3) É válido o desconto de pontualidade presente em contratos de serviços educacionais 
O denominado "desconto de pontualidade", concedido pela instituição de ensino aos 
alunos que efetuarem o pagamento das mensalidades até a data do vencimento ajustada, 
não configura prática comercial abusiva. 
STJ. 3ª Turma. REsp 1.424.814-SP, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 4/10/2016 (Info 591). 
 
Obs: sobre este tema, importante reler o REsp 832.293-PR, Rel. Min. Raul Araújo, julgado em 
20/8/2015 (Info 572) que traz um entendimento ligeiramente diferente em determinado 
aspecto. 
 
4) Validade do repasse da comissão de corretagem ao consumidor pela incorporadora 
imobiliária 
É válida a cláusula contratual que transfere ao promitente-comprador a obrigação de 
pagar a comissão de corretagem nos contratos de promessa de compra e venda de 
unidade autônoma em regime de incorporação imobiliária, desde que previamente 
informado o preço total da aquisição da unidade autônoma, com o destaque do valor da 
comissão de corretagem. 
STJ. 2ª Seção. REsp 1.599.511-SP, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 24/8/2016 (recurso 
repetitivo) (Info 589). 
 
 
 
 
 
Retrospectiva– Principais Julgados de Direito do Consumidor 2016 
 
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5) Não se aplica o CDC ao contrato de plano de saúde administrado por entidade de 
autogestão 
Não se aplica o CDC às relações entre as operadoras de planos de saúde constituídas sob a 
modalidade de autogestão e seus filiados. 
Assim, os planos de saúde de autogestão podem ser considerados como uma exceção à 
Súmula 469 do STJ: "Aplica-se o Código de Defesa do Consumidor aos contratos de plano 
de saúde." 
A operadora de plano privado de assistência à saúde na modalidade de autogestão é 
pessoa jurídica de direito privado sem finalidades lucrativas que, vinculada ou não à 
entidade pública ou privada, opera plano de assistência à saúde com exclusividade para 
um público determinado de beneficiários. 
A constituição dos planos sob a modalidade de autogestão diferencia, sensivelmente, 
essas pessoas jurídicas quanto à administração, forma de associação, obtenção e 
repartição de receitas, dos contratos firmados com empresas que exploram essa atividade 
no mercado e visam ao lucro. 
Em razão disso, não se aplica o CDC ao contrato de plano de saúde administrado por 
entidade de autogestão, por inexistência de relação de consumo. 
STJ. 2ª Seção. REsp 1.285.483-PB, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 22/6/2016 (Info 588). 
 
6) Validade da cláusula de coparticipação 
Não é abusiva cláusula contratual de plano privado de assistência à saúde que estabeleça a 
coparticipação do usuário nas despesas médico-hospitalares em percentual sobre o custo 
de tratamento médico realizado sem internação, desde que a coparticipação não 
caracterize financiamento integral do procedimento por parte do usuário, ou fator 
restritor severo ao acesso aos serviços. 
STJ. 3ª Turma. REsp 1.566.062-RS, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 21/6/2016 (Info 586). 
 
7) Cancelamento de voos sem razões técnicas ou de segurança é prática abusiva 
O transporte aéreo é serviço essencial e pressupõe continuidade. 
Considera-se prática abusiva o cancelamento de voos sem razões técnicas ou de segurança 
inequívocas. 
Também é prática abusiva o descumprimento do dever de informar o consumidor, por 
escrito e justificadamente, quando tais cancelamentos vierem a ocorrer. 
Nas ações coletivas ou individuais, a agência reguladora não integra o feito em 
litisconsórcio passivo quando se discute a relação de consumo entre concessionária e 
consumidores, e não a regulamentação emanada do ente regulador. 
STJ. 2ª Turma. REsp 1.469.087-AC, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 18/8/2016 (Info 593). 
 
 
 
 
 
 
Retrospectiva– Principais Julgados de Direito do Consumidor 2016 
 
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8) É possível a condenação em danos morais coletivos de empreendimento que oferecia, de 
forma ilegal, videobingos e caça-níqueis 
O dano moral sofrido pela coletividade decorre do caráter altamente viciante de jogos de 
azar, passíveis de afetar o bem-estar do jogador e desestruturar o ambiente familiar. 
A responsabilidade civil é objetiva, respondendo o réu, "independentemente da existência 
de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores" (art. 12, caput, do CDC). 
O dano moral coletivo prescinde da comprovação de dor, de sofrimento e de abalo 
psicológico, pois tal comprovação, embora possível na esfera individual, torna-se 
inaplicável quando se cuida de interesses difusos e coletivos. 
STJ. 2ª Turma. REsp 1.464.868-SP, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 22/11/2016. 
 
9) A Súmula 385 do STJ aplica-se também para ações propostas pelo consumidor contra o 
credor que efetivou a inscrição irregular 
A inscrição indevida comandada pelo credor em cadastro de proteção ao crédito, quando 
preexistente legítima inscrição, não enseja indenização por dano moral, ressalvado o 
direito ao cancelamento (Súmula 385-STJ). 
Esta súmula 385-STJ é aplicada não apenas no caso de propostas contra o SERASA/SPC, 
mas também na situações em que a demanda foi ajuizada contra o credor que efetivou 
inscrição irregular. Havia dúvidas sobre isso e agora está pacificado. 
STJ. 2ª Seção. REsp 1.386.424-MG, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, Rel. para acórdão Min. Maria Isabel 
Gallotti, julgado em 27/4/2016 (Info 583). 
 
10) Termo inicial do prazo de 5 anos que o nome do consumidor pode permanecer negativado 
A inscrição do nome do devedor pode ser mantida nos serviços de proteção ao crédito até 
o prazo máximo de 5 anos. 
O termo inicial deste prazo inicia-se no dia subsequente ao vencimento da obrigação não 
paga, independentemente da data da inscrição no cadastro. 
Assim, vencida e não paga a obrigação, inicia-se no dia seguinte a contagem do prazo de 5 
anos, não importando a data em que o nome do consumidor foi negativado. 
STJ. 3ª Turma. REsp 1.316.117-SC, Rel. Min. João Otávio de Noronha, Rel. para acórdão Min. Paulo de Tarso 
Sanseverino, julgado em 26/4/2016 (Info 588).

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