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CÁLCULO III SEQUÊNCIAS E SÉRIES NUMÉRICAS INTEGRAIS IMPRÓPRIAS Maj Reinaldo Teixeira DELFINO Sequências Numéricas • Considere que, para cada inteiro positivo n, esteja associado um número (real ou complexo) an. Diz- se que o conjunto ordenado a1, a2, a3, ... , an, ... define uma sequência infinita. Observe que cada membro do conjunto possui como subscrito um número inteiro, de modo que podemos falar sobre o primeiro termo da sequência, o segundo termo, o n-ésimo termo, etc. Cada termo an possui um sucessor an+1, e não existe um último termo. • Algumas sequências podem ser construídas por intermédio de uma fórmula que descreve o termo an. Exemplo: an = 1/n define a sequência 1, 1/2, 1/3, 1/4, ... • Também é possível empregar duas ou mais fórmulas para definir uma sequência. Exemplo: a2n-1 = 1 e a2n = 2n 2 definem a sequência 1, 2, 1, 8, 1, 18, 1, 32, ... • É possível ainda definir uma sequência por um conjunto de instruções que determina como ela deve prosseguir após um certo número de termos iniciais especificados. Exemplo: a1 = a2 = 1, an+1 = an + an-1 se n 2 1, 1, 2, 3, 5, 8, 13, 21, 34, ... (números de Fibonacci) • Formalmente, podemos definir uma sequência infinita como sendo uma função f cujo domínio é o conjunto de inteiros positivos. • O valor f(n) é denominado n-ésimo termo da sequência. • A imagem da função f é usualmente explicitada escrevendo-se os termos em ordem: f(1), f(2), f(3), ..., f(n), ... • É usual o emprego da notação {f(n)} para representar a sequência cujo n-ésimo termo é f(n). É mais comum o uso de subscritos para denotar a dependência de n (como an) do que escrever-se f(n). • Definição: Diz-se que a sequência {f(n)} tende a um limite L se: > 0, N() > 0 tal que |f(n) – L| < , n N • Neste caso, diz-se que a sequência {f(n)} converge para L, o que é representado pela notação • Uma sequência que não converge é chamada divergente. • Exercício: Ex.: Prove que, se {f(n)} é uma sequência de termos complexos, ou seja, se f(n) = u(n) + i.v(n), então = L = a + ib, se e somente se Lnf n )(lim )(lim nf n )(lim.)(lim)(lim nvinunf nnn • Resolução: i) O módulo de um número complexo é sempre maior ou igual do que os valores absolutos da sua parte real e da sua parte imaginária. Logo: |u(n) – a| |f(n) – L| e |v(n) – b| |f(n) – L| Pelo teorema do confronto: f(n) L u(n) a e v(n) b quando n . ii)|f(n) – L| |u(n) – a| + |v(n) – b| se u(n) a e v(n) b, então f(n) L quando n . • De modo análogo ao feito com funções em Cálculo I, é possível definir limites infinitos para sequências, representados por: e • Se f é complexa, diz-se que “f(n) quando n ” se |f(n)| . )(lim nf n )(lim nf n • A expressão “sequência convergente” é usada apenas para uma sequência cujo limite é finito. Sequências com limites infinitos divergem. Ressalte-se, porém, que há sequências divergentes que não possuem limites infinitos. Exemplo: {(-1)n} ; {sen n/2}. Sequências Monótonas de Números Reais • Diz-se que uma sequência {f(n)} é crescente se f(n) f(n+1) para todo n 1. • Analogamente, uma sequência {f(n)} é decrescente se f(n) f(n+1) para todo n 1. • As sequências crescentes e decrescentes são denominadas monótonas. • Diz-se que uma sequência {f(n)} é limitada se M > 0 tal que |f(n)| M para todo n. Uma sequência que não é limitada é dita ilimitada. • NÃO CONFUNDIR OS CONCEITOS DE SEQUÊNCIA LIMITADA COM SEQUÊNCIA QUE POSSUI LIMITE FINITO (isto é, convergente)!!!! Exemplo: {(-1)n} é uma sequência limitada, mas não possui limite (ou seja, é divergente). • TEOREMA: uma sequência monótona converge se e somente se for limitada. Demonstração: i) pela própria definição de convergência, torna-se claro que uma sequência ilimitada não pode convergir. De fato, se f(n) converge: > 0, N() > 0 tal que |f(n) – L| < , n N Assim, para n N, é limitada por L + e, para n < N, o conjunto é finito e limitado. Logo, toda sequência convergente é limitada. ii) Vamos provar que uma sequência monótona limitada deve convergir. Seja {f(n)} uma sequência crescente e seja L o supremo do conjunto de valores de f(n). Então, f(n) L para todo n. Seja um número positivo . Como L - não pode ser um limite superior para todos os f(n) (pois neste caso L não seria o supremo), então nós temos L - < f(N) para algum valor de N (o qual pode depender de ). Como a sequência é crescente, temos que para n N, f(N) f(n). Logo, L - < f(n) L, n N. Assim, temos: L - < f(n) L – f(n) < f(n) L 0 L – f(n) Unindo os dois resultados: 0 L – f(n) < |f(n) – L| < para todo n N de modo que a sequência converge para L. Se {f(n)} for uma sequência decrescente, o raciocínio é análogo, sendo que neste caso o limite será o ínfimo do conjunto de valores de f(n). Séries Infinitas • A partir de uma dada sequência de números reais ou complexos, é possível obter-se uma nova sequência pela adição de termos sucessivos. Assim, se uma sequência possui os termos a1, a2, a3, ..., an,..., é possível formar uma nova sequência de somas parciais: s1 = a1 s2 = a1 + a2 s3 = a1 +a2 + a3 ................................ sn = a1 + a2 + ... + an = n k ka 1 • A sequência de somas parciais {sn} é denominada série infinita, ou simplesmente série, e pode ser representada também por a1 + a2 + ... ou por . • Se existe um número real ou complexo S tal que , diz-se que a série é conver- gente e possui soma S, o que é representado pela simbologia . 1k ka Ssn n lim 1k ka Sa k k 1 • Se {sn} diverge, diz-se que a série diverge e não possui soma. • A palavra “soma” não possui aqui o significado usual. A soma de uma série convergente não é uma adição comum, mas sim um limite de uma sequência de somas parciais. • Observe que o símbolo é usado para representar tanto a série quanto a sua soma, embora ambas sejam conceitualmente diferentes. 1k ka 1k ka • Note que a série pode começar a partir de k = 0, k = 2 ou qualquer outro valor inteiro de k, como por exemplo . • Exemplo: A série é denominada série harmônica. Da Figura 10.2 do Volume 1 do Apostol, constatamos que 1 + 1/2 + 1/3 + ... + 1/n ln(n+1). Como ln(n+1) quando n , concluímos que a série harmônica diverge. 0 2 1 k k 1 1 k k • Exemplo: Seja a série 1 + 1/2 + 1/4 + ... Verifica-se por indução que . Quando n tende a infinito, o segundo membro desta expressão tende a 2, de modo que a série converge e tem soma 2. • Exercício: Prove que, dadas duas séries e , ou ambas convergem ou ambas divergem. Logo, a adição ou subtração de um número finito de termos a uma série não altera a sua condição de convergente ou divergente. n k nk 1 11 2 1 2 2 1 1k ka pk ka • TEOREMA: sejam e séries infinitas convergentes de termos complexos, e sejam e constantes complexas quaisquer. Então, a série também converge, e sua soma é dada por: Esta propriedadeé conhecida como linearidade das séries convergentes. 1n na 1n nb )( 1 n nn ba 111 )( n n n n n nn baba • Demonstração: sabe-se que Quando k tende a infinito, o primeiro termo do segundo membro tende a , e o segundo termo tende a . Logo, o primeiro membro tende à soma destes termos, e o teorema fica provado. k n n k n n k n nn baba 111 )( 1n na 1n nb • TEOREMA: Se converge e diverge, então diverge. • Demonstração: bn = (an + bn) – an Se fosse convergente, então, pelo teorema anterior, também seria conver- gente, o que seria absurdo. Logo, é divergente. • Obs.: Observe que, se e divergem, então a série pode convergir ou divergir. 1n na 1n nb )( 1 n nn ba )( 1 n nn ba 1n nb )( 1 n nn ba 1n na 1n nb )( 1 n nn ba • TEOREMA: Sejam {an} e {bn} duas sequências de números complexos tais que an = bn – bn+1 para n = 1, 2, 3, ... Então a série converge se e somente se a sequência {bn} converge; neste caso, = b1 – L, onde . Uma série construída desta forma é conhecida como série telescópica. • Demonstração: seja Logo, ou as sequências {sn} e {bn} convergem, ou ambas divergem. Se ambas convergirem, então bn L quando n , e sn b1 – L. 1n na 1n na n n bL lim 11 1 1 1 )( n n k kk n k kn bbbbas • TEOREMA: Seja x um número complexo. A série é denominada série geométrica. Se |x| < 1, esta série converge e tem soma 1/(1 – x). Se |x| 1, a série diverge. • Demonstração: Seja sn a n-ésima soma parcial desta série: sn = 1 + x + x 2 + ... + xn-1. Se x = 1, sn = n, e a série diverge, pois sn quando n . Se x 1: (1 – x)sn = (1 – x) = = 1 – x n 0n nx 1 0 n k kx 1 0 1 )( n k kk xx Quando |x| < 1, xn 0 quando n , e a série converge para 1/(1 – x). Por outro lado, como sn+1 – sn = x n, a convergência de {sn} implica que xn 0 quando n . Quando |x| 1, xn não tende a zero quando n tende a infinito, de modo que {sn} neste caso diverge. x x x s n n 11 1 Testes de Convergência • Em princípio, a convergência ou divergência de uma série é determinada pelo exame de sua sequência de somas parciais {sn}, verificando-se se esta possui um limite finito quando n . • Na prática, porém, apenas em alguns casos especiais (como na série geométrica) é possível achar uma expressão para o termo sn e encontrar o seu limite quando n . • Por esta razão, foram desenvolvidos vários testes de convergência que eliminam a necessidade de obter-se uma expressão para sn. O teste mais simples é descrito pelo teorema abaixo. • TEOREMA: se a série converge, então Demonstração: Seja sn = a1 + a2 + ... + an an = sn – sn-1 Quando n , tanto sn quanto sn-1 tendem ao mesmo limite, de modo que an 0. 1n na 0lim n n a Testes para Séries de Termos Não- negativos • TEOREMA: Considere uma série tal que an 0. Esta série converge se e somente se a sequência de suas somas parciais for superiormente limitada. • Dem.: Neste caso, a sequência de somas parciais é crescente. Logo, ela converge se e somente se for limitada, como anteriormente demonstrado. É evidente que, se as somas parciais são superiormente limitadas por um número M, então a soma da série não pode ser superior a M. 1n na • Exemplo: Seja a série . É facilmente demonstrado que para k > 0. Assim: Logo, a série é convergente e possui soma igual ou menor a 2. 1 ! 1 n n 1 2 1 ! 1 kk 01 1 0 1 1 2) 2 1 () 2 1 ( 2 1 ! 1 k kk n k n k k n k k 1 ! 1 n n • TESTE DA COMPARAÇÃO: Sejam an 0 e bn 0 para todo n 1. Se existe uma constante positiva c tal que an c.bn para todo n, então a convergência de implica a convergência de . • Demonstração: Sejam as somas parciais sn = a1 + ... + an e tn = b1 + ... + bn. an cbn n sn c.tn converge tn M sn c.M é convergente. 1n nb 1n na 1n nb 1n na • OBS.: Note que, uma vez que a adição ou eliminação de um número finito de termos no começo da série não altera a sua condição de convergente ou divergente, este teorema é válido mesmo que a desigualdade an cbn só seja válida para todo n N para um dado N. • TESTE DO LIMITE: Sejam an > 0 e bn > 0 para todo n 1, e suponha que . Então, converge se e somente se converge. 1lim n n n b a 1n na 1n nb • Demonstração: > 0, N() > 0 tal que | – 1| < , n N Em particular, para = 1/2: N tal que, para todo n N, 1/2 < an/bn < 3/2 Logo, bn < 2an e an < 3bn/2. A aplicação do teste da comparação prova o teorema em questão. n n b a • Exercício: prove que o teste do limite ainda é válido se . Além disso, prove que, se , a convergência de implica a convergência de , e se , a diver- gência de implica a divergência de . • Diz-se que duas sequências {an} e {bn} de números complexos são assintoticamente iguais se , o que é representado por an bn quando n . Duas séries de termos positivos assintoticamente iguais convergem juntas ou divergem juntas. 0lim c b a n n n 0lim n n n b a 1n nb 1n na n n n b a lim 1n nb 1n na 1lim n n n b a • TESTE DA INTEGRAL: Seja f uma função positiva decrescente, definida para todos os reais maiores ou iguais a 1. Para cada n 1, sejam sn = e tn = . Então as sequências {sn} e {tn} ou convergem juntas ou divergem juntas. • Exercício: demonstre o Teste da Integral. • Exercício: utilize o Teste da Integral para analisar a convergência de (série p), onde p é uma constante real. n k kf 1 )( n dxxf 1 )( 1 1 n pn • TESTE DA RAIZ: Seja uma série de termos não-negativos tal que . Então: a) se R < 1, a série converge; b) se R > 1, a série diverge; c) se R = 1, nada pode ser afirmado. • Demonstração: i) Considere R < 1. Seja x tal que R < x < 1. Assim, N tal que, para n N, an 1/n x, ou seja, an x n. Porém, converge (série geométrica com razão menor do que 1). Logo, pelo teste da comparação, converge. 1n na Ran n n lim 1n nx 1n na ii) Considere R > 1. Então, N tal que an > 1 para n > N, de modo que an não pode tender a zero quando n tende a infinito. Portanto, a sériediverge. iii) Para o caso R = 1, considere as séries (divergente) e (convergente). 1n na 1 1 n n 1 2 1 n n • TESTE DA RAZÃO: Seja uma série de termos positivos tal que . Então: a) se L < 1, a série converge; b) se L > 1, a série diverge; c) se L = 1, nada pode ser afirmado. • Demonstração: i) Considere L < 1. Seja x tal que L < x < 1. Assim, N tal que, para n N, an+1/an < x. Portanto, para n N, an+1/x n+1 < an/x n. Conclui-se que a sequência {an/x n} é decrescente para n N. 1n na L a a n n n 1lim Em particular, para n N: an/x n aN/x N, ou seja, an (aN/x N).xn. é uma série geométrica convergente. Logo, pelo teste da comparação, também é convergente. ii) Seja L > 1. Então, existe um N tal que, para n N, an+1 > an. Portanto, an não pode tender a zero quando n tende a infinito, e a série diverge. iii) Para L = 1, considere os mesmos dois exemplos do teste da raiz. 1n nx 1n na SÉRIES ALTERNADAS • São denominadas séries alternadas aquelas que possuem a forma = a1 – a2 + a3 – – a4 + ... + (-1) n-1 .an + ..., onde an > 0 para todo n inteiro positivo. • REGRA DE LEIBNIZ: se {an} é uma sequência monótona decrescente com limite 0, então a série alternada converge. Se S é o valor da sua soma e sn é o n-ésimo termo da sequência de somas parciais, então: 0 < (-1)n(S – sn) < an+1, n 1 1 1 )1( n n n a 1 1 )1( n n n a • Demonstração: i) considere as sequências {s2n} e {s2n-1}: Fonte: http://planetmath.org/LeibnizEstimateForAlternatingSeries.html (a figura original usa a letra “p” no lugar de “a”) • {s2n} é crescente (s2n+2 – s2n = a2n+1 – a2n+2 > 0), enquanto que {s2n-1} é decrescente (pois s2n+1 – s2n-1 = a2n+1 – a2n < 0). As duas sequências são limitadas acima por s1 e abaixo por s2. Logo, ambas são monótonas e limitadas, sendo portanto convergentes. Suponhamos que e : S1 – S2 = Ou seja, S1 = S2 = S. Logo, a série alternada converge e tem soma S. 12lim Ss n n 212 lim Ss n n 0)(lim)(limlimlim 2122122 n n nn n n n n n assss • ii) Para provar as desigualdades, observe que, como {s2n} é crescente e {s2n-1} é decrescente, então s2n < s2n+2 < S e S < s2n+1 < s2n-1, para todo n 1. Assim: 0 < S – s2n s2n+1 – s2n = a2n+1 0 < s2n-1 – S s2n-1 – s2n = a2n Considerando as duas expressões, conclui-se que 0 < (-1)n(S – sn) < an+1, n 1. CONVERGÊNCIA CONDICIONAL E CONVERGÊNCIA ABSOLUTA • Diz-se que a série é absolutamente convergente se converge. A série é dita condicionalmente convergente quando converge, mas diverge. • TEOREMA: Considere que converge. Então também converge, e . 1n na 1 || n na 1n na 1 || n na 1 || n na 1n na 11 n n n n aa • Demonstração: i) Inicialmente, consideremos que os termos an sejam reais. Seja bn = an + |an|. Logo: bn = 0 ou bn = 2.|an| 0 bn 2.|an| Pelo Teste da Comparação, converge, pois é convergente. Porém, an = bn - |an|, o que nos leva à conclusão de que também é convergente. 1n nb 1 || n na 1n na • ii) Vamos supor agora que os termos an sejam complexos, ou seja, an = un + ivn, onde un e vn são reais. Como |un| |an|, e como é convergente, conclui-se que converge. Isto permite concluir que é convergente, já que os termos un são reais. Analogamente, é convergente. Por linearidade, conclui-se que converge. • iii) quando n . 1 || n na 1 || n nu 1n nu 1n nv 1 )( n nn ivu 1111 n n n n n k k n k k aaaa OS TESTES DE DIRICHLET E DE ABEL • TEOREMA: sejam {an} e {bn} duas sequências de números complexos, e seja An = . Então a seguinte identidade, conhecida como fórmula das somas parciais de Abel, é válida: • Demonstração: Seja A0 = 0, de modo que temos ak = Ak – Ak-1, k = 1, 2, ..., n. Logo: n k ka 1 n k n k kkknnkk bbAbAba 1 1 11 )( n k n k kkknn n k n k n k n k n k nnkkkkkkkkkkkkk bbAbAbAbAbAbAbAbAAba 1 1 11 1 1 1 1 1 1111 )()( • TESTE DE DIRICHLET: seja uma série de termos complexos cujas somas parciais formam uma sequência limitada. Seja {bn} uma sequência decrescente que converge para zero. Então a série converge. • Demonstração: seja {An} a sequência das somas parcias de . Então, M > 0 tal que |An| M para todo n. Logo, . Devemos agora mostrar que é convergente. 1n na n n nba 1 1n na 0lim 1 nn n bA 1 1)( k kkk bbA • Uma vez que {bn} é decrescente, temos que |Ak(bk – bk+1)| M(bk – bk+1). Porém, a série é telescópica e, portanto, converge (pois a sequência {bn} é convergente). Assim, pelo teste da comparação, podemos concluir que converge absolutamente. 1 1 )( k kk bb 1 1)( k kkk bbA • TESTE DE ABEL: sejam uma série convergente de termos complexos e {bn} uma sequência monótona convergente de termos reais. Então a série converge. • Exercício: demonstre o Teste de Abel. 1n na n n nba 1 INTEGRAIS IMPRÓPRIAS • Durante a cadeira Cálculo I, foi realizado o estudo da integral , com a restrição de que a função f(x) fosse definida e limitada em todo o intervalo [a,b]. Vamos generalizar o estudo de integrais, relaxando esta restrição. • É possível, por exemplo, estudar o comportamento da integral quando b ou quando a – integral infinita (ou integral imprópria de primeira espécie). b a dxxf )( • Também é possível que a função f seja ilimitada em um ou mais pontos do intervalo [a,b], obtendo-se a chamada integral imprópria de segunda espécie. • Uma integral imprópria que seja simultaneamente de primeira e segunda espécies é dita uma integral imprópria de terceira espécie. • As integrais estudadas no Cálculo I são denominadas integrais próprias. • DEFINIÇÃO: considere que a integral própria exista para todo b a, e definamos uma função I(b) tal que I(b) = , b a. Esta função I(b) é denominada integral imprópria de primeira espécie, e é representada por . • Diz-se que esta integral converge quando o limite existe e é finito; caso contrário, diz-se que a integral diverge. b a dxxf )( b a dxxf )( a dxxf )( b abb dxxfbI )(lim)(lim • A definição das integrais impróprias da forma é análoga. Se as integrais esão ambas convergentes, diz-se que a integral é convergente, sendo o seu valor dado pela soma: Se pelo menos uma das integrais do membro direito divergir, então é divergente. b dxxf )( c dxxf )( c dxxf )( dxxf )( c c dxxfdxxfdxxf )()()( dxxf )( • Exemplos: a) Integral Geométrica (ou Exponencial): onde k é uma constante. Converge para k > 0, diverge para k 0. b) Integral em p de primeira espécie: , onde p é uma constante e a > 0. Converge para p > 1, diverge para p 1. a kx dxe a px dx • TEOREMA: Considere que a integral própria exista para todo b a, e suponha que f(x) 0 para todo x a. Então, converge se e somente se existir uma constante M > 0 tal que M para todo b a. • TEOREMA: Considere que a integral própria exista para todo b a, e suponha que 0 f(x) g(x) para todo x a, sendo convergente. Então, também converge, e . b a dxxf )( a dxxf )( b a dxxf )( b a dxxf )( a dxxg )( a dxxf )( aa dxxgdxxf )()( • TEOREMA: Considere que as integrais próprias e existam para todo b a, sendo f(x) 0 e g(x) > 0 para todo x a. Se , então ou as integrais e convergem ou ambas divergem. Se o valor de c for igual a zero, então pode ser afirmado que a convergência de impli- ca a convergência de . b a dxxf )( b a dxxg )( 0 )( )( lim c xg xf x a dxxf )( a dxxg )( a dxxg )( a dxxf )( Integrais Impróprias de Segunda Espécie • Suponha que f seja uma função definida no intervalo (a,b], e considere que a integral exista x (a,b]. Define-se uma nova função I(x) = , a < x b. Esta função I é denominada integral imprópria de segunda espécie, e é representada pelo símbolo . • Diz-se que esta integral converge se o limite existe e é finito; caso contrário, a integral diverge. b x dttf )( b x dttf )( b a dttf )( b xaxax dttfxI )(lim)(lim • As integrais impróprias da forma são definidas de forma análoga. Se as integrais e convergem, então: • Os testes de convergência das integrais de segunda espécie são similares aos das de primeira espécie. b a dttf )( c a dttf )( b c dttf )( b c c a b a dttfdttfdttf )()()( • As integrais de terceira espécie podem ser expressas em termos de integrais de primeira e segunda espécies, e o seu estudo se reduz a estes casos.
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