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ExameFísico-completo

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Exame Físico 
 
Prof. Glauco Cardoso 
Acad. Enf. Amanda Tributino J. Martins 
Acad. Enf. Angélica Costa Santos 
Introdução: 
 
O exame físico compõe o Processo de Enfermagem estando inserido em sua 
primeira etapa, Histórico de Enfermagem. Para elaboração de um Histórico de Enfermagem 
de um cliente primeiramente e realizada uma entrevista através da qual são obtidos dados 
subjetivos referentes ao estado de saúde-doença, estilo de vida e cultura do cliente. Essa 
entrevista permite ao enfermeiro uma aproximação do cliente, é uma oportunidade de 
conquistar sua confiança. 
O exame físico procede a entrevista através dele são obtidos os dados objetivos do 
Histórico de Enfermagem que vão complementar, suplementar ou refutar os dados colhidos 
na entrevista. Este exame possibilita ao enfermeiro a confirmação e a identificação dos 
Diagnósticos de Enfermagem, bem como a formulação de julgamentos clínicos sobre 
alterações do estado de saúde e tratamento, assim como a evolução dos resultados 
fisiológicos do cuidado. 
Ao realizar o exame físico o examinador entra na intimidade de sue cliente para tal é 
necessário sua permissão. Uma abordagem segura e delicada, um olhar para o paciente de 
forma integral e não somente para as partes de seu corpo ajudam a estabelecer uma relação 
interpessoal que favorece a execução desse exame. 
 
A Propedêutica do Exame Físico 
 
O exame físico é um exame minucioso, detalhado de cada área corporal. O 
examinador busca por diferentes alterações que podem acontecer no corpo do seu cliente, 
desde a ponte de seus cabelos até a unha do seu dedo do pé. Ou seja, é um exame céfalo-
caudal. 
A propedêutica corresponde ao método de introdução que prepara ou habilita para a 
realização do exame físico. 
 
Inspeção: diz respeito a observação onde é realizada a comparação entre os lados do corpo. 
É realizada a inspeção de cada área quanto ao seu tamanho, formato, coloração, simetria, 
posição e deformidades. 
 
Palpação: o examinador utiliza as mãos para tentar enxergar aquilo que não é possível aos 
seus olhos. Ao aplicar uma pressão sobre uma determinada área corporal o examinador 
tenta identificar nódulos ou massas. Verificando sinais físicos específicos como resistência, 
elasticidade, rugosidade, textura e mobilidade. 
 
Percussão: consiste na produção de uma vibração e conseqüentes ondas sonoras através do 
batimento da superfície corporal diretamente ou indiretamente com um dos seus dedos. 
Devido as diferentes densidades dos órgãos do corpo humano cada um deles produz sons 
característicos identificados à percussão. São estes: timpânico, maciço e sub-maciço. 
 
Ausculta: consiste na ausculta com a utilização de um Estetoscópio dos sons normais e 
anormais produzidos pelos órgãos do corpo, como as bulhas cardíacas e os murmúrios 
vesiculares no pulmão. 
 
Realizando o Exame Físico: 
 
Exame Geral: consiste na observação da aparência geral do cliente. 
 
� Gênero e raça 
� Idade 
� Sinais de angústia (manifestações não verbais) 
� Tipo corporal 
� Postura 
� Marcha 
� Movimentos corporais 
� Higiene e arrumação 
� Roupas 
� Afeto e humor 
� Maus tratos 
� Consumo de drogas 
� Sinais vitais (Temperatura, Pulso, Respiração e “Pressão Arterial”). 
 
Pele: consiste na inspeção e na palpação da pele, verificando coloração, umidade, 
temperatura, textura, turgor, vascularidade, edema e lesões. Normalmente a pele é lisa e 
seca, a temperatura vai depender da circulação sanguínea. 
 
� Cianose central: é decorrente da oxigenação inadequada do sangue arterial nos 
pulmões. Correlaciona-se diretamente com a hipoxemia e hipóxia celular 
provocando uma coloração azulada que é melhor observada nos lábios, mucosa 
oral e língua. 
� Cianose periférica: a cianose periférica ocorre quando o fluxo de sangue 
cutâneo diminui e se lentifica e os tecidos extraem mais oxigênio do sangue. 
Observado por uma coloração azulada nas extremidades periféricas (ponta dos 
dedos). 
� Palidez: diminuição da cor devido a uma quantidade reduzida de oxi-
hemoglobina, ou visibilidade reduzida da mesma resultante da diminuição do 
fluxo sanguíneo provocada geralmente por anemia e choque respectivamente. 
Melhor observada na face, conjuntivas, leitos ungueais e palma das mãos. 
� Icterícia: aumento de depósito de bilirrubina nos tecidos, causada por doença 
hepática e destruição das células vermelhas do sangue. Provocando uma 
coloração amarelo-alaranjada, observada na esclerótica, membrana mucosa e 
pele. 
� Eritema: aumento da visibilidade da oxi-hemoglobina devido a dilatação ou 
fluxo sanguíneo aumentado. Provocado por febre, trauma direto, rubor e 
ingestão de álcool, observado em face e locais onde há maior pressão de 
estrutura óssea contra uma superfície rígida. 
� Petéquia: manchas hemorrágicas puntiformes. 
� Equimose: manchas hemorrágicas. 
� Hematoma: manchas hemorrágicas em grande volume no local. 
� Edema: extravasamento de líquidos para o espaço intersticial. Trauma direto e 
comprometimento do retorno venoso são causas comuns de edema. È 
importante avaliar o grau de edema a fim de estabelecer parâmetros de 
comparação, para isso é utilizado o sinal de cacifo. É realizada uma pressão com 
o polegar sobre a área avaliada por aproximadamente 5 segundos. A 
profundidade do cacifo é registrada da seguinte forma, utilizando uma escala de 
+1 à + 4. 
� Turgor: consiste na avaliação da elasticidade da pele. Para examinar o turgor 
cutâneo, uma prega da pele sob a parte posterior do ante-braço ou área do 
externo é presa com a ponta dos dedos e liberada. O enfermeiro observa a 
facilidade com que a pele e movimenta e a velocidade com que retorna à sua 
posição normal. O fracasso da pele em reassumir o seu contorno ou formato 
normal indica desidratação. 
� Descamação: aparência de flocos tipo caspa sobre a superfície cutânea que está 
levemente avermelhada. 
� Escamação: aparência tipo escama de peixe, que é facilmente esfregada para 
fora da superfície cutânea. 
 
 
Cabelo e couro cabeludo 
 
Inspeção: observa-se a coloração, distribuição, quantidade, espessura, textura e 
lubrificação do cabelo. No couro cabeludo inspeciona-se quanto a presença de lesão, 
nódulos, contusão, descamação, caspas, parasitas. 
 
Cabeça 
 
Inspeção: observa-se o tamanho, forma e contorno do crânio 
 
Palpação: palpa-se em busca de nódulos, massas e crepitação. 
 
 
Olhos 
 
Pupilas e íris: observar quanto ao tamanho, formato, igualdade, acomodação e 
reatividade à luz. As pupilas normalmente são pretas, redondas, regulares e iguais 
em tamanho. Pupilas nebulosas indicam catarata. Quando um feixe de luz é 
projetado através da pupila em direção a retina, esta se contrai (miose). As pupilas 
dilatadas (midríase) podem resultar de glaucoma, trauma, distúrbios neurológicos, 
medicações oculares (ex.atropina) e abstinência de opióides. 
Anisocoria: são pupilas desiguais. 
 
Conjuntiva e esclerótica: normalmente, a conjuntiva é transparente, possibilitando 
ao examinador visualizar os finos vasos sanguíneos subjacentes que dão a ela uma 
coloração rosa claro. A esclerótica tem a cor de porcelana branca nas pessoas 
brancas, e amarelo-claro nas afro-americanas. Uma conjuntiva pálida, resulta de 
anemia. 
 
 Orelhas 
Inspeciona-se as orelhas analisando o tamanho, formato, simetria e implantação. 
 
Canal auditivo 
Observa-se a presença de drenagem, cerume e corpos estranhos. 
 
Nariz 
 
Inspeção: observar o tamanho, formato, coloração da pele e da mucosa, presença de 
deformidades, inflamação e desvio de septo. 
 
Palpação: a palpação é realizada a fim de verificar a permeabilidade da cavidade 
nasal. O examinador pressiona com um dos dedos uma das narinas pedindo pra o 
paciente inspirar com a boca fechada e verifica a dificuldade da passagemdo ar. 
 
Regiões correspondentes aos seios da face 
 
Palpação: com o objetivo de identificar sensibilidade, o examinador aplica uma 
pressão com o polegar, para dentro e para cima, sobre as áreas faciais frontal e 
maxilar (arco zigomático). 
 
Lábios e mucosa oral. 
 São inspecionados quanto à coloração, textura, hidratação, contorno, lesão e 
simetria. 
 
Dentes 
 Inspeciona-se com o intuito de verificar a ausência de elementos dentários e a 
qualidade dos dentes presentes. 
 
 Língua 
Observar quaisquer desvios, tremores ou limitações do movimento. Qualquer 
alteração indica comprometimento do nervo hipoglosso. Observa-se também a 
coloração, tamanho, posição, textura e revestimento, lesões ou edema. Uma língua 
saburrosa indica presença de resíduos alimentares. 
 
Faringe 
Utilizando o abaixador de língua, é inspecionada a úvula e o palato mole que devem 
estar centralmente à medida que o cliente fala AH, deve-se avaliar a presença de 
edema, ulceração ou inflamação. 
Pescoço 
 
Inspeção: observa-se a presença de nódulos, massas, turgência de jugulares e 
desvio de traquéia. 
Palpação: palpa-se a fim de examinar o sistema linfático e determinar a integridade 
das estruturas. 
 
� Gânglio occipital: abaixo da proeminência occipital. 
� Gânglio retro-auricular: abaixo do processo mastóide. 
� Gânglio pré-auricular: frente ao ouvido. 
� Gânglio retro-faringianos: abaixo do ângulo da mandíbula. 
� Gânglio submandibular: abaixo da linha média da mandíbula, entre o mento e o 
ângulo da mandíbula. 
� Gânglio sub-mentoniano: abaixo do processo mentual da mandíbula. 
 
 
Palpação da tireóide 
 
O examinador posiciona-se atrás ou a frente do cliente, que flexiona o pescoço 
para frente e lateralmente na direção do lado que está sendo examinado, ao pedir 
que o cliente degluta o examinador sente com os dedos posicionados de cada lado 
da traquéia abaixo da cartilagem cricóide o movimento do istmo da tireóide para 
trás.0 
 
Tórax 
 
Antes de realizar o exame físico do tórax é importante delimitar os marcos 
anatômicos das regiões posterior, lateral e anterior, a fim de realizar um exame 
físico detalhado e facilitar a localização dos achados. 
 
Linhas divisórias da face anterior 
 
� Verticais: 
� Linha Esternal: que passa pela borda do esterno, de cada lado; 
� Linha média –esternal: que é medial as linhas esternais; 
� Linha hemi-clavicular: que passa no meio da clavícula. 
 
� Horizontais: 
� Terceira articulação condroesternal,para a direita e para a esquerda; 
� Sexta articulação condroesetrnal, para a direota e para a esquerda. 
 
 
 
 
Linhas divisórias da face lateral: 
 
� Verticais: 
� Linha axilar anterior: traçada para baixo a partir da prega axilar anterior; 
� Linha axilar posterior: traçada a partir da prega axilar posterior; 
� Linha axilar média: que se inicia no côncavo axilar e situa-se entre as 
linhas axilares anterior e posterior. 
 
� Horizontais: 
� É a prorrogação da linha traçada a partir da sexta articulação condroesternal. 
 
 
Linhas da face posterior: 
 
� Verticais: 
� Linha vertebral:traçada sobre os processos espinhosos das vértebras; 
 
� Escapular: 
� traçada ao longo da borda interna da escápula; 
 
� Horizontais: 
 
� primeira passa pela borda superior da escápula 
� segunda pela borda inferior da escápula 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Regiões do tórax 
 
� Face anterior: 
� Região supraclavicular: anteriormente, é limitada pela borda superior da 
clavícula; posteriormente pela borda superior do trapézio; e , medialmente, pelo 
prolongamento da linha esternal do pescoço. 
� Região clavicular: corresponde a região da clavícula. 
� Região infraclavicular: é limitada superiormente pela borda inferior da 
clavícula; inferiormente pela linha horizontal traçada a partir da terceira 
articulação condroesternal; medialmente é limitada pela linha esternal e 
lateralmente pela borda anterior do músculo deltóide. 
� Região mamária: o limite superior corresponde a linha que passa pela terceira 
articulação condroesternal, o inferior pela sexta, o intero é a linha esternal, e oe 
externo a linha axilar anterior. 
� Região iframamária: é delimitada, superiormente, pela linha que passa pela 
sexta articulação condroesternal, e, inferiormente, pela borda costa; lateralmente 
estende-se até a linha axilar anterior. 
� Região supra-esternal: corresponde a região delimitada pelo prolongamento das 
linhas esternais para o pescoço. 
� Região esternal: limitada de cada lado pelas linhas esternais. 
. 
 
 
 
 
 
� Face lateral: 
� Região axilar: os limites laterais são as linhas axilares anterior e posterior; o 
limite superior é p côncavo axilar, e o inferior é a linha que corresponde a sexta 
articulação condroesternal. 
� Região infra-axilar: delimitada lateralmente pelas linhas axilares anterior e 
posterior; superiormente pela linha correspondente a sexta articulação 
condroesternal; e inferiormente pela borda costal. 
 
 
 
 
FACE ANTERIOR 
 
1 – REGIÃO SUPRACLAVICULAR 
2 – REGIÃO CLAVICULAR 
3 – REGIÃO INFRACLAVICULAR 
4 – REGIÃO MAMÁRIA 
5 – REGIÃO INFRAMAMÁRIA 
6- REGIÃO SUPRA-ESTERNAL 
7 – REGIÃO ESTERNAL SUPERIOR 
8 – REGIÃO ESTERNAL INFERIOR 
 
FACE LATERAL 
 
1 – REGIÃO AXILAR 
2 – REGIÃO INFRA AXILAR 
� Face posterior: 
� Região supra-escapular: superior e lateralmente limitada pela borda superior do 
trapézio; inferiormente é limitada pela linha que passa pela borda superior da 
escápula. 
� Região escapular: região coberta pela escápula. 
� Região infra-escapular: o limite superior é a linha que passa pela borda inferior 
da escápula e o inferior é a borda costal. O limite interno é a linha vertebral, e o 
externo, a linha axilar posterior. 
� Região interescápulo-vertebral: região compreendida entre as linhas vertebral e 
escapular. Limitada superior e inferiormente pelas linhas que passam pelas 
bordas superior e inferior da escapulo. 
 
 
 
 
 
Inspeção : realiza-se uma observação do tórax anterior, posterior e lateral , 
identificando a coloração da pele, a presença de traumas, movimentação, a utilização 
de musculatura acessória, simetria, retração, abaulamento e forma. 
 
Tipos patológicos de tórax: 
 
� Tórax em barril, enfisematoso, globoso ou em tonel: consiste no diâmetro antero-
posterior maior que o transverso. 
 
� Tórax peito de pombo, em quilha ou cariniforme: a pessoa apresenta o esterno 
proeminente anteriormente. Característica de um defeito congênito ou adquirido 
(raquitismo). 
 
� Tórax escavado: é caracterizado por uma depressão na porção inferior do esterno. 
 
� Tórax chato: consiste em um diâmetro antero-posterior menor que o transverso. 
Provocado por um defeito congênito ou doença caquetizante. 
FACE POSTERIOR 
 
1 – REGIÃO SUPRA-ESCAPULAR 
2 – REGIÃO SUPRA - ESPINHOSA 
3 – REGIÃO INFRA –ESPINHOSA 
4 – REGIÃO INTERESCÁPULO-VERTEBRAL 
5 – REGIÃO INFRA-ESCAPULAR 
 
� Tórax em sino - caracterizado por um aumento exagerado da parte 
inferior.Comum nas ascites ou hepatoesplenomegalias. 
 
� Tórax cifoescoliótico ou escoliótico - Defeito congênito ou adquirido por 
tuberculose, raquitismo, traumatismo, poliomielite, etc. Normal não há 
abaulamentos e retrações na região torácica. Sua presença é sugestiva de patologias. 
 
� Tórax cifótico - caracterizado por uma curvatura da coluna dorsal. 
 
 
 
 
 
 
Padrões respiratórios 
 
Normopnéia: incursões respiratórias que variam de 12 a 22 por minuto. 
 
Taquipnéia: respiração rápida e superficial. 
 
Bradipnéia: respiração lente e superficial. 
 
Hiperpnéia: respiração rápida e profunda. 
 
Respiração de Cheyne-Stokes: caracteriza-sepor uma fase de apnéia, seguida de 
incursões respiratórias cada vez mais profundas até atingir o máximo, para depois 
decrescer até uma nova pausa. 
 
Respiração de Biot ou atáxica: caracterizada por ser irregular, podendo ser 
superficiais ou profundas cessando por curtos períodos. 
 
Respiração de Kussmaul: respiração profunda de freqüência rápida, normal ou lenta. 
Caracteriza-se por inspirações rápidas e amplas intercaladas com períodos curtos de 
apnéia e expirações profundas e ruidosas. 
 
Palpação: na palpação investiga-se a expansibilidade torácica , que deve ser iguais 
em regiões simétricas. 
 
Manobra de Ruaut: o examinador posiciona-se atrás do cliente, e coloca os 
polegares junto aos processos espinhais, mantendo uma separação de 5 centímetros, 
com a palma das mãos em contato suave com as superfícies póstero-laterais, ao 
instruir para que o cliente faça uma respiração profunda o enfermeiro observa a 
movimentação de suas mãos. a excursão torácica deve ser simétrica, separando os 
polegares em torno de 3 a 5 cm. 
 
Frêmito toraco-vocal:o som criado pelas cordas vocais é transmitido através do 
pulmão para a parede torácica, criando vibrações que podem ser palpadas 
externamente. Estas vibrações são denominadas frêmito toraco vocal. Para perceber 
essas vibrações o examinador coloca a parte inferior das palmas das mãos sobre os 
espaços intercostais, iniciando pelo ápice do pulmão. O examinador pede então que o 
cliente repita palavras como trinta e três ou três três três. Normalmente existe uma 
vibração a medida que o cliente fala. A redução do frêmito palpável podem ser 
indicativo de acumulação de muco, derrame pleural, pneumotórax, presença de lesões 
pulmonares e colapso do tecido pulmonar. 
 
 
 Ausculta pulmonar: avalia-se o fluxo aéreo pela árvore traqueobrônquica. O 
examinador pede ao cliente que respire profundamente com os lábios entreabertos a 
fim de detectar os sons. 
 
Murmúrios vesiculares: são sons respiratórios normais, produzidos pela turbulência 
da entrada do ar pelos alvéolos e bronquíolos. São audíveis em todos os campos 
pulmonares. 
 
Ruídos adventícios: são sons anormais que se superpõem aos sons respiratórios 
normais, podem ser: 
 
� Crepitantes: audíveis quando há abertura súbita das pequenas vias aéreas 
cheias de líquido. São mais audíveis durante a inspiração e não desaparecem 
com a tosse. Podem ser encontradas em pacientes com edema pulmonar, 
fibrose, bronquite, bronquiectasia e pneumonia.O som de uma crepitação pode 
ser produzido esfregando-se uma mecha de cabelo contra os dedos. 
� Subcreptantes: assemelha-se ao rompimento de pequenas bolhas. Podendo 
ser auscultados no final da expiração e início da inspiração, não se modificam 
com a tosse. Indicativos de bronquite, pneumonia, broncopneumonia. 
� Roncos: ocorrem em conseqüência da passagem de ar pelas vias aéreas 
estreitadas, repletas de secreções ou líquidos. São mais audíveis durante a 
expiração e se modificam com a tosse. 
� Sibilos: são ruídos sussurantes,decorrentes da passagem do ar por vias aéreas 
estreitadas. Quando muito intensos podem ser audíveis sem estetoscópio. São 
associados a asma, broncoconstricção,bronquite. 
� Atrito pleural: decorrente de uma inflamação pleural são sons do tipo fricção 
causados por duas superfícies pleurais ressecadas que deslizam uma sobre a 
outra. 
� Cornagem: é uma respiração ruidosa causada por uma obstrução ao nível da 
laringe e/ou traquéia. 
 
 
Percussão: durante a percussão é possível determinar se os tecidos estão cheios de ar, 
líquido ou se são sólidos. Os sons podem ser timpânicos, maciços, e submaciços. 
 
 
 
Região precordial 
 
Ao iniciar a avaliação da região precordial, torna-se importante delimitar a região 
cardíaca, que compreende: 
� 2º espaço intercostal direito: linha paresternal direita; 
� 2º espaço intercostal esquerda: linha paresternal esquerda; 
� Apêndice xifóide; 
� Ictus Cordis. (5º espaço intercostal esquerdo linha hemiclavicular). 
 
 
Inspeção: durante a inspeção, que deve ser feita com o cliente em decúbito dorsal 
com o tórax exposto, é importante identificar abaulamentos (que podem ser 
causados por aneurismas e hipertrofias ventriculares) e retrações. Quando é 
possível visualizar o Ictus Cordis durante a inspeção pode ser indício de uma 
alteração cardíaca, como hipertrofia ventricular esquerda. 
 
Pulsações epigástricas e supra-esternais: frequentemente são visualizados em 
indivíduos normais, porém se muito acentuados podem indicar hipertrofia 
ventricular direita (se epigástricas), ou, indicam a possibilidade de hipertensão 
arterial, aneurisma da aorta quando visualizados na região supra-esternal. 
 
 
Palpação: a palpação pode ser feita juntamente com a inspeção, quando não se 
consegue visualizar o Ictus Cordis, pode-se localizá-lo durante a palpação. O Ictus 
Cordis pode estar deslocado para cima, quando há elevação do diafragma (gravidez, 
ascite) ou para baixo, quando há rebaixamento do mesmo (enfisema, pneumotórax). 
Além de comfirmar abaulamentos do precórdio e pulsações epigástricas e supra-
esternais. 
 
Ausculta: a ausculta cardíaca é realizada em pontos do tórax onde se é possível 
auscultar o fechamento das valvas cardíacas. São chamados focos de ausculta, que 
são: 
� Foco mitral: na sede do Ictus Cordis (5º espaço intercostal, esquerdo linha 
hemiclavicular). 
� Foco tricúspide: na base do apêndice xifóide. 
� Foco pulmonar: 2º espaço intercostal direito, linha paresternal. 
� Foco aórtico: 2º espaço intercostal esquerdo, linha paresternal. 
� Foco aórtico acessório (ponto de ERB): 3º espaço intercostal esquerdo, linha 
paresternal. 
 
 
 
 
 
Bulhas cardíacas: 
 
� 1º bulha cardíaca (B1): corresponde ao fechamento simultâneo das valvas 
tricúspide e mitral. É melhor ouvida no foco mitral e no foco tricúspide, ela mostra-
se na sístole. TUM. 
� 2º bulha cardíaca (B2): corresponde ao fechamento simultâneo das valvas 
pulmonar e aórtica. É melhor ouvida no foco pulmonar e foco aórtico. TA 
 
Obs: a abertura das valvas só pode ser ouvida se estas estiverem lesadas.

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