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CCJ0019-WL-D-LC-Direitos Sociais e Nacionalidade - Bernardo Campinho

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
DIREITO CONSTITUCIONAL I
PROF. BERNARDO CAMPINHO
DIREITOS SOCIAIS E DIREITOS DE 
NACIONALIDADE
DIREITOS SOCIAIS
• Os direitos sociais, direitos de segunda dimensão,
apresentam-se como prestações positivas a serem
implementadas pelo Estado (Social de Direito) e tendem a
concretizar a perspectiva de uma isonomia substancial e social
na busca de melhores e adequadas condições de vida,
estando, ainda, consagrados como fundamentos da República
Federativa do Brasil (art. 1o, inciso IV, CRFB).
• Segundo José Afonso da Silva, os direitos sociais se classificam
em: a) direitos sociais relativos ao trabalhador; b) direitos
sociais relativos à seguridade, compreendendo os direitos à
saúde, à previdência e assistência social; c) direitos sociais
relativos à educação e à cultura; d) direito social relativo à
família, criança, adolescente e idoso; e) direitos sociais
relativos ao meio ambiente (Curso de Direito Constitucional
Positivo)
DIREITOS SOCIAIS
• São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o
lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à
maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na
forma desta Constituição. O artigo 6° que se encontra dentro do
Titulo sobre os Direitos e Garantias Fundamentais da nossa
Constituição Federal trata sobre os direitos sociais que devem
ser respeitados, protegidos e garantidos a todos pelo Estado.
São eles:
1. Direito à educação: direito de cada pessoa ao desenvolvimento
pleno, ao preparo para o exercício da cidadania e à qualificação
para o trabalho.
2. Direito à saúde: direito ao acesso universal e igualitário às ações
e serviços para promoção, proteção e recuperação da saúde,
bem como à redução do risco de doença e de outros agravos.
3. Direito ao trabalho: direito a trabalhar, à livre escolha do
trabalho, a condições eqüitativas e satisfatórias de trabalho e à
proteção contra o desemprego. Direito à moradia: direito a uma
habitação permanente que possua condições dignas para se
viver.
DIREITOS SOCIAIS
4. Direito ao lazer: direito ao repouso e aos lazeres que permitam a
promoção social e o desenvolvimento sadio e harmonioso de
cada indivíduo.
5. Direito à segurança: direito ao afastamento de todo e qualquer
perigo e garantia de direitos individuais, sociais e coletivos.
6. Direito à previdência social: direito à segurança no desemprego,
na doença, na invalidez, na viuvez, na velhice ou noutros casos
de perda de meios de subsistência por circunstâncias
independentes da sua vontade.
7. Direito à maternidade e à infância: direito da mulher, durante a
gestação e o pós-parto, e de os todos indivíduos, desde o
momento de sua concepção e durante sua infância, à proteção e
à prevenção contra a ocorrência de ameaça ou violação de seus
direitos.
8. Direito à assistência aos desamparados: direito de qualquer
pessoa necessitada à assistência social, independentemente da
contribuição à seguridade social.
DIREITOS SOCIAIS
• Os direitos sociais relativos ao trabalhador são de duas
espécies, segundo José Afonso: a) os direitos dos
trabalhadores em suas relações individuais de trabalho: C.F.,
art. 7º; b) os direitos coletivos dos trabalhadores: C.F., arts. 9º
a 11.
• Segundo Pedro Lenza, o art. 7o estabelece um rol de direitos
sociais dos trabalhadores urbanos e rurais (art. 7o, caput),
assim como dos avulsos (art. 7o, XXXIV), tendo sido, para os
domésticos, assegurados apenas alguns direitos (art. 7o
parágrafo único) (Direito Constitucional Esquematizado, p.
981). Quanto aos servidores públicos, a CRFB/88 assegura os
direitos sociais aos civis, na forma do art. 39, parágrafo 3o, e
aos militares, na forma do art. 142, parágrafo 3o, VIII.
DIREITOS SOCIAIS
• O inciso I do art. 7o protege a relação de emprego contra
despedida arbitrária ou sem justa causa, garantindo
indenização compensatória, dentre outros direitos, na forma
prevista na lei complementar. Cuidou o constituinte de dar
eficácia ao dispositivo constitucional protetor da relação de
emprego, mesmo antes da promulgação da lei complementar,
instituíndo a regra provisória do art. 10 do ADCT, que,
somada ao art. 14 da Lei 8036/1990, determina que na
hipótese da despedida pelo empregador sem justa causa, este
depositará, na conta vinculada do trabalhador no FGTS,
importância igual a 40% do montante de todos os depósitos
realizados durante a vigência do contrato de trabalho,
atualizados monetariamente e acrescidos de juros.
DIREITOS SOCIAIS
• Convenção 158/OIT: art. 4o - Não se dará término à relação de
trabalho de um trabalhador a menos que exista para isso uma
causa justificada relacionada com sua capacidade ou seu
comportamento ou baseada nas necessidades de
funcionamento da empresa, estabelecimento ou serviço.
Ainda, a Convenção 158/OIT prevê que a relação de emprego
não deverá ser finalizada antes que tenha sido dada ao
trabalhador a possibilidade de se defender das acusações
formuladas contra ele. ADI 1480 MC / STF – entendeu o
Tribunal que incide no caso do art. 7º, I, da CRFB, reserva de
lei complementar, não podendo atuar a norma internacional
substituir a exigência constitucional
DIREITOS SOCIAIS
• O art. 7o, II, garante ao trabalhador seguro-desemprego em caso de
desemprego involuntário. Programa do Seguro-Desemprego é
disciplinado pela Lei Federal 7998/1990, que também instituiu o
Fundo de Amparo ao Trabalhador. O seguro-desemprego é um
programa que prevê não só o pagamento de um benefício em
dinheiro como também ações integradas que promovam a
orientação, recolocação e qualificação profissional do trabalhador.
O financiamento do seguro-desemprego se dá por meio de recursos
provenientes da contribuição social ao PIS/PASEP (art. 72 do ADCT).
• O trabalhador também conta com o fundo de garantia por tempo
de serviço, constituído pelos saldos das contas a ele vinculadas de
cada trabalhador com vínculo empregatício, garantida a atualização
monetária e juros, de forma a que reste mantida a integralidade
dos depósitos fundiários.
DIREITOS SOCIAIS
• EMPREGADO PORTADOR DO VÍRUS HIV. DISPENSA
IMOTIVADA. ATITUDE DISCRIMINATÓRIA PRESUMIDA.
REINTEGRAÇÃO . 1. A jurisprudência desta Corte firmou-se no
sentido de que se presume discriminatória a dispensa do
empregado portador do vírus HIV. Desse modo, recai sobre o
empregador o ônus de comprovar que não tinha ciência da
condição do empregado ou que o ato de dispensa tinha outra
motivação - lícita. 2. Entendimento consentâneo com a norm
ativa internacional, especialmente a Convenção n.º 111, de
1958, sobre Discriminação em Matéria de Emprego e
Ocupação (ratificada pelo Brasil em 26.11.1965 e promulgada
mediante o Decreto n.º 62.150, de 19.01.1968) , e a
Recomendação n.º 200, de 2010, sobre HIV e AIDS e o Mundo
do Trabalho (TST/Recurso de Revista n.º 104900-
64.2002.5.04.0022, JULGAMENTO: 02/09/2011).
DIREITOS SOCIAIS
• Salário mínimo: Nenhum trabalhador poderá receber salário
inferior ao mínimo legal fixado em lei. O art. 7o, inciso IV, da
CRFB estabelece que o salário mínimo seja suficiente para
atender as necessidades vitais básicas do trabalhador e sua
família com alimentação, saúde, educação, moradia, lazer,
vestuário, higiene, transporte e previdência social, com
reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo,
sendo vedada a sua vinculação para qualquer fim. O salário
mínimo deve ser fixado em valor apto para custear tudo o que
a Constituição enumera como necessário ou suficiente para
uma vida com dignidade. Deve ser nacionalmente unificado,
não sendo permitida a diferenciação entre trabalhadores,
urbanos ou rurais, de uma ou de outra região
DIREITOS SOCIAIS
• Súmula 201 do STJ: não é possível fixar honorários
advocatícios em salários mínimos. A parte final do inciso IV do
art. 7º (veda a vinculação do salário mínimo a outras
obrigações) não é absoluta,pois STF admite que pensão
alimentícia e outras prestações vitais sejam fixadas em
salários mínimos. Salário mínimo é garantido aos servidores
públicos (art. 39, parágrafo 3º, CRFB) e é o piso mínimo dos
benefícios previdenciários (art. 201, parágrafo 2º, CRFB), mas
não é garantido aos militares – súmula vinculante número 6.
• Férias: o inciso XVII do art. 7o instituiu o denominado abono
de férias, que tem valor fixado em 1/3 do salário normal, e
que também está garantido aos servidores públicos (art. 39,
parágrafo 3o, CRFB).
DIREITOS SOCIAIS
• A Constituição Federal, em seu artigo 9º e a Lei nº 7.783/89
asseguram o direito de greve a todo trabalhador, competindo-
lhe a oportunidade de exercê-lo sobre os interesses que
devam por meio dele defender. Trata-se de abstenção coletiva
decorrente de decisão assemblear soberana. Considera-se
legítimo o exercício de greve, com a suspensão coletiva
temporária e pacífica, total ou parcial, de prestação de
serviços, quando o empregador ou a entidade patronal,
correspondentes tiverem sido pré-avisadas 72 horas, nas
atividades essenciais e 48 horas nas demais. A greve também
é lícita quando não for contra decisão judicial. A Lei 7783/89
resguarda as atividades essenciais: tratamento e
abastecimento de água, a assistência médica hospitalar, a
compensação bancária, dentre outras atividades.
DIREITOS SOCIAIS
• São assegurados aos grevistas: o emprego de meios pacíficos
tendentes a persuadir ou aliciar os trabalhadores a aderirem a
greve e a arrecadação de fundos e a livre divulgação do
movimento.
• Os meios adotados por empregados e empregadores em
nenhuma hipótese poderão violar ou constranger os direitos e
garantias fundamentais de outrem. A empresa não poderá
adotar meios para constranger o empregado ao
comparecimento ao trabalho, bem como capazes de frustrar a
divulgação do movimento. A manifestação e atos de
persuasão utilizados pelos grevistas não poderão impedir o
acesso ao trabalho nem causar ameaça ou dano à
propriedade ou pessoa.
DIREITOS SOCIAIS
• EMENTA: MANDADO DE INJUNÇÃO. ART. 5º, LXXI DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL.
CONCESSÃO DE EFETIVIDADE À NORMA VEICULADA PELO ARTIGO 37, INCISO VII,
DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL. LEGITIMIDADE ATIVA DE ENTIDADE SINDICAL.
GREVE DOS TRABALHADORES EM GERAL [ART. 9º DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL].
APLICAÇÃO DA LEI FEDERAL N. 7.783/89 À GREVE NO SERVIÇO PÚBLICO ATÉ QUE
SOBREVENHA LEI REGULAMENTADORA. PARÂMETROS CONCERNENTES AO
EXERCÍCIO DO DIREITO DE GREVE PELOS SERVIDORES PÚBLICOS DEFINIDOS POR
ESTA CORTE. CONTINUIDADE DO SERVIÇO PÚBLICO. GREVE NO SERVIÇO PÚBLICO.
ALTERAÇÃO DE ENTENDIMENTO ANTERIOR QUANTO À SUBSTÂNCIA DO MANDADO
DE INJUNÇÃO. PREVALÊNCIA DO INTERESSE SOCIAL. INSUBSSISTÊNCIA DO
ARGUMENTO SEGUNDO O QUAL DAR-SE-IA OFENSA À INDEPENDÊNCIA E
HARMONIA ENTRE OS PODERES [ART. 2O DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL] E À
SEPARAÇÃO DOS PODERES [art. 60, § 4o, III, DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL].
INCUMBE AO PODER JUDICIÁRIO PRODUZIR A NORMA SUFICIENTE PARA TORNAR
VIÁVEL O EXERCÍCIO DO DIREITO DE GREVE DOS SERVIDORES PÚBLICOS,
CONSAGRADO NO ARTIGO 37, VII, DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL (STF – MI 712 –
Rel. Min. Eros Grau. Julgamento: 25/10/2007)
Direitos de nacionalidade
• Conceito de nacionalidade: é o vínculo jurídico-político que
une uma pessoa a determinado Estado Soberano. Vínculo que
gera direitos, porém, também obrigações.
• Convenção Americana de Direitos Humanos (Pacto de San
José da Costa Rica): art. 20:
1. Toda pessoa tem direito a uma nacionalidade.
2. Toda pessoa tem direito à nacionalidade do Estado em cujo
território houver nascido, se não tiver direito a outra.
3. A ninguém se deve privar arbitrariamente de sua
nacionalidade nem do direito de mudá-la.
Direitos de nacionalidade
• Formas de Nacionalidade
1) Nacionalidade Originária - é estabelecida pela Constituição
Federal, é a nacionalidade dos natos. Normalmente a
nacionalidade originária (primária, involuntária) é atribuída
com base em dois critérios, de acordo com a legislação
soberana de cada país: jus sanguinis e jus solium. Segundo
Celso Bastos, “o primeiro se funda no principio de que será
nacional todo aquele que for filho de nacionais (jus sanguinis).
O segundo determina serem nacionais todos aqueles nascidos
em seu território (jus soli)”.
No Brasil, a nacionalidade originária é fixada pelo critério do jus
soli.
Direitos de nacionalidade
• Brasileiro nato –> definido por dois critérios:
-> Critério “jus loci” – é brasileiro nato todo aquele que nasce na
República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros,
desde que nenhum deles esteja a serviço de seu país.
-> Critério “jus sanguinis” – é brasileiro nato o filho de
brasileiros que nascer no estrangeiro estando qualquer um
dos pais a serviço da República Federativa do Brasil.
• O filho de pai brasileiro ou mãe brasileira nascido no
estrangeiro poderá optar pela nacionalidade brasileira, desde
que venha residir no Brasil.
Direitos de nacionalidade
• Esse requerimento pode ser feito a qualquer momento e não
pode ser recusado pelo Estado, ou seja, essa aquisição é
potestativa, dependente exclusivamente da vontade do
interessado. A aquisição da nacionalidade provisória se dá
com a simples residência no Brasil, sendo confirmada
posteriormente com a manifestação da opção perante a
Justiça Federal.
• Nacionalidade Secundária - A nacionalidade secundária
(adquirida, voluntária) é a conferida aos naturalizados. Esse
tipo de nacionalidade deve ser requerida pelo interessado e
está sujeita à apreciação do órgão público responsável.
Direitos de nacionalidade
• Naturalização –> a aquisição de nacionalidade secundária
pode ser expressa ou tácita:
-> Tácita – concedida a todos os que se encontravam no Brasil à
época da Proclamação da República e que não declaram o ânimo
de conservar a nacionalidade de origem após a entrada em vigor
da Constituição Federal de 1891.
-> Expressa – atualmente a única opção de naturalização prevista
na Constituição Federal de 1988:
1) Naturalização ordinária – Art. 12, II, alínea “a”. A concessão
ou não dessa naturalização é um poder discricionário do
Executivo Federal, o requerente não tem direito subjetivo a essa
naturalização.
Direitos de nacionalidade
2) Naturalização extraordinária – Art. 12, II, alínea “b”. Não há
discricionariedade do Poder Executivo Federal na sua concessão:
preenchidos os requisitos exigidos será concedida a
naturalização, ou seja, o requerente possui direito subjetivo. Essa
naturalização é disciplinada pelo Estatuto dos Estrangeiros (Lei
n.º. 6.815/80) e estabelece requisitos próprios: a) capacidade
civil; b) o requerente deve ter visto permanente; c) deve estar
residindo no Brasil por quatros anos contínuos; d) deve ler e
escrever em português; e) deve ter boa conduta, boa saúde e
bom procedimento; f) deve exercer profissão ou possuir bens
que garantam a sua subsistência e a da sua família; g)
inexistência de denúncia, pronúncia ou condenação no Brasil ou
mesmo no exterior por crime doloso a que seja prevista pena
mínima de um ano de prisão.
Direitos de nacionalidade
• A Lei n.º. 6.964/81 incluiu mais duas hipóteses de
naturalização extraordinária:
• Estatuto da Igualdade
• Decorrente do tratado de 1971 entre Brasil e Portugal. A base
do Estatuto da Igualdade é a reciprocidade. Isso quer dizer
que, quando são conferidos direitos especiais aos brasileiros
residentes em Portugal são conferidos os mesmos direitos aos
portugueses residentes no Brasil. Atualmente, a Constituição
da República disciplina o estatuto da igualdade
(reciprocidade) no art. 12, parágrafo 1º.
• Essa nacionalidade é chamada de Quase Nacionalidade e
pode ampla ou restrita:
Direitos de nacionalidade
• Restrita – os portugueses terão direitos semelhantes aos dos
brasileiros naturalizados, exceto o direto de participação
política ativa e passiva.• Ampla – os portugueses adquirirão os direitos políticos se
solicitarem junto à Justiça Eleitoral, preenchendo, para tanto,
os seguintes requisitos: a) demonstração de quase
nacionalidade restrita; b) cinco anos de residência
permanente no Brasil; c) inexistência de antecedentes
criminais; d) domínio sobre o idioma comum escrito; e)
demonstrar que gozam de direitos políticos em Portugal.
Direitos de nacionalidade
• Perda da Nacionalidade
• Cancelamento da naturalização – o reconhecimento deve ser
por sentença judicial transitada em julgado.
• Aquisição voluntária e ativa de outra nacionalidade – atinge
tanto os brasileiros natos quanto os naturalizado. A perda de
nacionalidade nesse caso deve ser por meio de processo
administrativo que culmina com o decreto que produz efeitos
ex nunc. O decreto do Presidente da República apenas
reconhece a perda de nacionalidade, o que acarreta essa
perda é a aquisição de outra nacionalidade.
• O Brasil admite a aquisição de outra nacionalidade sem perda
da nacionalidade brasileira nas exceções descritas no Artigo
12, § 4º, II, alínea “a” e “b” da Constituição Federal de 1988.
Direitos de nacionalidade
• Banimento – envio compulsório de um nacional para o
estrangeiro, com a imposição de lá permanecer durante prazo
determinado ou indeterminado. Conhecido como exílio, essa
opção é vedada no Brasil está expressamente determinado
sua proibição no artigo 5º, XLVII da Constituição Federal de
1988.
• Vedação também decorre da Convenção Americana de
Direitos Humanos: art. 22, inciso 5 - ninguém pode ser
expulso do território do Estado do qual for nacional nem ser
privado do direito de nele entrar.
Direitos de nacionalidade
• Extradição – é a entrega de um país ao outro de indivíduo que
lá deva responder a processo criminal e cumpri pena. Trata-se
de medida de cooperação judiciária internacional. Pode incidir
sobre estrangeiros e brasileiros naturalizados, mas não há
extradição de brasileiro nato.
• Há duas possibilidades do naturalizado ser extraditado (art.
5º, inciso LI, CRFB):
-> se cometeu crime comum antes da naturalização;
-> se comprovado envolvimento com tráfico ilícito de
entorpecentes e drogas afins, nos termos da lei, seja crime
anterior ou posterior à naturalização.
Direitos de nacionalidade
• O país que requerer a extradição deve informar ao Brasil,
quais as acusações contra a pessoa (Principio da
Especialidade) e comprometer-se a considerar, no
cumprimento da pena, o montante da pena já cumprida no
Brasil (Principio da Detração).
• O extraditado só poderá voltar ao Brasil com autorização por
decreto do Presidente da República.
• Art. 77 da Lei 6815/1980 (Estatuto do Estrangeiro): não será
admitida a extradição quando:
I - se tratar de brasileiro, salvo se a aquisição dessa
nacionalidade verificar-se após o fato que motivar o pedido;
Direitos de nacionalidade
II - o fato que motivar o pedido não for considerado crime no 
Brasil ou no Estado requerente;
III - o Brasil for competente, segundo suas leis, para julgar o 
crime imputado ao extraditando;
IV - a lei brasileira impuser ao crime a pena de prisão igual ou 
inferior a 1 (um) ano;
V - o extraditando estiver a responder a processo ou já houver 
sido condenado ou absolvido no Brasil pelo mesmo fato em que 
se fundar o pedido;
VI - estiver extinta a punibilidade pela prescrição segundo a lei 
brasileira ou a do Estado requerente;
VII - o fato constituir crime político; e
VIII - o extraditando houver de responder, no Estado requerente, 
perante Tribunal ou Juízo de exceção.
Direitos de nacionalidade
• O Estatuto do Estrangeiro veda a deportação e a expulsão
quando se tratar de hipótese em que não se admite a
extradição (arts. 63 e 74, inciso I).
• CRFB: não será concedida extradição de estrangeiro por crime
político ou de opinião (art. 5º, LII).
• Expulsão – é realizada quando um estrangeiro for condenado
criminalmente no Brasil ou praticar atos nocivos aos
interesses nacionais. Há todo um processo para chegar a
expulsão. O requerimento deve ser pedido pelo Ministério
Público no prazo de 30 dias do trânsito em julgado da
sentença condenatória. A expulsão será consumada pelo
Presidente da República. Respeitando o devido processo legal,
o vítima poderá recorrer ao Supremo Tribunal Federal para
que o ato seja reavaliado.
Direitos de nacionalidade
• Deportação – é meramente documental e ocorre quando um
estrangeiro ingressa e permanece, de forma ilegal, no
território brasileiro. O estrangeiro poderá retornar ao nosso
país quando regularizada sua situação e paga suas despesas
de deportação.
• Art. 12, parágrafo 2º, CRFB: a lei não poderá estabelecer
distinção entre brasileiros natos e naturalizados, salvo nos
casos previstos nesta Constituição.
• Art. 12, parágrafo 3º, CRFB: são cargos privativos de brasileiro
nato: a) Presidente e Vice-Presidente da República; b)
Presidente da Câmara dos Deputados; c) Presidente do
Senado Federal; d) Ministro do Supremo Tribunal Federal; e)
carreira diplomática; f) oficial das Forças Armadas; g) Ministro
de Estado da Defesa
Direitos de nacionalidade
• EMENTA: EXTRADIÇÃO. REPÚBLICA DA COREIA. TRATADO ESPECÍFICO. FRAUDE, TRÁFICO ILÍCITO
TRANSNACIONAL DE DROGAS E ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO. NACIONALIDADE COREANA DO
REQUERIDO. DUPLA TIPICIDADE. PRESCRIÇÃO QUANTO AO DELITO DE FRAUDE. PARCIALMENTE
ATENDIDOS OS REQUISITOS FORMAIS E MATERIAIS PARA O DEFERIMENTO DO PEDIDO. LIMITE DE
TRINTA ANOS DE RECLUSÃO PARA O CASO DE CONDENAÇÃO. COMPROMISSO FORMAL. I – Segundo a
regra do País requerente, o estrangeiro ora requerido ainda detém, ou pelo menos detinha, à época dos
fatos, a nacionalidade coreana, devendo, por isso mesmo, ser submetido às leis de seu país, por
aplicação do denominado “Princípio de Jurisdição Pessoal”, positivado no Art. 3 da Lei Penal coreana. II –
Há dupla tipicidade nos crimes de fraude, tráfico ilícito transnacional de drogas e associação para o
tráfico. III – Quanto aos crimes de tráfico e associação para o tráfico, ainda não ocorreu a prescrição da
pretensão punitiva sob a perspectiva de ambas as legislações. O delito de fraude, que no Brasil tipifica o
crime de estelionato, foi alcançado pela prescrição, sob a ótica da legislação brasileira. IV – Presentes,
parcialmente, os requisitos formais do pedido. V – Extradição deferida, em parte, observada, no caso de
condenação pelos crimes de tráfico ilícito transnacional de drogas e associação para o tráfico, a
detração do período que o extraditando permaneceu preso no Brasil. VI – Em virtude da possibilidade de
ser fixada prisão perpétua ou pena de morte para esses delitos, há a necessidade de compromisso
formal do Estado requerente em unificar as penas eventualmente impostas ao requerido, de modo que o
tempo máximo de cumprimento da reprimenda aplicada não ultrapasse trinta anos de reclusão, nos
termos do art. 75, § 1º, do Código Penal brasileiro, bem como não seja aplicada, em qualquer hipótese, a
pena de morte (STF - Extradição 1176/ República da Coréia, Relator: Min. RICARDO LEWANDOWSKI,
Julgamento: 10/02/2011)

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