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Estelionato (Crimes contra o patrimônio)

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DP IV – 7º SEMESTRE
Dos crimes contra o Patrimônio
ESTELIONATO
Dos aspectos jurídicos e legalidade: Art. 171, CP.
 Conceito:
. Deriva de stellio (lagarto que muda de cores, iludindo os insetos de que se alimenta);
. Obtenção para si ou para outrem vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo o mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento;
. Configuração do delito: (i) Na venda de carnês quando o agente faz a vítima acreditar que ainda trabalha para a firma que os expedira; (ii) No sorteio de bingo, quando irregularidade determinou que apenas o acusado poderia ser o vencedor do prêmio; (iii) Na obtenção de financiamento com garantia fiduciária inexistente; (iv) Na compra a prazo e imediata venda a vista por preço menor; (v) Na compra a crédito com nome falso; (vi) Na inadimplência contratual preconcebida;
. Objetividade jurídica: (i) A inviolabilidade patrimonial; (ii) A boa-fé; (iii) A segurança, fidelidade e veracidade dos negócios jurídicos patrimoniais;
. Sujeito ativo: (i) Qualquer pessoa; (ii) Não raro a união de duas na prática do denominado conto-do-vigário; (iii) Comerciante que faliu e o motivo não estiver previsto na Lei de Falências;
. Sujeito passivo: (i) Quem sofre a lesão patrimonial; (ii) Terceiro atingido pelo prejuízo; (iii) Enganado irresponsável (menor, louco) poderá ocorrer o crime de furto ou abuso de incapaz [173, CP] e não o de estelionato comum; (iv) Tem de ser pessoa determinada; (v) Há crimes contra a economia popular quando atingidas várias vítimas indeterminadas (aparelhos que viciam balança, bombas de gasolina); 
. Tipo objetivo: (i) Emprego de meio fraudulento para auferir vantagem ilícita; (ii) Artifício = documento falso, disfarce; (iii) Ardil = simples astucia, sutileza, conversa enganosa, de aspecto meramente intelectual; (iv) Tem-se entendido que a mentira, se hábil a enganar, configura o ardil; (iv.a) Há controversa: - Bento de Faria: “só pode ser incluída (a mentira) quando for acompanhada de artifícios ou de outras manobras suscetíveis de enganar”;
 
. Tipo subjetivo: É a vontade de praticar a conduta;
Dolo específico: elemento subjetivo do injusto, que é a vontade de obter ilícita vantagem patrimonial para si ou para outrem;
. Não havendo a consciência da ilicitude da locupletação, não há o crime;
. Hungria cita: “um indivíduo que, supondo-se falsamente credor de outro, consegue, mediante meio fraudulento, induzi-lo em erro e captar-lhe dinheiro a que se julga com direito, concluindo haver, no caso exercício arbitrário das próprias razões (art. 345);
. Consumação e tentativa: Consuma-se com a obtenção da vantagem ilícita; 
. Cheque falsificado: Súmula 48 do STJ: “Compete ao juízo do local da obtenção da vantagem ilícita processar e julgar crime de estelionato cometido mediante falsificação de cheque”;
. STF: “o ressarcimento do prejuízo não exclui o crime, diferente no caso do pagamento de cheque sem suficiente provisão de fundos antes da denúncia”;
. Porém (ele), deve influir na fixação da pena (art. 16, CP), ou seja, a pena será reduzida de um a dois terços. 
. Haverá tentativa se, não obtendo vantagem, pudesse consegui-la (dano potencial); 
. Estelionato privilegiado: Sendo o agente primário e de pequeno valor o prejuízo, prevê-se a redução ou substituição da pena (§ 1º, 171, CP);
. STF: Por ser delito instantâneo, é no momento da consumação que se deve averiguar o prejuízo para o efeito de aplicar ou não a minorante;
. Havendo: composição, transação, devolução da coisa ou reparação do dano, tem-se admitido a minorante quando a reparação ocorre antes do julgamento;

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