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1 Sumário 1. Introdução ...................................................................................................... 2 2. Transmissão ................................................................................................... 3 3. Diagnóstico .................................................................................................... 3 4. Tratamento ..................................................................................................... 4 5. Poliomielite no Brasil ...................................................................................... 4 6. Referencias .................................................................................................... 6 2 1. Introdução A poliomielite é uma doença infectocontagiosa aguda, causada por um vírus que vive no intestino, denominado poliovírus. A estrutura do poliovírus foi descoberta pela primeira vez em 1985 e foi uma das primeiras estruturas virais já descobertos. É um vírus formado por uma cadeia simples de RNA e faz parte gênero Enterovírus, da família Picornaviridae. Tem três sorotipos e mede de 24-30 nm de diâmetro. Os três sorotipos do poliovírus chamados de 1, 2 e 3 provocam a poliomielite. O poliovirus tipo 1 é o isolado com maior freqüência nos casos com paralisia, seguido do tipo 3. O sorotipo 2, seguido pelos sorotipos 1 e 3, é o que apresenta maior imunogenicidade (capacidade de produzir resposta imunológica), e a imunidade é específica para cada sorotipo. A poliomielite, ou paralisia infantil é causada por vírus que se instala agudamente e é caracterizada por um quadro clássico de perda do tônus muscular e paralisia/fraqueza com preservação da sensibilidade e ausência de reflexos na parte do corpo atingida pela doença. O déficit motor instala-se subitamente, e a evolução não costuma ultrapassar três dias. Acomete em geral os membros inferiores, de forma assimétrica. O poliovirus é um virus com alta infectividade, ou seja, ele rapidamente penetra no corpo do hospedeiro (doente) e se multiplica em 100% dos casos. Mas somente de 0,1% a 2,0% dos infectados desenvolvem a forma paralítica da doença. Isso significa que a capacidade do vírus de causar uma forma importante (com paralisia) da doença é pequena. A gravidade da doença é maior quando o vírus contamina adolescentes ou adultos. A maior parte das infecções apresenta poucos sintomas (forma subclínica) ou nenhum e estes são parecidos com os de outras doenças virais ou semelhantes às infecções respiratórias simples como gripe ou infecções gastrintestinais com náusea, vômito, constipação (prisão de ventre), dor abdominal. O vírus se multiplica, inicialmente, nos locais por onde ele entra no organismo (boca, garganta e intestinos). Em seguida, vai para a corrente sanguínea e pode chegar até o sistema nervoso, dependendo da pessoa infectada. 3 Desenvolvendo ou não sintomas, o indivíduo infectado elimina o vírus nas fezes, que pode ser adquirido por outras pessoas por via oral. 2. Transmissão A transmissão pode ser direta, de pessoa a pessoa, por meio de secreções de nariz e faringe (tosse e espirro) ou pode ocorrer a transmissão indireta, por alimentos, água ou objetos contaminados. A transmissão é mais frequente em ambientes cheios de crianças com más condições de higiene. O período de incubação da doença é de 7-12 dias. O reservatório do vírus na natureza é o homem. Na pessoa infectada, a transmissão do vírus pela orofaringe dura uma semana e pelas fezes por até seis semanas. O período de transmissão acontece geralmente antes das manifestações clínicas da doença quando a pessoa não sabe que está contaminada. 3. Diagnóstico Atualmente, é muito importante confirmar a doença nos casos suspeitos. O diagnóstico laboratorial da poliomielite objetiva o isolamento do vírus e do seu sorotipo. Como o poliovirus selvagem foi erradicado do continente americano, os casos suspeitos têm que ser rigorosamente investigados. Os exames que ajudam no diagnóstico são: quimiocitológico do líquor, detecção de anticorpos da classe IgM, eletroneuromiografia. Todas as doenças que podem dar um quadro clínico semelhante ao da poliomielite devem ser levadas em consideração através de diagnóstico diferencial. O diagnóstico final é feito pelo isolamento e identificação do vírus nas fezes, preferencialmente nas primeiras duas semanas após a instalação da paralisia. O isolamento do vírus também pode ser feito do sangue, orofaringe e líquor, embora em menor porcentagem do que nas fezes. Nos casos de óbito, podem ser coletados tecidos do sistema nervoso central para posterior isolamento do vírus. 4 O diagnóstico sorológico pode ser feito coletando-se duas amostras de sangue, uma na fase aguda e outra na de convalescença; para confirmação da infecção, o título de anticorpos deve aumentar em quatro vezes. 4. Tratamento A poliomielite não tem tratamento específico. A doença deve ser evitada tanto através da vacinação contra poliomielite como de medidas preventivas contra doenças transmitidas por contaminação fecal de água e alimentos. As más condições habitacionais, a higiene pessoal precária e o elevado número de crianças numa mesma habitação também são fatores que favorecem a transmissão da poliomielite. No Brasil, a vacina é dada rotineiramente nos postos da rede municipal de saúde e também durante campanhas nacionais de vacinação. A vacina contra a poliomielite oral trivalente deve ser administrada aos dois, quatro e seis meses de vida. O primeiro reforço é feito aos 15 meses e o outro entre quatro e seis anos de idade. Qualquer caso suspeito de poliomelite deve ser notificado, imediatamente, ao serviço de Vigilância Epidemiológica da região onde o paciente foi atendido ou à Central de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado da Saúde. Isso inclui todos os casos de paralisia flácida aguda em menores de 15 anos e, em pessoas de qualquer idade, quando a suspeita for poliomielite. A vacina Sabin não deve ser administrada aos indivíduos com imunodepressão grave, pois há relatos de disseminação do poliovírus atenuado podendo levar à instalação de paralisia até 6 meses após a administração da vacina oral. 5. Poliomielite no Brasil A poliomielite foi considerada erradicada no mundo e no Brasil em 1994, 19 anos depois de a epidemiologia da poliomielite ter começado a ser estudada no Brasil. Até a década de 1980, como a cobertura vacinal era muito baixa, a poliomielite era muito frequente no país (em torno de 2.300 casos por ano). A partir de 1980, o Brasil passou a utilizar a estratégia das campanhas de vacinação com mudança desse quadro. O número de casos confirmados 5 começou a cair acentuadamente a partir do início da década de 80 chegando a 45 casos notificados, em 1983. A mortalidade também caiu bastante e a letalidade ficou em torno de 14%. Em 1986 ocorreu uma epidemia de poliomielite pelo poliovírus tipo 3 na Região Nordeste, a investigação epidemiológica mostrou que o problema estava na vacina utilizada na época que não fornecia proteção suficiente contra o sorotipo 3. A vacina foi modificada e mostrou aumento em sua eficácia. A partir desse ano o objetivo foi o de erradicar a transmissão do poliovírus selvagem no país como já havia acontecido em outros países e a última vez em que ele foi isolado no país foi em março de 1989. 6 6. Referencias Campos ALV, Nascimento,DR, Maranhão E. A história da poliomielite no Brasil e seu controle por imunização. Hist. cienc. saude-Manguinhos 2003; 10: suppl.2. Rocha EST, Carmo EH, Tavares-Neto J. Ocorrência de poliomielite associada à vacina no Brasil, 1995 a 2001 . Pan American Journal of Public Health 2005; 18: 21-24. Martins SVFernando, Castiñeiras, Terezinha Marta P.P. Poliomielite, in Centro de Informação em Saúde para Viajantes FIOCRUZ. Poliomielite: sintomas, transmissão e prevenção. Disponível em: <https://www.bio.fiocruz.br/index.php/poliomielite-sintomas-transmissao-e- prevencao>. Acesso em: 10 fev. 2017. INFORMAÇÃO EM SAÚDE. Estrutura do vírus da poliomielite. Disponível em: <http://www.365saude.com.br/pt-conditions-treatments/pt- viruses/1009119855.html>. Acesso em: 10 fev. 2017.
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