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Aula 02 Material de Construção

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CURSO DE EDIFICAÇÕES 
Disciplina: Material de Construção I 
Docente: Rodrigo Dantas 
Aula 01 
ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS 
• ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS: Além de plantas, desenhos e cálculos, um Projeto 
de Engenharia tem partes de redação sob a forma de memorial descritivo e de 
especificações técnicas. 
 
Memorial Descritivo: Dá a descrição e indicação dos materiais a serem 
empregados. Dirigido a elementos não técnicos para melhor compreensão do 
projeto, inclusive de toda a obra, quando concluída. 
 
Especificações técnicas: Indicação minuciosa das propriedades mínimas que os 
materiais devem apresentar e a técnica a ser empregada na construção. 
Destinam-se ao construtor visando assegurar que a obra seja realizada com os 
cuidados apontados no projeto. 
EXERCÍCIO DE APLICAÇÃO 
(CONCRETO) 
PONTO FUNDAMENTAL: As condições a que devem satisfazer cada material 
para uma obra de engenharia de boa qualificação precisam traduzir um 
equilíbrio entre todos os requisitos. Além disso, em cada requisito, qualquer 
alteração, para mais ou para menos, trará reflexos negativos, seja na 
qualidade, nas condições econômicas ou nas condições estéticas e esse 
equilíbrio deve atingir todo o conjunto de materiais empregado na obra. 
 
Resistência: Deve ser a adequada para cada caso. Se for insuficiente, isto é, 
com falta de cimento, prejudicará a estética em primeiro lugar (aparência 
porosa, fissuração, etc) depois a durabilidade e a própria segurança das 
estruturas com ele executadas. Se for em excesso para aquela aplicação, irá 
aumentar o custo. 
EXERCÍCIO DE APLICAÇÃO 
(CONCRETO) 
Trabalhabilidade: Cada material tem uma característica própria. Deve-se 
procurar o máximo de trabalhabilidade sem prejudicar as outras condições 
técnicas ou estéticas. No caso do concreto, trabalhabilidade em excesso (muita 
água) prejudicará a resistência e a durabilidade por excesso de porosidade 
futura, ao passo que trabalhabilidade de menos (muito seco) irá prejudicar 
todas as outras condições, tanto técnicas e estéticas quanto econômicas, 
também por excesso de porosidade pela falta de adensamento. 
 
Durabilidade: É o quesito que mais depende da boa execução. Concretos 
potencialmente duráveis (com dosagem adequada) podem ter sua vida útil 
bastante reduzida se forem mal aplicados (apresentando alta porosidade, mal 
preenchimento das formas, fissuração generalizada, etc). Projeto ruim e má 
execução fazem crescer os custos de conservação. 
EXERCÍCIO DE APLICAÇÃO 
(CONCRETO) 
Higiene: É a quarta condição técnica a ser atendida. O concreto, os outros 
materiais, assim como as edificações, devem dar conforto (isolamento térmico 
e acústico) além de proteger a saúde dos usuários. Um bom concreto não 
pode ter agregados radioativos, por exemplo. 
 
Fabricação: A qualidade está ligada tanto à tecnologia de fabricação dos 
materiais quanto ao esmero no projeto e na execução das obras. A estética 
também depende da fabricação dos materiais ou execução das edificações. No 
concreto, importa a qualidade de cada componente, a dosagem correta e o 
mínimo de falhas nas operações de produção e de cura. 
 
Transporte: Também é uma condição econômica a que devem satisfazer os 
materiais empregados. Os custos de transporte (interno e externo) devem ser 
compatíveis com as condições gerais de execução dos projetos; e gerando 
mínimo custo. 
EXERCÍCIO DE APLICAÇÃO 
(CONCRETO) 
Aplicação: Os custos de aplicação dos diversos materiais ou sistemas 
construtivos devem também ser compatíveis com o nível esperado no projeto. 
(qualidade geral dos componentes, traço adequado, equipe de execução bem 
treinada, cura adequada, etc.) 
 
Conservação: Os custos de conservação ou manutenção das estruturas de 
concreto, além de uma característica intrínseca dos materiais componentes 
dependem muito da boa execução. As falhas de projeto e de execução 
conduzem a custos mais altos de conservação. 
 
Cor: a cor é realmente importante nos materiais visíveis numa construção; 
assim, ela será mais importante nos concretos aparentes, onde qualquer falta 
de homogeneidade seria prontamente denunciada. (Ainda, a deterioração do 
colorido quase sempre denota perda de durabilidade). 
EXERCÍCIO DE APLICAÇÃO 
(CONCRETO) 
Aspecto: pela textura da peça de concreto (aspecto visual), dá para sentir o 
nível de qualidade do mesmo (se possui baixa porosidade, teor adequado de 
argamassa, homogeneidade, não oxidação, etc.). Aqui, maiores cuidados serão 
exigidos nas estruturas em que o concreto for aparente, sem revestimento. 
 
Plástica: Uma estrutura projetada com harmonia de dimensões causa impacto 
visual agradável ao observador. Nesse caso, o concreto dependerá mais da 
habilidade do engenheiro que projetou e calculou a estrutura. 
ENSAIOS DE MATERIAIS 
Os ensaios possuem maior eficácia, pois as condições a que o material deve 
satisfazer podem ser reguladas ou modificadas intencionalmente, o que irá 
aumentar a velocidade das observações trazendo resposta mais rápidas. 
 
ENSAIOS DE MATERIAIS 
Coeficiente de Segurança: 
É necessário que o esforço imposto a um material seja inferior ao esforço 
limite que o mesmo pode suportar a fim de que haja margem para absorver 
aumentos de tensão ou de fadiga provenientes de carregamentos imprevistos, 
choques intempestivos, uso contínuo, oxidação, microfissuração, falta de 
homogeneidade, etc. 
 
Recepção dos Materiais: 
São os processos rápidos e econômicos adotados para se conferir as 
qualidades previstas para cada material (série de ensaios de fácil execução). 
MÉTODOS DE NORMALIZAÇÃO 
Os números fornecidos pelos ensaios são valores relativos. É grande o número 
de parâmetros que influenciam. Daí a necessidade da fixação de métodos que, 
reduzindo ao mínimo os fatores de variação, permitem uma comparação mais 
perfeita das características. A interpretação dos resultados exige a associação 
de diferentes ensaios. 
 
Num ensaio de resistência mecânica, por exemplo, os seguintes fatores 
exercem considerável influência: 
 
- forma geométrica e dimensões dos corpos de prova; 
- duração e marcha do ensaio; 
-máquina de ensaio; 
- condições outras do ensaio (temperatura, estado de umidade, etc) 
OBJETIVO DA NORMALIZAÇÃO 
Normalizar é padronizar atividades específicas e repetitivas. É uma maneira de 
organizar as atividades por meio da criação e utilização de regras ou normas. A 
normalização técnica tem como objetivo contribuir nos seguintes aspectos: 
 
a) Qualidade; 
b) Produtividade; 
c) Tecnologia; 
d) Marketing; 
e) Eliminação de barreiras técnicas e comerciais. 
CONCEITOS DA NORMALIZAÇÃO 
Normas Técnicas: documentos aprovados por uma instituição reconhecida, 
que prevê, para um uso comum e repetitivo, regras, diretrizes ou 
características para os produtos ou processos e métodos de produção conexos, 
cuja observância não é obrigatória, a não ser quando explicitadas em um 
instrumento do Poder Público (lei, decreto, portaria, normativa, etc.) ou 
quando citadas em contratos. 
 
Normas Regulamentadoras (NR): documentos aprovados por órgãos 
governamentais em que se estabelecem as características de um produto ou 
dos processos e métodos de produção com eles relacionados, com inclusão 
das disposições administrativas aplicáveis e cuja observância é obrigatória. 
NÍVEIS DE NORMALIZAÇÃO 
Os níveis de normalização são estabelecidos pela abrangência das normas em 
relação às áreas geográficas. A abrangência aumenta da base para o topo da 
pirâmide. 
NÍVEIS DE NORMALIZAÇÃO 
Normas Empresariais – são as normas elaboradas e aprovadas visando à 
padronização de serviços em uma empresa ou em um grupo de empresas; 
 
Normas de Associação – são as normas elaboradas e publicadas por uma 
associação representante de um determinado setor, a fim de estabelecer 
parâmetros a seremseguidos por todas as empresas a ela associadas. São as 
normas editadas por uma organização nacional de normas. 
 
Normas Nacionais - No Brasil, as normas brasileiras são os documentos 
elaborados segundo procedimentos definidos pela ABNT (Associação Brasileira 
de Normas Técnicas). O CNN (Comitê Nacional de Normalização) define a 
ABNT como Foro Nacional de Normalização, entidade privada, sem fins 
lucrativos, à qual compete coordenar , orientar e supervisionar o processo de 
elaboração de normas brasileiras, bem como elaborar, editar e registrar as 
referidas normas (NBR). As normas brasileiras são identificadas pela ABNT com 
a sigla NBR número/ano e são reconhecidas em todo o território nacional. 
NÍVEIS DE NORMALIZAÇÃO 
Normas Regionais – São estabelecidas por um organismo regional de 
normalização, para aplicação em um conjunto de países. As Normas do 
Mercosul são desenvolvidas pela AMN (Associação Mercosul de 
Normalização), elaboradas através dos CSM (Comitês Setoriais Mercosul). 
 
Normas Internacionais - São normas técnicas estabelecidas por um organismo 
internacional de normalização, resultantes da cooperação e de acordos entre 
grande número de nações independentes, com interesses comuns. 
 
 
NÍVEIS DE NORMALIZAÇÃO 
Normas ISO – São aquelas elaboradas e editadas pela Organização 
Internacional de Padronização (Internacional Organization for Standardization). 
Fazem parte da ISO institutos de normalização nacionais de mais de cem 
países do mundo, entre eles o Brasil, representado pela ABNT. 
 
ISO 9000 - É formada pelas seguintes normas: 
 
NBR ISO 9000 – descreve os fundamentos de sistemas de gestão da qualidade 
e estabelece a terminologia para esses sistemas; 
NBR ISO 9001 – especifica requisitos para um sistema de gestão da qualidade; 
NBR ISO 9004 – fornece diretrizes que consideram tanto a eficácia, como a 
eficiência de sistemas de gestão da qualidade. 
 
 
NÍVEIS DE NORMALIZAÇÃO 
ISO 14000 – Voltada para o meio ambiente. Essa norma é de grande 
importância no momento em que a humanidade passa por alterações 
climáticas devido ao descaso para com os aspectos ambientais. A série 14000 
é formada por três normas: 
 
NBR ISO 14000 – descreve os fundamentos de sistemas de gestão ambiental e 
estabelece a terminologia para esses sistemas; 
NBR ISO 14001 – especifica requisitos para um sistema de gestão ambiental; 
NBR ISO 14004 – fornece diretrizes que consideram tanto a eficácia, como a 
eficiência de sistemas de gestão ambiental. 
 
NORMALIZAÇÃO BRASILEIRA NA 
CONSTRUÇÃO CIVIL 
CB-02 - Elaboração das normas técnicas de componentes, elementos, 
produtos ou serviços utilizados na construção civil (planejamento, projeto, 
execução, métodos de ensaio, armazenamento, transporte, operação, uso e 
manutenção e necessidades do usuário, subdivididas setorialmente); 
 
CB-18 - Normalização no setor de cimento, concreto e agregados, 
compreendendo dosagem de concreto, pastas e argamassas; aditivos, 
adesivos, águas e elastômeros (terminologia, requisitos, métodos de ensaio e 
generalidades). 
NORMALIZAÇÃO BRASILEIRA NA 
CONSTRUÇÃO CIVIL 
• Finalidades da Normalização: As Normas Técnicas são elaboradas para 
regulamentar a QUALIDADE, a CLASSIFICAÇÃO, a PRODUÇÃO e o EMPREGO 
dos diversos materiais. 
 
• Entidades Normalizadoras: 
NORMALIZAÇÃO BRASILEIRA NA 
CONSTRUÇÃO CIVIL 
• Vigência: As COMISSÕES TÉCNICAS da ABNT promovem revisão no elenco de 
normas sob sua responsabilidade a cada período de 5 (cinco) anos, podendo 
ou não alterar o texto da mesma em vigor. 
 
• Tipos de Normas: A ABNT prepara os seguintes tipos de Normas. (qualquer 
delas é uma NT) 
AGLOMERANTES 
Aglomerantes são produtos empregados na construção civil para fixar ou 
aglomerar materiais entre si. Constituem o elemento ativo que entra na 
composição das pastas, argamassas e concretos. São geralmente materiais 
pulverulentos que, misturados intimamente com água, formam uma pasta 
capaz de endurecer por simples secagem, ou então, o que é mais geral, em 
virtude de reações químicas. 
AGLOMERANTES 
AGLOMERANTES 
AGLOMERANTES 
AGLOMERANTES 
Como foi visto no quadro geral, muitos são os materiais que tem propriedades 
aglomerantes, porém para uso na construção civil é essencial que as matérias 
primas para sua obtenção sejam abundantes na natureza e se encontrem em 
condições de aproveitamento econômico. 
 
Como medida de economia e também para atenuar a influência nociva da 
retração, é geralmente necessário adicionar-se à pasta um elemento inerte 
chamado “agregado”. 
 
O agregado é um material granuloso e inerte, convenientemente graduado, 
que entra na composição das argamassas e concretos. 
AGLOMERANTES 
O agregado classifica-se em: 
 
Agregado miúdo: de diâmetro máximo igual ou inferior a 4,8mm. (areia natural 
e areia artificial). 
Agregado graúdo: de diâmetro máximo superior a 4,8mm (pedra britada, seixo, 
etc). 
 
Adicionando-se à pasta um agregado miúdo tem-se uma argamassa. Se 
adicionar, entretanto, à pasta uma mistura de agregado miúdo e agregado 
graúdo tem-se um concreto. Assim sendo podemos definir: 
 
Pasta: mistura íntima de um aglomerante e água. 
Argamassa: mistura íntima de um aglomerante, um agregado miúdo e água. 
Concreto: mistura íntima de um aglomerante, um agregado miúdo, um 
agregado graúdo e água. 
AGLOMERANTES 
O endurecimento das argamassas e dos concretos decorre do endurecimento 
da pasta, visto que, a pasta endurecida adere também aos materiais com os 
quais tenha sido posta em contato; permitindo assim a execução das 
alvenarias, revestimentos, concreto armado, estabilização de solos, etc. 
 
Os aglomerantes são classificados em quimicamente inertes e quimicamente 
ativos. 
 
Aglomerantes quimicamente inertes: endurecem por simples secagem, como 
a argila. 
Aglomerantes quimicamente ativos: endurecem por reações químicas. 
AGLOMERANTES 
Os aglomerantes quimicamente ativos, como as cales, gessos e cimentos, cujo 
endurecimento nas condições normais de temperatura e pressão é decorrente 
de uma reação química, apresentam maior interesse e têm grande campo de 
aplicação, pois são capazes de atingir altas resistências físico-mecânicas e de se 
manterem estáveis nessa condição por longo tempo. 
AGLOMERANTES 
Os aglomerantes aéreos devem ser empregados somente ao ar, pois não 
resistem satisfatoriamente quando imersos em água, mesmo depois de 
endurecidos. Além disso, o seu endurecimento depende da secagem para 
ganho e manutenção da resistência. 
Neste grupo tem-se: cales aéreas, gessos, magnésia sorel. 
 
Os aglomerantes hidráulicos resistem satisfatoriamente quando empregados 
dentro de água, e alem disso, o seu endurecimento processa-se sob influência 
exclusiva da água. (o endurecimento pode se efetivar independentemente da 
exposição ao ar, ou seja, não dependem da secagem). 
Exemplos: cimentos naturais ou artificiais e cales hidráulicas. 
AGLOMERANTES 
Aglomerantes simples - constituídos de um único produto sem mistura 
posterior ao cozimento, a não ser de pequenas porcentagens admitidas em 
suas especificações de substâncias destinadas a regularizar a pega, facilitar a 
moagem ou ativar a progressão do endurecimento. 
São aglomerantes simples: os aéreos acima referidos e os hidráulicos (cal 
hidráulica, cimento natural, cimento portland ou artificial e o cimento 
aluminoso). 
 
Aglomerantes Compostos - são constituídos pela mistura de sub-produtos 
industriais, ou produtos naturais de baixo custo (escória de alto-forno ou 
pozolana) com um aglomerante simples, geralmente cal ou portland. É comum 
adotar-se o termo Hidraulite para englobar as pozolanas e a escória de alto-
forno. 
São aglomerantes compostos: cimentos pozolânicos e cimentos metalúrgicos. 
AGLOMERANTES 
Aglomerantes Mistos - são constituídospela mistura de dois aglomerantes 
simples. 
 
Aglomerantes com adição - é o aglomerante simples ao qual foram feitas 
adições que excedem os limites estabelecidos em suas especificações para 
dar-lhes propriedades especiais como diminuir a permeabilidade, reduzir o 
calor de hidratação, diminuir a retração, aumentar a resistência a agentes 
agressivos, dar coloração especial, etc. 
FASE DE PEGA 
Denomina-se pega ao período inicial de solidificação da pasta, designando-se 
por início de pega o momento em que a pasta começa a endurecer perdendo a 
sua plasticidade. 
 
Por fim de pega entende-se o momento em que a pasta se solidifica 
completamente, perdendo portanto toda a sua plasticidade. 
 
O fim da pega não significa que a pasta tenha adquirido toda a sua resistência, 
pois terminada a fase de pega inicia-se a fase de endurecimento que pode 
durar anos, se as condições de conservação forem favoráveis. 
 
FASE DE PEGA 
Para o cimento portland o fim de pega ocorre de 4 a 6 horas após o contato 
com a água (pasta de consistência normal). O endurecimento prossegue da 
seguinte forma (valores médios): 
 
Os aglomerantes classificam-se segundo o tempo de início de pega em: 
Pega rápida .............. 30 minutos 
Pega semi-rápida ..... 30 a 60 minutos 
Pega normal .............60 minutos a 6 horas 
PRÓXIMA AULA: MATERIAIS CERÂMICOS 
BOA NOITE

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