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Introdução FACULDADE DE DIREITO – PROF. ANDREI BRETTAS GRUNWALD “As obrigações, direitos pessoais, têm como característica fundamental seu caráter transitório. A obrigação visa a um escopo mais ou menos próximo no tempo. Atingida a finalidade para a qual foi criada, a obrigação extingue-se. Essa é a exata noção presente no contrato.” VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito Civil Vol. 3. 10ª edição.São Paulo: Atlas, 2010, p 505. Modalidades FACULDADE DE DIREITO – PROF. ANDREI BRETTAS GRUNWALD 1. Normal: cumprimento integral das obrigações; 2. Sem cumprimento: 2.1.Causas anteriores ou contemporâneas; 2.1.1. Nulidade absoluta e relativa; 2.1.2. Cláusula resolutiva; 2.1.3. Arrependimento; Modalidades FACULDADE DE DIREITO – PROF. ANDREI BRETTAS GRUNWALD 2.2. Causas Supervenientes: 2.2.1. Resolução: 2.2.1.1. Inexecução voluntária; 2.2.1.2. Inexecução involuntária; 2.2.1.3. Onerosidade excessiva; 2.2.2. Resilição: 2.2.2.1. Bilateral; 2.2.2.2. Unilateral; 3. Morte de um dos contratantes; 4. Rescisão Denominações FACULDADE DE DIREITO – PROF. ANDREI BRETTAS GRUNWALD - Resilição: é a cessação do vínculo contratual pela vontade das partes ou de uma das partes; - Rescisão: a noção de extinção da relação contratual por culpa ou ocorrência de lesão; - Distrato: é o mútuo consenso para o desfazimento do vínculo contratual; - Resolução: é um remédio concedido à parte para romper o vínculo contratual mediante ação judicial (Orlando Gomes). Extinção Natural ou Normal FACULDADE DE DIREITO – PROF. ANDREI BRETTAS GRUNWALD O Código Civil disciplina a matéria através dos artigos 472 a 480. A extinção normal dos contratos ocorre em decorrência de sua plena execução (cumprimento da obrigação) ou pela extinção do seu prazo previsto para o negócio (ex. prestação de serviço). A satisfação do credor e a liberação do devedor se dá pelo cumprimento integral da obrigação. Extinção Sem Cumprimento Contemporânea a Formação FACULDADE DE DIREITO – PROF. ANDREI BRETTAS GRUNWALD As causas anteriores à formação do contrato são: a) defeitos decorrentes do não-preenchimento de seus requisitos subjetivos (capacidade das partes e livre consentimento), objetivos (objeto lícito, possível, determinado ou determinável) e formais (forma prescrita em lei), que afetam a sua validade, acarretando a nulidade absoluta ou relativa do contrato; b) o implemento da cláusula resolutiva, expressa ou tácita; e c) o exercício do direito de arrependimento convencionado. Contemporânea a Formação Nulidade Absoluta ou Relativa FACULDADE DE DIREITO – PROF. ANDREI BRETTAS GRUNWALD A nulidade absoluta resulta da ausência de elemento essencial do ato, com transgressão a preceito de ordem pública, impedindo que o contrato produza efeitos desde a sua formação (ex tunc). O Código Civil enumera hipóteses de nulidade em seus artigos 166 e 167. Contemporânea a Formação Nulidade Absoluta ou Relativa FACULDADE DE DIREITO – PROF. ANDREI BRETTAS GRUNWALD A nulidade relativa ou anulabilidade resulta da imperfeição da vontade: ou porque emanada de um relativamente incapaz não assistido, ou porque contém algum dos vícios do consentimento (erro, dolo, coação etc.). Como pode ser sanada e até mesmo não argüida no prazo prescricional, não extinguirá o contrato enquanto não se mover a ação que a decrete, com efeitos ex nunc. Contemporânea a Formação Nulidade Absoluta ou Relativa FACULDADE DE DIREITO – PROF. ANDREI BRETTAS GRUNWALD A anulabilidade, diversamente da nulidade, não pode ser argüida por qualquer das partes da relação contratual, nem declarada de ofício pelo juiz. Legitimado a pleitear a anulação é somente o contraente em cujo interesse foi estabelecida a regra (CC, 177). É de se notar que, enquanto a nulidade absoluta visa tutelar interesse público, pois houve violação de normas de ordem pública, a anulabilidade resguarda precipuamente o interesse das partes. Contemporânea a Formação Cláusula Resolutiva FACULDADE DE DIREITO – PROF. ANDREI BRETTAS GRUNWALD O Prof. Carlos Roberto Gonçalves estabelece que “na execução do contato, cada contraente tem a faculdade de pedir a resolução se o outro não cumpre as obrigações avençadas”, podendo ser por convenção ou presunção legal. Contemporânea a Formação Cláusula Resolutiva FACULDADE DE DIREITO – PROF. ANDREI BRETTAS GRUNWALD Quando as partes convencionam, diz-se que estipulam cláusula resolutiva expressa ou pacto comissório expresso. Na ausência de estipulação, tal pacto é presumido pela lei, que subentende a existência da cláusula resolutiva. É a denominada cláusula resolutiva implícita ou tácita. Contemporânea a Formação Cláusula Resolutiva FACULDADE DE DIREITO – PROF. ANDREI BRETTAS GRUNWALD Quando as partes convencionam, diz-se que estipulam cláusula resolutiva expressa ou pacto comissório expresso, opera-se de pleno direito. Na ausência de estipulação, tal pacto é presumido pela lei, que subentende a existência da cláusula resolutiva. É a denominada cláusula resolutiva implícita ou tácita, que depende de interpelação judicial. Contemporânea a Formação Cláusula Resolutiva FACULDADE DE DIREITO – PROF. ANDREI BRETTAS GRUNWALD Em ambos os casos, tanto no de cláusula resolutiva expressa quanto tácita, a resolução deve ser judicial, ou seja, precisa ser pronunciada pelo juiz. A sentença que reconhecer a cláusula expressa e o direito à resolução terá efeito meramente declaratório, ex tunc, portanto. Sendo a cláusula tácita, a sentença tem efeito desconstitutivo, dependendo de interpelação judicial, ou seja, a cláusula só produz efeitos após a interpelação. Contemporânea a Formação Arrependimento FACULDADE DE DIREITO – PROF. ANDREI BRETTAS GRUNWALD Em estando expressamente previsto no contrato, poderá qualquer uma das partes rescindir o contrato de forma unilateral, estando sujeito a perda do sinal. O arrependimento deverá ser exercido dentro do prazo convencionado ou antes da execução do contrato se não houver convenção em contrário. Superveniente a Formação FACULDADE DE DIREITO – PROF. ANDREI BRETTAS GRUNWALD Verifica-se a dissolução do contrato em função de causas posteriores à sua criação: a) resolução, como conseqüência do seu inadimplemento voluntário, involuntário ou por onerosidade excessiva; b) resilição, pela vontade de um ou de ambos os contratantes; c) morte de um dos contratantes, se o contrato for personalíssimo; e d) rescisão, modo específico de extinção de certos contratos Superveniente a Formação FACULDADE DE DIREITO – PROF. ANDREI BRETTAS GRUNWALD Verifica-se a dissolução do contrato em função de causas posteriores à sua criação: a) resolução, como conseqüência do seu inadimplemento voluntário, involuntário ou por onerosidade excessiva; b) resilição, pela vontade de um ou de ambos os contratantes; c) morte de um dos contratantes, se o contrato for personalíssimo; e d) rescisão, modo específico de extinção de certos contratos Superveniente a Formação Resolução FACULDADE DE DIREITO – PROF. ANDREI BRETTAS GRUNWALD 1. Resolução: é um remédio concedido á parte para romper o vínculo contratual mediante ação judicial (Orlando Gomes); 1.1. Inexecução voluntária: é decorrente do comportamento culposo de um dos contratantes, com prejuízo do outro, produzindo efeitos ex tunc, extinguindo-se o executado e sujeitando-se o inadimplente ao pagamento de perdas e danos e cláusula penal. Nos contratos sucessivos o efeito é ex nunc. Superveniente a Formação Resolução FACULDADE DE DIREITO – PROF. ANDREI BRETTAS GRUNWALD Nem sempre os contratantes conseguem cumprir com aquilo que foi avençado, em razão de situaçõessupervenientes, que impedem ou prejudicam a execução do contrato. A extinção do contrato mediante resolução tem como causa a inexecução ou incumprimento por um dos contratantes. Segundo Orlando Gomes, “resolução é um remédio concedido à parte para romper o vínculo contratual mediante ação judicial”. O inadimplemento pode ser voluntário (culposo) ou involuntário (sem culpa). Superveniente a Formação Resolução – Inexecução Voluntária FACULDADE DE DIREITO – PROF. ANDREI BRETTAS GRUNWALD É decorrente do comportamento culposo de um dos contratantes, com prejuízo do outro, produzindo efeitos ex tunc, extinguindo-se o executado e sujeitando-se o inadimplente ao pagamento de perdas e danos e cláusula penal. Nos contratos sucessivos o efeito é ex nunc. FACULDADE DE DIREITO – PROF. ANDREI BRETTAS GRUNWALD Exceção do contrato não cumprido: O art. 476 do CC/2002, prevê nestes termos: nos contratos bilaterais, nenhum dos contratantes, antes de cumprida a sua obrigação, pode exigir o implemento da do outro. A sede natural da exceção em comento encontra-se nos contratos bilaterais ou sinalagmáticos, que envolvem prestações recíprocas, atreladas umas às outras. Se uma das prestações não é cumprida, deixa de existir causa para o cumprimento da outra. Superveniente a Formação Resolução – Inexecução Voluntária FACULDADE DE DIREITO – PROF. ANDREI BRETTAS GRUNWALD Para o manejo da exceção do contrato não cumprido é fundamental que, além de recíprocas, as prestações sejam simultâneas, pois, caso contrário, sendo diferente o momento da exigibilidade de cada prestação, não podem as partes invocar tais defesas. Quando as prestações não são simultâneas, mas sim sucessivas, a exceção não pode ser oposta pela parte a quem caiba prestar primeiro. Se não foi estipulado o momento da execução, entendem-se simultâneas as prestações Superveniente a Formação Resolução – Inexecução Voluntária Superveniente a Formação Resolução – Inexecução Involuntária FACULDADE DE DIREITO – PROF. ANDREI BRETTAS GRUNWALD O Prof. Carlos Roberto Gonçalves ensina que na resolução involuntária ocorre em virtude de “fato não imputável às partes, como sucede nas hipóteses de ação de terceiro ou de acontecimento inevitáveis, alheios à vontade dos contraentes, denominados casos fortuitos ou força maior.” A inexecução deverá observar os requisitos objetivos (obrigação relativa ao devedor), impossibilidade total e definitiva. Superveniente a Formação Resolução – Onerosidade Excessiva FACULDADE DE DIREITO – PROF. ANDREI BRETTAS GRUNWALD O art. 478 prescreve: “Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de uma das partes se tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra, em virtude de acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do contrato. Os efeitos da sentença que a decretar retroagirão à data da citação.” Superveniente a Formação Resolução – Onerosidade Excessiva FACULDADE DE DIREITO – PROF. ANDREI BRETTAS GRUNWALD Os requisitos para a resolução do contrato por onerosidade excessiva são os seguintes: a) vigência de um contrato comutativo de execução diferida ou de trato sucessivo; b) ocorrência de fato extraordinário e imprevisível; c) considerável alteração da situação de fato existente no momento da execução, em confronto com a que existia por ocasião da celebração do contrato; d) nexo de causalidade entre o evento superveniente e a conseqüente onerosidade excessiva. Superveniente a Formação Resilição FACULDADE DE DIREITO – PROF. ANDREI BRETTAS GRUNWALD A resilição não deriva de inadimplemento contratual, mas unicamente da manifestação de vontade, que pode ser bilateral ou unilateral. Resilir, do latim resilire, significa “voltar atrás”. A resilição bilateral é denominada distrato, que é o acordo de vontades que tem por fim extinguir um acordo de vontades anteriormente celebrado. A unilateral pode ocorrer somente em determinados contratos, pois a regra é a impossibilidade de um contraente romper o vínculo contratual por sua exclusiva vontade Superveniente a Formação Resilição - Distrato FACULDADE DE DIREITO – PROF. ANDREI BRETTAS GRUNWALD Nos termos do art. 472 do CC/2002, o distrato faz-se pela mesma forma exigida para o contrato. Qualquer contrato pode cessar pelo distrato. É necessário, todavia, que os efeitos não estejam exauridos, uma vez que o cumprimento é a via normal de extinção. Contrato extinto não precisa ser dissolvido. O distrato deve obedecer à mesma forma do contrato a ser desfeito quando este tiver forma especial, mas não quando esta for livre. Superveniente a Formação Resilição - Unilateral FACULDADE DE DIREITO – PROF. ANDREI BRETTAS GRUNWALD Denúncia: ocorre nos contratos de longa duração e prestações periódicas. Ex. Locação de imóveis. Revogação (mandante) ou renúncia (mandatário): quando há quebra de confiança, sendo este o fator predominante, originado pelo mandante. Exoneração por ato unilateral: cabível por parte do fiador, na fiança por prazo indeterminado, não se aplicando aos casos de prazo determinado, previsão no artigo 835 do Código Civil. Superveniente a Formação Morte do Contratante FACULDADE DE DIREITO – PROF. ANDREI BRETTAS GRUNWALD Nos dizeres do Prof. Carlos Roberto Gonçalves “a morte de um dos contratantes só acarreta a dissolução dos contratos personalíssimos (intuitu personae), que não poderão ser executados pela morte daquele em consideração do qual foi ajustado. Subsistem as prestações cumpridas, pois o seu efeito opera-se ex nunc.” Superveniente a Formação Rescisão FACULDADE DE DIREITO – PROF. ANDREI BRETTAS GRUNWALD O Prof. Carlos Roberto Gonçalves ensina que a rescisão é utilizado como sinônimo de resolução e de resilição, porém, deveria ser utilizado naqueles casos de dissolução dos contratos em virtude de lesão (defeito do negócio jurídico que se configura prestação desproporcional) ou quando celebrado em estado de perigo (assemelha-se à anulação pelo vício da coação e caracteriza-se quando a avença é celebrada em condições desfavoráveis). Superveniente a Formação Rescisão – Lesão FACULDADE DE DIREITO – PROF. ANDREI BRETTAS GRUNWALD “Art. 157. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência, se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta. § 1º Aprecia-se a desproporção das prestações segundo os valores vigentes ao tempo em que foi celebrado o negócio jurídico. § 2º Não se decretará a anulação do negócio, se for oferecido suplemento suficiente, ou se a parte favorecida concordar com a redução do proveito.” Superveniente a Formação Rescisão – Estado de Perigo FACULDADE DE DIREITO – PROF. ANDREI BRETTAS GRUNWALD “Art. 156. Configura-se o estado de perigo quando alguém, premido da necessidade de salvar- se, ou a pessoa de sua família, de grave dano conhecido pela outra parte, assume obrigação excessivamente onerosa. Parágrafo único. Tratando-se de pessoa não pertencente à família do declarante, o juiz decidirá segundo as circunstâncias.”
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