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O contexto do surgimento do racionalismo cartesiano Descartes

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O contexto do surgimento do racionalismo cartesiano Descartes (1596–1650) viveu em um tempo de profunda crise da sociedade, tempo de transição entre uma tradição que sobrevivia e outra que estava surgindo, resultando em uma nova visão de mundo. As teorias científicas de Copérnico e Galileu revolucionaram a maneira de se considerar o mundo físico. A decadência do sistema feudal propiciou o surgimento de uma nova ordem econômica baseada no comércio livre e no individualismo. A Reforma de Lutero abalou a autoridade universal da Igreja Católica no Ocidente, e a Contra Reforma, reação ao Protestantismo, teve como consequência a Guerra dos Trinta Anos, na qual o próprio Descartes participou. A arte retomando os valores da antiguidade clássica impôs uma cultura laica, às vezes, de inspiração pagã. A concepção mecanicista do mundo O mundo é concebido ao modo de uma máquina e Deus era o criador; mas como a natureza era perfeita, não precisaria de seu criador para continuar funcionando.A dúvida metódica A etapa inicial da argumentação cartesiana é a formulação de uma dúvida metódica, colocando tudo em questão. Começa-se duvidando de tudo: senso comum, argumento de autoridade, testemunho dos sentidos, das informações da consciência, da realidade do exterior e do próprio corpo. Descartes lança as hipóteses do sonho enganador, do erro dos sentidos e do gênio malvado. Cogito, ergo sum Para Descartes, a cadeia de dúvidas se interrompe diante do seu próprio ser que duvida. Se duvido, penso: e, se, penso, logo existo. Assim, Descartes introduz uma grande modificação no pensamento moderno: a crença na autonomia do pensamento, a ideia de que a razão bem dirigida basta para encontrar a verdade sem precisar dos livros e dos “dogmas”. O espírito humano tem em si os meios de alcançar a verdade, se souber cultivar sua independência e conduzir-se com método. A certeza é possível porque o espírito humano já possui ideias gerais, claras e distintas que são inatas (inerentes à capacidade de pensar), e não estão sujeitas ao erro. A primeira ideia inata é o cogito pelo qual nos descobrimos como seres pensantes. De acordo com Descartes, se no início do discurso do método, o bom senso (isto é, a racionalidade) é natural ao homem, o erro resulta na realidade de mau uso da razão. Daí a necessidade do método. 1. A primeira consistia em nunca aceitar algo como verdadeiro sem conhecê-lo evidentemente como tal: isto é, evitar cuidadosamente a precipitação e a prevenção; não incluir nos meus juízos nada que não se apresentasse tão clara e distintamente à minha inteligência a ponto de excluir qualquer possibilidade de dúvida. 2. A segunda era dividir o problema em tantas partes quantas fossem necessárias para melhor poder resolvê-lo. 3. A terceira, conduzir por ordem os meus pensamentos, começando pelos objetos mais simples e mais fáceis de conhecer, para subir pouco a pouco, gradualmente, até o conhecimento dos mais compostos; e admitindo uma ordem mesmo entre aqueles que não apresentam nenhuma ligação natural entre si. 4. Por último, a quarta, sempre fazer enumerações tão completas, revisões tão gerais, que tivesse certeza de nada ter omitido. O Empirismo e o Liberalismo Político - O empirismo - A palavra empirismo, deriva da palavra grega empeiria, que significa uma forma de saber derivada da experiência sensível, e de informações acumuladas com base nesta experiência, permitindo a realização de fins práticos. O empirismo, então, é a posição filosófica que toma a experiência como guia e critério de validade do conhecimento. A frase de inspiração aristotélica resume a posição empirista: “Nada está no intelecto que não tenha passado antes pelos sentidos”.  Significa que todo conhecimento resulta de uma base experimental, de percepções ou impressões sensíveis. Os empiristas rejeitam a noção de ideias inatas ou de um conhecimento anterior à experiência ou independente desta. Francis Bacon e método experimental Podemos distinguir dois aspectos inter-relacionados da contribuição de filosófica de Bacon: a concepção de pensamento crítico contida na teoria dos ídolos. Bacon propõe um modelo para a nova ciência. O homem deve despir-se de seus preconceitos, tornando-se “uma criança diante da natureza”; somente assim alcançará o verdadeiro saber. a defesa do método indutivo no conhecimento científico e de um modelo de ciência antiespeculativo e integrado com a técnica. O novo método científico é o da indução que, a partir da observação atenta da natureza, permite formular leis científicas, a partir das quais se pode controlar a natureza e dela tirar benefícios para o homem. O empirismo de John Locke - Locke vê a filosofia como uma tarefa crítica e preparatória para a construção da ciência. Ele desenvolve um modelo empirista, antiespeculativo e antimetafísico de conhecimento. Locke afirma que todas as nossas representações do real são derivadas de percepções sensíveis, não havendo outra fonte para o conhecimento. Portanto, não existem ideias inatas. Para Locke, a mente é como uma folha em branco, a tabula rasa, na qual a experiência deixa as suas marcas. Desta forma, para processarmos o conhecimento em nossa mente, precisamos da reflexão, assim como distinguir entre as qualidades primárias e as secundárias das substâncias. O empirismo de David Hume - Hume foi, sob muitos aspectos, o mais radical dos empiristas, levando essas teses as suas últimas consequências e assumindo uma posição filosófica cética. O ceticismo de Hume pode ser interpretado a partir do questionamento que dirige a dois princípios ou pressupostos fundamentais da tradição filosófica: a causalidade e a identidade pessoal. A causalidade resulta apenas de uma regularidade ou repetição em nossa experiência de um conjunto constante entre fenômenos que, por força do hábito, acabamos por projetar na realidade, tratando-a como se fosse algo existente. A conexão necessária entre causa e efeito não é uma característica do mundo natural. A crítica à identidade pessoal segue a mesma linha. Hume questiona o modelo cartesiano de mente como substância pensante, a res cogitans de Descartes. Sustenta que não podemos ter representação alguma de nossa mente independente de nossa experiência. Jamais podemos apreender a nós mesmos sem algum tipo de percepção. O “eu” (sef) é um feixe de percepções que temos em um determinado momento e que varia na medida em que essas percepções variam. Estamos, assim, em constante mudança, pois a cada momento novas percepções são acrescentadas ao feixe, e outras empalidecem ou desaparecem. A força do hábito, o costume e a memória é que assegura a continuidade do “eu”. Thomas Hobbes - Hobbes tem uma visão pessimista da natureza humana. O homem é o lobo do homem: homo homini lupus. Neste sentido, o estado de natureza. – abstraída a ideia de Estado, de obrigação legal e de sociedade - é um estado de guerra de todos contra todos. Para que fossem garantidas a vida e a propriedade, o indivíduo, que só visa ao seu interesse próprio, consente assinar um pacto social. Isto significa transferir parte do poder dos indivíduos a um soberano todo poderoso que Hobbes denomina de Leviatã. Assim, nasce a ideia de Estado, que recolhe o poder de cada um dos indivíduos, garantindo-lhes, em troca, o direito à vida e à propriedade. John Locke - Segundo a concepção de Locke, a sociedade resulta de uma reunião de indivíduos, visando a garantir suas vidas, sua liberdade e sua propriedade. É em nome dos direitos naturais do homem que o contrato social entre os indivíduos, que cria a sociedade, é realizado, e o Estado deve, portanto, comprometer-se com a preservação destes direitos. A legitimidade desse poder reside, em sua origem, no consentimento entre os indivíduos que o constituíram, e que podem, portanto, retirá-lo daqueles que não governam no interesse da maioria ou que ameaçam a liberdade e os direitos dos indivíduos. Jean-Jacques Rousseau O ponto de partida da filosofia de Rousseau é uma concepção de natureza humana representada pela famosa ideia: “O homem nasce bom,a sociedade o corrompe”. Segundo a teoria do contrato social, a soberania política pertence ao conjunto dos membros da sociedade. O fundamento dessa soberania é a vontade geral, que não resulta apenas na soma da vontade de cada um. A vontade particular e individual de cada um diz respeito a seus interesses específicos, porém, enquanto cidadão e membro de uma comunidade, o indivíduo deve possuir também uma vontade que se caracteriza pela defesa do interesse coletivo, do bem comum. É papel da educação a formação da vontade geral dos membros da sociedade transformando, assim, o indivíduo em cidadão, em membro de uma comunidade. Nessa aula, você refletiu sobre a contribuição do grande filósofo Descartes, considerado o “pai” da filosofia moderna. Analisou e conheceu a adoção da posição racionalista no processo do conhecimento, enfatizada pela necessidade do método para bem conduzir a razão. Compreendeu a importância fundamental da filosofia de Descartes para a modernidade. O Iluminismo – 1 O Iluminismo (Luzes ou Esclarecimento) foi um movimento de grande importância a partir da segunda metade do século XVIII. Abrange, além do pensamento filosófico, as artes, as ciências, a teoria política, as teorias pedagógicas e a doutrina jurídica. O pressuposto básico do iluminismo afirma que todos os homens são dotados de racionalidade que é uma espécie de luz natural. O Iluminismo – 2 Possui caráter pedagógico. O pensamento iluminista é fortemente voltado para o laico e o secular. Volta-se contra toda autoridade que não esteja submetida à razão e à experiência. O homem poderá atingir o que Kant chama de sua maioridade, quer dizer pensar por si mesmo. Por isso o Iluminismo tem caráter ético e emancipador. O Iluminismo – 3 O pano de fundo do Iluminismo é a filosofia crítica, que tem como características três pressupostos básicos: a liberdade; o individualismo e a igualdade jurídica. Nesse sentido a Revolução Francesa (1789) pode ser considerada uma tentativa de concretização desses ideais: “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”. Os homens nascem e permanecem livres, é o artigo primeiro da Declaração dos Direitos do Homem. Immanuel Kant – 1 A obra de Kant pode ser vista como um marco na filosofia moderna e se notabiliza por duas obras clássicas, em especial: a “Crítica da Razão Pura”, na qual desenvolve a crítica do conhecimento, e “Crítica da Razão Prática”, em que analisa a moralidade. Entre os neo-humanistas, foi o principal que proclamou a saída do homem do estado de incapacidade, em que jazia sob o peso da tradição da autoridade. Ele desafiou o homem a se atrever servir da razão. Immanuel Kant – 2 Em sua obra “Crítica da Razão Pura”, Kant tenta resolver o problema do conhecimento com o que chamou de Revolução Copernicana em filosofia. Em filosofia, ela significa a mudança de enfoque no objeto, de modo que antes a mente deveria se adaptar a ele e agora, o objeto deve se adaptar à mente. Immanuel Kant – 3 Kant faz a distinção entre nôumeno (coisa em si) e fenômeno (aparição). Esta distinção evidencia que ao homem só é possível conhecer as coisas como aparecem à mente, jamais em si mesmas (seja pelas ideias inatas cartesianas, seja pela ideia como cópia exata da sensação). O fenômeno é uma representação que o sujeito sofre quando algo o modifica. Não conheço o que me afeta, apenas sei que sou afetado por algo do qual posso criar uma imagem. Immanuel Kant – 4 A nossa intuição, como Kant chama a sensação, é determinada a priori pelas formas da sensibilidade que são o espaço e o tempo. Observem: espaço e tempo não são mais qualidades inerentes aos objetos e sim condições anteriores à experiência que possibilitam que estas ocorram. A mente não é uma cera passiva, como pensavam os empiristas; ela organiza o material que recebe da sensação segundo as formas do espaço e do tempo. Kant e a Educação – 1 O homem em Kant pertence a dois mundos: o mundo sensível e o inteligível. Em um, está submetido às leis naturais e nele imperam as sensações, inclinações e tendências. Neste domínio, o homem não é livre, é sua animalidade e se afirma como um ser condicionado. Em outro, o homem se afirma livre: um ser dotado de liberdade, racionalidade e moralidade. Ser livre em Kant é ser capaz de obedecer à razão, seguir princípios universais. Somente através do uso de sua liberdade o homem se torna capaz de arrancar as amarras da necessidade e elevar-se à condição de ser humano. O conceito de liberdade se identifica, portanto, com o conceito de autonomia. Kant e a Educação – 2 A destinação do homem é fazer uso de sua razão. A selvageria tem que ser substituída pela educação. Para Kant, é a conciliação entre liberdade e educação. A conciliação entre liberdade e educação se fará por meio da disciplina. Ela vai preparar o homem para o exercício da liberdade. Kant acredita que a disciplina transforma a animalidade em humanidade. O estado selvagem é a independência frente às leis. A disciplina submete o homem às leis da humanidade e começa a fazer com que ele decida livremente por cumprir a lei. Positivismo de Augusto Comte e educadores do Século XIX O Positivismo de Comte – 1 A Lei dos Três Estados Comte (1798-1857) afirma ter descoberto uma grande lei fundamental segundo a qual o espírito dos indivíduos (e da humanidade, e das ciências) atravessa um estado teológico (os fenômenos são obra de agentes sobrenaturais), um estado metafísico (os agentes sobrenaturais são substituídos por forças abstratas) e um estado positivo (em que se limita a expor fenômenos e suas inter-relações). É somente no terceiro estado que se realiza o verdadeiro espírito científico ou positivo, que se atém à observação dos fatos, à racionalização sobre eles, e à busca de suas leis (suas relações invariáveis). O Positivismo de Comte – 2 Segundo Comte, o método das ciências da natureza (baseado na observação, experimentação e matematização), deveria ser estendido a todos os campos de indagação e a todas as atividades humanas, inclusive a educação. O Positivismo exerceu forte influência no Brasil, orientando as ideias republicanas e fomentando um espírito modernizador e civilizador. Deixou sua marca na nossa bandeira que estampa a frase “Ordem e Progresso”, extraída da fórmula máxima do Positivismo: "O amor por princípio, a ordem por base, o progresso por fim". Johann Friedrich Herbart – 1 Com o filósofo alemão Herbart (1776-1841), a pedagogia foi formulada à primeira vez como uma ciência, sobriamente organizada, abrangente e sistemática, com fins claros e meios definidos. A estrutura teórica construída por Herbart se baseia numa filosofia do funcionamento da mente, o que a torna duplamente pioneira: não só por seu caráter científico, mas também por adotar a psicologia aplicada como eixo central da educação. Desde então, o pensamento pedagógico se vincula fortemente às teorias de aprendizagem e à psicologia do desenvolvimento, a exemplo da teoria de Piaget. Johann Friedrich Herbart – 2 Para Herbart, a mente funciona com base em representações – que podem ser imagens, idéias ou qualquer outro tipo de manifestação psíquica isolada. O filósofo negava a existência de faculdades inatas. A dinâmica da mente estaria nas relações entre essas representações, que nem sempre são conscientes. Elas podem se combinar e produzir resultados manifestos ou entrar em conflito entre si e permanecer, em forma latente, numa espécie de domínio do inconsciente. A descrição desse processo viria, muitos anos depois, a influenciar a teoria psicanalítica de Sigmund Freud (1856-1939). Johann Heinrich Pestalozzi – 1 Estudioso de Rousseau, Pestalozzi (1746-1827) sempre se interessou pela educação elementar, especialmente das crianças pobres, e fez algumas tentativas educacionais inéditas e audaciosas ao trabalhar com crianças em situação social bem precária. Por isso, ele é considerado um dos defensores da escola popular extensiva a todos. Johann Heinrich Pestalozzi – 2 Para Pestalozzi, o indivíduo é um todo cujas partes devem ser cultivadas: a unidade espírito-coração-mão corresponde ao importantedesenvolvimento da tríplice atividade conhecer-querer-agir, por meio da qual se dá o aprimoramento da inteligência, da moral e da técnica. Daí a importância dos métodos para a organização do trabalho manual e intelectual. Segundo Pestalozzi, deve-se partir sempre da vivência intuitiva, para só depois introduzir os conceitos. Em outras palavras, o método de Pestalozzi para educar se funda em um princípio simples: seguir a natureza. Friedrich Fröebel – 1 A principal contribuição de Fröebel (1782-1852) resulta da atenção para com as crianças na fase anterior ao ensino elementar, ou seja, a educação da primeira infância. Foi pioneiro na fundação do “jardim de infância” (1837), em alusão ao jardineiro cuidando da planta desde pequenina para que cresça bem, pressupondo que os primeiros anos são básicos para a formação humana. Valorizou as atividades lúdicas no trabalho com as crianças, por perceber o significado funcional do jogo e do brinquedo para o desenvolvimento sensório-motor, e inventou métodos para aperfeiçoar as habilidades. Ele estava convencido de que a alegria do jogo levaria a criança a aceitar o trabalho de forma mais tranquila. Friedrich Fröebel – 2 Idealizou recursos sistematizados para as crianças se expressarem: blocos de construção que eram utilizados pelas crianças em suas atividades criadoras, papel, papelão, argila e serragem. O desenho e as atividades que envolvem o movimento e os ritmos eram muito importantes. Para a criança se conhecer, o primeiro passo seria chamar a atenção para os membros de seu próprio corpo, para depois chegar aos movimentos das partes do corpo. Valorizava também a utilização de histórias, mitos, lendas, contos de fadas e fábulas, assim como as excursões e o contato com a natureza. Nessa aula, você conheceu o Positivismo de Augusto Comte e como influenciou o pensamento e as ciências, a partir do século XIX. Conheceu também os grandes pedagogos do século XIX que seguiram as ideias científicas do seu tempo: Herbart, Pestalozzi e Fröebel. Estes pensadores beberam nas fontes do naturalismo Rousseauniano e na Psicologia nascente, defendendo uma educação ativa que valoriza a experiência do educando.
O pensamento de John Dewey e sua influência na Educação Brasileira Características da Escola Tradicional 1. Relação pedagógica magistrocêntrica 2. Caráter abstrato do saber3. O aluno, passivo, é um receptáculo do conteúdo depositado pelo professor 4. Rigidez disciplinar, baseada em prêmios e punições 5. Avaliação centrada nos testes A Escola Nova Escola Nova é um dos nomes dados a um movimento de renovação do ensino que foi especialmente forte na Europa, na América e no Brasil, na primeira metade do século XX . "Escola Ativa" ou "Escola Progressiva" são termos mais apropriados para descrever esse movimento que, apesar de ter sido criticado, ainda pode ter muitas ideias interessantes a nos oferecer. Características da Escola Nova 1 Relação professor-aluno baseado em maior ou menor não-diretividade (pedocentrismo) 2Valorização da experiência e da ação do estudante (escola ativa) 3 Acento ao processo de conhecimento 4. Menor rigidez disciplinar, dando valor ao estímulo e à motivação individual 5. Valorização das contribuições da Psicologia Educação Nova no Brasil No Brasil, as ideias da Escola Nova foram introduzidas a partir do século XX, quando vários educadores se destacaram, especialmente após a divulgação do Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, de 1932. Podemos mencionar Lourenço Filho (1897-1970), Fernando de Azevedo (1894-1974) e Anísio Teixeira (1900-1971), como grandes reformadores da instrução pública, no Distrito Federal e em vários estados da Federação. John Dewey – 1 Dewey (1859-1952), apoiando-se em Willian James, filósofo pragmatista, afirma que o essencial no processo educativo consiste na educação pela ação manual e intelectual, bases da própria experiência. O processo educativo consiste, portanto, na constante reconstrução da experiência. Mas essa reconstrução depende da ação responsável e consciente do educando. O que é o Pragmatismo? Pragmatismo vem de prágma, ação, prática. O pragmatismo recusa os sistemas fechados com pretensão ao absoluto, voltando-se para o concreto, para os fatos, para a ação. As teorias deixam de ser respostas definitivas, tornando-se simples instrumentos na resolução dos problemas que resultam da existência humana. O conhecimento não tem fim em si mesmo, pois trata-se de uma atividade dirigida, voltada para a experiência. As ideias são hipóteses de ação, sendo verdadeiras na medida em que funcionam como orientadoras da ação. John Dewey – 2 Segundo Dewey, o processo educativo deve integrar-se na experiência concreta, nos interesses e necessidades do educando, deve também se tornar processo individualizado. Nesse processo, as atividades manuais, práticas, assumem a mesma importância que desempenham na vida real. John Dewey – 3 A eficácia de todo o processo educativo depende do interesse produtivo do educando, que se mostra em um ambiente propício à liberdade e iniciativa. Trata-se de desenvolver o processo educativo dentro de um ambiente natural, onde o educando aprende a viver, e não num ambiente onde só se aprende informações, que só se referem à vida real de uma maneira oblíqua e indireta, ou que dizem respeito a um futuro remoto, que talvez o educando nunca venha a viver. Em outras palavras, a escola deve ser a réplica em miniatura da própria comunidade. Anísio Teixeira O Pragmatismo de Dewey e a Escola Nova serão trazidos para o Brasil, através do educador Anísio Teixeira. Anísio Teixeira aponta para uma íntima relação entre escola e sociedade, concebendo uma escola ativa, baseada na ciência, na democracia e no trabalho. Se a sociedade passava por mudanças era preciso que a escola preparasse o novo homem, o homem moderno, para integrar-se à nova sociedade que deveria ser essencialmente democrática. É o fazer, através do método experimental, que deve definir a escola ativa e democrática. Paulo Freire Paulo Freire (1921-1997) defendeu uma proposta de educação voltada para a transformação da realidade não só educacional, como a social em um sentido amplo. Para Freire, o sucesso do processo educativo depende essencialmente da liberdade do educando. É tendo liberdade que este será motivado para uma participação crítica no processo educativo e, consequentemente, social. Paulo Freire – 2 A alfabetização e a conscientização são inseparáveis das situações desafiadoras e de relevância social e política. Todo o processo educativo deve levar à conscientização quanto à significação real dessas situações vividas pelo educando. É fundamental que ele tome consciência dos seus interesses e lute para defendê-los, em prol de um bem maior: a sociedade. Seguindo esse caminho, ele terá uma visão mais ampla de suas possibilidades de se afirmar como sujeito e não mais como objeto na história. Nessa aula, você refletiu sobre as questões filosóficas que permeiam a educação nova, em especial, o pragmatismo de John Dewey.  Conheceu educadores brasileiros e suas contribuições para a escola nova no Brasil, particularmente, Anísio Teixeira e Paulo Freire.

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