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Unidade IV – Ausência 1) Conceito: Considera-se ausente a pessoa cuja habitação se ignora ou de cuja existência se duvida e cujos bens ficaram ao desamparo. 2) Prazo para a configuração da ausência: Ausente que não deixa procurador (art. 22, CC): não há prazo mínimo para pedido de declaração de ausência. Ausente que deixa procurador (art. 26, CC): o pedido de ausência poderá ser feito após 3 anos do desaparecimento, a não ser que o caso de procuração seja inferior a 3 anos. 3) Fases da ausência: 3.1) Curadoria dos bens do ausente: Termo inicial: inicia-se com a declaração de ausência feita pelo juiz. Atos praticados: o juiz vai nomear um curador e fixar as obrigações e os poderes desse curador. Isso não precisará ocorrer se o ausente tiver deixado procurador. Situação dos bens: os bens do ausente serão arrecadados, individualizados e administrados pelo curador. 3.2) Sucessão provisória: Termo inicial (art. 26, CC): se inicia com a sentença de abertura da sucessão provisória. Só pode ser proferida após um ano da arrecadação dos bens. Atos praticados: será feita a abertura do inventário do ausente e a conseqüente partilha dos bens. Situação dos bens (arts. 30 e 31, CC): os herdeiros poderão adquirir a posse dos bens. Requisito: os herdeiros deverão oferecer uma caução real equivalente ao valor do quinhão. Exceção (art. 30, §2°, CC): os cônjuges, ascendentes e descendentes estão dispensados de oferecer a garantia. Alienação dos bens: só poderão ser alienados em duas hipóteses: Desapropriação (quando há interesse público de adquirir o bem); Alienação para evitar a deterioração do bem mediante autorização judicial. Frutos dos bens do ausente (art. 33, CC): Cônjuges, ascendentes e descendentes: adquirem a propriedade dos frutos. Demais herdeiros: deverão capitalizar metade dos frutos. 3.3) Sucessão definitiva: Termo inicial (art. 37, CC): se inicia com a sentença de abertura da sucessão definitiva. Só pode ser proferida 10 anos do trânsito em julgado da sentença que permitiu a abertura da sucessão provisória. Presume-se que o ausente morreu. Atos praticados: os herdeiros poderão requerer o levantamento das cauções. Situação dos bens: os herdeiros irão adquirir a propriedade dos bens. 3.4) Dispensa de fases (art. 38, CC): as duas primeiras fases poderão ser dispensadas desde que presentes dois requisitos: O ausente deve possuir mais de 80 anos; Inexistência de notícias do ausente nos últimos 5 anos. 4) Retorno do ausente: Retorno na fase de curadoria dos bens: o curador deverá restituir os bens para o ex-ausente. Retorno na fase de sucessão provisória (art. 36, CC): os herdeiros deverão restituir os bens e os frutos para o ex-ausente. O ausente tem direito a uma indenização sobre os bens perdidos ou danificados pelos herdeiros. Exceção (art. 33, § único, CC): os herdeiros não terão que devolver os frutos se a ausência for voluntária e injustificada. Retorno na fase de sucessão definitiva: o ausente terá direito de reaver os bens nos estados que se encontrarem e os sub-rogados em seu lugar. Retorno após 10 anos da abertura da sucessão definitiva (art. 39, Caput, CC): o ausente não terá direito a qualquer bem. Há crítica por parte dos doutrinadores em razão do Princípio da Dignidade da Pessoa Humana e desrespeito ao Patrimônio Jurídico Mínimo. 5) Inexistência de sucessores (art. 39, § único, CC): os bens do ausente serão repassados aos municípios ou à União, desde que os bens estejam em territórios federais. Cabe ao Ministério Público entrar com o pedido de ausência e os prazos serão de acordo com os definidos para a herança vacante ou jacente. 6) Observação final: existe uma incoerência no artigo 26 do Código Civil.
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