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Ebulição e Condensação 1 Ebulição e Condensação 1 Ebulição A ebulição é também um processo de mudança de fase líquido-vapor. Mas: - Evaporação - acontece na interface líquido-vapor; - pvap<psat a uma determinada temperatura. - Ebulição - acontece na interface sólido-líquido; - o líquido é colocado em contato com uma superfície mantida a uma temperatura Ts suficientemente acima da temperatura de saturação do líquido (Tsat). A ebulição é um processo caracterizado pela rápida formação de bolhas de vapor na interface sólida e que tendem a subir para a superfície livre do líquido quando atingem certa dimensão. É um fenômeno complexo devido ao grande número de variáveis envolvidas e aos padrões de movimento do fluido. Figura 1 – Evaporação (a), ebulição (b) e curva de pressão de vapor (c) Por exemplo: - a água de um lago a 20°C pode evaporar se a umidade relativa do ar estiver a 60% pois a pressão de saturação da água a 20°C é 2,3kPa e a pressão de vapor do ar a 20°C e 60% de umidade é 1,4kPa, sendo que não se observa formação nem movimento de bolhas; - ao nível do mar, a água líquida em contato com uma superfície sólida a 110°C entra em ebulição, uma vez que a temperatura de saturação da água a 1atm é 100°C. 1.1 Fluxo de calor na ebulição (�� ebul) É expresso pela lei de Newton do resfriamento, por se tratar de uma convecção: ������ � � � � � �� � � ∙ ∆ ��� ��/�²� 1� ∆ ��� � � � � �� Em que ∆ ��� é chamado excesso de temperatura, isto é a diferença de temperatura da superfície acima da temperatura de saturação do líquido em observação. Ebulição e Condensação 2 As bolhas são formadas e subsistem devido à tensão superficial (σs) na interface líquido-vapor, que diminui com o aumento da temperatura. A ebulição não ocorre sob condições de equilíbrio e, em geral, as bolhas não estão em equilíbrio com o líquido circundante. Então se: - Tlíq<Tbolha → calor flui da bolha para o líquido → condensação e colapso; - Tbolha<Tlíquido → calor flui do líquido para a bolha → evaporação e subida. A ebulição é classificada sob diversos parâmetros: a) devido ao movimento da massa fluida: - ebulição em piscina: na ausência de escoamento de massa fluida, acontecendo apenas movimentos convectivos de massa e de bolhas pelo empuxo; - ebulição em escoamento (ou ebulição em convecção forçada): na presença de escoamento de massa fluida. Figura 2 – Classificação da ebulição em função da presença de movimento da massa fluida: em piscina (a) e em escoamento (b) b) devido à temperatura da massa fluida: - ebulição sub-resfriada (ou local): a temperatura do líquido é inferior à Tsat, as bolhas surgem apenas próximas à superfície sólida e servem de “transportadoras de energia” da superfície quente para o corpo do líquido, desaparecendo pelo colapso; - ebulição saturada: a temperatura do líquido é igual à Tsat e as bolhas aparecem em todo o líquido e sobem à sua superfície livre. Figura 3 – Classificação da ebulição em função da temperatura da massa fluida: sub-resfriada (a) e saturada (b) Ebulição e Condensação 3 c) devido à forma como acontecem com o aumento da temperatura: - em convecção natural: o movimento do fluido para a superfície livre é regido pelas correntes de convecção natural e observa-se, em experimentos com água, quando a temperatura de excesso está entre 2 e 6°C (ponto A na figura 5); - nucleada: observa-se a formação de bolhas e, com o aumento da temperatura, uma intensificação em taxas tão elevadas que se podem observar colunas contínuas de bolhas de vapor no líquido, sendo que a temperatura de excesso varia de 6 a 30°C, para a água; - de transição: neste ponto a ebulição nucleada e a de película ocorrem simultaneamente, e a temperatura de excesso varia de 30 a 120°C, observando-se uma redução significativa da troca de calor, sendo o ponto mínimo de troca chamado ponto de Leidenfrost; - de película: a superfície aquecida se apresenta coberta por uma película de vapor e a troca de calor aumenta com o aumento da temperatura, agora em função da radiação que ocorre na película de vapor entre a superfície sólida e o líquido. Figura 4 – Classificação da ebulição em função do aumento da temperatura da massa fluida: Convecção natural (a), nucleada (b), de transição (c) e de película (d). Figura 5 – Gráfico com a curva de ebulição da água em função da temperatura de excesso. Ebulição e Condensação 4 2 Condensação A condensação ocorre quando a temperatura do vapor é reduzida abaixo da sua temperatura de saturação (Tsat). E isto ocorre quando o vapor é colocado em contato direto com uma superfície sólida cuja temperatura (Ts) é inferior à temperatura de saturação do vapor. Observam-se duas formas distintas de condensação: - de película: o condensado molha a superfície e forma uma película líquida que desliza para baixo sob a influência da gravidade; - em gotas: o condensado forma gotículas de diâmetros variados na superfície no lugar de uma película contínua. Figura 6 – Classificação da condensação: de película (a) e em gotas (b). 3 Correlações de transferência de calor em mudanças de fase Os regimes de mudança de fase verificados diferem consideravelmente em suas características, portanto, relações diferentes de transferência de calor devem ser utilizadas para cada situação. Não fazem parte do escopo desta disciplina estes cálculos. Mas estes processos são amplamente utilizados em Engenharia: - em uma geladeira doméstica o refrigerante absorve o calor do espaço refrigerado por ebulição na seção do evaporador e rejeita o calor para o ar externo por condensação na seção do condensador (serpentinas na parte posterior da geladeira); - nas centrais de energia a vapor, o calor é transferido para a caldeira onde a água se vaporiza e o calor residual do vapor é rejeitado no condensador.
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