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Direito Processual Penal - Sujeitos do Processo

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Aula 04
Direito Processual Penal p/ TRE-PE (Analista Judiciário - Área Judiciária) - Com
videoaulas
Professor: Renan Araujo
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AULA 04: DOS SUJEITOS DO PROCESSO: (JUIZ, MP, 
ACUSADO, DEFENSOR, ASSISTENTES, FUNCIONÁRIOS 
DA JUSTIÇA, PERITOS E INTÉRPRETES). 
SUMÁRIO 
!
1. SUJEITOS PROCESSUAIS ............................................................................ 2 
1.1. Conceito e espécies .................................................................................... 2 
1.2. Do Juiz ...................................................................................................... 2 
1.3. Do Ministério Público ................................................................................... 5 
1.4. Do acusado ................................................................................................ 6 
1.5. Do defensor do acusado .............................................................................. 8 
1.6. Do assistente de acusação ......................................................................... 11 
1.7. Dos auxiliares da Justiça ............................................................................ 13 
2. RESUMO .................................................................................................... 14 
3. EXERCÍCIOS DA AULA ............................................................................... 19 
4. EXERCÍCIOS COMENTADOS ....................................................................... 24 
5. GABARITO ................................................................................................ 39 
 
 
Olá, meus amigos! 
 
Hoje vamos estudar os sujeitos do Processo, que são aqueles que, 
de uma forma ou de outra, atuam no processo penal. 
 
Bons estudos! 
Prof. Renan Araujo 
 
 
 
 
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1.!SUJEITOS PROCESSUAIS 
 
1.1.! Conceito e espécies 
Sujeitos do processo são as pessoas que atuam, de maneira 
obrigatória ou não, no processo criminal. Podem ser: 
•! Sujeitos essenciais – Casos devam, necessariamente, fazer 
parte do processo criminal. São apenas três: Juiz, acusador (MP 
ou querelante) e acusado (ou querelado), bem como o defensor 
deste; 
•! Sujeitos acessórios (não essenciais) – São aqueles que não 
necessariamente atuarão no processo, agindo somente em 
alguns casos. Exemplo: Assistente de acusação. 
 
Sujeito do processo não é necessariamente aquele que integra 
a relação processual. Sujeito do processo é toda pessoa que pratica ato 
no processo. A relação processual, por sua vez, é composta pelos sujeitos 
que possuem interesse no processo (Juiz, acusador, acusado e assistente, 
que faz parte da acusação). Pode ocorrer de um sujeito não possuir nenhum 
interesse na causa (perito, por exemplo). O interesse do Juiz se constitui 
na prestação da tutela Jurisdicional em nome do Estado. 
Os sujeitos do processo estão regulamentados nos arts. 251 a 281 do 
CPP. Vamos estudá-los individualmente. 
 
1.2.! Do Juiz 
O sujeito processual, na verdade, é o Estado-Juiz, que atua no 
processo através de um órgão jurisdicional, que é o Juiz criminal. 
O Juiz criminal possui alguns poderes: 
a) Poder de polícia administrativa – Exercido no curso do processo, 
com a finalidade de garantir a ordem dos trabalhos e a disciplina. Ao 
contrário do que a nomenclatura possa transparecer, não está relacionada 
à força policial, mas ao conceito administrativo de poder de polícia 
(limitação ou regulamentação das liberdades individuais). Está previsto no 
art. 251 do CPP, dentre outros: 
Art. 251. Ao juiz incumbirá prover à regularidade do processo e manter a ordem 
no curso dos respectivos atos, podendo, para tal fim, requisitar a força pública. 
 
b) Poder Jurisdicional – Relativo à condução do processo, no que 
toca à atividade-fim da Jurisdição (instrução, decisões interlocutórias, 
prolação da sentença, execução das decisões tomadas, etc.). Dividem-se 
em: b.1) Poderes-meio (atos cuja prática é atingir uma outra finalidade 
– a prestação da efetiva tutela jurisdicional), que se dividem em atos 
ordinatórios e instrutórios; b.2) Poderes-fins (que são relacionados à 
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prestação da efetiva tutela jurisdicional e seu cumprimento), dividindo-se 
em atos decisórios (dizem o direito, condenando, absolvendo, etc.) e atos 
executórios (colocam em prática o que foi decidido); 
Existem determinadas hipóteses nas quais o Juiz não pode atuar, pelo 
fato de se considerar prejudicada a sua condição de imparcialidade. 
São as hipóteses de impedimento ou suspeição. 
As hipóteses de impedimento estão previstas no art. 252 do CPP, e 
são consideradas como ensejadoras de incapacidade absoluta para atuar 
no processo: 
Art. 252. O juiz não poderá exercer jurisdição no processo em que: 
I - tiver funcionado seu cônjuge ou parente, consangüíneo ou afim, em linha 
reta ou colateral até o terceiro grau, inclusive, como defensor ou advogado, 
órgão do Ministério Público, autoridade policial, auxiliar da justiça ou perito; 
II - ele próprio houver desempenhado qualquer dessas funções ou servido 
como testemunha; 
III - tiver funcionado como juiz de outra instância, pronunciando-se, de fato 
ou de direito, sobre a questão; 
IV - ele próprio ou seu cônjuge ou parente, consangüíneo ou afim em linha reta 
ou colateral até o terceiro grau, inclusive, for parte ou diretamente interessado 
no feito. 
 
Nestas hipóteses o CPP estabelece uma presunção absoluta (jure et 
de jure) de que o Juiz seria parcial, violando um dos deveres da Jurisdição, 
que é a imparcialidade. 
Este rol é considerado um rol taxativo (numerus clausus), não 
admitindo interpretação extensiva, portanto. 
Ocorrendo uma dessas hipóteses, o Juiz tem o dever de se declarar 
impedido, não podendo atuar no processo. Se não o fizer, qualquer das 
partes poderá arguir seu impedimento, nos termos do art. 112 do CPP. 
Se, por acaso, se tratar de processo nos Tribunais, nos quais o 
julgamento se dá através de órgãos colegiados (mais de um Juiz), o art. 
253 estabelece que: 
Art. 253. Nos juízos coletivos, não poderão servir no mesmo processo os 
juízes que forem entre si parentes, consangüíneos ou afins, em linha reta ou 
colateral até o terceiro grau, inclusive. 
 
CUIDADO! Parte da Doutrina entende que este art. 253 se refere a uma 
incompatibilidade (e não impedimento ou suspeição). As 
incompatibilidades seriam situações de impossibilidade de atuação em 
razão de fatos que geram graves hipóteses de inconveniência na atuação 
do magistrado, mas que não estejam previstas como impedimento ou 
suspeição.1 
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
1 Outra parcela da Doutrina simplesmente se refere a este art. 253 como mais uma 
hipótese de impedimento. Ver, por todos: NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de 
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subjetiva do Juiz, que pode ou não se declarar suspeito (vejam a 
diferença!). Caso o Juiz não se declare suspeito, as partes poderão 
entender que está prejudicada sua imparcialidade e arguir a 
suspeição, nos termos do mesmo art. 112 do CPP. As hipóteses de 
suspeição estão previstas no art. 254 do CPP: 
Art. 254. O juiz dar-se-á por suspeito, e, se não o fizer, poderá ser recusado 
por qualquer das partes: 
I - se for amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer deles; 
II - se ele, seu cônjuge, ascendente ou descendente, estiver respondendo a 
processo por fato análogo, sobre cujo caráter criminoso haja controvérsia; 
III - se ele, seu cônjuge, ou parente, consangüíneo, ou afim, até o terceiro 
grau, inclusive, sustentar demanda ou responder a processo que tenha de ser 
julgado por qualquer das partes; 
IV - se tiver aconselhado qualquer das partes; 
V - se for credor ou devedor, tutor ou curador, de qualquer das partes; 
Vl - se for sócio, acionista ou administrador de sociedade interessada no 
processo. 
 
Entretanto, o CPP traz uma regra curiosa em seu art. 256: Se a parte, 
de alguma forma, der causa, de maneira proposital à situação de suspeição, 
esta não poderá ser declarada nem reconhecida: 
Art. 256. A suspeição não poderá ser declarada nem reconhecida, quando a 
parte injuriar o juiz ou de propósito der motivo para criá-la. 
EXEMPLO: Imaginem que Fulano está sendo julgado pelo crime de 
estupro por uma Juíza extremamente rigorosa. Entretanto, fulano sabe 
que o outro Juiz criminal da comarca não é tão rigoroso. Assim, fulano 
cria, propositalmente, uma rixa pessoal com a Juíza, de forma a arguir, 
posteriormente, sua suspeição, com base no art. 254, I do CPP, afim de 
que o processo seja remetido para julgamento ao outro Juiz. 
Nessa hipótese, o CPP veda o reconhecimento ou declaração da 
suspeição. 
 
A suspeição ou o impedimento em decorrência de parentesco por 
afinidade (parentesco que não é de sangue) cessa com a dissolução do 
casamento que fez surgir o parentesco. Esta é a regra. No entanto, 
existem duas exceções: 
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
processo penal e execução penal. 12.º edição. Ed. Forense. Rio de Janeiro, 2015, p. 490. 
No mesmo sentido, Eugênio Pacelli entende que este art. 253 se refere a uma causa de 
IMPEDIMENTO. As incompatibilidades, para o autor, referem-se apenas àquelas situações 
em que não há previsão legal expressa aplicável ao caso, mas nas quais há inconveniência 
da atuação do Juiz (ex.: hipótese em que o Juiz se declara suspeito para atuar no caso, 
por razões de foro íntimo). PACELLI, Eugênio. Curso de processo penal. 16º edição. Ed. 
Atlas. São Paulo, 2012, p. 444/445 
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a) Se do casamento resultar filhos, o impedimento ou suspeição 
não se extingue em hipótese nenhuma; 
b) Havendo ou não filhos da relação, o impedimento ou suspeição 
permanece em relação a sogros, genros, cunhados, padrasto e 
enteado (e os correspondentes femininos, é claro)2; 
Mas e se o Juiz suspeito ou impedido continuar atuando no 
processo, como se nada tivesse acontecido? Haverá um vício 
processual. Esse vício irá variar conforme o caso (suspeição ou 
impedimento. Se o Juiz for impedido, a Doutrina entende que o ato é 
inexistente, pelo fato de que o Juiz está impedido de exercer a Jurisdição 
naquele caso, ou seja, os atos foram praticados por Juiz sem Jurisdição. O 
STJ, contudo, possui decisões no sentido de tratar-se de nulidade 
absoluta.3 
No caso de Juiz suspeito, a Doutrina se divide. Parte entende 
que se trata de nulidade absoluta e outra parte entende que é causa 
de nulidade relativa, que é o que vem prevalecendo, inclusive no 
STJ. 
Os institutos (inexistência jurídica e nulidade absoluta) são parecidos, 
mas possuem efeitos bem diferentes. No caso de inexistência, o ato 
simplesmente não existe, é um “nada jurídico”. No caso de nulidade 
absoluta o ato existe, sendo apenas viciado pela nulidade. Os efeitos que 
decorrem são graves. No caso de inexistência, como o ato não existe, uma 
sentença proferida, por exemplo, sequer é considerada sentença, sendo 
desconsiderada. Já no caso de uma sentença nula, ela existe e produzirá 
efeitos caso a nulidade não seja arguida. 
Assim, se um réu é absolvido por um Juiz suspeito, e a decisão transita 
em julgado, “já era”, o acusado não poderá ser julgado novamente. 
Entretanto, se o Juiz fosse impedido, simplesmente o processo seria 
retomado em seu andamento, pois a sentença proferida NÃO EXISTE. 
Por fim, o art. 274, que trata dos funcionários da Justiça, estabelece 
que a eles se aplicam as prescrições do CPP no que se refere às hipóteses 
de suspeição do Juiz: 
Art. 274. As prescrições sobre suspeição dos juízes estendem-se aos 
serventuários e funcionários da justiça, no que Ihes for aplicável. 
 
1.3.! Do Ministério Público 
O MP é o órgão responsável por desempenhar as funções do Estado-
acusador no processo. É Instituição permanente, essencial à Justiça e 
com previsão no art. 127 da Constituição da República. 
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
∗!NUCCI, Guilherme de Souza. Op. Cit., p. 495 
+! ,)−.! /0−! 10(023! 4567! &0! 8∃9∃! &02! 4942/! :;<=>∗∗?≅4.! 9)7Α! Β%&%21−0! Β89≅Χ! 8∆9ΕΦΓΧ! Η4ΦΦΓΙΙ4.!
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O MP é o responsável por ajuizar a ação penal pública 
(condicionada e incondicionada), bem como fiscalizar o cumprimento da lei 
na ação penal privada e também na ação penal pública! 
O MP é rotulado pela Doutrina majoritária como “parte imparcial” 
(esquizofrênico isso...), pois sua função não é ver o acusado ser 
condenado, mas promover a Justiça (daí o nome: Promotor de Justiça), 
fazendo com que a verdade surja e o acusado seja culpado, se for o caso. 
Tanto é assim que o MP pode, inclusive, pedir a absolvição do acusado 
quando, no decorrer do processo, entender que a denúncia foi um equívoco 
e que não ficou provada sua culpa. Nos termos do art. 385 do CPP: 
Art. 385. Nos crimes de ação pública, o juiz poderá proferir sentença 
condenatória, ainda que o Ministério Público tenha opinado pela 
absolvição, bem como reconhecer agravantes, embora nenhuma tenha sido 
alegada. 
Ao membro do MP se aplicam, no que for cabível, as mesmas 
hipóteses de suspeição e impedimento previstas para os Juízes. 
Além disso, o membro do MP não pode atuar em processo que o Juiz ou 
qualquer das partes for seu parente, nos termos estabelecidos pelo art. 258 
do CPP: 
Art. 258. Os órgãos do Ministério Público não funcionarão nos processos em 
que o juiz ou qualquer das partes for seu cônjuge, ou parente, consangüíneo 
ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive, e a eles se 
estendem, no que Ihes for aplicável, as prescrições relativas à suspeição e 
aos impedimentos dos juízes. 
 
Vale ressaltar que o simples fato de o membro do MP ter participado 
da fase investigatória não é causa de impedimento ou suspeição (verbete 
nº 234 da súmula de jurisprudência do STJ). 
 
1.4.! Do acusado 
O acusado é aquele que figura no polo passivo do processo 
criminal, ou seja, a pessoa a quem se imputa a prática de uma infração 
penal. Nem todas as pessoas, no entanto, podem figurar no polo 
passivo de um processo criminal:a) Entes que não possuem capacidade para serem sujeitos de 
direito. Ex.: mortos; 
b) Menores de 18 anos – É hipótese de inimputabilidade que gera a 
ilegitimidade da parte, em razão da disposição expressa na Lei no sentido 
de que os menores de 18 anos respondam por seus atos infracionais 
perante o ECA; 
c) Pessoas detentoras de imunidade diplomática; 
d) Pessoas que possuam imunidade parlamentar. Ex: Deputados, 
Senadores, etc. (Essa espécie é discutível, pois em alguns casos eles podem 
ser sujeitos passivos do processo criminal); 
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As pessoas jurídicas podem ser sujeitos passivos no processo 
criminal, pois a Constituição previu a possibilidade de se imputar à 
pessoa jurídica a prática de crimes (art. 225, § 3° da CRFB/88). O STF 
corrobora este entendimento.4 
Quanto aos inimputáveis em decorrência de doença mental, 
desenvolvimento mental incompleto e embriaguez total decorrente de caso 
fortuito ou força maior, nada impede que integrem o polo passivo do 
processo, pois, ao final, eles serão absolvidos, sendo-lhes aplicada medida 
de segurança (salvo no caso da embriaguez). Entretanto, devem se 
submeter ao processo criminal. 
A identificação do acusado deve ser feita da forma mais ampla 
possível. No entanto, a impossibilidade de identificação do acusado por 
seu nome civil não impede o prosseguimento da ação, nos termos do art. 
259 do CPP: 
Art. 259. A impossibilidade de identificação do acusado com o seu verdadeiro 
nome ou outros qualificativos não retardará a ação penal, quando certa a 
identidade física. A qualquer tempo, no curso do processo, do julgamento ou 
da execução da sentença, se for descoberta a sua qualificação, far-se-á a 
retificação, por termo, nos autos, sem prejuízo da validade dos atos 
precedentes. 
O CPP prevê, ainda, que o acusado deverá comparecer a todos os atos 
do processo para o qual for intimado e, caso não compareça a algum ato 
que não possa ser realizado sem ele, o Juiz poderá determinar sua 
condução à força: 
Art. 260. Se o acusado não atender à intimação para o interrogatório, 
reconhecimento ou qualquer outro ato que, sem ele, não possa ser realizado, 
a autoridade poderá mandar conduzi-lo à sua presença. 
Parágrafo único. O mandado conterá, além da ordem de condução, os 
requisitos mencionados no art. 352, no que Ihe for aplicável. 
 
Embora o art. 260 diga “autoridade”, sem distinguir autoridade policial 
e autoridade judiciária, a Doutrina entende que esse poder está 
restrito ao Juiz, pois o CPP fala em acusado, o que dá a entender 
que esta norma se aplica somente àquele que já está sendo 
processado judicialmente. Caso o Delegado necessite da presença do 
indiciado (no IP) em algum ato, deverá solicitar ao Juiz que determine a 
condução do indiciado. 
A Doutrina diverge, ainda quanto à extensão desta norma. Parte da 
Doutrina entende (e o STJ também) que a condução do acusado à força só 
é possível nos casos de recusa ao comparecimento a ato processual cuja 
presença deste seja indispensável. Outra parcela entende que o art. 260 
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viola o princípio da vedação à autoincriminação e, portanto, o 
acusado não poderia ser conduzido à força.5 
O acusado possui, ainda, direitos, previstos na Constituição e na 
Legislação infraconstitucional, dentre eles: 
a) Não produzir prova contra si mesmo (Nemo tenetur se 
detegere) – Previsto no art. 5°, LXIII da Constituição e art. 186 do CPP 
(que tratam do direito ao silêncio, um dos corolários mais clássicos desse 
princípio); 
b) Direito de ser processado e sentenciado pela autoridade 
competente – Consubstancia-se no princípio do Juiz Natural, e está 
previsto no art. 5°, LIII da Constituição; 
c) Direito ao contraditório e à ampla defesa – Direito de 
contradizer tudo o que for dito pela acusação e se manifestar sempre após 
esta. Trata-se de princípio constitucional previsto no art. 5°, LV da 
Constituição; 
d) Direito à entrevista prévia e reservada com seu defensor – 
Direito que decorre do princípio da ampla defesa, e está materializado no 
art. 185, § 2° do CPP. 
Muitos outros existem, previstos tanto na Constituição quanto no CPP. 
O CPP prevê, também, que se o acusado for menor de idade, não 
poderá figurar no polo passivo do processo sem que lhe seja nomeado um 
curador: 
Art. 262. Ao acusado menor dar-se-á curador. 
CUIDADO! Quando o art. 262 se refere ao acusado “menor” não está se 
referindo à menoridade penal (nesse caso nem poderia ser acusado!), 
mas à menoridade CIVIL. Durante muito tempo a maioridade civil era 
atingida somente aos vinte e um anos, enquanto a maioridade penal era 
atingida antes, aos 18 anos. Assim, o acusado que tinha entre 18 e 
21 anos, embora PENALMENTE MAIOR, não possuía maioridade 
civil, sendo, para estes efeitos, menor. 
É com relação a este acusado (Que tinha mais de 18 e menos de 21 
anos) que se aplicava o art. 262. 
Atualmente, a maioridade civil também se atinge aos 18 anos, 
ou seja, não há possibilidade de haver um acusado que seja 
civilmente menor. Portanto, este artigo está temporariamente sem 
aplicação. Contudo, nada impede que futuramente a maioridade civil e a 
maioridade penal voltem a ser alcançadas em idades diferentes. 
 
1.5.! Do defensor do acusado 
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>!NUCCI, Guilherme de Souza. Op. Cit., p. 500 
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A presença do defensor no processo criminal é obrigatória6, e 
decorre do princípio da ampla defesa, previsto no art. 5°, LV da 
Constituição. O defensor (advogado ou Defensor Público) é quem realiza a 
chamada defesa técnica (a defesa prestada por profissional habilitado). Sua 
presença obrigatória está prevista, ainda, no art. 261 do CPP: 
Art. 261. Nenhum acusado, ainda que ausente ou foragido, será processado 
ou julgado sem defensor. 
Parágrafo único. A defesa técnica, quando realizada por defensor público ou 
dativo, será sempre exercida através de manifestação fundamentada. ΩΓ&67ΟΥ(0!
/)7∋!Φ)%!&]!:;ΑΡ⊥∗.!()!:]Α:∗Α∗;;+Ξ 
 
Vejam que o § único trata da chamada “Defesa técnica eficiente”, o 
que obriga o Defensor Público ou defensor dativo a prestar a defesa técnica 
de maneira eficiente, e não apenas protocolar. Isso se dá não em razão de 
preconceito técnico da Lei para com defensores dativos e Defensores 
Públicos, mas em razão de que estes não foram nomeados pelo acusado e 
não estão sendo pagos por este, o que poderia gerar certa displicência. 
ATENÇÃO! O STF editou o verbete nº 523 de sua súmula de 
jurisprudência, no seguinte sentido: 
SÚMULA 523 
NO PROCESSO PENAL, A FALTA DA DEFESA CONSTITUI NULIDADE 
ABSOLUTA, MAS A SUA DEFICIÊNCIA SÓ O ANULARÁ SE HOUVER PROVA DE 
PREJUÍZO PARA O RÉU. 
A Doutrina entende que esta disposição se aplica tanto à defesa realizada 
pelo defensor nomeado quanto a realizadapelo defensor constituído pelo 
próprio acusado. 
Isso implica dizer que o Judiciário pode reconhecer a deficiência da defesa 
técnica, ex officio. Isso porque seria pouco razoável exigir que a alegação 
de deficiência da defesa partisse do próprio defensor.7 
 
Caso o acusado não possua defensor, o Juiz nomeará um para 
que o defenda. Entretanto, caso o acusado, posteriormente resolva 
constituir advogado de sua confiança ou defender-se a si próprio 
(caso possua habilitação para isso), poderá destituir o defensor 
nomeado pelo Juiz, A QUALQUER TEMPO. Nos termos do art. 263 do 
CPP: 
Art. 263. Se o acusado não o tiver, ser-lhe-á nomeado defensor pelo juiz, 
ressalvado o seu direito de, a todo tempo, nomear outro de sua confiança, ou 
a si mesmo defender-se, caso tenha habilitação. 
O § único deste artigo, por sua vez, determina que se o acusado, a 
quem for nomeado defensor, não for pobre, será obrigado a pagar os 
honorários do defensor dativo que lhe for nomeado. Em se tratando de 
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
_!PACELLI, Eugênio. Op. cit., p. 468 
Ρ!PACELLI, Eugênio. Op. cit., p. 470/471 
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Defensor Público, embora estes não possam receber honorários, a lei 
permite (LC n° 80/94) o recebimento de honorários pela Instituição 
Defensoria Pública, em conta própria. Nos termos do art. 263, § único: 
Parágrafo único. O acusado, que não for pobre, será obrigado a pagar os 
honorários do defensor dativo, arbitrados pelo juiz. 
 
A nomeação do defensor dativo não pode ser por este recusada, salvo 
no caso de motivo relevante. Também não poderá o defensor abandonar o 
processo senão por motivo de força maior (imperioso motivo), hipótese na 
qual deverá comunicar PREVIAMENTE o Juiz: 
Art. 264. Salvo motivo relevante, os advogados e solicitadores serão obrigados, 
sob pena de multa de cem a quinhentos mil-réis, a prestar seu patrocínio aos 
acusados, quando nomeados pelo Juiz. 
Art. 265. O defensor não poderá abandonar o processo senão por motivo 
imperioso, comunicado previamente o juiz, sob pena de multa de 10 (dez) a 
100 (cem) salários mínimos, sem prejuízo das demais sanções cabíveis. 
(Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008). 
 
E se o defensor não comparecer à audiência? Os §§ 1° e 2° do 
art. 265 do CPP determinam que o defensor que não puder comparecer à 
audiência, deverá informar este fato ao Juiz, justificando a ausência, 
hipótese na qual a audiência poderá ser adiada. Se o defensor não justifica 
a impossibilidade de comparecimento, o Juiz não adiará o ato, devendo 
constituir outro defensor para o acusado, ainda que só para a realização 
daquele ato processual8: 
§ 1o A audiência poderá ser adiada se, por motivo justificado, o defensor não 
puder comparecer. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). 
§ 2o Incumbe ao defensor provar o impedimento até a abertura da audiência. 
Não o fazendo, o juiz não determinará o adiamento de ato algum do 
processo, devendo nomear defensor substituto, ainda que provisoriamente ou 
só para o efeito do ato. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). 
 
O art. 266 do CPP, por sua vez, determina que a constituição de 
defensor independe de mandato, quando o acusado o indicar no 
interrogatório. Trata-se da chamada procuração apud acta: 
Art. 266. A constituição de defensor independerá de instrumento de mandato, 
se o acusado o indicar por ocasião do interrogatório. 
 
Por fim, o defensor se encontra impedido de atuar nos processos em 
que atue Juiz que seja seu parente: 
Art. 267. Nos termos do art. 252, não funcionarão como defensores os 
parentes do juiz. 
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8 O STJ corrobora este entendimento (HC 228.280/BA, Rel. Ministro JORGE MUSSI, 
QUINTA TURMA, julgado em 11/03/2014, DJe 25/03/2014) 
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Este parentesco restringe-se às hipóteses previstas no art. 252, I do 
CPP. Além disso, pode acontecer de o defensor já estar atuando no caso 
quando um Juiz, parente seu, assume o caso. Nessa hipótese, quem está 
impedido não é o defensor, mas o Juiz. 
CUIDADO! Estará impedido quem entrar por último no processo, 
permanecendo quem já está atuando. 
 
1.6.! Do assistente de acusação 
O ofendido, seu representante legal, ou qualquer das pessoas 
mencionadas no art. 31 do CPP (cônjuge, ascendente, descendente ou 
irmão) poderão atuar como assistentes da acusação nas ações 
penais públicas (condicionadas e incondicionadas). Nos termos do art. 
268 do CPP: 
Art. 268. Em todos os termos da ação pública, poderá intervir, como assistente 
do Ministério Público, o ofendido ou seu representante legal, ou, na falta, 
qualquer das pessoas mencionadas no Art. 31. 
 
A intervenção de qualquer destas pessoas como assistente da 
acusação pode se dar a qualquer momento, ATÉ O TRÂNSITO EM 
JULGADO DA SENTENÇA: 
Art. 269. O assistente será admitido enquanto não passar em julgado a 
sentença e receberá a causa no estado em que se achar. 
 
Entretanto, a admissão do assistente depende da análise de dois 
fatores pelo Juiz: 
a) Tratar-se o requerente de um dos legitimados para figurar 
como assistente. 
b) Estar o requerente assistido por advogado ou Defensor 
Público. 
 
Além disso, a admissão do assistente de acusação depende, sempre 
da oitiva prévia do membro do MP, não cabendo recurso contra a 
decisão que negar ou deferir a habilitação do assistente: 
Art. 272. O Ministério Público será ouvido previamente sobre a admissão do 
assistente. 
Art. 273. Do despacho que admitir, ou não, o assistente, não caberá recurso, 
devendo, entretanto, constar dos autos o pedido e a decisão. 
O ofendido, aqui, não atua como autor do processo (o autor é o MP), 
mas como assistente do MP. Assim, duas podem ser as situações do 
ofendido no processo criminal: 
a) Atua como querelante – Nas ações penais privadas exclusivas 
e na subsidiária da púbica, o ofendido atua como autor do processo. 
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b) Atua como assistente – Nas ações penais públicas que 
efetivamente tiverem sido ajuizadas pelo MP. 
 
O CPP, em seu art. 270, proíbe que o corréu (aquele que também é 
acusado) no mesmo processo atue como assistente da acusação. 
Art. 270. O co-réu no mesmo processo não poderá intervir como assistente do 
Ministério Público. 
EXEMPLO: Imagine a hipótese em que duas pessoas tentaram cometer 
homicídio uma contra a outra simultaneamente. Sendo julgadas no 
mesmo processo, ambas como rés (é claro), não pode uma pretender ser 
assistente de acusação do MP (com vistas à condenação do outro 
acusado). 
 
O STF e o STJ, no entanto, entendem que o corréu, embora não 
possa se habilitar no processo como assistente de acusação, pode 
recorrer (apelar) para reformar a sentença que absolve o outro 
corréu.9 
O assistente de acusação poderá atuar de inúmeras maneiras, 
propondo provas, participando dos debates, orais, etc.. No entanto, as 
provas requeridas pelo assistente da acusação serão deferidas a critério do 
Juiz, após ser ouvido o MP. Nos termos do 271 e seu § 1° do CPP: 
Art. 271. Aoassistente será permitido propor meios de prova, requerer 
perguntas às testemunhas, aditar o libelo e os articulados, participar do debate 
oral e arrazoar os recursos interpostos pelo Ministério Público, ou por ele 
próprio, nos casos dos arts. 584, § 1o, e 598. 
§ 1o O juiz, ouvido o Ministério Público, decidirá acerca da realização das 
provas propostas pelo assistente. 
 
A lista de atos que o assistente pode praticar, estabelecida no art. 
271 do CPP, é considerada pela maioria da Doutrina e da 
Jurisprudência como um rol taxativo, ou seja, somente podem ser 
praticados aqueles atos, e não outros que não estejam na lista. 
Embora não conste na lista de atos permitidos ao assistente, a 
Doutrina e a Jurisprudência admitem, no entanto, a legitimidade do 
assistente para recorrer em três hipóteses: 
1) Apelar da sentença (art. 593).10 
2) Apelar da sentença de impronúncia, nos processos do Tribunal do 
Júri (art. 416 do CPP). 
3) Apelar da sentença que julga extinta a punibilidade. 
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
9 No mesmo sentido, a Doutrina. Por todos, NUCCI, Guilherme de Souza. Op. Cit., p. 511 
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O assistente será intimado para todos os atos processuais. Entretanto, 
se devidamente intimado o assistente não comparecer, de maneira 
injustificada, a qualquer ato de instrução ou julgamento, o processo irá 
prosseguir sem que o assistente seja intimado novamente: 
§ 2o O processo prosseguirá independentemente de nova intimação do 
assistente, quando este, intimado, deixar de comparecer a qualquer dos atos 
da instrução ou do julgamento, sem motivo de força maior devidamente 
comprovado. 
Recentemente, com as alterações promovidas pela lei 12.403/11, 
foi conferida ao assistente de acusação a possibilidade de requerer a 
prisão preventiva do acusado! 
 
1.7.! Dos auxiliares da Justiça 
Os peritos e intérpretes não possuem interesse na causa (não acusam, 
não julgam, não são acusados), mas contribuem para que a tutela 
jurisdicional seja efetivamente prestada. Estão regulamentados nos arts. 
275 a 281 do CPP. 
O CPP regulamenta a atividade dos peritos, e equipara a estes, os 
intérpretes. Nos termos do art. 281 do CPP: 
Art. 281. Os intérpretes são, para todos os efeitos, equiparados aos peritos. 
Os peritos também podem ser suspeitos, de forma a não poder atuar 
no processo. Isso acontece porque o perito TAMBÉM DEVE SER 
IMPARCIAL. Nos termos do art. 280 do CPP: 
Art. 280. É extensivo aos peritos, no que Ihes for aplicável, o disposto sobre 
suspeição dos juízes. 
Além disso, o art. 279 do CPP traz três vedações ao exercício da 
função de perito: 
Art. 279. Não poderão ser peritos: 
I - os que estiverem sujeitos à interdição de direito mencionada nos ns. I e IV 
do art. 69 do Código Penal; 
II - os que tiverem prestado depoimento no processo ou opinado anteriormente 
sobre o objeto da perícia; 
III - os analfabetos e os menores de 21 anos. 
Entretanto, o inciso III deve ser analisado à luz do Código Civil de 
2002, que alterou a maioridade civil para 18 anos (quando da publicação 
do CPP, a maioridade civil era de 21 anos). Assim, atualmente a vedação 
em razão da idade se dá somente para os menores de 18 anos. 
Contudo, se a prova trouxer a literalidade da lei (21 anos), deve ser 
marcada a alternativa como correta. 
Quanto ao inciso I, ele se refere ao art. 69, I a IV do CP. No entanto, 
essa referência se dá ao texto original do CP. Atualmente vigora, na parte 
geral do CP, a redação conferida pela Lei 7.209/84, que revogou este art. 
69 do CP, conferindo a ele outra redação, que não guarda qualquer 
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pertinência com essa vedação. Assim, entende-se que esse inciso I 
perdeu vigência. 
O inciso II trata de uma hipótese de impedimento, pois no caso de o 
perito ter prestado depoimento anteriormente no processo ou ter nele 
opinada, nitidamente há prejuízo à sua imparcialidade. 
A nomeação do perito é ato privativo do Juiz (óbvio, dada a sua 
imparcialidade), não cabendo às partes intervirem nesse ato. Além disso, 
o perito nomeado não poderá recusar o encargo, salvo se provar 
motivo relevante para isso, sob pena de multa: 
Art. 276. As partes não intervirão na nomeação do perito. 
Art. 277. O perito nomeado pela autoridade será obrigado a aceitar o encargo, 
sob pena de multa de cem a quinhentos mil-réis, salvo escusa atendível. 
Poderá ser multado, ainda, o perito que, sem justa causa, faltar com 
suas obrigações de auxiliar da Justiça. Estas obrigações estão previstas no 
art. 277, § único do CPP: 
Parágrafo único. Incorrerá na mesma multa o perito que, sem justa causa, 
provada imediatamente: 
a) deixar de acudir à intimação ou ao chamado da autoridade; 
b) não comparecer no dia e local designados para o exame; 
c) não der o laudo, ou concorrer para que a perícia não seja feita, nos prazos 
estabelecidos. 
No caso de o descumprimento da obrigação ser o não comparecimento 
a algum ato para o qual tenha sido intimado, poderá o perito ser 
conduzido à força, à semelhança do que ocorre com o acusado. Nos 
termos do art. 278 do CPP: 
Art. 278. No caso de não-comparecimento do perito, sem justa causa, a 
autoridade poderá determinar a sua condução. 
 
2.!RESUMO 
 
SUJEITOS PROCESSUAIS 
Conceito - Pessoas que atuam, de maneira obrigatória ou não, no processo 
criminal. 
•! Sujeitos essenciais – Necessariamente devem fazer parte do 
processo criminal. São apenas três: Juiz, acusador (MP ou 
querelante) e acusado (ou querelado), bem como o defensor 
deste. 
•! Sujeitos acessórios (não essenciais) – Não necessariamente 
atuarão no processo. Exemplo: Assistente de acusação. 
 
JUIZ 
Conceito - O sujeito processual, na verdade, é o Estado-Juiz, que atua no 
processo através de um órgão jurisdicional, que é o Juiz criminal. 
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Poderes: 
•! Poder de polícia administrativa – Exercido no curso do 
processo, com a finalidade de garantir a ordem dos trabalhos e 
a disciplina. 
•! Poder Jurisdicional – Relativo à condução do processo, no que 
toca à atividade-fim da Jurisdição (instrução, decisões 
interlocutórias, prolação da sentença, execução das decisões 
tomadas, etc.). Dividem-se em: b.1) Poderes-meio (atos cuja 
prática é atingir uma outra finalidade – a prestação da efetiva 
tutela jurisdicional), que se dividem em atos ordinatórios e 
instrutórios; b.2) Poderes-fins (que são relacionados à 
prestação da efetiva tutela jurisdicional e seu cumprimento), 
dividindo-se em atos decisórios (dizem o direito, condenando, 
absolvendo, etc.) e atos executórios (colocam em prática o que 
foi decidido). 
 
 
IMPEDIMENTO E SUSPEIÇÃO 
Situações capazes de afetar a imparcialidade do Juiz. 
 
IMPEDIMENTO E SUSPEIÇÃO DO JUIZ 
ESPÉCIE HIPÓTESES OBSERVAÇÕES 
IMPEDIMENTO !! Tiver funcionado seu cônjuge ou 
parente, consanguíneo ou afim, em 
linha reta ou colateral até o 
terceiro grau, inclusive, como 
defensorou advogado, órgão 
do Ministério Público, 
autoridade policial, auxiliar da 
justiça ou perito. 
!! O próprio Juiz houver 
desempenhado qualquer dessas 
funções (anteriores) ou servido 
como testemunha. 
!! O próprio Juiz tiver atuado como 
juiz de outra instância, 
pronunciando-se, de fato ou de 
direito, sobre a questão. 
!! O próprio Juiz ou seu cônjuge ou 
parente, consanguíneo ou afim em 
linha reta ou colateral até o 
terceiro grau, inclusive, for parte 
ou diretamente interessado no 
feito. 
OBS.: Presunção 
absoluta de 
parcialidade. Rol 
taxativo. 
OBS.: Juiz tem o 
dever de se 
declarar 
impedido, não 
podendo atuar no 
processo. Se não o 
fizer, qualquer das 
partes poderá 
arguir seu 
impedimento. 
OBS.: Doutrina vê 
como ato 
inexistente. 
Jurisprudência vê 
como nulidade 
absoluta. 
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SUSPEIÇÃO !! Se for amigo íntimo ou inimigo 
capital de qualquer das partes. 
!! Se o Juiz, seu cônjuge, ascendente 
ou descendente, estiver 
respondendo a processo por 
fato análogo, sobre cujo caráter 
criminoso haja controvérsia. 
!! Se o Juiz, seu cônjuge, ou parente, 
consanguíneo, ou afim, até o 
terceiro grau, inclusive, sustentar 
demanda ou responder a 
processo que tenha de ser 
julgado por qualquer das 
partes. 
!! Se o Juiz tiver aconselhado 
qualquer das partes. 
!! Se o Juiz for credor ou devedor, 
tutor ou curador, de qualquer 
das partes. 
!! Se o Juiz for sócio, acionista ou 
administrador de sociedade 
interessada no processo. 
OBS.: Presunção 
relativa de 
imparcialidade do 
Juiz. 
OBS.: Juiz não 
está obrigado a se 
declarar suspeito. 
OBS.: A suspeição 
não pode ser 
declarada, nem 
reconhecida, 
quando a parte 
criar o motivo para 
alega-la 
(propositalmente). 
OBS.: 
Jurisprudência vê 
como nulidade 
relativa 
(controvérsia na 
Doutrina). 
 
ATENÇÃO! A suspeição ou o impedimento em decorrência de 
parentesco por afinidade (parentesco que não é de sangue) cessa com a 
dissolução do casamento que fez surgir o parentesco. EXCEÇÕES: 
!! Se do casamento resultar filhos, o impedimento ou suspeição não 
se extingue em hipótese nenhuma. 
!! Havendo ou não filhos da relação, o impedimento ou suspeição 
permanece em relação a sogros, genros, cunhados, padrasto 
e enteado. 
OBS.: Aplicam-se aos serventuários e funcionários da Justiça as prescrições 
sobre suspeição dos Juízes. 
 
MINISTÉRIO PÚBLICO 
Conceito – É órgão responsável por desempenhar as funções do Estado-
acusador no processo. Pode atuar de duas formas: 
!! Como autor da ação (ação penal pública) 
!! Como fiscal da Lei 
 
Suspeição e impedimento 
Mesmas hipóteses de suspeição e impedimento previstas para os Juízes, no 
que for cabível. Além disso, não poderão atuar nos processos em que o juiz 
ou qualquer das partes for seu cônjuge, ou parente, consanguíneo ou afim, 
em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive. 
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OBS.: O fato de o membro do MP ter atuado na fase investigatória não gera 
suspeição ou impedimento (verbete nº 234 da súmula de jurisprudência do 
STJ). 
 
ACUSADO 
!! Aquele que figura no polo passivo da ação penal 
!! A identificação do acusado deve ser feita da forma mais ampla 
possível. A impossibilidade de identificação do acusado por seu nome 
civil, contudo, não impede o prosseguimento da ação, quando CERTA 
a identidade física. 
!! Deve comparecer a todos os atos do processo para o qual for 
intimado e, caso não compareça a algum ato que não possa ser 
realizado sem ele, o Juiz poderá determinar sua condução à força – 
Divergência doutrinária quanto à constitucionalidade desta 
previsão. 
Direitos do acusado: 
!! Não produzir prova contra si mesmo 
!! Direito de ser processado e sentenciado pela autoridade competente 
!! Direito ao contraditório e à ampla defesa 
!! Direito à entrevista prévia e reservada com seu defensor 
 
DEFENSOR DO ACUSADO 
A presença do defensor no processo criminal é obrigatória, e decorre do 
princípio da ampla defesa (defesa técnica). A defesa deve, ainda, ser 
eficiente. 
SÚMULA 523 DO STF 
NO PROCESSO PENAL, A FALTA DA DEFESA CONSTITUI 
NULIDADE ABSOLUTA, MAS A SUA DEFICIÊNCIA SÓ O ANULARÁ 
SE HOUVER PROVA DE PREJUÍZO PARA O RÉU. 
OBS.: Doutrina entende que o Judiciário pode reconhecer a deficiência da 
defesa técnica, ex officio. 
Acusado não nomeia defensor – Juiz nomeará um para atuar em seu 
favor. Se não for pobre, será obrigado a pagar os honorários do defensor 
dativo que lhe for nomeado. 
Acusado poderá, posteriormente, desconstituir o advogado 
nomeado pelo Juiz e constituir outro, de sua confiança? Sim. 
Defensor nomeado pode recusar atuação? Somente em caso de motivo 
relevante. 
Defensor nomeado pode abandonar a causa? Sim, por motivo 
imperioso, mas deve comunicar previamente ao Juiz. 
Defensor constituído precisa apresentar procuração? Em regra, sim, 
salvo quando o acusado o indicar em seu interrogatório (procuração apud 
acta). 
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Impossibilidade de atuação – Não podem atuar como defensor do 
acusado os parentes do Juiz (mesmas hipóteses do art. 252, I do CPP). 
 
ASSISTENTE DE ACUSAÇÃO 
Conceito – Trata-se da figura do ofendido (ou seu representante legal) ou 
seus sucessores, que poderão atuar na ação penal pública como assistentes 
do MP (não serão autores da ação penal). 
Características: 
!! Deve ocorrer durante o processo – Entre o recebimento da 
denúncia e o trânsito em julgado 
!! Deve o requerente estar assistido por profissional habilitado 
(advogado ou defensor público) 
!! MP deve ser previamente ouvido 
!! Decisão de deferimento ou indeferimento do pedido é 
IRRECORRÍVEL (Cabe MS, caso indeferido o requerimento). 
 
OBS.: O corréu (aquele que também é acusado) não pode atuar como 
assistente da acusação (em relação aos outros réus). Contudo, pode 
recorrer da sentença que absolve os demais réus. 
Assistente pode: 
!! Propor meios de prova 
!! Requerer perguntas às testemunhas 
!! Aditar os articulados (o libelo foi extinto) 
!! Participar do debate oral e arrazoar os recursos interpostos pelo 
Ministério Público ou por ele próprio 
!! Requerer a prisão preventiva do acusado 
Assistente pode, ainda, apelar: 
!! Da sentença de mérito (art. 593) – mesmo com a única finalidade 
de majorar a pena. 
!! Da sentença de impronúncia, nos processos do Tribunal do Júri 
!! Da sentença que julga extinta a punibilidade 
 
AUXILIARES DA JUSTIÇA 
Os peritos e intérpretes devem ser imparciais, pois não possuem interesse 
na causa. 
Estende-se aos peritos (e aos intérpretes) as mesmas regras de 
suspeição dos Juízes. 
Vedações ao exercício da função de perito 
Não podem exercer a função: 
!! Aqueles que estiverem sujeitos à interdição de direito 
!! Aqueles que tiverem prestado depoimento no processo ou 
opinado anteriormente sobre o objeto da perícia 
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!! Os analfabetos e os menores de 21 anos – Atualmente, com a 
maioridade civil aos 18 anos, esse dispositivo deve ser adaptado 
à nova maioridade civil. Contudo, se a prova trouxer a literalidade 
da lei, deve ser marcado como correta a idade de 21 anos. 
Observações: 
!! Nomeação do perito é ato privativo do Juiz 
!! As partes não podem intervir na nomeação 
!! Perito não pode recusar a nomeação, salvo se provar motivo 
relevante 
!! Perito que faltar com suas obrigações pode ser multado 
!! Perito pode ser conduzido à força caso não compareça a algum 
ato para o qual foi intimado 
 
Bons estudos! 
Prof. Renan Araujo 
 
 
3.!EXERCÍCIOS DA AULA 
 
01.! (CESPE – 2014 – PGE-BA – PROCURADOR) 
O assistente de acusação, de acordo com a jurisprudência do STJ, não tem 
direito a manejar recurso de apelação que objetive o aumento da pena do 
sentenciado. 
 
02.! (CESPE – 2014 – PGE-BA – PROCURADOR) 
Segundo a jurisprudência do STJ, o assistente de acusação não detém 
legitimidade para recorrer de decisão judicial que conceda a suspensão 
condicional do processo. 
 
03.! (CESPE – 2014 – PGE-BA – PROCURADOR) 
A interveniência do assistente de acusação não é permitida no curso do 
inquérito policial ou da execução penal. 
 
04.! (CESPE – 2014 - CÂMARA DOS DEPUTADOS - POLICIAL 
LEGISLATIVO) 
No que se refere ao inquérito policial e à prova criminal, julgue os itens 
subsequentes. 
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Admitido, pelo juiz, o assistente técnico, que poderá ser indicado e pago 
pela parte, terá este acesso ao material probatório, no ambiente do órgão 
oficial e na presença do perito oficial. 
 
05.! (CESPE – 2014 – TJ/SE – TÉCNICO) 
Julgue os próximos itens, acerca da prisão temporária e das disposições do 
CPP a respeito do juiz. 
O CPP veda ao juiz o exercício de jurisdição no processo em que tiver 
funcionado como auxiliar da justiça seu cônjuge ou parente, consanguíneo 
ou afim, em linha reta ou colateral até o terceiro grau. 
 
06.! (CESPE – 2013 – TRF5 – JUIZ FEDERAL - ADAPTADA) 
Conforme previsão do CPP, a atuação do assistente de acusação, que 
receberá a causa no estado em que ela se encontra, é admitida enquanto 
não transitar em julgado a sentença, vedada a participação de corréu no 
mesmo processo como assistente do MP. 
 
07.! (CESPE – 2013 – TRF5 – JUIZ FEDERAL - ADAPTADA) 
Será configurada a suspeição do juiz, admitindo-se a recusa por qualquer 
das partes, quando ele tiver funcionado como juiz de outra instância, tendo 
se pronunciado, de fato ou de direito, sobre a questão. 
 
08.! (CESPE – 2013 – TRF5 – JUIZ FEDERAL - ADAPTADA) 
A atividade probatória do assistente de acusação independe do MP, sendo, 
por isso, dispensável a oitiva do órgão de acusação no que se refere às 
postulações probatórias propostas pelo assistente. 
 
09.! (CESPE – 2011 – TJ-PB – JUIZ) 
Conforme a jurisprudência do STJ, ao assistente de acusação não é 
conferida legitimidade para interpor apelação de sentença condenatória 
com o fim de aumentar a pena. 
 
10.! (CESPE – 2015 – DPU – DEFENSOR PÚBLICO) 
Júlio foi preso em flagrante pela prática de furto de um caixa eletrônico da 
CEF. Júlio responde a outros processos por crime contra o patrimônio. 
A respeito dessa situação hipotética, julgue os seguintes itens. 
O representante da CEF poderá habilitar-se como assistente da acusação a 
partir da instauração do inquérito policial, não cabendo impugnação da 
decisão judicial que negar a habilitação. 
 
11.! (CESPE – 2002 – CONSULTOR LEGISLATIVO DO SENADO) 
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Lauro está sendo acusado, em juízo, por crime que deixou vestígios, 
havendo a polícia arrecadado os objetos que compõem o corpo de delito.!
De acordo com a legislação pertinente ao caso descrito no texto, julgue o 
item subseqüente. 
Se Lauro, comprovadamente, possuir elevada renda e, ainda assim, 
recusar-se a contratar advogado por não ter interesse em defender-se da 
acusação, o juiz não deverá nomear-lhe defensor, mas decretar a sua 
revelia. 
 
12.! (CESPE – 2002 – CONSULTOR LEGISLATIVO DO SENADO) 
Lauro está sendo acusado, em juízo, por crime que deixou vestígios, 
havendo a polícia arrecadado os objetos que compõem o corpo de delito.!
De acordo com a legislação pertinente ao caso descrito no texto, julgue o 
item subsequente. 
Se a vítima habilitar-se como assistente do Ministério Público, não será 
óbice à sua habilitação o fato de o processo já estar em grau de recurso. 
 
13.! (CESPE – 2012 – TJ/PI – JUIZ) 
Em relação aos sujeitos processuais, assinale a opção correta. 
a) O juiz deve dar-se por suspeito se possuir parente consanguíneo, na 
linha colateral até o terceiro grau, que esteja respondendo a processo por 
fato análogo sobre cujo caráter criminoso haja controvérsia. 
b) O membro do MP possui legitimidade para proceder, diretamente, à 
colheita de elementos de convicção para subsidiar a propositura de ação 
penal, incluindo-se a presidência de inquérito policial. 
c) Mesmo após a vigência do novo Código Civil, faz-se necessária a 
nomeação de curador especial para acusado com idade entre dezoito e 
vinte e um anos, em respeito ao princípio da especialidade, porquanto tal 
exigência não foi suprimida do CPP. 
d) Se o advogado do réu for devidamente intimado, por meio da imprensa 
oficial, para a sessão de julgamento da apelação, na hipótese de 
adiamento, a intimação da nova data da sessão deverá ser feita 
pessoalmente. 
e) O assistente de acusação possui legitimidade para interpor apelação 
contra sentença absolutória, caso o MP se quede inerte após regular 
intimação. 
 
14.! (CESPE – 2012 – TJ/BA – JUIZ) 
A respeito das normas aplicadas ao MP, ao acusado e ao defensor e do 
disposto nas normas procedimentais aplicáveis aos processos que tramitam 
perante o STJ e o STF, de acordo com o entendimento dos tribunais 
superiores, assinale a opção correta. 
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a) Considere que o réu constitua advogado que, devidamente intimado, 
não compareça à audiência de inquirição das testemunhas arroladas 
exclusivamente pela defesa nem apresente motivação justificada de sua 
ausência. Nessa situação, realizada a audiência na presença de advogado 
ad hoc, ocorrerá nulidade processual ante à ofensa dos interesses do 
acusado. 
b) A lei não permite que as intimações dos processos que tramitam perante 
o STJ e STF sejam feitas por carta registrada. 
c) No processo penal, os prazos são contados a partir da juntada do 
mandado de intimação aos autos. 
d) O oferecimento de contrarrazões a recurso interposto contra a rejeição 
da denúncia, por meio de defensor dativo, ante a não intimação do 
denunciado para oferecê-la, não implica ofensa a direito do acusado. 
e) Os órgãos do MP sujeitam-se às mesmas prescrições relativas à 
suspeição dos juízes, no que lhes for aplicável, implicando a sua 
inobservância nulidade relativa. 
 
15.! (CESPE – 2013 – TJDFT – TÉCNICO JUDICIÁRIO) 
Caso,em seu interrogatório, o acusado afirme que sua defesa será 
patrocinada por advogado particular, não haverá necessidade de o defensor 
apresentar o instrumento de mandato. 
 
16.! (CESPE – 2013 – TJDFT – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA 
JUDICIÁRIA) 
O assistente de acusação poderá intervir na ação penal pública em qualquer 
tempo, desde que não haja trânsito em julgado da sentença. 
 
17.! (CESPE – 2010 – DPU – DEFENSOR PÚBLICO FEDERAL) 
Nos termos da legislação processual penal vigente, admite-se, no curso 
regular da persecução penal, na fase pré-processual, em feito de ação penal 
privada, a possibilidade de habilitar-se como assistente de acusação a 
companheira do ofendido. Pode esta, por intermédio do advogado 
regularmente constituído, caso não possua capacidade postulatória, valer-
se das garantias estabelecidas pela lei quanto à prova técnica pericial e 
apresentar assistente técnico, na sobredita fase, a fim de acompanhar a 
elaboração de exame pericial de alta complexidade que abranja mais de 
uma área de conhecimento especializado, oferecendo, desde logo, quesitos 
a serem respondidos pelo perito e pelo assistente técnico. 
 
18.! (CESPE – 2008 – MPE/RR – PROMOTOR DE JUSTIÇA) 
O ofendido ou seu representante legal poderão oficiar como assistentes de 
acusação, podendo propor meios de prova, apresentar perguntas às 
testemunhas, participar dos debates orais e arrazoar os recursos 
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apresentados pelo Ministério Público. Poderão, ainda, interpor recursos, 
mas, nesse caso, será imprescindível demonstrar que promoveram sua 
habilitação como assistentes antes de ser proferida a sentença. 
 
19.! (CESPE – 2009 – DPE-ES – DEFENSOR PÚBLICO) 
Ainda que o acusado indique seu defensor por ocasião de seu 
interrogatório, a constituição regular desse defensor depende do 
instrumento de mandato, que, nessa situação, deve ser juntado aos autos 
no prazo de cinco dias, se outro prazo não for fixado pelo juiz. 
 
20.! (CESPE – 2013 – SERPRO - ANALISTA) 
A legislação brasileira adota o sistema de escolha do perito pelo próprio 
juiz. 
 
21.! (CESPE – 2012 – PEFOCE – TODOS OS CARGOS) 
São extensivas aos peritos as disposições referentes a suspeição dos juízes, 
como, por exemplo, a hipótese de o perito ser filho da vítima. Por outro 
lado, o perito, mesmo não sendo testemunha, poderá ser conduzido 
coercitivamente à presença do juiz, caso não compareça nem apresente 
justificativa. 
 
22.! (CESPE – 2012 – STJ – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA 
JUDICIÁRIA) 
Caso um advogado experiente, que patrocina a defesa de acusado da 
prática de crime hediondo, intencionalmente profira, durante a instrução 
criminal, injúrias contra o magistrado, e isso provoque animosidade 
circunstancial entre ambos, mesmo assim, nos termos do CPP, a suspeição 
não poderá ser declarada. 
 
23.! (CESPE – 2012 – PC-AL – AGENTE DE POLÍCIA) 
Segundo a orientação jurisprudencial do Superior Tribunal de Justiça, a 
participação do membro do Ministério Público na fase de investigação 
policial não acarreta nem o seu impedimento nem a sua suspeição para o 
oferecimento da denúncia. 
 
24.! (CESPE – 2012 – PEFOCE – TODOS OS CARGOS) 
O assistente do Ministério Público somente poderá ser habilitado após o 
início da ação penal pública e antes do trânsito em julgado, razão por que 
não se admite tal habilitação durante o inquérito policial, na execução penal 
nem em crime de ação privada. 
 
25.! (CESPE – 2013 – POLÍCIA FEDERAL – DELEGADO) 
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Considere que, no curso de inquérito policial em que se apure crime de 
ação pública incondicionada, quando da primeira remessa dos autos ao 
Poder Judiciário com solicitação de retorno para novas diligências, a vítima 
do delito requeira a sua habilitação nos autos como assistente de acusação. 
Nessa situação, o pedido deve ser negado, visto que a figura do assistente 
é admitida no processo somente após o recebimento da denúncia e antes 
do trânsito em julgado da sentença. 
 
26.! (CESPE – 2013 – CNJ – ANALISTA JUDICIÁRIO) 
O juiz se dará por suspeito, não caracterizando hipótese de impedimento, 
se seu ascendente estiver respondendo a processo por fato análogo, sobre 
cujo caráter criminoso haja controvérsia. 
 
27.! (CESPE – 2013 – TJ-DF – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA 
JUDICIÁRIA) 
A participação de membro do MP na fase investigatória criminal não 
acarreta seu impedimento ou suspeição para o oferecimento da denúncia. 
 
28.! (CESPE – 2013 – TJDF – TÉCNICO JUDICIÁRIO) 
Nos crimes de ação penal pública, não poderá o ofendido intervir no 
processo na qualidade de assistente, já que a titularidade da ação é do MP. 
 
29.! (CESPE – 2013 – PC-BA – INVESTIGADOR) 
A intervenção do ofendido é admitida na ação penal pública ou privada, 
podendo ele habilitar-se como assistente de acusação desde o inquérito 
policial e, se for o caso, acompanhar a execução da pena. 
 
30.! (CESPE – 2013 – PGE-DF – PROCURADOR) 
Em conformidade com o que estabelece o CPP, do despacho que admitir ou 
não o assistente do MP jamais caberá recurso. 
 
31.! (CESPE – 2013 – PGE-DF – PROCURADOR) 
A jurisprudência sumulada do STF veda de modo irrestrito que o assistente 
do MP maneje recurso extraordinário contra decisão concessiva de habeas 
corpus. 
 
 
4.!EXERCÍCIOS COMENTADOS 
 
01.! (CESPE – 2014 – PGE-BA – PROCURADOR) 
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O assistente de acusação, de acordo com a jurisprudência do STJ, 
não tem direito a manejar recurso de apelação que objetive o 
aumento da pena do sentenciado. 
COMENTÁRIOS: O item está errado. O STF entende que o assistente de 
acusação pode manejar recurso de apelação ainda que com a única 
finalidade de obter o aumento da pena imposta. 
Antigamente se entendia que o único interesse do assistente de acusação 
era obter uma sentença condenatória (para garantir futura reparação civil). 
Atualmente se entende que o assistente de acusação tem como interesse 
a busca pela Justiça, de forma que se admite seu recurso ainda que tenha 
por única finalidade o aumento da pena (Ver HC 137339/RS). 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA. 
 
02.! (CESPE – 2014 – PGE-BA – PROCURADOR) 
Segundo a jurisprudência do STJ, o assistente de acusação não 
detém legitimidade para recorrer de decisão judicial que conceda a 
suspensão condicional do processo. 
COMENTÁRIOS: O item está correto. Segundo o entendimento do STJ, o 
assistente de acusação não possui legitimidade para recorrer da decisão 
que concede a suspensão condicional do processo, pois sua legitimidade 
recursal está taxativamente prevista no art. 271 do CPP (ver! REsp n. 
604.379/SP): 
 Art. 271. Ao assistente será permitido propor meios de prova, requerer 
perguntas às testemunhas, aditar o libelo e os articulados, participar do debate 
oral e arrazoar os recursos interpostos pelo Ministério Público, ou por ele 
próprio, nos casos dos arts. 584, § 1º, e 598. 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA. 
 
03.! (CESPE – 2014 – PGE-BA – PROCURADOR) 
A interveniência do assistente de acusação não é permitidano 
curso do inquérito policial ou da execução penal. 
COMENTÁRIOS: O item está correto. O assistente de acusação só é 
admitido durante o processo, jamais fora dele, de maneira que não é 
admitido no inquérito policial (fase pré-processual) nem na execução penal 
(fase pós-processual). Vejamos os arts. 268 e 269 do CPP: 
! ! ! ! ! ! ! Art. 268. Em todos os termos da ação pública, poderá intervir, como 
assistente do Ministério Público, o ofendido ou seu representante legal, ou, na 
falta, qualquer das pessoas mencionadas no Art. 31. 
 Art. 269. O assistente será admitido enquanto não passar em julgado a 
sentença e receberá a causa no estado em que se achar. 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA. 
 
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04.! (CESPE – 2014 - CÂMARA DOS DEPUTADOS - POLICIAL 
LEGISLATIVO) 
No que se refere ao inquérito policial e à prova criminal, julgue os 
itens subsequentes. 
Admitido, pelo juiz, o assistente técnico, que poderá ser indicado e 
pago pela parte, terá este acesso ao material probatório, no 
ambiente do órgão oficial e na presença do perito oficial. 
COMENTÁRIOS: O item está correto. Isto é o que consta no art. 159, §6º 
do CP: 
Art. 159 (...) 
§ 6o Havendo requerimento das partes, o material probatório que serviu de 
base à perícia será disponibilizado no ambiente do órgão oficial, que manterá 
sempre sua guarda, e na presença de perito oficial, para exame pelos 
assistentes, salvo se for impossível a sua conservação. (Incluído pela Lei 
nº 11.690, de 2008) 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA. 
 
05.! (CESPE – 2014 – TJ/SE – TÉCNICO) 
Julgue os próximos itens, acerca da prisão temporária e das 
disposições do CPP a respeito do juiz. 
O CPP veda ao juiz o exercício de jurisdição no processo em que 
tiver funcionado como auxiliar da justiça seu cônjuge ou parente, 
consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral até o terceiro 
grau. 
COMENTÁRIOS: Item correto. O Juiz, neste caso, é considerado 
IMPEDIDO de atuar, por força do art. 252, I do CPP: 
Art. 252. O juiz não poderá exercer jurisdição no processo em que: 
I - tiver funcionado seu cônjuge ou parente, consangüíneo ou afim, em linha 
reta ou colateral até o terceiro grau, inclusive, como defensor ou advogado, 
órgão do Ministério Público, autoridade policial, auxiliar da justiça ou perito; 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA. 
 
06.! (CESPE – 2013 – TRF5 – JUIZ FEDERAL - ADAPTADA) 
Conforme previsão do CPP, a atuação do assistente de acusação, 
que receberá a causa no estado em que ela se encontra, é admitida 
enquanto não transitar em julgado a sentença, vedada a 
participação de corréu no mesmo processo como assistente do MP. 
COMENTÁRIOS: Item correto, pois esta é a previsão contida nos arts. 268 
a 270 do CPP: 
 Art. 268. Em todos os termos da ação pública, poderá intervir, como 
assistente do Ministério Público, o ofendido ou seu representante legal, ou, na 
falta, qualquer das pessoas mencionadas no Art. 31. 
 Art. 269. O assistente será admitido enquanto não passar em julgado a 
sentença e receberá a causa no estado em que se achar. 
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 Art. 270. O co-réu no mesmo processo não poderá intervir como assistente 
do Ministério Público. 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA. 
 
07.! (CESPE – 2013 – TRF5 – JUIZ FEDERAL - ADAPTADA) 
Será configurada a suspeição do juiz, admitindo-se a recusa por 
qualquer das partes, quando ele tiver funcionado como juiz de outra 
instância, tendo se pronunciado, de fato ou de direito, sobre a 
questão. 
COMENTÁRIOS: Item errado pois, neste caso, teremos hipótese de 
IMPEDIMENTO, prevista no art. 252, III do CPP: 
Art. 252. O juiz não poderá exercer jurisdição no processo em que: 
(...) 
 III - tiver funcionado como juiz de outra instância, pronunciando-se, de 
fato ou de direito, sobre a questão; 
Portanto, A AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA. 
 
08.! (CESPE – 2013 – TRF5 – JUIZ FEDERAL - ADAPTADA) 
A atividade probatória do assistente de acusação independe do MP, 
sendo, por isso, dispensável a oitiva do órgão de acusação no que 
se refere às postulações probatórias propostas pelo assistente. 
COMENTÁRIOS: Item errado pois, embora a atividade probatória do 
assistente de acusação seja independente, a oitiva do MP é necessária, nos 
termos do art. 271, §1º do CPP: 
! ! !Art. 271. Ao assistente será permitido propor meios de prova, requerer 
perguntas às testemunhas, aditar o libelo e os articulados, participar do debate 
oral e arrazoar os recursos interpostos pelo Ministério Público, ou por ele 
próprio, nos casos dos arts. 584, § 1º, e 598. 
 § 1o O juiz, ouvido o Ministério Público, decidirá acerca da realização das 
provas propostas pelo assistente. 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA. 
 
09.! (CESPE – 2011 – TJ-PB – JUIZ) 
Conforme a jurisprudência do STJ, ao assistente de acusação não é 
conferida legitimidade para interpor apelação de sentença 
condenatória com o fim de aumentar a pena. 
COMENTÁRIOS: Item errado, pois o STJ entende que o assistente de 
acusação tem legitimidade para apelar da sentença com a única finalidade 
de obter o aumento da pena. Vejamos: 
“(...) 2. Preenchido o requisito do art. 598 do Código de Processo Penal, 
pode o assistente de acusação interpor recurso de apelação para o fim 
de aumentar a pena. 
(...)” 
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(HC 169.557/RJ, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA 
TURMA, julgado em 29/08/2013, DJe 12/09/2013) 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA. 
 
10.! (CESPE – 2015 – DPU – DEFENSOR PÚBLICO) 
Júlio foi preso em flagrante pela prática de furto de um caixa 
eletrônico da CEF. Júlio responde a outros processos por crime 
contra o patrimônio. 
A respeito dessa situação hipotética, julgue os seguintes itens. 
O representante da CEF poderá habilitar-se como assistente da 
acusação a partir da instauração do inquérito policial, não cabendo 
impugnação da decisão judicial que negar a habilitação. 
COMENTÁRIOS: Item errado, pois a figura do assistente de acusação só 
existe dentro do processo, ou seja, não é cabível sua admissão durante o 
IP. Vejamos: 
Art. 268. Em todos os termos da ação pública, poderá intervir, como 
assistente do Ministério Público, o ofendido ou seu representante legal, ou, na 
falta, qualquer das pessoas mencionadas no Art. 31. 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA. 
 
11.! (CESPE – 2002 – CONSULTOR LEGISLATIVO DO SENADO) 
Lauro está sendo acusado, em juízo, por crime que deixou vestígios, 
havendo a polícia arrecadado os objetos que compõem o corpo de 
delito. 
De acordo com a legislação pertinente ao caso descrito no texto, 
julgue o item subseqüente. 
Se Lauro, comprovadamente, possuir elevada renda e, ainda assim, 
recusar-se a contratar advogado por não ter interesse em defender-
se da acusação, o juiz não deverá nomear-lhe defensor, mas 
decretar a sua revelia. 
COMENTÁRIOS: A presença do defensor no processo criminal é 
obrigatória, e decorre do princípio da ampla defesa, previsto no art. 
5°, LV da Constituição. O defensor (advogadoou Defensor Público) é quem 
realiza a chamada defesa técnica (a defesa prestada por profissional 
habilitado). Sua presença obrigatória está prevista, ainda, no art. 261 do 
CPP: 
Art. 261. Nenhum acusado, ainda que ausente ou foragido, será processado ou 
julgado sem defensor. 
Parágrafo único. A defesa técnica, quando realizada por defensor público ou 
dativo, será sempre exercida através de manifestação fundamentada. ΩΓ&67ΟΥ(0!
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Vejam que o § único trata da chamada “Defesa técnica eficiente”, o 
que obriga o Defensor Público ou defensor dativo a prestar a defesa técnica 
de maneira eficiente, e não apenas protocolar. Isso se dá não em razão de 
preconceito técnico da Lei para com defensores dativos e Defensores 
Públicos, mas em razão de que estes não foram nomeados pelo acusado e 
não estão sendo pagos por este, o que poderia gerar certa displicência. 
Caso o acusado não possua defensor, o Juiz nomeará um para 
que o defenda. Entretanto, caso o acusado, posteriormente resolva 
constituir advogado de sua confiança ou defender-se a si próprio 
(caso possua habilitação para isso), poderá destituir o defensor 
nomeado pelo Juiz, A QUALQUER TEMPO. Nos termos do art. 263 do 
CPP: 
Art. 263. Se o acusado não o tiver, ser-lhe-á nomeado defensor pelo juiz, 
ressalvado o seu direito de, a todo tempo, nomear outro de sua confiança, ou 
a si mesmo defender-se, caso tenha habilitação. 
 
O § único deste artigo, por sua vez, determina que se o acusado, a 
quem for nomeado defensor, não for pobre, será obrigado a pagar os 
honorários do defensor dativo que lhe for nomeado. Em se tratando de 
Defensor Público, embora estes não possam receber honorários, a lei 
permite (LC n° 80/94) o recebimento de honorários pela Instituição 
Defensoria Pública, em conta própria. No termos do art. 263, § único: 
Parágrafo único. O acusado, que não for pobre, será obrigado a pagar os 
honorários do defensor dativo, arbitrados pelo juiz. 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ ERRADA. 
 
12.! (CESPE – 2002 – CONSULTOR LEGISLATIVO DO SENADO) 
Lauro está sendo acusado, em juízo, por crime que deixou vestígios, 
havendo a polícia arrecadado os objetos que compõem o corpo de 
delito. 
De acordo com a legislação pertinente ao caso descrito no texto, 
julgue o item subseqüente. 
Se a vítima habilitar-se como assistente do Ministério Público, não 
será óbice à sua habilitação o fato de o processo já estar em grau 
de recurso. 
COMENTÁRIOS: O ofendido, seu representante legal, ou qualquer das 
pessoas mencionadas no art. 31 do CPP (cônjuge, ascendente, descendente 
ou irmão) poderão atuar como assistentes da acusação nas ações 
penais públicas (condicionadas e incondicionadas). Nos termos do art. 
268 do CPP: 
Art. 268. Em todos os termos da ação pública, poderá intervir, como assistente 
do Ministério Público, o ofendido ou seu representante legal, ou, na falta, 
qualquer das pessoas mencionadas no Art. 31. 
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A intervenção de qualquer destas pessoas como assistente da 
acusação pode se dar a qualquer momento, ATÉ O TRÂNSITO EM 
JULGADO DA SENTENÇA: 
Art. 269. O assistente será admitido enquanto não passar em julgado a 
sentença e receberá a causa no estado em que se achar. 
Portanto, a AFIRMATIVA ESTÁ CORRETA. 
 
13.! (CESPE – 2012 – TJ/PI – JUIZ) 
Em relação aos sujeitos processuais, assinale a opção correta. 
a) O juiz deve dar-se por suspeito se possuir parente consanguíneo, 
na linha colateral até o terceiro grau, que esteja respondendo a 
processo por fato análogo sobre cujo caráter criminoso haja 
controvérsia. 
b) O membro do MP possui legitimidade para proceder, 
diretamente, à colheita de elementos de convicção para subsidiar a 
propositura de ação penal, incluindo-se a presidência de inquérito 
policial. 
c) Mesmo após a vigência do novo Código Civil, faz-se necessária a 
nomeação de curador especial para acusado com idade entre 
dezoito e vinte e um anos, em respeito ao princípio da 
especialidade, porquanto tal exigência não foi suprimida do CPP. 
d) Se o advogado do réu for devidamente intimado, por meio da 
imprensa oficial, para a sessão de julgamento da apelação, na 
hipótese de adiamento, a intimação da nova data da sessão deverá 
ser feita pessoalmente. 
e) O assistente de acusação possui legitimidade para interpor 
apelação contra sentença absolutória, caso o MP se quede inerte 
após regular intimação. 
COMENTÁRIOS: 
A) ERRADA: O Juiz só seria considerado suspeito nesta hipótese caso a 
pessoa que respondesse ao processo análogo fosse seu cônjuge, 
ascendente ou descendente, nos termos do art. 254, II do CPP;!
B) ERRADA: O MP tem poder de investigar, realizar colheita de elementos 
de informação, etc., conforme entendimento pacificado no STF e no STJ, 
mas lhe é vedado presidir o IP, cuja presidência é exclusiva da autoridade 
policial; 
C) ERRADA: Com o novo Código Civil, a maioridade civil passou a se dar 
aos 18 anos, de forma que não há mais a possibilidade de réu civilmente 
incapaz, já que se menor de 18 anos não poderá ser réu. Portanto, o artigo 
que determina a nomeação de curador ao réu que tenha entre 18 e 21 anos 
está temporariamente sem aplicação; 
D) ERRADA: O STJ não possui este entendimento: 
PROCESSO PENAL. RECURSO ESPECIAL. REGULAR INTIMAÇÃO DO ADVOGADO 
DO PACIENTE PARA A SESSÃO DE JULGAMENTO DO RECURSO DE APELAÇÃO. 
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ADIAMENTOS QUE NÃO SE EXIGEM NOVA PUBLICAÇÃO. INEXISTÊNCIA DE 
CERCEAMENTO. EMENDATIO LIBELLI. ENQUADRAMENTO DE TODAS AS 
CONDUTAS NUM ÚNICO CRIME. RATIFICAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO. 
PRETENSÃO DE MANTER UMA DAS IMPUTAÇÕES SUBMETIDAS À EMENDATIO. 
INVIABILIDADE. BIS IN EADEM. CRIME DE PREVARICAÇÃO. PRATICAR 
CONDUTA CONTRA DISPOSIÇÃO DE LEI ESTADUAL. NORMA NÃO SUJEITA À 
ANÁLISE DESTA CORTE EM SEDE DE RECURSO ESPECIAL. SÚMULA 280 DO 
STF. 
Sendo o advogado do paciente devidamente intimado, pela Imprensa Oficial, 
para a sessão de julgamento do recurso de apelação, na hipótese de 
adiamento, não ocorre a nulidade por falta de intimação ante a nova data da 
sessão. 
Ao se permitir a emendatio libelli para unir num mesmo tipo penal todas as 
condutas imputadas ao réu, não resta outro caminho ao órgão de acusação se 
não pugnar pela manutenção do quadro acusatório, sob pena de admitir um 
bis in eadem em torno de único quadramento fático. 
No caso, não se afigura possível o órgão de acusação ratificar a emendatio 
libelli e, ao mesmo tempo, pugnar para que seja mantida uma das imputações 
da denúncia. 
O crime de prevaricação, conforme previsão do art. 319 do CPM, tem como um 
dos núcleos a conduta de "praticar ato contrário a disposição de lei", sendo, na 
hipótese, considerada a previsão de norma estadual, a qual não se sujeita à 
análise desta Corte.!
Aplicação da Súmula 280 do STF. 
Recurso conhecido em parte e provido, para manter a decisão do Juízo de 
primeiro grau. 
(REsp 941.367/SC, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA 
TURMA, julgado em 14/04/2011, DJe 09/05/2011) 
E) CORRETA: Esta é a posição do STJ: 
HABEAS CORPUS.

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