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PIONEIROS & EMPREENDEDORES-COLEÇÃO C I EE-129

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129
Pioneiros &
 emPreendedores
Jacques Marcovitch
C o l e ç ã o 
Sede
Rua Tabapuã, 540 - Itaim Bibi - São Paulo/SP - ceP 04533-001
Espaço Sociocultural – Teatro CIEE
Rua Tabapuã, 445 - Itaim Bibi - São Paulo/SP - ceP 04533-011
Prédio-Escola CIEE
Rua Genebra, 65/57 - centro - São Paulo/SP - ceP 01316-010
Prédio-Escola CIEE Bacelar
Rua Doutor Bacelar, 1080 - Vila clementino - São Paulo/SP - ceP 04026-002
Telefone do Estudante: (11) 3046-8211
Atendimento às Empresas: (11) 3046-8222
Atendimento às Instituições de Ensino: (11) 3040-4533
Fax: (11) 3040-9955
www.ciee.org.br
Pioneiros & emPreendedores
C o l e ç ã o C I e e
1 2 9
S ã o P a u l o 
2 0 1 3
Jacques Marcovitch
C389p CENTRO DE INTEGRAÇÃO EMPRESA-ESCOLA - CIEE
 Pioneiros & Empreendedores / Centro de Integração Empresa-
 Escola – São Paulo : CIEE, 2013. 
 46 p. ; il. (Coleção CIEE ; 129)
 
 Palestra proferida por Jacques Marcovitch durante o Fórum Permanente 
de Debates sobre a Realidade Brasileira, realizada em 28 de junho de 2012, 
no Auditório “Ernesto Igel” do CIEE. 
 ISBN: 978-85-63704-17-7
 1. Administração - Empreendedorismo 2. Economia - Brasil 3. Silva,
 Ruy Martins Altenfelder 4. Bertelli, Luiz Gonzaga 5. Marcovitch, Jacques
 I. Título II. Série
CDU : 65 : 338
Planejamento e produção editorial: Pixys Comunicação Integrada
Coordenação editorial: Renato Avanzi
Diagramação e arte: André Brazão 
Apoio: Fabiana Rosa e Tânia Moura
Capa: André Brazão
Taquigrafia: Antonio José Chiquetto
Editado por
Centro de Integração Empresa-Escola - CIEE
Rua Tabapuã, 540 - Itaim Bibi - São Paulo/SP - CEP 04533-001
Telefone do Estudante: (11) 3046-8211
Atendimento às Empresas: (11) 3046-8222
Atendimento às Instituições de Ensino: (11) 3040-4533
Fax: (11) 3040-9955
www.ciee.org.br
Permitida a reprodução total ou parcial, desde que citada a fonte.
sumário
Pensar e fazer
Ruy Martins altenfelder Silva .......................................... 06
Construtores da Pátria
luiz Gonzaga Bertelli ..................................................... 10
Pioneiros & emPreendedores
Jacques Marcovitch ....................................................... 20
debates ....................................................................... 43
enCerramento ............................................................. 57
ruy martins altenfelder silva
advogado, presidente voluntário do Conselho de 
administração do Centro de Integração empresa-
-escola – CIee, presidente da academia Paulista 
de letras Jurídicas – aPlJ, do Conselho Superior 
de estudos avançados da Fiesp e vice-presidente 
da academia Paulista de História – aPH.
6 | Coleção CIEE 129 Pioneiros & Empreendedores | 76 | Coleção CIEE 129
“JaCquEs MarCovItCh rElata uMa 
pontE EntrE os pIonEIros quE 
lEvaraM o BrasIl ao topo da lIsta 
dos paísEs EMprEEndEdorEs E os 
novos E futuros EMprEsárIos 
BrasIlEIros.”
Pensar e fazer
 Ruy Martins altenfelder Silva 
6 | Coleção CIEE 129 Pioneiros & Empreendedores | 7Pioneiros & Empreendedores | 7
Pioneiros e Empreendedores: trata-se de um dos even-tos de maior relevância para ser debatido neste mo-mento. E nada melhor do que quem sabe e faz acon-
tecer para apresentar e debater o tema: Jacques Marcovitch.
Jacques Marcovitch é escritor, professor doutor de economia. 
Nasceu na cidade de Alexandria, no Egito, veio ao Brasil jun-
to com sua família, ainda adolescente, com apenas 15 anos, 
aos 18 ingressou na USP – Universidade de São Paulo. Foi 
presidente do Centro Acadêmico Visconde de Cairu em 1968, 
ano em que se formou em Administração de Empresas. 
Realizou seu mestrado na Owen Graduate School of Manage-
ment , Vanderbilt University e obteve o grau de doutor pela 
USP em 1973. Foi reitor da Universidade de São Paulo – USP, 
ex-presidente da CESP (Companhia Energética de São Paulo), 
atuou como secretário de Estado da Economia e Planejamen-
to do governo estadual de São Paulo. Hoje desenvolve proje-
tos educacionais para as iniciativas pública e privada.
O tema deste Fórum Permanente de Debates sobre a Realida-
de Brasileira promovido pelo Centro de Integração Empresa-
-Escola –CIEE foi escolhido em virtude de sua importância. 
Com sutileza e perspicácia, Jacques Marcovitch relata uma 
ponte entre os pioneiros que levaram o Brasil ao topo da lista 
dos países empreendedores e os novos e futuros empresários 
8 | Coleção CIEE 129
brasileiros, com explicações do tipo: 
Porque o que aconteceu é tão importante quanto o que está 
acontecendo? 
E o que vai acontecer? 
Porque é preciso pensar o futuro ousadamente!
Pioneiros e Empreendedores é uma ótima oportunidade para 
estudantes e profissionais de diversos segmentos se atualiza-
rem e adquirirem, principalmente, preciosos conhecimentos 
que enaltecem seus currículos.
Este relevante assunto será devidamente apresentado e expli-
cado com maestria pelo professor Jacques Marcovitch.
8 | Coleção CIEE 129 Pioneiros & Empreendedores | 9
luiz GonzaGa bertelli
Presidente executivo do Centro de Integração 
empresa-escola – CIee, presidente da academia 
Paulista de História – aPH, diretor e conselheiro 
da Federação das Indústrias do estado de São 
Paulo – FIeSP.
10 | Coleção CIEE 12910 | Coleção CIEE 129 Pioneiros & Empreendedores | 11
Construtores da Pátria
 luiz Gonzaga Bertelli 
“JaCquEs MarCovItCh rElata 
CoM proprIEdadE soBrE a vIda dE 
EMprEEndEdorEs E pIonEIros quE 
InfluEnCIaraM dECIsIvaMEntE 
a hIstórIa do dEsEnvolvIMEnto 
soCIal E EConôMICo do país.”
10 | Coleção CIEE 129 Pioneiros & Empreendedores | 11Pioneiros & Empreendedores | 11
O Centro de Integração Empresa-Escola – CIEE, casa do estudante brasileiro, recebe com muita honra o insigne professor e grande amigo, o professor e 
doutor Jacques Marcovitch. Ele foi destacado reitor da Uni-
versidade de São Paulo - USP, principal escola superior do 
País, e atualmente é professor titular da Faculdade de Eco-
nomia e Administração e Contabilidade, a FEA, da mesma 
instituição.
É também autor de diversos livros e centenas de artigos para 
jornais e revistas nacionais e internacionais, destacando-se as 
publicações “A Universidade (Im)Possível” e “A Universidade 
Viva”, dentre outras.
O consagrado mestre Jacques Marcovitch relata, com pro-
priedade, sobre a vida de empreendedores e pioneiros que 
inf luenciaram decisivamente a história do desenvolvimento 
social e econômico do País e da nossa nacionalidade.
Marcovitch conta a saga de alguns brasileiros e imigrantes 
que transmitiram aos seus descendentes e também às futu-
ras gerações exemplos insofismáveis de empreendedorismo, 
lições permanentes de pertinácia, obstinação, ensinamentos 
de vida e de trabalho.
Bresser Pereira e Fernando Henrique Cardoso elaboraram 
12 | Coleção CIEE 129
duas monografias clássicas sobre o tema, editadas em 1964, 
que jogam luz sobre os empreendedores. Bresser salienta que 
a grande maioria dos empreendedores brasileiros era com-
posta de estrangeiros, imigrantes ou seus descendentes, que 
não tinham vínculos com a aristocracia cafeeira. 
Quanto ao ex-presidente da República, Fernando Henrique 
Cardoso, o seu ponto de vista é semelhante:
"É óbvio admitirmos nos dias atuais a fundamental impor-
tância dos empreendedores para o nosso progresso. Algumas 
figuras, inclusive, folclóricas, singulares, que abriram fron-
“a grandE MaIorIa dos 
EMprEEndEdorEs BrasIlEIros 
Era CoMposta dE EstrangEIros, 
IMIgrantEs ou sEus dEsCEndEntEs, 
quE não tInhaM vínCulos CoM a 
arIstoCraCIa CafEEIra.”
12 | Coleção CIEE 129 Pioneiros & Empreendedores | 13
teiras agrícolas e implantaram fantásticos complexos indus-
triais e agrícolas superando todas as adversidades." 
O autor dessapresente obra nos recorda das personalida-
des da Família Prado, pioneira na implantação dos proje-
tos do agronegócio, assim como outros de mesmo ímpeto, 
responsáveis pelas estradas de ferro, sistema bancário, dentre 
eles Antônio Prado, político inf luente, fazendeiro e industrial 
por excelência.
Marcovitch aborda a saga dos imigrantes italianos e dos imi-
grantes libaneses da família Jafet, precursores da indústria 
têxtil e de empreendimentos filantrópicos e sociais como o 
consagrado Hospital Sírio-libanês e o Clube Monte Líbano. 
Da migração italiana, destaca-se o legendário Conde Fran-
cisco Matarazzo, possuidor de imensa fortuna. Sua trajetória 
demonstrava que o imigrante poderia alcançar com êxito e 
com seu próprio trabalho e sucesso o progresso ambicionado. 
Exalta a coragem de Ramos de Azevedo, o grandíssimo ino-
vador da arquitetura e construção civil na terra de Anchieta, 
que foi também um grande educador, com Liceu de Artes e 
Ofícios e a direção da Escola Politécnica. Introdutor dos es-
tágios e treinamento dos jovens nos cursos de engenharia no 
Brasil, Azevedo foi também pioneiro nessa área.
14 | Coleção CIEE 129
Outro símbolo de empreendedorismo foi Roberto Simonsen, 
cuja biografia o nosso presidente do CIEE, Ruy Martins Al-
tenfelder Silva, que por tantos anos esteve à frente do Institu-
to Roberto Simonsen, conhece tão bem. 
Simonsen foi pioneiro da construção civil, intelectual e mem-
bro da Academia Brasileira de Letras, presidente da FIESP e 
um dos incontestáveis líderes da Revolução Constitucionalis-
ta de 1932. Em 2012, momento em que São Paulo comemora 
80 anos da Revolução de 32, Simonsen é uma figura que cer-
tamente há de ser exaltada. 
Jacques Marcovitch também nos lembra do incansável Leon 
Feffer, nascido na Ucrânia, que foi pioneiro na fabricação do 
papel extraído da celulose e do eucalipto, além de dissemina-
dor da cultura judaica. Teve a coragem de mudar radicalmen-
te sua vida para fundar o Hospital Albert Einstein, centro de 
excelência médica mundialmente reconhecido.
No âmbito político, destaca-se Martinico Prado, notável ora-
dor, foi o responsável direto pela vinda em 1891 de minha 
família, a Bertelli, para o Brasil, instalando-a em Dois Córre-
gos, no interior paulista. Os meus bisavós, avós e pais colhe-
ram café e ali se implantaram, apesar de todas as dificuldades 
encontradas. No ano de 1870, Martinico lançou os trilhos da 
Companhia Paulista de Estrada de Ferro, empresa modelar 
14 | Coleção CIEE 129 Pioneiros & Empreendedores | 15
de todo o segmento.
Cita ainda Eduardo Prado, escritor também pertencente à fa-
mília Prado, embora fosse também um grande empresário, 
filho de Martinico Prado.
O professor Jacques Marcovitch, assinala que atualmente, 
apesar dos obstáculos naturais em todos os projetos de vida, 
novos empreendedores têm maior facilidade em sua corrida 
para o êxito. 
Contudo, como salienta o caríssimo mestre e amigo, não se 
trata de uma regra infalível. Como diria o velho Winston 
Churchill, o empreendedorismo continua a exigir sangue, 
suor e lágrimas, renúncias e exposições aos riscos e, acima de 
tudo, obstinação e persistência.
Nos seus três notáveis livros, considerados hoje clássicos no Brasil 
sobre a matéria do empreendedorismo, o professor Jacques Mar-
covitch ressalta o poder divino de superação dos pioneiros.
As obras servem como um verdadeiro guia, como radares 
mentais a serem seguidos, resgatando a história de figuras ex-
ponenciais, portadores de sonhos compartilhados por todos 
a respeito do tão ambicionado desenvolvimento sustentável 
do país.
16 | Coleção CIEE 129
No segundo volume de sua trilogia, Marcovitch introduz o 
Visconde de Mauá, criador da primeira grande indústria bra-
sileira, a de fundição.
Apresenta também Luiz de Queiroz, precursor do agronegó-
cio e pioneiro do ensino superior de agricultura. Responsável 
pelo notável campus da Escola Superior de Agricultura Luiz 
de Queiroz, em Piracicaba, interior do Estado de São Paulo. 
Poucos sabem que sua construção foi fruto da doação desse 
fantástico pioneiro.
Outros deles foram lembrados como: Attilio Fontana, fun-
dador do Grupo Sadia; o português Valentim dos Santos Di-
niz, criador do Grupo Pão de Açúcar e pai de Abílio Diniz, 
José Ermírio de Morais, responsável pelo desenvolvimento do 
Grupo Votorantim e patriarca da família Ermírio de Morais, 
e, ainda, Jorge Gerdau, que constituiu a mais internacional 
das empresas brasileiras.
Destaque também para dona Luiza Trajano, do Magazine 
Luiza, que fornece tantos estágios para os nossos jovens, hoje 
com mais de 300 lojas no Brasil. 
Marcovitch igualmente nos recorda de um ensinamento de 
Freud e dos mais notáveis psicólogos. Dizem os estudiosos 
da mente humana que o trabalho e o amor são as duas únicas 
16 | Coleção CIEE 129 Pioneiros & Empreendedores | 17
coisas que contam na vida e que nos fazem viver.
Sendo assim, nós podemos então concordar com o insigne 
professor Jacques que o empreendedorismo reúne os dois fa-
tores e tantos outros, que poderíamos agregar a eles.
Ao recebê-lo no CIEE, este espaço do estudante brasileiro que 
tem à frente da governança corporativa e dos nossos conse-
lhos o dedicado doutor Ruy Martins Altenfelder Silva, deseja-
mos ratificar a importância de seu ingente trabalho, inspira-
dos na obra do educador Antônio Cândido, professor emérito 
do CIEE/ESTADÃO.
Aguardamos, ansiosamente, seu próximo livro, o quarto da 
série sobre pioneirismo empresarial, resultado de suas labo-
riosas pesquisas e estudos que primam pela clareza de lin-
guagem e f luência nas biografias dos mais notáveis pioneiros 
e empreendedores da nação. 
Quantos outros nomes poderíamos acrescentar à condição de 
pioneiros, a serem sublimados pelo professor Jacques Marco-
vitch, entre eles: Amador Aguiar, Amaro Rolim, Mário Dedi-
ni, Orlando Ometto, Pery Igel, Olavo Setúbal e tantos outros.
Os relatos desse livro tratam dos formadores dessa nação, 
como os nossos antepassados italianos, dos escravos negros 
18 | Coleção CIEE 129
forçados a vir trabalhar entre nós e da sociedade brasileira, 
que se organizou transformada em um aglomerado humano 
de cerca de 200 milhões de seres, sendo uma das maiores eco-
nomias do universo.
Vamos, portanto, sem protelações, apreciar esta obra, resul-
tado da 139ª reunião do Fórum Permanente de Debates do 
CIEE sobre a Realidade Brasileira, com muita atenção, o de-
dicado ex-reitor da USP – Universidade de São Paulo, escritor, 
professor de economia, ex-presidente da CESP, secretário de 
Estado de Economia e Planejamento do nosso governo esta-
dual e grande incentivador das atividades do CIEE em prol da 
inclusão social do jovem estudante no mercado de trabalho e 
do seu aperfeiçoamento profissional, com redobrada atenção. 
Tenho certeza de que o leitor sairá enriquecido com seus no-
táveis ensinamentos.
18 | Coleção CIEE 129 Pioneiros & Empreendedores | 19
JaCques marCovitCh
Professor doutor, ex-reitor da universidade de 
São Paulo – uSP e membro do Conselho Superior 
do Graduate Institute of International and 
Development Studies, em Genebra.
20 | Coleção CIEE 12920 | Coleção CIEE 129 Pioneiros & Empreendedores | 21
Pioneiros & emPreendedores
Jacques Marcovitch
“ExIstEM alguns sEtorEs no 
BrasIl quE são aBsolutaMEntE 
fértEIs E Já anunCIaM o 
surgIMEnto dE pIonEIrIsMo.”
20 | Coleção CIEE 129 Pioneiros & Empreendedores | 21Pioneiros & Empreendedores | 21
É uma grande satisfação participar do Fórum Permanente de Debates sobre a Realidade Brasileira, promovido pelo Centro de Integração Empresa-Escola – CIEE.
Agradeço a todos do CIEE que tornaram esta oportunidade viá-
vel, especialmente ao presidente Executivo, Luiz Gonzaga Bertelli, 
pelo honroso convite.
Sem esquecer de RuyMartins Altenfelder Silva, presidente volun-
tário do Conselho de Administração do CIEE, companheiro de 
tantas caminhadas no âmbito público e no das associações, eu lhe 
sou muito grato por ter tido o privilégio de também acompanhar 
sua trajetória. Parte dessa obra se deve muito ao seu apoio quando 
diretor do Instituto Roberto Simonsen.
Cumprimento também o professor Paulo Nathanael e demais in-
tegrantes da comunidade do CIEE.
As referências feitas na introdução desta obra a Antônio Cândido 
e Edson Queiroz e a própria bibliografia de Bresser Pereira e Fer-
nando Henrique Cardoso, juntas, constituem uma extraordinária 
introdução à nossa reflexão conjunta.
22 | Coleção CIEE 129
o lEgado dos pIonEIros
 
Abordarei a questão do grau de dificuldade para ser um pioneiro nos 
dias de hoje em comparação aos quatro períodos históricos anteriores 
aos quais faremos referência. Também questionarei o que os pionei-
ros nos ensinam para a construção do século XXI. Portanto, além de 
olhar para essa época, há de se refletir sobre a construção do futuro.
Para isso, começarei pela conclusão. O que os pioneiros nos ensinam? 
Destacarei alguns ensinamentos antes de ressaltar uma característica 
em comum entre os pioneiros: a capacidade de conexão do passado, 
presente e futuro e dos vários ambientes, o internacional, o nacional, o 
local e o projeto empresarial.
O doutor Bertelli, logo nas primeiras páginas deste livro, lembrava da 
bibliografia de Bresser Pereira e Fernando Henrique Cardoso quando 
mencionou os imigrantes. Que podem ser considerados aqueles que 
migraram do rural para o urbano, os que vieram do Norte e Nor-
deste para o Sul, os atuais migrantes que estão saindo do Sul para a 
Região Norte. Muitos acreditam que imigrantes são somente aqueles 
que vieram do exterior para o Brasil.
Essas pessoas têm duas características. A primeira delas é que, en-
frentando adversidades em sua origem, onde nasceram e cresceram, 
desenvolvem uma capacidade de resiliência que será utilizada ao lon-
22 | Coleção CIEE 129 Pioneiros & Empreendedores | 23
go da vida para construir horizontes mais positivos apesar de vive-
rem em profundas adversidades.
Vale citar o caso do Barão de Mauá. Irineu Evangelista de Sousa foi 
expulso da casa do padrasto, depois do assassinato do pai e envia-
do ao Rio de Janeiro com nove anos de idade. Começa a vida como 
escriturário, tornando-se contador, mais tarde empresário e, mais 
adiante, diplomata. Fundador do Banco do Brasil, esse personagem, 
como muitos dos nomes já citados, inicia sua vida em momentos de 
profunda adversidade.
Mas, diferentemente de muitos que enxergam na adversidade o moti-
vo para se conformarem, à passividade e ao derrotismo, essas pessoas 
enxergam na adversidade uma fonte de aprendizagem para a cons-
trução do futuro. 
Além disso, por causa da migração, quer seja de um tempo, um país 
ao outro, ou uma região a outra, essas pessoas desenvolvem uma sen-
sibilidade maior à diversidade para se relacionar com o próximo.
O já mencionado empresário do ramo de gás, Edson Queiroz, é um 
exemplo inspirador dessa capacidade de transformação. Convém 
lembrar que ele, cuja história será relatada mais adiante, é uma pessoa 
que revolucionou a casa brasileira.
Pode-se questionar a função de um botijão de gás. Acontece que esse 
24 | Coleção CIEE 129
objeto significa a possibilidade de, em primeiro lugar, melhorar a 
qualidade de vida da dona de casa, que não precisa mais acordar às 
quatro horas da manhã para iniciar o fogão à lenha (ou a carvão) para 
somente então trazer para dentro de casa a comida para sua família.
Além disso, toda a verticalidade das cidades brasileiras se deve ao bo-
tijão de gás. Enquanto era utilizado o fogão à lenha no Brasil não ha-
via a possibilidade de pensarmos na construção de prédios de apar-
tamento. Tudo isso constitui elementos de revolução que, será visto 
adiante, e que foram adotados por pioneiros.
Outra característica que os pioneiros nos ensinam é dar uma nova 
“uMa CaraCtErístICa EM CoMuM 
EntrE os pIonEIros: a CapaCIdadE 
dE ConExão do passado, prEsEntE 
E futuro E dos várIos aMBIEntEs, 
o IntErnaCIonal, o naCIonal, o 
loCal E o proJEto EMprEsarIal.”
24 | Coleção CIEE 129 Pioneiros & Empreendedores | 25
interpretação à riqueza, ao poder e à sabedoria. A riqueza para 
eles não é um fim em si, mas um meio para viabilizar um sonho. 
Raramente ouviremos que seu objetivo era acumular riqueza. 
Os pioneiros veem no acúmulo do bem material um meio para 
realizar um sonho. O poder, para eles, significa dominar as suas 
emoções para alcançar um determinado objetivo. Não constitui 
mandar no outro, mas controlar a si mesmo para manter um ou 
alguns rumos que geram resultados.
Sabedoria, para os pioneiros, constitui a valorização do outro. 
Olhando para os nomes que foram citados, nota-se que todos sou-
beram se cercar de talentos que nas suas especialidades tinham 
um conhecimento muito maior de técnicas, ou habilidades mais 
valiosas que o próprio pioneiro, que se tornava um articulador 
dessas competências.
Além disso, essas pessoas tinham a capacidade da leitura. Por 
causa da sua percepção de adversidade e da diversidade, a leitura, 
a aprendizagem, a descoberta do outro e das tendências globais, 
nacionais e locais para transformá-las no seu projeto de pioneiris-
mo eram uma conexão permanente.
26 | Coleção CIEE 129
fEItos notávEIs
 
Os pioneiros serão analisados em quatro períodos: monárquico, onde 
surgirão as figuras de Mauá, Mascarenhas e os Prados; Republicano, 
começando pela Bahia com Luis Tarquínio, Francisco Matarazzo e 
o já citado Luiz de Queiroz, os Ludgrens, fundadores das Casas Per-
nambucanas, Nami Jafet, Ramos de Azevedo e Delmiro Gouveia, 
que começa em Pernambuco e funda seu projeto pioneiro em Pedra. 
Passando ainda por Jorge Street, em São Paulo, recordando a Vila 
Maria Zélia, uma permanente lembrança do que eram as vilas 
operárias criadas pelo setor têxtil para assegurar a mão de obra 
necessária para o projeto industrial.
No período entre 1930 e 1945, destaco figuras já lembradas como 
Klabin e Roberto Simonsen, Attilio Fontana e Guilherme Guinle. 
No caso de Roberto Simonsen convém lembrar que foi ele quem 
concebeu o projeto da construção da indústria junto com tantos 
outros fundadores do CIESP (Centro das Indústrias do Estado de 
São Paulo) e mais tarde do IDORT (Instituto de Organização Ra-
cional do Trabalho).
A criação do SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) 
a partir da visão do Roberto Simonsen até hoje demonstra a viabiliza-
ção de um projeto através da qualidade dos recursos humanos. 
26 | Coleção CIEE 129 Pioneiros & Empreendedores | 27
No período que vem depois, a partir de 1945, abordamos Ermírio 
de Morais, Leon Feffer, Valentim Diniz, Roberto Marinho e a fa-
mília Gerdau. 
O que faremos nas próximas páginas é voltar aos tempos dos pio-
neiros. Veremos as histórias das Casas Pernambucanas e, conse-
quentemente, dos irmãos Lundgren, e também, de Nami Jafet, 
Bernardo Mascarenhas, que trouxe a geração de energia elétrica 
para Minas Gerais, e de Luiz de Queiroz, com a formação de re-
cursos humanos, sem nos esquecer de sua esposa que teve um 
papel determinante na concepção do currículo da escola. 
“por Causa da MIgração, quEr sEJa 
dE uM tEMpo, uM país ao outro, ou 
uMa rEgIão a outra, Essas pEssoas 
dEsEnvolvEM uMa sEnsIBIlIdadE 
MaIor à dIvErsIdadE para sE 
rElaCIonar CoM o próxIMo.”
28 | Coleção CIEE 129
Francisco Matarazzo será lembrado pelo que era considerado o 
ícone do desenvolvimento: chaminés expelindo fumaça como for-
ma de caracterizar o incremento urbano. Hoje o desenvolvimento 
sustentável condena essa fumaça, mas naquela época era o símbolo 
desse avanço industrial.
Comentarei a Revolução Industrial, a companhiaDocas de Santos, 
um sonho de Guilherme Guinle, a família Klabin-Lafer, a tecelagem 
de Ermírio de Morais e Leon Feffer convocando a juventude a sentir a 
responsabilidade do Brasil. Terminaremos essas passagens indo para 
o Norte, para a Amazônia, vendo o papel que Samuel Benchimol de-
sempenhou na construção de um pensamento de desenvolvimento 
sustentável nas décadas de 1970 e 1980 do século passado.
Todas essas ilustres personalidades são mostradas no filme “TEM-
PO DOS PIONEIROS”, composto por diversos trechos de imagens de 
época que destacam o trabalho e os legados inestimáveis de grandes 
seres humanos, como:
Herman Lundgren (1835-1907) 
Bernardo Mascarenhas (1846-1889) 
Luiz de Queiroz (1849-1898) 
Francisco Matarazzo (1854-1937) 
Nami Jafet (1860-1923) 
Delmiro Gouveia (1863-1917) 
Guilherme Guinle (1882-1960) 
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Horácio Lafer (1900-1965) 
José Ermírio de Moraes (1900-1973) 
Leon Feffer (1902-1999) 
Samuel Benchimol (1924-2002)
“Tempo dos Pioneiros” é uma homenagem aos pioneiros do empre-
endedorismo brasileiro, através de imagens de época que retratam o 
contexto no qual viveram.
Registro meus agradecimentos à professora Dora Mourão, da Cine-
mateca Brasileira e da ECA-USP, que colaborou com a montagem 
dessa importante obra cinematográfica de grande valor histórico.
pIonEIro ou EMprEEndEdor?
 
Algumas palavras já haviam sido citadas: trabalho, inovação, obs-
tinação, visão de futuro, conexão à realidade internacional, lidar 
com as adversidades.
E estão presentes em cada um desses personagens, que podem trans-
formar cada cidadão, independentemente de sua geração. 
Lembro-me de Roberto Marinho, que começou o projeto da Rede 
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Globo aos 61 anos de idade. Existiram vários dos pioneiros que foram 
citados e que até os últimos anos de suas vidas, casos de Leon Feffer 
(empresário) e de Samuel Benchimol (acadêmico), que nunca deixa-
ram de empreender e de iniciar novos projetos.
A vida do pioneiro empreendedor é a vida do labirinto. Alguns nunca 
entraram em um labirinto e, portanto, nunca vivenciaram essa busca 
da saída. Outros ingressam uma única vez e nunca saem. Os outros 
adentram e saem uma vez. O pioneiro empreendedor é aquele que 
adentra o labirinto, aprende a encontrar o caminho da saída e volta 
várias vezes em sua vida em busca de novos desafios. 
“o pIonEIro EMprEEndEdor é 
aquElE quE adEntra o laBIrInto, 
aprEndE a EnContrar o CaMInho 
da saída E volta várIas vEzEs 
EM sua vIda EM BusCa dE 
novos dEsafIos.”
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Qual a diferença entre um pioneiro e um empreendedor? O pionei-
ro é aquele que começa um projeto pela primeira vez. Cada um dos 
nomes citados são mulheres e homens que começaram algo pela pri-
meira vez, algo que ninguém havia feito anteriormente.
O empreendedor é aquele que certamente tem seu valor na socieda-
de, mas que tem o benefício de se inspirar na trajetória de outros. O 
franchising, por exemplo, é um caso típico. É uma situação diferente 
daquela pela qual são lembrados os pioneiros.
Pretendo agora, enfatizar a questão da conexão e da inovação, lem-
brar dois dos quatro momentos históricos aos quais me referi. O pe-
ríodo da Primeira República, portanto de 1890 até 1930, e posterior-
mente o momento atual que estamos vivendo, mostrando que o que 
nos inspira no passado pode ser muito bem entendido no momento 
presente, comparando o pioneirismo daquela época com o atual.
uM pouCo da hIstórIa 
do BrasIl E sEus pIonEIros
 
Em 1890, já havia se passado dois anos da abolição da escravidão no 
Brasil, portanto, um momento de profunda transição entre a cultura 
32 | Coleção CIEE 129
que existia até aquela época com uma nova nação que poucas pessoas 
saberiam identificar, com o significado de um Brasil sem escravidão.
Um ano depois, veio a Proclamação da República. Pouco depois, a 
Revolução Russa. Em 1929, a crise da Bolsa de Nova York. E num 
outro momento, em 1932, a Revolução Constitucionalista do Brasil. 
Atualmente, em 2012, o termo crise surge novamente, como já acon-
teceu no caso da Europa em 2008, e a emblemática queda da Bolsa de 
Nova York em 1929. O mundo está se reconstruindo. Há poucos anos 
falava-se em primeiro mundo, industrializado, em segundo mundo, 
comunista, e em terceiro mundo, dos países em desenvolvimento.
Essa classificação não se aplica mais, está obsoleta. Vivemos com 
dois grupos de países da OCDE (Organização para a Cooperação e 
Desenvolvimento Econômico). As nações desenvolvidas continuam 
nesse patamar, incluindo os países em crise como Grécia, Espanha e 
Itália, que vivem e sofrem o seu endividamento. 
Do outro lado, temos as nações “em desenvolvimento”, que também 
se dividem em grupos, como o dos emergentes. Como a China, Rús-
sia, Índia, África do Sul e o Brasil constituindo alianças impensadas 
e impensáveis naquele período do século passado.
Nesse grupo, pode dizer que há uma subdivisão entre os países 
ainda “em desenvolvimento” e os “países absolutamente não de-
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senvolvidos”, caso da Somália, os chamados países menos desen-
volvidos. Trata-se de uma configuração geopolítica radicalmente 
diferente daquela que estava surgindo no fim do século XIX e iní-
cio do século XX.
Os fluxos migratórios resultantes das transformações no final do 
século XIX e início do século XX se repetem agora, de outra for-
ma. Quantos não acompanham hoje os cursos migratórios vindo 
para o Brasil, trazendo juventude, famílias, em busca de horizon-
tes mais esperançosos?
Por outro lado, comparando aquele período do fim do século XIX 
e início do século XX, cabe lembrar outra revolução, a Revolu-
ção Industrial da época. Surgem nomes como Pasteur, na área da 
fermentação, Singer, com a máquina de costura, Siemens, desen-
volvendo a produção do aço, Bell, na telefonia, Edison, a lâmpada 
elétrica, Benz, o motor a combustão, Lumière, o cinema, Marconi, 
a transmissão de telegrama transoceânica, os irmãos Wright, o 
avião, assim como Santos Dumont.
O que parecia um mundo futurista, é uma realidade com a qual 
convivemos graças aos pioneiros que trouxeram essas inovações ao 
Brasil, as transformaram e as incorporaram. Essas pessoas tiveram 
a oportunidade de visitar as grandes exposições universais, na época 
muito comuns na cidade de Londres, por exemplo.
34 | Coleção CIEE 129
Se isso representava o período de 1850 até o início do século XX, o 
que nós, atualmente, testemunhamos? A biologia celular, a tecnolo-
gia da informação, os biopolímeros, a genética humana, a biologia 
molecular. Tudo isso constitui referências novas para um período de 
profunda transformação.
Não temos mais a Revolução Industrial, mas há a revolução digital, 
assim como a biológica (caracterizada pelo genoma). Ainda vivemos 
as consequências da queda do Muro de Berlim, com uma Alemanha 
unificada que assume hoje responsabilidades maiores, principal força 
do continente Europeu, este bastante fragilizado.
Outro aspecto importante que vale a pena citar é o emblemático e 
trágico dia 11 de setembro de 2001, que provocou uma revolução na 
“há pouCos anos falava-sE EM 
prIMEIro Mundo, IndustrIalIzado, 
EM sEgundo Mundo, CoMunIsta, 
E EM tErCEIro Mundo, dos paísEs 
EM dEsEnvolvIMEnto.”
34 | Coleção CIEE 129 Pioneiros & Empreendedores | 35
tecnologia da segurança. Atualmente, milhares de câmeras estão es-
palhadas pelo mundo, objetos que permitem a proteção da fauna e da 
flora, pois monitoram à distância aqueles que depredam a natureza.
Em 11 de março de 2011, aconteceu outro evento que também trouxe 
uma grande transformação: a grande crise em Fukushima no Japão, 
com a energia nuclear sendo colocada em xeque no mundo inteiro, 
provocandonos países europeus o abandono desse tipo de recurso 
energético em um curto prazo, incentivando a busca por alternativas.
Essas nações olharam para o Brasil como fonte de tecnologia para 
cumprir as decisões tomadas no âmbito coletivo na medida em que 
Alemanha, Suíça e Holanda se comprometeram a abandonar a ener-
gia nuclear até 2024. 
Os pioneiros que foram citados estão presentes no mundo de hoje. A 
realidade brasileira somente os conhecerá dentro de 20 ou 30 anos, 
pois raramente conseguimos detectá-los enquanto eles estão agindo. 
Muitos deles se caracterizam pela discrição, pela humildade, pelo 
trabalho em equipe, um trabalho coletivo onde aqueles que hoje nós 
reverenciamos eram pouco percebidos naquela época.
Quais seriam os pioneiros de hoje? Se essa pergunta for formulada 
nós certamente não saberíamos responder de maneira categórica. 
Mas existem alguns setores no Brasil que são absolutamente férteis e 
já anunciam o surgimento de pioneirismo. 
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Lembro-me, no momento, do segmento de cosméticos no Brasil. 
Sem dúvida, há alguns anos, era dominado essencialmente pelos eu-
ropeus, hoje nos deparamos com uma indústria nacional criada por 
brasileiros que se destaca internacionalmente. 
Quero deixar claro que não se trata de uma manufatura de cosmé-
ticos de baixa utilização de mão de obra. As redes de representantes 
se contam pelos milhares nas várias empresas, uma no Paraná, outra 
em São Paulo, outras se distribuindo pelo Norte. Existe o espírito em-
preendedor utilizando a flora brasileira para disseminar uma nova 
indústria e uma nova tecnologia. 
Onde estão as mulheres? No início do Século XX, a mulher era 
excluída da vida pública. O empresário Edson Queiroz (empre-
sário do ramo de gás), por trás de sua inigualável trajetória, teve 
a atuação papel de Ermelinda Ottoni, esposa de Luiz de Queiroz 
(agrônomo e proprietário de diversas terras no atual Estado de 
São Paulo, uma delas doada para a atual Escola Superior de Agri-
cultura – ESALQ em Piracicaba/SP).
Ermelinda era uma pessoa extraordinária porque tinha vivido no ex-
terior e, portanto, o professor Davenport, que veio da Universidade de 
Illinois para ajudar a montar o currículo da escola, escreve em seu diário 
não publicado e que me foi trazido por Joseph Love, historiador daquela 
universidade, o papel que essa mulher desempenhou com discrição no 
projeto da então chamada “Escola Agrícola Prática de Piracicaba”.
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Era um período onde as mulheres não participavam nem da vida so-
cial nem da pública. Também cito Yolanda Queiroz, esposa de Edson 
Queiroz que assumiu a direção do grupo empresarial, até então presi-
dida pelo marido, quando um acidente automobilístico, uma tragédia 
que levou a vida de seu marido. Podemos lembrar também de Sinhá 
Junqueira, de Ribeirão Preto, que desempenhou papel semelhante.
As mulheres, sim, estavam presentes. Atualmente cada vez mais in-
fluentes, mas o fato de não serem tão visíveis, como esposas, como 
parceiras, não diminui a importância de que assumiram as respon-
sabilidades que haviam protelado naquele período.
Mais do que atitude é importante observar os pensamentos de 
cada pioneiro.
“os fluxos MIgratórIos 
rEsultantEs das transforMaçõEs 
no fInal do séCulo xIx E IníCIo do 
séCulo xx sE rEpEtEM agora, dE 
outra forMa.”
38 | Coleção CIEE 129
São pensamentos que partem da realidade. Não partimos de 
uma teoria de administração para dizer como os pioneiros agi-
ram e se comportaram.
É o caso desses notáveis pioneiros que fizeram e ainda fazem 
parte da história:
Antônio Prado – “Aos meus filhos, netos e bisnetos eu confio o le-
gado do meu nome e da minha memória, bem como o fruto do meu 
trabalho”.
Attilio Fontana – “Todo capital tem origem social e sendo fruto da 
acumulação de recursos da própria comunidade, a ela deve voltar”.
Visão de Trajano Antunes sobre a trajetória de impostos e salá-
rios na comunidade – “Minha sina é ter de lutar com dificuldades 
no momento em que me parecia ter vencido todas”.
Irineu Evangelista de Sousa, o Barão de Mauá, referindo-se ao 
encadeamento de obstáculos na ação empresarial – “É ver se fi-
caria habilitado a assentar todo o maquinismo e ensinar a algum 
rapaz inteligente o manejo das máquinas, porque os maquinistas 
estrangeiros nada ensinam, fazendo, ao contrário, um monopólio 
de sua ciência”. 
O aprendizado de Bernardo Mascarenhas nas oficinas e a críti-
38 | Coleção CIEE 129 Pioneiros & Empreendedores | 39
ca aos que monopolizam o conhecimento – “Quem manufatura 
nunca está fazendo bem feito demais. Todos os dias deve se cuidar 
do melhoramento do produto”.
As normas de Delmiro Gouveia sobre o controle da qualidade 
– “Estou sempre à disposição. Eu estou pronto 24 horas por dia, seja 
para o que for”. 
A disposição de Edson Queiroz para acompanhar de perto tudo 
o que acontecia em suas empresas – “Meu começo foi igual a todos 
os começos. Em 1881 deixei a minha terra, a minha casa em Saler-
no, e embarquei para a América. Trazia a benção de minha mãe, 
já havia perdido o meu pai, bons conselhos e um milhar de liras”.
O início do imigrante Francesco Matarazzo – “As grandes or-
ganizações econômicas neste final de século são polos culturais de 
comportamento, em geral moldadas a partir de um líder”.
Visão de Jorge Gerdau sobre o legado dos patriarcas Curt Jo-
hannpeter e João Gerdau – “É esse o caráter próprio da indústria 
extrativa quando exercida por indivíduos ou empresas estrangeiras 
possuidoras de jazidas. Torna-se do ponto de vista nacional uma 
indústria espoliativa, que tudo tira do País e comercialmente nada 
lhe deixa”.
Argumentos nacionalistas utilizados por Guilherme Guinle no 
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final dos anos 1930 – “Tudo no começo parecia contra mim. A meu 
favor, eu e mais ninguém”.
Só me resta agradecer ao CIEE e, enfim, àqueles que permitiram a 
realização dessa enriquecedora obra.
Foi um privilégio preparar esse convívio, uma verdadeira troca, da 
introdução feita com tanta abrangência e competência pelo próprio 
doutor Luiz Gonzaga Bertelli à posterior reflexão comparando pas-
sado e presente. 
Das lições que os pioneiros nos deixam aos princípios, valores e pen-
samentos e, finalmente, essa pergunta final: como nós descreveremos 
esses pioneiros de hoje, daqui a 30, 40 ou 50 anos?
Isso significa que a nossa geração tem o mesmo espírito de pionei-
rismo daqueles que encontramos no passado. Resta nos dar a opor-
tunidade de primeiro apoiar os mais jovens, de todas as gerações, 
e ao mesmo tempo registrar essa memória com a devida impor-
tância em nosso imaginário, estabelecendo mitos positivos para a 
construção do futuro.
 
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42 | Coleção CIEE 12942 | Coleção CIEE 129 Pioneiros & Empreendedores | 43
debates
42 | Coleção CIEE 129 Pioneiros & Empreendedores | 43Pioneiros & Empreendedores | 43
EVERTON [Estudante de jornalismo] - Tenho 26 anos, sou estudante 
de jornalismo, colunista no jornal Metro News e diretor do Museu His-
tórico da Portuguesa de Desportos. Minha pergunta é referente à ques-
tão da imigração. Já li seus livros porque sou um profundo admirador da 
história das Indústrias Matarazzo. 
Em relação às histórias destacadas, como a de Jorge Street, muito bem 
lembrada porque muitas vezes ele é esquecido por ter morrido na falên-
cia, qual o motivo da simbiose de Matarazzo não ter sido transmitida 
para as gerações futuras? 
Vemos o Conde Chiquinho levando o grupo para outras áreas, mas a 
partir da década de 1970, devido a um novo cenário, a empresa não 
conseguiu continuar a manter o nível que tivera no passado. Ainda exis-
te, mas não é nem o espectro do passado. O que deve ter faltado à IRFM 
(IndústriasReunidas Fábricas Matarazzo)?
JACQUES MARCOVITCH – Quero cumprimentá-lo pela excelente 
pergunta formulada. Quero começar com uma referência rápida a Jorge 
Street, pioneiro no setor têxtil, porque ele teve um papel muito importan-
te na criação das novas relações trabalhistas.
As greves que marcaram o fim da década de 1910 e que ocorreram em 
torno de 1917 até 1919, em São Paulo, eram greves assassinas. Morriam 
pessoas durante as greves e foi graças a Jorge Street que se iniciou um 
diálogo entre empresários e sindicatos.
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É sabido que foram lideranças italianas que vieram para o Brasil, algu-
mas delas de cunho anarquista que organizavam esses movimentos para 
melhorar as condições de vida dos trabalhadores. 
É possível também fazer uma conexão com a família Mesquita, que fun-
dou o jornal O Estado de São Paulo. Em uma dessas greves o fundador 
resolveu doar a renda de um dia de venda de jornais às famílias dos 
trabalhadores mortos e, a partir daí, há uma aproximação dessa comu-
nidade com o próprio periódico, ao perceber a importância da leitura de 
jornal em uma época que essa prática ainda era muito tímida. 
Sobre Francisco Matarazzo e a continuidade, essa pergunta é muito atual 
porque convivemos hoje com grupos familiares que estão se expandindo e 
outros que estão transferindo seu poder decisório para outras empresas. 
No caso específico dele, houve uma tragédia, que foi a morte do primogê-
nito. Aqueles que visitam o Cemitério da Consolação na cidade de São 
Paulo, poderão visualizar e visitar o mausoléu que ele mesmo construiu 
para ser o último conforto do filho morto, do seu primogênito. Isso cau-
sou uma ruptura em um projeto familiar que estava sendo preparado. 
O mais importante nessa transferência de responsabilidades é que parte 
da premissa de que a adversidade vivida pelo fundador e o conhecimen-
to decorrente dela podem ser transferidas para a geração seguinte é falsa. 
Isso não é o caso, especialmente quando no conforto conquistado pelos 
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resultados da atividade empresarial do pioneiro, a família passa a pro-
curar fazer com que os filhos deixem de viver o sofrimento dos pais.
Entra em cena, portanto, o pensamento dos pais de não querer que os 
filhos enfrentem as mesmas adversidades. Mas foram justamente as 
dificuldades que os progenitores enfrentaram que fizeram deles pionei-
ros. Quando eles protegem os filhos dessa vivência e dessa capacidade 
de enfrentar dificuldades na tenra infância ou na juventude, torna-se 
menos provável a capacidade de liderar um processo de transformação 
no futuro.
A herança é constante, mas o entorno é mutante. O pioneiro foi capaz de 
conectar o entorno mutante, seja internacional, nacional, local, setorial 
e empresarial no dia a dia do negócio. A ideia de que a empresa tem uma 
vida própria e de que o herdeiro pode dar sequência, dura por si muito 
pouco porque o cenário se transforma em grande velocidade. 
Compare o mundo de 2007 com o mundo de 2010, assim como o Brasil 
de 2007 com o de 2010. A crise de 2008 marcou profundamente o en-
torno de todas as empresas e, desde então, a ausência dessa capacidade 
de conexão, dessa percepção estratégica que se transforma em ideias no 
cotidiano do negócio torna muito difícil essa transferência do poder.
É por isso que hoje os grupos empresariais decidem quais descendentes 
serão os futuros gestores, quais serão acionistas e aqueles que não desem-
penharão nenhum papel no projeto empresarial da família. Porque não 
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é de se esperar que todos os descendentes tenham as mesmas caracterís-
ticas do pioneiro fundador.
MARCELO [Gerente comercial de empresa de TI e Telecom] - É cla-
ro que a arte de empreender é uma arte que herdamos. Herdei do meu 
avô e claro que atualmente temos de nos cercar de pessoas para empreen-
der. Hoje uma empresa não é feita de uma pessoa, mas de várias pessoas.
Convivemos hoje com a geração Y, Z, W e os efeitos do Facebook, sem 
desmerecer o Mark e o Eduardo (fundadores da rede social Facebook), 
em um negócio que vale bilhões. Trata-se de um gigantismo, se compa-
rarmos com as fortunas mencionadas na explanação. Gostaria de ouvir 
um pouco com relação a essas gerações, a arte de empreender, Facebook 
e etc.
JACQUES MARCOVITCH – Eu lhe agradeço a pergunta. Ao olhar-
mos o quadro histórico da nossa humanidade enxergamos três grandes 
momentos de transição até chegarmos ao que é essa geração que, atra-
vés das telas, de computador, televisão ou de celulares, se conecta com o 
mundo, mas não vive as realidades.
Essa é a conclusão que chego trazendo para cá o que eu tenho discu-
tido com os jovens estudantes da nossa universidade, da importância 
de certamente se manter conectado, mas ao mesmo tempo de provar a 
46 | Coleção CIEE 129 Pioneiros & Empreendedores | 47
realidade, de ir ao encontro do outro.
Diferentemente daquele viajante que vai de encontro ao que acontece 
com o Brasil que está em suas fronteiras internas ou até perto dos outros 
países, a conexão digital que o senhor bem lembrou é desligada a qual-
quer momento. Portanto, esse jovem continuará conectado enquanto 
sentir um estímulo positivo. Na medida em que algo lhe desagrada, ele 
se desconecta prontamente.
Portanto, voltamos à capacidade de desenvolvimento da resiliência. A 
recomendação que fazemos aos nossos jovens é ir ao encontro da rea-
lidade, do outro, de buscar pessoas que pensam diferente dele. É uma 
forma de construir uma mentalidade que pode ter um papel duradouro 
na construção de um projeto para uma vida significativa, a mesma que 
levou os pioneiros à organização e, também, à permanência na idealiza-
ção desses projetos.
Vale lembrar dos hospitais, o Sírio-Libanês e o Albert Einstein. Na medi-
da em que Jafet e Feffer (fundadores dos respectivos hospitais) iam pas-
sando por cima dos desafios na área empresarial, foram buscar desafios 
em outras, como a social, ambiental e cultural. 
Falamos de pessoas que buscam desafios nos labirintos da vida. Isso por-
que desenvolveram o gosto pelo pioneirismo empreendedor. Para enten-
der o momento atual é preciso voltar 10 mil anos, com a migração do 
gesto para a palavra, da palavra falada para a escrita.
48 | Coleção CIEE 129
Já nessa primeira migração pensava-se que naquele período, dos hieró-
glifos e do grego, a leitura era suficiente. Veja a revolução que aconte-
ceu no vale do Nilo com os hieróglifos quando os antepassados estavam 
transmitindo conhecimentos a gerações não nascidas.
Esses eram os ícones, que hoje estão voltando. Eles eram uma forma de 
transmitir ideias, de semear, plantar e de colher, já naquela época a bus-
ca do entendimento do futuro. Nos hieróglifos, o ícone da prospecção era 
a girafa. Um pescoço esticado, olhando acima dos demais, olhando mais 
longe, fugindo das ameaças e buscando as oportunidades. 
É evidente que os excedentes provocados pelo comércio levaram à cria-
ção das caravanas, que levavam a demasia de um país ao outro. Os que 
continuavam lendo, e somente lendo, ficaram em suas comunidades, 
mas os que progrediram foram aqueles que levavam para mercados dis-
tantes os seus excessos para a troca.
Ali nasce a cultura grega, a Biblioteca de Alexandria (localizada no Egi-
to) e vão se passando séculos até a migração de 1500, quando transitou-
-se da palavra escrita para a impressa, com Gutenberg. Novamente se 
repete o ciclo. Passava-se a se dizer naquela época que as escolas eram 
dispensáveis, porque à medida que o estudo estava em livros, ou impres-
so, já não era preciso ter instituições educacionais e professores.
O conhecimento humano explodiu, os livros se multiplicaram e era ne-
cessário aquilo que nas universidades inglesas era chamado de “leitor”, 
48 | Coleção CIEE 129 Pioneiros & Empreendedores| 49
isto é, aquele que organizava os conhecimentos para os seus estudantes. 
Chegamos agora ao fim do século XX. Esse período marca a transição 
da palavra impressa para a digital. Vivemos anos similares aos do início 
da palavra escrita e da impressa, invadidos por meios de comunicação e 
acreditando que a acessibilidade resolverá todos os problemas.
Mas muito rapidamente percebemos, e daí vem a origem de sua pergun-
ta, que o excesso de informação exige uma sabedoria para saber separar 
o joio do trigo, escolher o essencial, e finalmente desenvolver elementos 
para a construção de uma vida significativa.
Como no passado, estaremos somando as linguagens. Observem que 
usamos o gesto, a palavra, o texto impresso, o meio digital e isso é uma 
somatória. Não é por isso que deixamos de nos encontrar e conviver, pes-
soas com pessoas, para construir o conhecimento.
A conclusão dessa reflexão que talvez tenha sido mais longa do que o 
esperado é que devemos apoiar e orientar os jovens que estão se conec-
tando aos meios digitais, e contribuir para a descoberta de caminhos e 
de portos seguros. Ao mesmo tempo, devemos induzi-los a ir ao encontro 
da realidade, isto é, ao convívio humano com o próximo, com pessoas 
diferentes, distintas, para eles poderem se descobrir. 
Através das telas essa descoberta é limitada. Tão limitada que isola os jo-
vens que se conectam com outros digitalmente, criando tribos, algumas 
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delas com agendas positivas e, infelizmente, outras com agendas bem 
menos positivas.
Vemos jovens muito conectados, isolados na família, trancando-se nos 
quartos, não informando seus pais sobre o que estão vivenciando, po-
dendo até gerar consequências trágicas. Portanto, o convívio humano é 
fundamental na conexão desse novo âmbito que é o mundo digital.
PALMARINO FRIZZO NETO [Advogado] – Boa noite. Mudando 
um pouco o foco de sua última colocação, gostaria de me concentrar nos 
pioneiros e nos esforços que fizeram ao longo de tantos anos para ame-
alhar fortuna, riqueza, prazer, conhecimento, e hoje, na linha do colega 
que comentou sobre a geração Y, essa mesma fortuna e riqueza não exige 
esse esforço de anos.
A partir de uma mera reflexão, quando olho décadas atrás, é que a cons-
trução disso, em regra geral, veio com muito esforço, suor e sangue. Hoje, 
percebo o imediatismo. Talvez eu esteja em uma geração intermediária, 
convivendo com jovens de 20, 25 anos e ao mesmo tempo com pessoas 
mais velhas. 
Compreendo que atualmente valoriza-se o imediatismo, a fortuna, o co-
nhecimento, o posicionamento, o destaque, o status, que são obtidos com 
muita rapidez. Existem exemplos vivos disso, como o Google. É claro que 
50 | Coleção CIEE 129 Pioneiros & Empreendedores | 51
houve esforço, mas muito diferente do passado. Gostaria que o senhor 
refletisse um pouco sobre isso.
JACQUES MARCOVITCH – Primeiramente tenho que compartilhar 
a experiência que estamos vivendo, que se transformou nos três livros, 
em princípio uma publicação para estudantes, tanto de escolas públicas 
como privadas, e agora em um projeto museológico que já passou pelo 
Rio de Janeiro, que está no momento em Fortaleza e que deve seguir para 
o Recife e posteriormente para Manaus. 
A força desse projeto museológico está em um projeto educativo dirigi-
do a escolas públicas. Tivemos, portanto, a possibilidade de conhecer as 
crianças da escola pública do Rio de Janeiro e, agora, do Ceará, já que o 
projeto abrange mais do que Fortaleza. 
Nessa juventude, a grande maioria das crianças brasileiras, está muito 
longe desse bem-estar que conhecemos em São Paulo, mais precisamente 
na capital paulista, onde o momento atual é marcado por uma nova 
dualidade entre duas sociedades.
Não preciso visitar o novo shopping que acaba de ser inaugurado para 
verificar a distância entre a remuneração dos vendedores frente ao valor 
dos produtos que estão sendo vendidos. Novamente voltamos aos extre-
mos que o Brasil por algum tempo já não conhecia. 
No caso de São Paulo temos a impressão de que uma maioria vive em 
52 | Coleção CIEE 129
condição de bem-estar. Melhoramos muito em relação ao passado, mas 
estamos longe de uma sociedade mais integrada. Felizmente ainda te-
mos muito a fazer. 
Com relação a esse imediatismo, gostaria de lembrar a biografia do fun-
dador da Apple. A biografia de Steve Jobs está longe de ser aquela do 
imediatismo. Ele nasce em uma família cujos pais, por serem pobres, 
estavam se desfazendo do filho para que outra família pudesse levá-lo 
até a universidade.
Quando a mãe dele descobre que a outra família não o levará para 
uma universidade, ela resolve ficar com o filho e o envia à escola. Jobs 
sofria de dislexia, era mau aluno, mas através da caligrafia desenvolve 
o que hoje conhecemos nos computadores, as várias formas de escrever, 
os vários modelos de grafia que temos à disposição, as tipologias, até 
então limitadas.
Atualmente, nós encontramos pessoas semelhantes, de várias gerações. 
O imediatismo, a ideia de que tudo pode se resolvido rapidamente ocorre 
nas famílias onde os filhos, muito inteligentes, sabem que podem se dar 
ao luxo de viver por mais tempo no convívio familiar. O mesmo não 
ocorre nas famílias carentes ou desestruturadas. 
A missão desse projeto de pioneirismo de hoje é, além de disseminar 
essas biografias, ajudar a elevar a autoestima das crianças de menor 
renda ou de famílias desestruturadas. Se nós somos capazes de mostrar 
52 | Coleção CIEE 129 Pioneiros & Empreendedores | 53
que, dos 24 pioneiros, 20 começaram sem recursos, vivendo adversidades 
profundas, como, por exemplo, o Barão de Mauá, expulso da casa do 
padrasto, por que crianças de hoje vivendo em condições semelhantes 
não seriam capazes de construir o seu futuro e de amar o seu destino?
Concluo observando que o momento atual gerou o encurtamento do 
tempo, consequência do que o senhor bem lembrou, da televisão e da via 
digital. Mas naquela época, quando surgiu o avião, o telégrafo e o telefo-
ne também se dizia que o tempo estava se encurtando. É absolutamente 
relativo à época.
Os pioneiros tinham uma característica em comum. Como eles vieram 
de outros horizontes, eles conseguiam conciliar os vários cenários, o cur-
to prazo, médio prazo e longo prazo. Como então lidar com uma juven-
tude que está sofrendo as consequências do imediatismo?
A sociedade é muito inteligente e está disseminando hoje princípios filo-
sóficos ou religiosos que dão outra dimensão ao tempo. Porque a religio-
sidade aumenta nos dias atuais? Porque a criança que vive esse imedia-
tismo e que está em busca de princípios orientadores do seu projeto de 
vida vai encontrar, na filosofia ou na religião, elementos balizadores que 
a ajudam a construir o projeto de uma vida significativo. 
Não é por acaso que as religiões e a filosofia estão se disseminando no 
Brasil e em outros países com muito mais intensidade. Quando, hoje em 
dia, fala-se de ambientalismo, conforme testemunhado na “Rio+20”, e 
54 | Coleção CIEE 129
também da natureza e da terra, o que estamos fazendo com nossa juven-
tude e as crianças? O que elas estão fazendo com elas mesmas?
Elas estão olhando a origem do nosso planeta e entendendo, além de 
defender a ideia de que este planeta deve ser preservado além de sua 
própria existência. 
Uma criança nascida hoje viverá até 2110 ou 2120. Essas crianças, atu-
almente com oito, 10 ou 12 anos, são as defensoras do meio ambiente em 
nossas casas. As mesmas que chegam para os pais e que são empresários, 
questionando o que eles fazem para proteger o nosso planeta. 
Observe que os tempos podem ser conciliados. Certamente existem em 
nossa sociedade os imediatistas puros, mas também manifestações de 
uma visão de mais longo prazo. 
54 | Coleção CIEE 129 Pioneiros & Empreendedores| 55
Durante a cerimônia de encerramento do Fórum de Debates so-
bre a Realidade Brasileira, o presidente do Conselho de Adminis-
tração do CIEE e presidente da Academia Paulista de Letras Ju-
rídicas, doutor Ruy Martins Altenfelder Silva entregou o Troféu 
Integração a Jacques Marcovitch.
O troféu é uma produção do escultor alemão Hans Goldam-
mer, e simboliza a busca do estudante para alcançar a realiza-
ção profissional.
56 | Coleção CIEE 12956 | Coleção CIEE 129 Pioneiros & Empreendedores | 57
 enCerramento
56 | Coleção CIEE 129 Pioneiros & Empreendedores | 57Pioneiros & Empreendedores | 57
58 | Coleção CIEE 12958 | Coleção CIEE 129 Pioneiros & Empreendedores | 59
Coleção
58 | Coleção CIEE 129 Pioneiros & Empreendedores | 59Pioneiros & Empreendedores | 59
Coleção CIEE-01 (esgotado)
Estágio - investimento 
produtivo
Publicação Institucional 
do CIEE
Coleção CIEE-02 (esgotado)
A globalização da economia e 
suas repercussões no Brasil
Ives Gandra da Silva Martins
Coleção CIEE-03 (esgotado)
A desestatização e seus reflexos 
na economia
Antoninho Marmo Trevisan
Coleção CIEE-04 (esgotado)
Rumos da educação 
brasileira
Arnaldo Niskier
Coleção CIEE-05 (esgotado)
As perspectivas da economia 
brasileira
Maílson da Nóbrega
Coleção CIEE-06 (esgotado)
Plano Real: situação atual 
e perspectivas
Marcel Solimeo 
e Roberto Luís Troster
Coleção CIEE-07 (esgotado)
Os desafios da educação 
brasileira no século XXI
Simpósio CIEE/O 
Estado de S. Paulo
Coleção CIEE-08 (esgotado)
Os cenários possíveis para 
a economia em 98
Luís Nassif
Coleção CIEE-09 (esgotado)
O fim da escola
Gilberto Dimenstein
Coleção CIEE-10 (esgotado)
O peso dos encargos sociais 
no Brasil
José Pastore
Coleção CIEE-11 (esgotado)
O que esperar do Brasil 
em 1998
Marcílio Marques Moreira
Coleção CIEE-12 (esgotado)
As alternativas de emprego 
para o mercado de trabalho
Walter Barelli
Coleção CIEE-13 (esgotado)
Redução tributária - urgência 
nacional
Renato Ferrari, Alcides Jorge 
Costa e Ives Gandra 
da Silva Martins
Coleção CIEE-14 (esgotado)
A contribuição do 3º Setor 
para o desenvolvimento 
sustentado do País
Seminário do 3º Setor
Coleção CIEE-15 (esgotado)
Os rumos do Brasil 
até o ano 2020
Ronaldo Mota Sardenberg
Coleção CIEE-16 (esgotado)
As perspectivas da indústria 
brasileira e a atual 
conjuntura nacional
Carlos Eduardo Moreira Ferreira
Coleção CIEE-17 (esgotado)
As novas diretrizes para o 
ensino médio
Guiomar Namo de Mello
Coleção CIEE-18 (esgotado)
Formação de especialistas 
para o mercado globalizado
Luiz Gonzaga Bertelli
Coleção CIEE-19 (esgotado)
A educação brasileira no 
limiar do novo século
Simpósio CIEE/O 
Estado de S. Paulo
Coleção CIEE-20 (esgotado)
A formação da nacionalidade 
brasileira
João de Scantimburgo
Coleção CIEE-21 (esgotado)
A educação ontem, hoje 
e amanhã
Jarbas Passarinho
Coleção CIEE-22 (esgotado)
A universidade brasileira e 
os desafios da modernidade
Paulo Nathanael Pereira 
de Souza
Coleção CIEE-23 (esgotado)
Os novos rumos do real: 
previsões para a economia 
brasileira após a mudança da 
política cambial
Juarez Rizzeri
Coleção CIEE-24 (esgotado)
Brasil: saídas para a crise
Alcides de Souza Amaral
60 | Coleção CIEE 129
Coleção CIEE-25 (esgotado)
A educação e o 
desenvolvimento nacional
José Goldemberg
Coleção CIEE-26 (esgotado)
A crise dos 500 anos: o Brasil 
e a globalização da economia
Rubens Ricupero
Coleção CIEE-27 (esgotado)
A língua portuguesa: 
desafios e soluções
Arnaldo Niskier, Antonio 
Olinto, João de Scantimburgo, 
Ledo Ivo e Lygia Fagundes 
Telles Simpósio CIEE/ABL
Coleção CIEE-28 (esgotado)
Propostas para a retomada 
do desenvolvimento 
sustentável nacional
João Sayad
Coleção CIEE-29 (esgotado)
O novo conceito de filantropia
II Seminário do 3º Setor
Coleção CIEE-30 (esgotado)
As medidas governamentais 
de controle de preços
Gesner de Oliveira
Coleção CIEE-31 (esgotado)
A crise brasileira: 
perspectivas
Antônio Barros de Castro
Coleção CIEE-32 (esgotado)
O futuro da justiça 
do trabalho
Ney Prado
Coleção CIEE-33 (2ª ed./
esgotado)
Perspectivas da economia e 
do desenvolvimento brasileiro
Hermann Wever
Coleção CIEE-34 (esgotado)
O que esperar do Brasil na 
virada do século
Eduardo Giannetti
Coleção CIEE-35 (esgotado)
O ensino médio e o estágio 
de estudantes
Rose Neubauer
Coleção CIEE-36 (esgotado)
Perspectivas da cultura 
brasileira
Miguel Reale
Coleção CIEE-37 (esgotado)
Política pública de 
qualificação profissional
Nassim Gabriel Mehedff
Coleção CIEE-38 (esgotado)
Perspectivas da economia 
brasileira para além 
da conjuntura
Gustavo Franco
Coleção CIEE-39 (esgotado)
As empresas e a capacidade 
competitiva brasileira
Emerson de Almeida
Coleção CIEE-40 (esgotado)
A globalização e a economia 
brasileira
Antônio Carlos de Lacerda
Coleção CIEE-41 (esgotado)
A dignidade humana e 
a exclusão social
III Seminário do 3º Setor
Coleção CIEE-42 (esgotado)
Recomendações para a 
retomada 
do desenvolvimento
Aloizio Mercadante
Coleção CIEE - Especial 
(esgotado)
Guia prático do CADE
A defesa da concorrência no 
Brasil
Coleção CIEE-43 (esgotado)
O CADE e a livre concorrência 
no Brasil
Seminário CIEE/Correio 
Braziliense
Coleção CIEE-44 (esgotado)
Profissões em alta no mercado 
de trabalho
Luiz Gonzaga Bertelli
Coleção CIEE-45 (esgotado)
Democracia no Brasil: 
pensamento social, cenários 
e perfis políticos
Gaudêncio Torquato
Coleção CIEE-46 (esgotado)
Necessidades profissionais 
para o século XXI
Norberto Odebrecht
Coleção CIEE-47 (esgotado)
O trabalho no Brasil: novas 
relações x leis obsoletas
Almir Pazzianotto Pinto
60 | Coleção CIEE 129 Pioneiros & Empreendedores | 61
Coleção CIEE-48 (esgotado)
O futuro da aviação comercial 
no Brasil
Ozires Silva
Coleção CIEE-49 (esgotado)
Desafios da economia 
brasileira e suas perspectivas 
para 2001
Clarice Messer
Coleção CIEE-50 (esgotado)
O Brasil no terceiro mundo
Cristovam Buarque
Coleção CIEE-51 (esgotado)
O mercado de capitais no 
Brasil: desafios e entraves 
para seu desenvolvimento
Humberto Casagrande Neto
Coleção CIEE-52 (esgotado)
O voluntariado no Brasil
IV Seminário do 3º Setor
Coleção CIEE-53 (esgotado)
Revolução de 32: um painel 
histórico
Simpósio CIEE/APH/IRS
Coleção CIEE-54 (esgotado)
Os reflexos da economia 
global no desenvolvimento 
brasileiro
Luciano Coutinho
Coleção CIEE-55 (esgotado)
As condições necessárias 
para o Brasil crescer
Delfim Netto
Coleção CIEE-56 (esgotado)
Globalização e 
hipercompetição: 
a sociedade das organizações 
e o desafio da mudança
Thomaz Wood Jr.
Coleção CIEE-57 (esgotado)
Desenvolvimento social, 
previdência e pobreza no Brasil
Roberto Brant
Coleção CIEE-58 (esgotado)
A paixão pela poesia
Arnaldo Niskier, Carlos Nejar, 
 Ledo Ivo, Lygia Fagundes 
Telles e Mário Chamie
Coleção CIEE-59 (esgotado)
Rumos da educação no Brasil
Simpósio CIEE/O Estado de 
S. Paulo
Coleção CIEE-60 (esgotado)
Reforma tributária: solução 
ou panacéia?
Osíris de Azevedo Lopes Filho
Coleção CIEE-61 (esgotado)
Os atentados em Nova York e 
os interesses internacionais 
do Brasil
Flávio Miragaia Perri
Coleção CIEE-62 (esgotado)
Lei de responsabilidade 
fiscal: esperanças e 
decepções
Diogo de Figueiredo Moreira 
Neto
Coleção CIEE-63 (esgotado)
A saúde no novo conceito 
de filantropia
Antônio Jacinto Caleiro Palma
Coleção CIEE-64 (esgotado)
Fundamentos da política 
econômica do governo Lula
Guido Mantega
Coleção CIEE-65 (esgotado)
O Banco Central e a defesa 
da concorrência no mercado 
financeiro
Gustavo Loyola
Coleção CIEE-66 (esgotado)
Enxergando o amanhã com 
os olhos de hoje
Gaudêncio Torquato
ColeçãoCIEE-67 (esgotado)
Juventude, escola e 
empregabilidade
V Seminário do 3º Setor
Coleção CIEE-68 (2ª Edição)
Educação: Velhos Problemas, 
Novas (?) Soluções
Paulo Nathanael Pereira de 
Souza
Coleção CIEE-69 (esgotado)
Cobrança de impostos 
ameaça o futuro da 
filantropia
VI Seminário do 3º Setor
Coleção CIEE - Especial 
(esgotado) 2ª Ed. revista e 
ampliada Guia prático do 
CADE - A defesa da 
concorrência no Brasil
62 | Coleção CIEE 129
Coleção CIEE-70 (esgotado)
A importância do estágio na 
formação do aluno do ensino 
médio
Antônio Ruiz Ibañez
Coleção CIEE-71 (esgotado)
Antônio Cândido, Guerreiro da 
Educação - Prêmio Professor 
Emérito 2003
CIEE/O Estado de S. Paulo
Coleção CIEE-72 (2ª edição)
Educação e saber
Paulo Nathanael Pereira de 
Souza
Coleção CIEE-73 (2ª edição) 
O pressuposto da ética na 
economia, nas empresas, 
na política e na sociedade
Ruy Martins Altenfelder Silva
Coleção CIEE-74 (esgotado)
Empregabilidade
VII Seminário CIEE - Gazeta 
Mercantil do 3º Setor
Coleção CIEE-75 (esgotado)
Analfabetismo: proposta para 
a sua erradicação
Jorge Werthein
Coleção CIEE-76 (esgotado)
Educação, estágio e 
responsabilidade fiscal 
das prefeituras
Ives Gandra da Silva 
Martins, Marcos Nóbrega, 
Luiz Gonzaga Bertelli e Paulo 
Nathanael Pereira de Souza
Coleção CIEE-77 (esgotado)
Valorização imobiliária
Nelson Baeta Neves
Coleção CIEE-78 (esgotado)
As metas inflacionárias 
no Brasil
Paulo Picchetti
Coleção CIEE-79 (esgotado)
A qualidade dos estágios 
e sua importância 
socioprofissional
Seminário CIEE-SEMESP
Coleção CIEE-80 (esgotado)
Desafios da administração de 
uma grande metrópole 
(São Paulo)
Walter Feldman
Coleção CIEE-81 (esgotado)
A realidade educacional 
brasileira 
e o desenvolvimento do País
Roberto Cláudio Frota Bezerra
Coleção CIEE-82 (esgotado)
Os entraves para o 
desenvolvimento nacional e 
as recomendações para sua 
superação
Abram Szajman
Coleção CIEE-83 (esgotado)
O cenário econômico latino-
americano e seus reflexos 
no mercado acionário
Alfried Karl Plöger
Coleção CIEE-84 (esgotado)
Jornalismo político: uma 
visão do Brasil
Murilo Melo Filho
Coleção CIEE-85 (esgotado)
A política monetária 
brasileira e seus reflexos no 
desenvolvimento do país
Josué Christiano Gomes 
da Silva
Coleção CIEE-86 (esgotado)
Tecnologia, Economia e 
Direito: visão integrada 
e multissetorial
José Dion de Melo Teles
Coleção CIEE-87 (esgotado)
Brasil: competitividade e 
mercado global
Marcos Prado Troyjo
Coleção CIEE-88 (esgotado)
A arte de empreender: 
o respeito aos limites do 
ser humano 
Eduardo Bom Angelo
Coleção CIEE-89 (esgotado)
A educação brasileira e a 
contribuição das entidades 
de filantropia 
Roberto Teixeira da Costa
Coleção CIEE-90 (esgotado)
A situação atual da educação 
brasileira 
Paulo Tafner
62 | Coleção CIEE 129 Pioneiros & Empreendedores | 63
Coleção CIEE-91 (esgotado)
O desenvolvimento das 
economias japonesa e 
asiática 
Yuji Watanabe
Coleção CIEE-92 (esgotado)
A contribuição da Embraer no 
desenvolvimento da indústria 
aeronáutica brasileira 
Luís Carlos Affonso
Coleção CIEE-93 (esgotado)
A nova fase da crise 
brasileira
Oliveiros da Silva Ferreira
Coleção CIEE-94 (esgotado)
Inventário da educação 
brasileira e recomendações 
para seu aperfeiçoamento
Seminário
Coleção CIEE-95 (esgotado)
Negociações agrícolas 
internacionais
Marcos Sawaya Jank
Coleção CIEE-96 (esgotado)
Um século de sindicalismo 
no Brasil
Almir Pazzianotto
Coleção CIEE-97 (esgotado)
A atual situação da educação 
brasileira - medidas para o 
seu aperfeiçoamento
Samuel de Abreu Pessôa
Coleção CIEE-98 (esgotado)
O futuro do abastecimento 
energético no Brasil e no mundo
Carlos Alberto de Almeida 
Silva e Loureiro
Coleção CIEE-99 (esgotado)
Reflexões sobre a conjuntura 
nacional
Geraldo Alckmin
Coleção CIEE-100 (esgotado)
Presença da universidade no 
desenvolvimento brasileiro: 
uma perspectiva histórica
Simpósio
Coleção CIEE-101 (esgotado)
O estabelecimento de um 
modelo de sustentabilidade 
ambiental no Estado 
de São Paulo
Xico Graziano
Coleção CIEE-102 (esgotado)
O papel dos Tribunais de Contas 
na Educação Brasileira
Antônio Roque Citadini
Coleção CIEE-103 (esgotado)
Os desafios da administração 
de uma metrópole
Gilberto Kassab
Coleção CIEE-104 (esgotado)
A Caixa Econômica Federal e 
suas atividades no país
Carlos Gomes Sampaio de 
Freitas
Coleção CIEE-105 (esgotado)
A ética no Brasil: a cabeça 
dos brasileiros
Alberto Carlos Almeida
Coleção CIEE-106 (esgotado)
A necessidade dos seguros 
para o desenvolvimento 
sustentável brasileiro
Luiz Carlos Trabuco Cappi
Coleção CIEE-107 (esgotado)
O mercado de trabalho 
paulista e a capacitação 
profissional
Guilherme Afif Domingos
Coleção CIEE-108 (esgotado)
O papel do Ministério Público 
em relação a entidades do 
Terceiro Setor: filantrópicas 
e de assistência Social
Airton Grazzioli
Coleção CIEE-109 (esgotado)
Olhando para o Brasil do futuro: 
perspectivas e debates
Emílio Odebrecht
Coleção CIEE-110 (esgotado)
Para melhor entender nosso 
País de hoje e de amanhã
Carlos Alberto Sardenberg
Coleção CIEE-111 (esgotado)
A defesa nacional e a 
situação atual das forças 
armadas brasileiras
General Alberto Mendes 
Cardoso
Coleção CIEE-112 (esgotado)
Células-tronco: O que 
poderão representar?
Mayana Zatz
Coleção CIEE-113 (esgotado)
Perspectivas do setor 
de habitação
João Crestana
Coleção CIEE-114 (esgotado)
Aquecimento global 
e sustentabilidade 
Carlos Alberto de Mendes Thame
64 | Coleção CIEE 129
Coleção CIEE-115 (esgotado)
Amazônia: mito, realidade 
e futuro
João Carlos de Souza Meirelles
Coleção CIEE-116 (esgotado)
O desenvolvimento da 
aviação nacional
Adalberto Febeliano
Coleção CIEE-117 (esgotado)
Indústria aeronáutica no Bra-
sil - Evolução e perspectivas 
do seu desenvolvimento
Frederico Fleury Curado
Coleção CIEE-118 (esgotado)
Perspectivas para a Copa do 
Mundo de 2014 no Brasil
Luiz Sales
Coleção CIEE-119 (esgotado)
A justiça superior do 
trabalho no Brasil: atuação e 
regularidade dos processos 
pendentes no TST
Milton de Moura França
Coleção CIEE-120 (esgotado)
Perspectivas do mercado de 
televisão por assinatura no Brasil
Alexandre Annenberg
Coleção CIEE-121 (esgotado)
Como aprimorar a educação 
superior no Brasil
Eduardo Alcalay
Coleção CIEE-122 (esgotado)
A visão do atual estágio 
da educação brasileira e 
recomendações para a sua 
melhoria
Gustavo Ioschpe
Coleção CIEE-123 (esgotado)
A importância do Estado de 
São Paulo na economia, na 
cultura, na educação e no 
desenvolvimento do País
Geraldo Alckmin
Coleção CIEE-124 (esgotado)
O novo jeito de fazer 
negócios no Brasil
Fernando Byington Egydio 
Martins
Coleção CIEE-125
A preparação de engenheiros 
para o mercado de trabalho 
brasileiro: a experiência do ITA
Reginaldo dos Santos
Coleção CIEE-126
As Agências de Formento e o 
seu papel no financiamento 
de longo prazo, notadamente 
junto às pequenas 
e médias empresas.
Milton Luiz de Melo Santos
Coleção CIEE-127
A possibilidade existente de 
maior participação brasileira 
no mercado europeu
Mario Bernardo Garnero
Coleção CIEE-128
O Poder de Investigação do 
Ministério Público
Márcio Fernando Elias Rosa 
Coleção CIEE-129 
Pioneiros & Empreendedores
Jacques Marcovitch
64 | Coleção CIEE 129 Pioneiros & Empreendedores | 65
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
(Mandato de 16/4/2012 a 
15/4/2015)
PRESIDENTE
Ruy Martins Altenfelder Silva
VICE-PRESIDENTES
Wálter Fanganiello Maierovitch
Antonio Jacinto Caleiro Palma
José Augusto Minarelli
CONSELHEIROS
Antonio Garbelini Junior 
Humberto Casagrande Neto
Orlando de Almeida Filho
FUNDADORES
Aloysio GonçalvesMartins
Clóvis Dutra
Geraldo Francisco Ziviani
José Franklin Veras Viégas
Mario Amato
Paulo Egydio Martins
Térbio de Mattos
PRESIDENTE EXECUTIVO
Luiz Gonzaga Bertelli
Adhemar César Ribeiro
Ana Maria Vilela Igel
Carlos Eduardo Moreira Ferreira
César Gomes de Mello
Élcio Aníbal de Lucca
Dom Fernando Antônio Figueiredo
Flávio Fava de Moraes
Gaudêncio Torquato
Gesner de Oliveira
Hermann Heinemann Wever
Ivette Senise Ferreira
João Guilherme Sabino Ometto
Joaquim Pedro Villaça de Souza Campos
José Vicente
Liz Coli Cabral Nogueira
Marcos Troyjo
Ney Prado
Norton Glabes Labes
Ozires Silva
Rogério Amato
Sebastião Misiara
Tácito Barbosa Coelho Monteiro Filho
Wander Soares
Wilson João Zampieri
Yvonne Capuano
CONSELHO FISCAL
Titulares
Antoninho Marmo Trevisan
José Frugis
Ricardo Melantonio
Suplentes
Shozo Motoyama
Vandermir Francesconi Júnior
Alex Periscinoto
Antonio Jacinto Caleiro Palma
Herbert Victor Levy Filho
João Baptista Figueiredo Júnior
Júlio César de Mesquita
Laerte Setúbal Filho
Paulo Nathanael Pereira de Souza
Adib Jatene
Amauri Mascaro Nascimento
Angelita Habr-Gama
Antonio Candido de Mello e Souza
Antônio Delfim Netto
Antônio Hélio Guerra Vieira
Clarice Messer
Dorival Antônio Bianchi
Edevaldo Alves da Silva
Evanildo Bechara
Ives Gandra da Silva Martins
Jarbas Miguel de Albuquerque 
Maranhão
João Geraldo Giraldes Zocchio
João Monteiro de Barros Filho
José Cretella Jr.
José Feliciano de Carvalho
José Pastore
Laudo Natel
Leonardo Placucci
Luiz Augusto Garaldi de Almeida
Nelson Alves
Nelson Vieira Barreira
Paulo Emílio Vanzolini
Paulo Nogueira Neto
Ruy Mesquita
Antonio Ermírio de Moraes Lázaro de Mello Brandão
CONSELHO CONSULTIVO
PRESIDENTES EMÉRITOS
MEMBROS HONORÁRIOS
MEMBROS BENEMÉRITOS
66 | Coleção CIEE 129
Sede do CIEE: Rua Tabapuã, 540 • Itaim Bibi • São Paulo/SP • CEP 04533-001 
(11) 3046-8211 • www.ciee.org.br
Todos os meses, milhares de estagiários e aprendizes do CIEE utilizam 
parte de sua bolsa-auxílio para complementar a renda de suas famílias.
É o CIEE contribuindo para a inserção dos jovens no mercado de 
trabalho, prestando assistência social às famílias e colaborando com 
o Governo em suas bem-sucedidas ações sociais.
Educação, oportunidade e assistência social.
Com isso, o CIEE ajuda a construir um 
Brasil mais justo.
R
IN
O
 C
O
M
66 | Coleção CIEE 129
129
“Pioneiros e Empreendedores” traz his-
tórias contadas por Jacques Marcovicth, 
sobre a vida de empreendedores e pio-
neiros que influenciaram decisivamente 
a história do desenvolvimento social e 
econômico do país.
Além disso, Marcovicth exalta a saga de alguns brasileiros e 
imigrantes que transmitiram aos seus descendentes e tam-
bém às futuras gerações exemplos irrefutáveis de empreen-
dedorismo, lições permanentes de tenacidade, obstinação, 
ensinamentos de vida e trabalho, como o caso de Ramos de 
Azevedo, inovador da arquitetura e construção civil; Luiz de 
Queiroz, precursor do agronegócio e pioneiro do ensino su-
perior da agricultura, e tantos nomes que marcaram o pionei-
rismo brasileiro.
ISBN: 978-85-63704-17-7

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