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CCJ0019-WL-O-LC-Noções de Direito Constitucional-03

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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos 
Direito Constitucional A Opção Certa Para a Sua Realização 1
I NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL. 
1 Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, Emendas 
Constitucionais e Emendas Constitucionais de Revisão: princípios 
fundamentais. 
2 Aplicabilidade das normas constitucionais: normas de eficácia 
plena, contida e limitada; normas programáticas. 
3 Direitos e garantias fundamentais: direitos e deveres individuais e 
coletivos; direitos sociais; direitos de nacionalidade; direitos políti-
cos. 
4 Organização político-administrativa: das competências da União, 
Estados, Distrito Federal e Municípios. 
5 Administração Pública: disposições gerais; servidores públicos. 
6 Poder Judiciário: disposições gerais; Supremo Tribunal Federal; 
Conselho Nacional de Justiça; Superior Tribunal de Justiça; Tribu-
nais Regionais Federais e Juízes Federais; Tribunais e Juízes do 
Trabalho; Tribunais e Juízes Eleitorais; Tribunais e Juízes Militares; 
Tribunais e Juízes dos Estados. 
7 Funções essenciais à Justiça: do Ministério Público; Advocacia 
Pública; Advocacia e da Defensoria Pública. 
 
1 Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, E-
mendas Constitucionais e Emendas Constitucionais de Revi-
são: princípios fundamentais. 
Constituição 
A experiência histórica do século XX confirmou o estado como 
instituição predominante nas sociedades humanas. Seu principal 
instrumento, a constituição, é a fonte por excelência da teoria jurídica. 
Lei máxima, que encerra as normas superiores da ordenação jurídica 
de uma nação, a constituição define desde a forma do estado e do governo 
até o complexo normativo e costumeiro referente ao poder político 
organizado e aos direitos dos cidadãos. Todos os estados, seja qual for sua 
forma de governo, desde que ajam de acordo com certas normas 
fundamentais e possuam ordenamento jurídico, têm constituição. As 
constituições podem ser escritas, como a brasileira, expressa num 
documento único e definido, ou consuetudinárias, como a do Reino Unido, 
que se baseia num conjunto de documentos, estatutos e práticas 
tradicionais aceitas pela sociedade. 
Teorias tradicionais. Desde a Grécia clássica, desenvolveu-se no 
Ocidente europeu a convicção de que a comunidade política deve ser 
governada por lei embasada no direito natural. Foi Aristóteles, a partir do 
estudo e classificação das diferentes formas de governo, quem 
desenvolveu o conceito de constituição. Para ele havia três formas 
legítimas de organização política: monarquia, ou governo de um só homem; 
aristocracia, ou governo dos melhores; e democracia, governo de todos os 
cidadãos. As formas ilegítimas que correspondem a cada uma das formas 
legítimas seriam, respectivamente, tirania, oligarquia e demagogia. O 
melhor sistema de governo seria o que combinasse elementos das três 
formas legítimas, de modo que todos assegurassem seus direitos e 
aceitassem seus deveres, em nome do bem comum. Outro princípio 
aristotélico afirma que os governantes são obrigados a prestar contas aos 
governados e que todos os homens são iguais perante a lei. Esse princípio 
se aplicava, na antiga Grécia, apenas aos homens livres e não aos 
escravos. 
O aprimoramento da lei foi a maior contribuição de Roma à civilização 
ocidental. Para os dirigentes romanos, a organização do estado 
correspondia a uma lei racional, que refletia a organização do mundo. 
A partir do momento em que se transformou na religião predominante 
do Ocidente, o cristianismo defendeu uma concepção monárquica de 
governo. Nos últimos anos do Império Romano, santo Agostinho postulava 
que as constituições terrenas deviam, na medida do possível, corresponder 
ao modelo da "cidade de Deus" e concentrar o poder num único soberano. 
Segundo essa tese, que se firmou durante a Idade Média e deu 
sustentação ao absolutismo monárquico, o monarca recebia o mandato de 
Deus. 
Os fundamentos teóricos do constitucionalismo moderno nasceram das 
teorias sobre o contrato social, defendidas no século XVII por Thomas 
Hobbes e John Locke, e no século seguinte por Jean-Jacques Rousseau. 
De acordo com essas teorias, os indivíduos cediam, mediante um contrato 
social, parte da liberdade absoluta que caracteriza o "estado de natureza" 
pré-social, em troca da segurança proporcionada por um governo aceito por 
todos. 
Fundamentos constitucionais 
Princípios básicos. Para cumprir suas funções, a constituição deve 
harmonizar o princípio da estabilidade, na forma e no procedimento, com o 
da flexibilidade, para adaptar-se às mudanças sociais, econômicas e 
tecnológicas inevitáveis na vida de uma nação. Também deve prever 
alguma forma de controle e prestação de contas do governo perante outros 
órgãos do estado e determinar claramente as áreas de competência dos 
poderes legislativo, executivo e judiciário. 
Os princípios constitucionais podem agrupar-se, como é o caso da 
constituição brasileira, em duas categorias: estrutural e funcional. Os 
primeiros, como os que definem a federação e a república, são 
juridicamente inalteráveis e não podem ser abolidos por emenda 
constitucional; os princípios que se enquadram na categoria funcional, 
como os que dizem respeito ao regime (no caso brasileiro, democracia 
representativa) e ao sistema de governo (bicameralismo, presidencialismo e 
controle judicial) podem ser modificados por reforma da constituição. A 
inobservância de qualquer desses princípios, ou de outros deles 
decorrentes, está expressamente referida na constituição brasileira como 
motivo de intervenção federal nos estados. 
As constituições podem ser flexíveis ou rígidas, conforme a maior ou 
menor facilidade com que podem ser modificadas. As constituições 
flexíveis, como a britânica, são modificadas por meio de procedimentos 
legislativos normais; as constituições rígidas modificam-se mediante 
procedimentos complexos, nos quais geralmente se exige maioria 
parlamentar qualificada. 
Federação. A organização federal é o primeiro princípio fundamental 
abordado pela constituição brasileira. Pressupõe a união indissolúvel de 
estados autônomos e a existência de municípios também autônomos, 
peculiaridade que distingue a federação brasileira da americana, por 
exemplo, na qual a questão da autonomia municipal é deixada à livre 
regulação dos estados federados. Verifica-se assim que no Brasil a 
federação se exprime juridicamente pelo desdobramento da personalidade 
estatal nacional na tríplice ordem de pessoas jurídicas de direito público 
constitucional: União, estados e municípios. O Distrito Federal, sede do 
governo da União, tem caráter especial. 
A autonomia dos estados se expressa: (1) pelos princípios decorrentes 
do governo próprio e da administração própria, com desdobramentos, nos 
respectivos âmbitos regionais, dos poderes executivo, legislativo e 
judiciário; (2) pelo princípio dos poderes reservados, por força do qual todos 
os poderes não conferidos expressa ou necessariamente à União ou aos 
municípios competem ao estado federado. 
O princípio da autonomia municipal, cujo desrespeito acarreta a 
intervenção federal, é mais restrito que o da autonomia estadual e exprime-
se: (1) pela eleição direta do prefeito, vice-prefeito e vereadores; e (2) pela 
existência de administração própria, autônoma, no que concerne ao 
interesse peculiar do município. 
República. O princípio da forma republicana, cujo desrespeito também 
motiva intervenção, desdobra-se, no sistema brasileiro, em três 
proposições: (1) temporariedade das funções eletivas, cuja duração, nos 
estados e municípios, é limitada à das funções correspondentes no plano 
federal; (2) inelegibilidade dos ocupantes de cargos do poder executivo 
para o período imediato; e (3) responsabilidade pela administração, com 
obrigatória prestação de contas. 
Democracia representativa. Pela definição constitucional, democraciaé 
o regime em que todo poder emana do povo e em seu nome é exercido. O 
princípio fundamental da representação está assegurado pela adoção de: 
(1) sufrágio universal e direto; (2) votação secreta e (3) representação 
proporcional dos partidos. 
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos 
Direito Constitucional A Opção Certa Para a Sua Realização 2
Sistema bicameral. O princípio do bicameralismo, ou sistema 
bicameral, diz respeito à estruturação do poder legislativo em dois órgãos 
diferentes. Por exemplo, a Câmara dos Comuns e a Câmara dos Lordes, no 
Reino Unido; o Bundestag (câmara baixa) e o Bundesrat (câmara alta), na 
Alemanha; o Senado e a Câmara dos Representantes, nos Estados 
Unidos; e o Senado Federal e a Câmara dos Deputados, no Brasil. A 
composição das duas câmaras é sempre diferente em relação ao número 
de membros que as integram, à extensão de seus poderes e, em alguns 
casos, no sistema de recrutamento, como na Câmara dos Lordes, em que 
muitas cadeiras são hereditárias. 
Sistema presidencial. O presidencialismo é o sistema de governo 
republicano que se assenta na rigorosa separação de poderes e atribui ao 
presidente da república grande parte da função governamental e a 
plenitude do poder executivo. Nesse sistema, o presidente coopera na 
legislação, orienta a política interna e internacional, assume a gestão 
superior das finanças do estado, exerce o comando supremo das forças 
armadas e escolhe livremente os ministros e assessores, que o auxiliam no 
desempenho das respectivas funções, dentro dos programas, diretrizes e 
ordens presidenciais. O sistema presidencialista vigente em muitos países 
baseia-se em linhas gerais no padrão dos Estados Unidos, com variantes 
que não alteram as características que o definem. 
Sistema de controle judicial. Devido à organização federal e 
conseqüente supremacia da constituição da república sobre as dos 
estados, bem como à prevalência das normas constitucionais sobre a 
legislação ordinária, atribui-se ao poder judiciário, concomitantemente com 
a função de julgar, a de controlar a constitucionalidade das leis. Além disso, 
como as constituições geralmente asseguram que a lei não pode deixar de 
apreciar nenhuma lesão do direito individual, compete também ao judiciário 
o controle contencioso dos atos das autoridades. 
Uma lei comum pode entrar em choque com algum artigo da 
constituição. Por isso, é necessário que exista um órgão de controle da 
constitucionalidade das leis, que entra em ação antes de sua promulgação, 
como na França, ou depois, como no Brasil, onde o Supremo Tribunal 
Federal pode pronunciar-se por iniciativa própria ou quando solicitado. 
Liberdades públicas. Conjunto de direitos inalienáveis do cidadão, 
independentes do arbítrio das autoridades, as liberdades públicas são 
garantidas pelas constituições modernas, principalmente as seguintes: 
liberdade religiosa; liberdade de imprensa e de manifestação do 
pensamento; liberdade de associação, política ou não, e de reunir-se em 
praça pública, sem armas; inviolabilidade de domicílio e de 
correspondência; garantia contra prisão arbitrária, confisco e expropriação; 
liberdade de locomover-se dentro do território nacional e liberdade de sair 
do país. Todas essas prerrogativas do cidadão são chamadas direitos 
individuais. Seu conjunto constitui a liberdade (no singular), característica 
do estado de direito, oposto ao estado policial e autoritário. As liberdades 
(no plural) são prerrogativas não da pessoa, mas de grupos, classes e 
entidades. 
Matérias regulamentadas. No que tange a sua formulação escrita, as 
constituições do século XIX tendiam a ser breves e conter apenas as 
normas fundamentais. A partir da primeira guerra mundial, o texto 
constitucional passou a incluir princípios referentes a temas sociais, 
econômicos e políticos, antes regulados por leis ordinárias. 
Nas constituições modernas, geralmente as matérias regulamentadas 
são: (1) soberania nacional, língua, bandeira e forças armadas; (2) direitos, 
deveres e liberdades dos cidadãos; (3) princípios reguladores da política 
social e da economia; (4) relações internacionais; (5) composição e estatuto 
do governo e suas relações com as câmaras legislativas; (6) poder 
judiciário; (7) organização territorial do estado; (8) tribunal constitucional ou 
órgão similar; e (9) procedimento para a reforma constitucional. 
A constituição é geralmente elaborada por uma assembléia constituinte 
e por ela decretada e promulgada. Quando entra em vigor por decisão do 
governante, diz-se que é outorgada; é o caso das constituições brasileiras 
de 1824, outorgada por D. Pedro I; de 1937, que instituiu o Estado Novo; e 
de 1967, imposta pelo governo militar. Historicamente, as constituições 
outorgadas pelo monarca absoluto no exercício do poder, mesmo com 
aprovação da representação popular, denominam-se cartas. 
Constituições brasileiras 
A primeira constituição do Brasil foi outorgada pelo imperador D. Pedro 
I, depois de dissolvida a Assembléia Geral Constituinte, no tumultuado 
período que se seguiu à independência. Datada de 24 de fevereiro de 
1824, seu projeto se deve, em boa parte, a José Joaquim Carneiro de 
Campos, depois marquês de Caravelas, mas é indubitável que nele 
também colaborou o jovem imperador. Em linhas gerais, assemelha-se ao 
projeto que se discutia na Constituinte, de Antônio Carlos Ribeiro de 
Andrada: calcavam-se ambos na constituição espanhola de 1812. Tinha de 
particular a figura do poder moderador, exercido pelo monarca. 
No período da Regência, operou-se importante reforma constitucional 
por meio do instrumento denominado Ato Adicional, de 12 de agosto de 
1834, que criava as Assembléias Legislativas Provinciais. Seguiu-se a lei 
de Interpretação ao Ato Adicional, de 12 de maio de 1840. Em 20 de julho 
de 1847, um decreto imperial consagrou o regime parlamentarista e o cargo 
de presidente do Conselho de Ministros. 
Proclamada a república, em 15 de novembro de 1889, o marechal 
Deodoro da Fonseca decretou a lei de Organização do Governo Provisório 
da República dos Estados Unidos do Brasil, de autoria de Rui Barbosa, 
então ministro da Fazenda e primeiro vice-chefe do governo. De Rui 
Barbosa são ainda as principais emendas ao projeto de constituição, 
elaborado pela chamada Comissão dos Cinco, que teve como presidente 
Joaquim Saldanha Marinho. Reunido o Congresso Constituinte, a primeira 
constituição republicana foi promulgada em 24 de fevereiro de 1891. 
Consagrava o princípio do unionismo (predomínio da União sobre os 
estados) e adotava o recurso do habeas-corpus, garantia outorgada em 
favor de quem sofreu ou pode sofrer coação ou violência por parte do poder 
público. 
De cunho acentuadamente presidencialista, a constituição de 1891 foi 
reformada ao tempo do governo Artur Bernardes, em 1926, para fortalecer 
ainda mais o poder executivo. O quatriênio que se seguiu foi interrompido 
pela revolução de 1930, que levou ao poder Getúlio Vargas, chefe da 
Aliança Liberal e candidato derrotado às eleições de 1o de março, 
denunciadas como fraudulentas. Em 11 de novembro de 1930, Vargas 
decretou a lei de Organização do Governo Provisório. 
A segunda constituição republicana data de 16 de julho de 1934. Eleito 
pela Assembléia Constituinte para um mandato de quatro anos, a expirar 
em 1938, Vargas deu um golpe de estado e outorgou a constituição de 
1937, que instituiu o Estado Novo. Essa constituição ampliava os poderes 
do poder executivo e acolhia direitos de família e os direitos à educação e à 
cultura. 
A terceira constituição republicana, de 18 de setembro de 1946, 
encerrou a ditadura de Vargas e consagrou o restabelecimento da 
democracia no país, conciliando diferentes tendências políticas. O 
legislativo voltou a funcionar e o uso da propriedade foi condicionado ao 
bem-estar social. 
A constituição de 1946 instituiu o salário mínimo,o direito de greve e o 
ensino gratuito. A idade mínima para o exercício do voto baixou de 21 para 
18 anos. Essa constituição foi emendada em 1961 para instituir o 
parlamentarismo, durante a crise deflagrada pela renúncia do presidente 
Jânio Quadros, mas a emenda foi revogada em janeiro de 1963. 
O governo militar instaurado em 1964 procurou legitimar o 
autoritarismo por meio de sucessivos atos institucionais, que desfiguraram 
progressivamente a constituição. Só em 1967, porém, ela seria 
formalmente substituída. Resultado do projeto preparado por uma comissão 
de juristas, convocados pelo presidente Castelo Branco, e alterado pelo 
ministro da Justiça, Carlos Medeiros Silva, a nova constituição foi aprovada 
pelo Congresso, convocado para esse fim pelo Ato Adicional de 7 de 
dezembro de 1966. 
A constituição de 1967 acabou com a eleição direta para presidente da 
república e criou, para elegê-lo, um colégio eleitoral. Com ela foram 
suspensas as garantias dos juízes e aprofundou-se a intervenção da União 
na economia dos estados. Novas medidas, particularmente o Ato 
Institucional n 5, foram alterando essa constituição até que, na crise 
deflagrada pela doença do presidente Costa e Silva, uma junta militar 
assumiu o poder e baixou, em 17 de outubro de 1969, a Emenda no 1, em 
substituição ao projeto que o presidente pretendia apresentar. Tratava-se, 
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos 
Direito Constitucional A Opção Certa Para a Sua Realização 3
na prática, de uma nova constituição, que reforçou ainda mais o poder 
executivo ao instituir as medidas de emergência e o estado de emergência. 
A constituição de 1969 esvaziou-se com o progressivo esfacelamento 
do regime militar. Em 1987, o presidente José Sarney, eleito ainda pelo 
voto indireto, convocou a nova Assembléia Nacional Constituinte. A 
constituição por ela projetada, promulgada em 5 de outubro de 1988, 
devolveu os poderes do legislativo e deu-lhe novas atribuições em matéria 
de política econômico-financeira, orçamento, política nuclear e política de 
comunicações. Criou também novos direitos individuais, coletivos e sociais 
e ampliou particularmente os direitos do trabalhador. ©Encyclopaedia 
Britannica do Brasil Publicações Ltda. 
Emenda constitucional 
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. 
Uma emenda constitucional tem por objetivo permitir modificações 
pontuais na Constituição de um país, sem a necessidade de abolir toda 
a Carta Magna vigente e construir uma Constituição inteiramente nova. 
No mundo moderno, o mecanismo de emenda constitucional foi 
explicitamente criado pela Constituição da Pensilvânia de 1776, mas foi 
consagrada como uma inovação da Constituição dos Estados Unidos, 
aprovada em 17/09/1787, em vigor desde 21/06/1788, sendo 
posteriormente adaptada por muitos outros países. 
É relevante destacar que até então, os processos de mudança 
constitucional eram geralmente marcados por violência, e/ou grandes 
mudanças políticas, muitas vezes ocorrendo em meio a revoluções e 
guerras civis entre os que pretendiam mudar uma constituição e os que 
queriam mantê-la. Assim, a primeira vantagem da Emenda Constitucional 
seria a de permitir mudanças institucionais dentro dos trâmites legais e 
mantendo a ordem legal. Outra vantagem é o fato já citado que a Emenda 
Constitucional pode mudar apenas um parágrafo, tópico ou tema da 
Constituição, sem a necessidade de se convocar uma nova Constituinte. 
A aprovação de uma emenda geralmente passa por exigências 
superiores às necessárias para a aprovação de uma Lei ordinária, com 
mecanismos que vão da ampla maioria (dois terços ou três quintos) na 
Câmara alta e na baixa, até a aprovação da mudança nos Estados, em 
alguns casos passa pela revisão do Judiciário (Suprema Corte ou Supremo 
Tribunal de Justiça), ou até por plebiscitos populares. 
Emenda constitucional no Brasil 
No Brasil, as Propostas de Emenda à Constituição têm o objetivo de 
alterar o texto constitucional e estão previstas no artigo 60 da Constituição 
que as legitimam. 
A PEC é matéria sujeita a tramitação especial na Câmara dos 
Deputados e deve ser apresentada pelo Presidente da República, 
pelo Senado Federal, por um terço, no mínimo, do total de parlamentares 
ou por mais da metade das assembleias legislativas das unidades 
da Federação. Seu trâmite tem início quando ela é despachada pelo 
Presidente do Legislativo para a Comissão de Constituição, Justiça e 
Cidadania que tem o prazo de cinco sessões legislativas para a devolução 
da proposta à Mesa da Câmara com o respectivo parecer sobre a 
admissibilidade da mesma. 
Caso seja considerada inadmissível, a PEC é arquivada ou o autor da 
proposta poderá - com o apoio de um terço da composição da Câmara ou 
de sua representação, desde que cumpra o número mínimo exigido de 
assinaturas - requerer a deliberação do plenário sobre a preliminar de 
admissibilidade. 
Admitida, porém, as PEC recebem emendas na comissão temporária 
designada pela Comissão de Justiça para exame do mérito, no prazo de 
quarenta sessões da Câmara dos Deputados. As emendas à emenda 
constitucional só podem ser apresentadas durante as dez primeiras 
sessões na respectiva comissão para relatoria e parecer no prazo 
estabelecido. 
O Regimento Interno da Câmara dos Deputados não se manifesta 
quanto ao exame de admissibilidade de emendas a proposta de emenda à 
Constituição. Entretanto, a orientação tem sido no sentido de que cabe à 
comissão especial fazer esta análise e emitir parecer. 
Aprovado pela maioria absoluta dos membros da comissão temporária, 
o parecer do relator será publicado e, só então, a PEC será incluída na 
"Ordem do Dia" da Câmara dos Deputados e submetida a dois turnos de 
discussão e votação, com intervalo de cinco sessões entre um e outro. 
Aprovada na Câmara, a PEC é encaminhada ao Senado Federal para 
apreciação em dois turnos. 
Fundamentada nos Regimentos Internos das duas Casas (Câmara dos 
Deputados, artigo 203; e Senado Federal, artigo 367), a proposta de 
emenda à Constituição que for aprovada com emendas pela Casa revisora 
(Senado) voltará a tramitar na Câmara como proposta nova e será 
despachada para a Comissão de Justiça. Se aprovada em definitivo por 
ambas as casas (Congresso Nacional), o Senado convocará sessão 
conjunta das duas Casas para promulgação da emenda. Não havendo 
norma específica, são aplicáveis às propostas de emenda à Constituição as 
disposições regimentais relativas ao trâmite e apreciação dos projetos de lei 
em geral. 
Requisitos formais 
A Constituição estabelece que as alterações do texto somente podem 
ocorrer se presentes os seguintes requisitos: 
� a emenda deve ser proposta por no mínimo 1/3 dos membros 
da Câmara dos Deputados ou do Senado ou pelo Presidente da 
República ou pela maioria absoluta das assembleias Legislativas das 
unidades da Federação, sendo que cada uma deve manifestar-se pela 
maioria relativa de seus membros; 
� o texto constituicional não pode ser alterado durante a vigência 
de intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio 
Processo de votação 
A emenda constitucional (EC) é resultado de um processo legislativo 
especial mais laborioso do que ordinário, previsto para a produção das 
demais leis. O processo legislativo de aprovação de uma emenda à 
Constituição está estabelecido no artigo 60 da Constituição Federal e 
compreende, em síntese, as seguintes fases: 
a) apresentação de uma proposta de emenda, por iniciativa de um dos 
legitimados (art. 60 I a III); 
b)discussão e votação em cada Casa do Congresso Nacional, em dois 
turnos, considerando-se aprovada quando obtiver, em ambos, três quintos 
dos votos dos membros de cada uma delas (art. 60 parágrafo 2º); 
c) sendo aprovada, será promulgada pelas Mesas das Câmara 
dos Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número de ordem 
(art. 60 parágrafo 3º); 
d)caso a propostaseja rejeitada ou havida por prejudicada, será 
arquivada, não podendo a matéria dela constante ser objeto de nova 
proposta na mesma sessão legislativa (art. 60 parágrafo 5º). 
Limite material 
Não pode haver proposta de emenda à Constituição tendente a abolir 
a forma federativa do Estado; o voto direto, secreto, universal e periódico; 
a separação dos Poderes; e os direitos e garantias fundamentais. São as 
chamadas cláusulas pétreas. 
Emendas Constitucionais 
O artigo 60 da constituição estabelece as regras que regem o processo 
de criação e aprovação de emendas constitucionais. Uma emenda pode ser 
proposta pelo Congresso Nacional (um terço da Câmara dos Deputados ou 
do Senado Federal), pelo Presidente da República ou por mais da metade 
das Assembleias Legislativas dos governos estaduais. Uma emenda é 
aprovada somente se três quintos da Câmara dos Deputados e do Senado 
Federal aprovarem a proposta, em dois turnos de votação. 
As emendas constitucionais devem ser elaboradas respeitando certas 
limitações. Há limitações materiais (conhecidas como cláusulas pétreas, art. 
60, §4º), limitações circunstanciais (art.60, §1º), limitações formais ou 
procedimentais (art. 60, I, II, III, §3º), e ainda há uma forma definida de 
deliberação (art. 60, §2º) e promulgação (art. 60, §3º). 
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos 
Direito Constitucional A Opção Certa Para a Sua Realização 4
Implicitamente, considera-se que o art. 60 da Constituição é inalterável 
pois alterações neste artigo permitiriam uma revisão completa da Constitui-
ção. Nos casos não abordados pelo art. 60 é possível propor emendas. Os 
órgãos competentes para submeter emendas são: a Câmara dos Deputa-
dos, o Senado Federal, o Presidente da República e de mais da metade 
das Assembleias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-
se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros. 
Os direitos fundamentais, previstos nos incisos do art. 5º, também não 
comportam Emendas que lhes diminuam o conteúdo ou âmbito de aplica-
ção. 
A emenda constitucional de revisão, conforme o art 3º da ADCT (Ato 
das Disposições Constitucionais Transitórias), além de possuir implicita-
mente as mesmas limitações materiais e circunstanciais, e os mesmos 
sujeitos legitimados que o procedimento comum de emenda constitucional, 
também possuía limitação temporal - apenas uma revisão constitucional foi 
prevista, 5 anos após a promulgação, sendo realizada em 1993. No entan-
to, ao contrário das emendas comuns, ela tinha um procedimento de delibe-
ração parlamentar mais simples para reformar o texto constitucional pela 
maioria absoluta dos parlamentares, em sessão unicameral e promulgação 
dada pela Mesa do Congresso Nacional. 
A Constituição brasileira já sofreu 70 reformas em seu texto original, 
sendo 70 emendas constitucionais tendo a última sido promulgada no dia 
29 de março de 2012, e 6 emendas de revisão constitucional. A única 
Revisão Constitucional geral prevista pela Lei Fundamental brasileira 
aconteceu em 5 de outubro de 1993, não podendo mais sofrer emendas de 
revisão. Mesmo assim, houve tentativas, como a Proposta de Emenda à 
Constitução (PEC) 157, do deputado Luís Carlos Santos, que previa a 
convocação de uma Assembleia de Revisão Constitucional a partir de 
janeiro de 2007. 
2 Aplicabilidade das normas constitucionais: normas de eficá-
cia plena, contida e limitada; normas programáticas. 
 NORMAS CONSTITUCIONAIS 
 Noção Inicial 
A imperatividade, ou carga cogente, ou conteúdo impositivo e coativo, 
das normas jurídicas não se manifesta com a mesma intensidade nos 
diversos tipos de normas. Luiz Roberto Barroso, reproduzindo a lição da 
doutrina clássica, divide as normas jurídicas em duas grandes categorias: a 
das normas cogentes e a das normas dispositivas. As normas cogentes são 
preceptivas, quando obrigam a determinada conduta, e proibitivas, quando 
a vedam. São normas que visam a impor-se à vontade dos seus destinatá-
rios, condicionando absolutamente a sua conduta e não permitindo a ocor-
rência de desvios ou alternativas ao regramento legal imposto. A vontade 
individual de optar é, nesses casos, de nenhuma valia e de nenhum efeito. 
De outra parte, as normas dispositivas são aquelas que deixam aos desti-
natários a liberdade de disporem de maneira diversa da regulamentada 
pela norma, a qual tem, um efeito supletivo à vontade das partes. 
Luiz Roberto Barroso nota que não se trata, nesse segundo caso, de 
ausência de imperatividade, mas, sim, de uma graduação dela. As normas 
dispositivas teriam a sua imperatividade sustada pelo advento de uma 
condição, geralmente imputada às partes. A conclusão é no sentido de que 
todas as normas jurídicas precisam ter, necessariamente, carga imperativa. 
1. Constituição como sistema jurídico 
A Constituição é um sistema de normas jurídicas. As normas constitu-
cionais, portanto, conservam os atributos essenciais das normas jurídicas, 
com especial relevo à imperatividade, pelo que, o comando que contém 
deve ser zelosamente observado pelos seus destinatários. 
As disposições constitucionais, além dessa necessária carga imperati-
va, são detentoras de um nítido caráter de superioridade hierárquica, aurido 
de sua origem, em outro lugar. 
Cumpre perceber, também, dois pontos preliminares fundamentais. 
Primeiro, todo e qualquer dispositivo da Constituição deve, necessariamen-
te produzir um efeito, sendo, na moderna doutrina, absolutamente inadmis-
sível que se entenda, como se verá na classificação de Azzaritti, um grupo 
de normas constitucionais como meramente indicativas. Segundo, a partir 
da admissão de que não há, nas Constituições modernas, nenhum disposi-
tivo destituído de eficácia, é também necessário que se perceba que as 
duas categorias básicas de dispositivos constitucionais- princípios e normas 
– não produzem os mesmos tipos de efeitos. Realmente, os princípios 
constitucionais, de normatividade mais subjetivas, de menor concreção, de 
menor densidade semântica e, portanto, de maior longevidade por propiciar 
margem de interpretação mais ampla, tem como efeitos úteis fundamentais 
a orientação ao legislador, na produção da norma, pra que este se conte-
nha, em seu trabalho, às disposições que o vinculam, e, também, em um 
segundo momento, para aferir a constitucionalidade da lei, norma ou ato 
realizados,checando a compatibilidade desses com o conjunto de princípios 
da Constituição. Os efeitos úteis dos princípios, então, em resumo, seriam 
o de contenção e orientação do trabalho do legislador, por um lado, e o de 
conferir a validade e eficácia a uma lei ou norma, ou, ao reconhecer a sua 
inconstitucionalidade, tirar-lhe ambas, condenando-a à nulidade. Já as 
normas têm outro tipo de efeito. Dotadas de maior concreção, maior densi-
dade semântica, maior precisão conceitual e detalhamento, e, por isso, de 
menor longevidade por oferecer margem muito estreita ao trabalho de 
interpretação, prestam-se a regerem exatamente o ato, fato ou fenômeno a 
que se refiram, os quais ou serão válidos por estarem acomodados a essas 
normas, ou, contrariamente, serão tidos por nulos por serem ofensivos ao 
conteúdo constitucional. 
2. Categorias de normas constitucionais 
A partir da lição dos constitucionalistas italianos, as normas constitu-
cionais são repartidas em duas categorias: as normas programáticas (ou 
diretivas) e as normas preceptivas. Esta é lição de Gaetano Azzariti. 
Inicialmente formulada para reconhecer duas categorias de efeitos, os 
impositivos e os meramente indicativos, essa classificação evoluiu para 
decidir que não há, nem pode haver, norma constitucional desprovida de 
eficácia. Todas as normas contidas na Constituição são jurídicas, pelo que 
todas são origens de um comando efetivo e que exige cumprimento, posi-
ção essa que ganhou divulgação e peso a partir da obra de Vezio Crisafulli.A tentativa italiana de reduzir as normas programáticas a meros enun-
ciados, simples noções ou indicativos filosóficos da linha e dos objetivos do 
governo, não logrou maior aceitação, sendo estas levadas à condição das 
preceptivas, isso é, determinadoras de um comando. 
Os constitucionalistas italianos fundamentaram, também, as distinções 
de mérito de uma e outra categoria das normas constitucionais que identifi-
caram. 
Quanto ao destinatário, seriam programáticas as normas dirigidas ao 
legislador encarregado da confecção da legislação infraconstitucional. 
Seriam preceptivas, por seu turno, as normas endereçadas ao cidadão 
e ao juiz. 
Quanto ao objeto, seriam programáticas aquelas que incidissem sobre 
os comportamentos do Poder Público, do Estado, ao passo em que seriam 
preceptivas as dirigidas ao cidadão ou destinadas a reger as relações 
privadas. 
Quanto à natureza da norma, seriam programáticas as detentoras de 
alto teor de abstração e imperfeição, ou seja, normas que não apresentas-
sem todos os elementos necessários à caracterização imediata do seu 
conteúdo, das relações que visava reger e das penalidades impostas, como 
também aquelas normas constitucionais que dessem apenas uma linha a 
seguir ao legislador ordinário. Seriam normas preceptivas as concretas, em 
cuja enunciação fossem encontráveis todos os elementos necessários à 
plena produção de seus efeitos. 
2.1 Classificação das Normas Constitucionais 
2.1.1. Classificação norte-americana 
A primeira vem do direito norte-americano, que as dividiu em duas ca-
tegorias: as auto-aplicáveis ou auto-executáveis (self executing provisions) 
e não auto-executáveis (not self executing provision). As primeiras seriam 
aquelas normas que se apresentam na Constituição com todos os elemen-
tos necessários à plena produção de seus efeitos. As segundas necessitam 
complementação para que produzam seus regulares efeitos. Pontes de 
Miranda ensinou que “quando uma regra se basta por si mesma, para sua 
incidência, diz-se bastante em si, self executing, self enforcing, self acting. 
Quando, porém, precisa das regras jurídicas de regulamentação, porque 
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sem a criação de novas regras jurídicas que as complementem ou suple-
mentem não poderiam incidir e ser aplicadas, dizem-se não-bastantes em 
si”. 
2.1.2. Classificação de Azzariti 
Outra classificação é a de Gaetano Azzariti, que as reconheceu em du-
as categorias: as normas programáticas e as normas preceptivas. As 
primeiras, programáticas, não conteriam nenhum comando, nenhuma 
obrigação, sendo apenas um enunciado geral político-filosófico. As precep-
tivas seriam impositivas, obrigatórias. 
2.1.3. Classificação de Crisafulli 
Configurando, de certa forma, um avanço em relação à classificação de 
Azaritti, outro italiano, Vésio Crisafulli, classificou as normas constitucionais 
em três grupos: normas programáticas, normas imediatamente preceptivas 
e normas de eficácia diferida. As normas programáticas, nessa classifica-
ção, teriam peso jurídico e seriam de cumprimento obrigatório, como tam-
bém o seriam as outras duas. 
2.1.4. Classificação de José Afonso da Silva 
No Brasil, a melhor classificação, que é inclusive abraçada pelos tribu-
nais superiores, vem de José Afonso da Silva, e distingue as normas cons-
titucionais em três categorias: 
a) Normas de eficácia plena (apta para imediata produção de efei-
tos e não admitindo regulamentação por legislação infraconstitucional) e; 
b) Normas de eficácia limitada (que não produz nenhum efeito e 
não é aplicável antes de regulamentada por legislação infraconstitucional) e 
que admitem uma subdivisão, em: b.1) normas de princípio institutivo 
(que indicam uma legislação futura que lhes complete a eficácia e lhes 
propicie efetiva aplicação), e que, na definição do seu próprio autor, são 
aquelas através das quais o legislador constituinte traça esquemas gerais 
de estruturação e atribuições de órgãos, entidades ou institutos; para que o 
legislador ordinário os estruture em definitivo, mediante lei, umas deixando 
uma margem maior à discricionariedade política do legislador, outras forne-
cendo, já a partir da Constituição, alguns elementos e conteúdos obrigatori-
amente impostos à futura lei, tolhendo, assim, a margem de escolha do 
legislador. B.1.1)Normas de princípios institutivos impositivas - lei que 
regerá a ocupação e edificação em faixa de fronteira e a que disporá sobre 
a utilização, pelo Governo do Distrito Federal, das estruturas da Polícia Civil 
e da Polícia Militar, bem como a lei que disporá sobre a estrutura e atribui-
ção dos Ministérios; b.2.2)Facultativas, ou permissivas - como a lei 
complementar federal que poderá autorizar os Estados a legislarem sobre 
questões específicas das matérias situadas sob sua competência legislativa 
privativa e as leis estaduais que poderão criar a Justiça Militar nos Estados; 
b.2) normas de princípio programático (nas quais o constituinte, ao invés de 
regular, direta e imediatamente, determinados interesses, limitou-se a lhes 
traçar os princípios a serem cumpridos pelos seus órgãos legislativos, 
executivos, jurisdicionais e administrativos, como programas das respecti-
vas atuações, visando à realização dos fins sociais do Estado). José Afon-
so da Silva as distribui em três categorias: a) normas programáticas vincu-
ladas ao princípio da legalidade (como participação nos lucros e resulta-
dos), a proteção ao mercado de trabalho da mulher, a proteção em face da 
automação e o incentivo à produção e o conhecimento de bens e valores 
culturais; b) normas programáticas referidas aos Poderes Públicos (como a 
elaboração de planos regionais de desenvolvimento, a desapropriação por 
interesse social e a garantia de acesso às fontes da cultura nacional); c) 
normas programáticas dirigidas à ordem econômico-social em geral (princí-
pios da ordem econômica, princípios da ordem social). 
2.1.5. Classificação de Celso Bastos e de Carlos Ayres Brito 
Celso Bastos e Carlos Ayres Brito também propuseram uma classifica-
ção. Para esses mestres, as normas constitucionais podem ser normas de 
aplicação (aquelas que estão aptas a produzir todos os seus efeitos) e que 
se dividem em normas irregulamentáveis (incidem diretamente sobre os 
fatos regulados, impedindo qualquer regulamentação posterior, não admi-
tindo tratamento senão pela própria Constituição) e regulamentáveis (são 
as que permitem regulamentação, sem qualquer restrição da parte da 
Constituição) ou normas de integração (são as que sentem uma distância 
entre a sua previsão ou comando e a efetiva condição de produção de 
efeitos, para o que é necessária a elaboração de legislação). Esta segunda 
categoria admite dois tipos, as normas complementáveis (exigem uma 
legislação integrativa para a produção completa de seus efeitos) e normas 
restringíveis (admitem a restrição do comando constitucional pelo legislador 
ordinário). 
2.1.6. Classificação de Luiz Roberto Barroso 
Luiz Roberto Barroso também oferece a sua classificação, a saber: 
a) Normas constitucionais que têm por objeto organizar o exercício 
do poder político, e que seriam normas constitucionais de organização; 
b) Normas constitucionais que têm por objeto fixar os direitos fun-
damentais dos indivíduos, classificadas como normas constitucionais 
definidoras de direito; 
c) Normas constitucionais - têm por objeto traçar os fins públicos a 
serem alcançados pelo Estado ditas normas constitucionais programáti-
cas. 
2.1.7. Classificação de Maria Helena Diniz 
Outra importante classificação, que vem ganhando espaço na doutrina, 
foi elaborada pela reconhecida professora paulista, que separa as normas 
constitucionais em normas supereficazes ou com eficácia absoluta (dotadas 
de efeito paralisantede toda a legislação infraconstitucional com elas 
incompatíveis, as quais vem sendo identificadas nas cláusulas pétreas), 
normas com eficácia plena (reúnem todos os elementos necessários à 
produção completa de seus efeitos a partir da redação da própria Constitui-
ção, não exigindo, e às vezes não aceitando, legislação integradora), 
normas com eficácia restringível (cuja definição corresponde às normas de 
eficácia contida, de José Afonso da Silva, e que, em síntese, admitem 
legislação integradora, com efeito de restringir o seu alcance, mas a falta 
dessa legislação não tira a força normativa do dispositivo constitucional, 
que atua, então, livre dessa restrição por legislação infraconstitucional), e 
normas de eficácia relativa complementável (cuja produção de efeitos 
depende da elaboração da legislação integradora, sem a qual seu comando 
fica latente, sendo divididas em normas de princípio institutivo e de princípio 
programático. 
3. Estrutura, Validez, Vigência e Eficácia das Normas Constitu-
cionais. 
A partir da lição do professor Raul Machado Horta, temos que o conhe-
cimento da estrutura da norma jurídica, de modo geral, e da norma jurídica 
constitucional, de modo especial, permite fixar a forma e características 
com que a norma se apresenta no mundo jurídico, mormente a constitucio-
nal, em que pese a sua particularíssima posição na ordem jurídica estatal. 
A norma jurídica tem, assim, duas propriedades fundamentais, quais 
sejam: validez e a vigência. 
4. Validez e Vigência 
Para Legaz Lacambra, a validez pertence à essência do Direito, e a vi-
gência é a qualidade extraída da experiência. 
De outra forma, a validez é o atributo de exigibilidade da norma, seu 
revestimento impositivo, ao passo que a vigência refere-se à obediência 
prestada à tal norma jurídica. Ou, validez é a aptidão jurídica pra produzir 
efeitos, e a vigência é a produção efetiva de efeitos pela norma jurídica. 
5. Eficácia 
Hans Kelsen substitui a vigência pela eficácia e mergulha num campo 
mais propenso à fixação clara das diferenças entre um e outro conceito. 
Para o mestre austríaco, validez do direito significa que as normas jurídicas 
são vinculantes, e que todos os dela destinatários lhe devem comportamen-
tos de acordo com as prescrições e imposições dessa norma. A eficácia 
localizar-se-ia em outro campo, o da efetividade, em que se mede a efetiva 
aplicação, a submissão real dos destinatários da norma a ela. 
Partindo-se do conceito de validade em sentido amplo, é necessário, 
como alerta Maria Helena Diniz, que se distinga entre validade constitucio-
nal, formal e fática, de um lado, e a vigência e eficácia do outro. 
6. Validade constitucional 
A validade constitucional indica que a norma está conforme com as 
disposições constitucionais. Válida, portanto, é a norma que respeita os 
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comandos constitucionais que a regulam. 
7. Vigência Constitucional 
Vigência, em sentido amplo, não é uma qualidade própria da norma ju-
rídica, pois não depende ela de si própria para atingir essa condição. Será 
ela válida a partir de suas relações com outras normas jurídicas. Em outra 
forma, a norma jurídica é válida a partir da constatação de que sua forma-
ção se deu com observância das normas constitucionais a respeito de sua 
produção, e é eficaz a partir de sua inserção harmônica dentro do conjunto 
de outras normas jurídicas que pretende integrar. No primeiro caso, interes-
sa-nos a forma; no segundo, o conteúdo e o sistema jurídico. 
 8. Eficácia constitucional 
A eficácia, por seu turno, diz respeito às condições fáticas e técnicas 
da atuação da norma jurídica e, principalmente, ao seu sucesso, como bem 
ressalta Maria Helena Diniz. É, assim, a qualidade do texto normativo de 
produzir, ordinariamente, seus regulares efeitos. 
São importantes as palavras de Maria Helena Diniz quanto à eficácia. 
Para ela, a eficácia diz respeito ao fato de se saber se os destinatários da 
norma ajustam, ou não, seu comportamento em maior ou menor grau, às 
prescrições normativas, ou seja, se cumprem, ou não, os comandos jurídi-
cos, se os aplicam ou não. E explica: casos há em que o órgão competente 
emite normas, que por violentarem a consciência coletiva não são observa-
das nem aplicadas, só logrando, por isso, ser cumpridas de modo compul-
sório, a não ser quando caírem em desuso; conseqüentemente, têm vigên-
cia, mas não possuem eficácia (eficácia social). 
A eficácia em sentido técnico prossegue a autora, indica que a norma 
tem possibilidade de ser aplicada, de exercer, ou produzir, seus próprios 
efeitos jurídicos, porque se cumpriram as condições para isto exigidas 
(eficácia jurídica), sem que haja qualquer relação de dependência da sua 
observância, ou não, pelos destinatários. 
É claro que a eficácia jurídica difere da eficácia constitucional quanto 
aos elementos que concorrem para sua ocorrência, já que nesta última é 
comum, recomendável e necessário o recurso a elementos extrajurídicos, 
extranormativos, para suportar essa eficácia. (Apud Gabriel Dezen Junior, 
in Direito Constitucional, Ed. Vestcon.) http://www.angelfire.com/ 
Interpretação das Normas Constitucionais 
Preliminarmente gostaríamos de salientar que, por uma questão didáti-
ca, iniciaremos o estudo do tópico "Aplicabilidade e Interpretação das 
Normas Constitucionais" pelo subitem "Interpretação das Normas Consti-
tucionais". 
Não há dúvidas que a Constituição de um Estado deve ser interpreta-
da, função esta atribuída ao exegeta que buscará o real significado dos 
termos e normas constitucionais. 
A relevância de tal mister se revela, principalmente, pelo fato de as 
normas infraconstitucionais derivarem desta estrutura básica e central 
que é a norma constitucional. Assim, a interpretação deverá levar em 
consideração todo o sistema e, em caso de eventual antinomia (contradi-
ção) de normas, buscar-se-á a conciliação do conflito valendo-se de uma 
interpretação sistemática orientada pelos princípios constitucionais. 
Fato é que o processo de interpretação das normas constitucionais é 
tarefa permanente, exercida precipuamente pelo STF (Supremo Tribunal 
Federal), que busca harmonizar os conceitos da realidade social, política, 
econômica e ideológica, com os fins efetivamente visados pelo legislador 
constituinte. Este processo de adequação da realidade histórica com a 
norma constitucional é que permite manter a contemporaneidade das Leis, 
principalmente a da Lei Maior, que é a nossa Constituição. 
Enfim, a "renovação de entendimento" promovida através da aplicação 
da Lei aos casos concretos, como por exemplo, a definição do alcance de 
competência da Justiça do Trabalho para julgar ações de indenização 
decorrentes de acidente de trabalho: instaurado o conflito de competência - 
definida esta por norma constitucional - coube ao STF definir o alcance da 
norma, através da percepção do real intento do legislador que promoveu 
alteração na Carta Magna através da competente Emenda Constitucional. 
Há diversos e distintos conceitos e nomenclaturas em relação à aplica-
bilidade das normas constitucionais. Vejamos os principais. 
Aplicabilidade das Normas Constitucionais segundo José Afonso 
da Silva 
As Normas Constitucionais, no tocante à sua aplicabilidade, poderão 
ser normas de eficácia plena, contida ou ilimitada. 
Normas constitucionais de eficácia plena e aplicabilidade direta, 
imediata e integral: são aquelas que no momento de sua edição, ou seja, 
no momento que entram em vigor, estão aptas a produzir todos os efeitos 
jurídicos, não carecendo de nenhuma norma complementar que lhe dê 
contorno definitivo: é a norma em seu estado "acabado", pronta para alcan-
çar os fins visados pelo legislador constituinte. 
Segundo José Afonso da Silva, as normas constitucionaisde eficá-
cia plena "são as que receberam do constituinte normatividade suficiente à 
sua eficiência imediata...". Exemplos são os artigos 2.º, 20 e 21, para 
mencionar apenas 3 exemplos, todos da Constituição Federal de 1988. 
Normas constitucionais de eficácia contida e aplicabilidade direta, i-
mediata, mas não integral: observe que há uma limitação na aplicação da 
norma, como bem revela, literalmente, o termo "eficácia contida". 
Também denominadas de normas constitucionais de eficácia redutível 
ou restringível. Regra geral, estas normas precisam de uma regulação 
infraconstitucional que lhe restringirá os limites, genericamente estabeleci-
dos pelo comando Constitucional. São identificados no texto constitucional 
pelas expressões "nos termos da lei", "na forma da lei", "a lei regulará", 
entre outras expressões similares. Vale destacar, entretanto, que há alguns 
casos em que tais expressões retratam norma de eficácia LIMITADA - 
ATENÇÃO. No mais das vezes, contudo, para que o dispositivo constitucio-
nal tenha eficácia plena e aplicabilidade integral, necessitará da chamada 
regulação infraconstitucional (normalmente, uma Lei Complementar). 
Há, também, no rol das normas de eficácia contida, aqueles que de-
pendem do acontecimento de pressupostos de fato: exemplo clássico é a 
"pena de morte" em caso de guerra declarada - estado de defesa e estado 
de sítio (nos termos do art. 84, IX, da CF/88). 
Normas constitucionais de eficácia limitada e aplicabilidade medi-
ata e reduzida (também chamada "diferida"): tais normas, a despeito de 
não produzirem os "efeitos-fim" vislumbrados pelo legislador constituinte, 
produzem efeitos jurídicos "reflexos", como, por exemplo, estabelecendo 
um dever para os legisladores ordinários, ou estabelecendo diretrizes e 
parâmetros vinculantes com a criação de situações jurídicas subjetivas de 
vantagem ou desvantagem. Outra situação, são as chamadas "normas 
programáticas": exemplo clássico e inafastável é o do salário mínimo 
"...capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família 
com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, 
transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem 
o poder aquisitivo...". Evidente que trata-se de norma programática. 
Outro exemplo oportuno, diga-se de passagem, é o disposto no art. 7.º, 
XX, da CF/88: "proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante 
incentivos específicos, nos termos da lei;". O leitor atento formulará uma 
dúvida inafastável: "mas não seria este o caso de uma norma de eficá-
cia CONTIDA ?". A resposta é não ! Observe que sem a edição de norma 
infraconstitucional o intento do legislador, com inequívoco intuito de proce-
der a tutela de um bem jurídico em estado de hipossuficiência ou desigual-
dade de fato, com vistas à almejada igualdade maior preconizada no art. 
5.º, I, da CF/88, que ainda não se tornou realidade plena, redunda em 
profundo vazio. O dispositivo apenas cria uma obrigação ao legislador, que 
ao se omitir, torna inócuo o comando constitucional. Veja a diferença entre 
este dispositivo citado e o disposto no art. 5.º, XIII, da CF/88: "é livre o 
exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualifica-
ções profissionais que a lei estabelecer;" . Enquanto não for criada uma lei 
específica, estabelecendo uma ou mais exigências especificas, para o 
exercício de determinado trabalho, ofício ou profissão, não haverá restri-
ção para o exercício respectivo. Este dispositivo, como fácil de perceber, 
não tem caráter programático, mas sim, estabelece a possibilidade de 
restrição e condicionamento de "trabalho, ofício ou profissão", às qualifica-
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Direito Constitucional A Opção Certa Para a Sua Realização 7
ções necessárias para o seu exercício (daí a nomenclatura sugerida por 
Michel Temer: norma de eficácia redutível ou restringível). 
http://www.tecnolegis.com/ 
 
Eficácia e Vigência das Normas Constitucionais 
A eficácia de uma norma jurídica não se confunde com a sua vigência. 
Uma norma pode ser eficaz e estar em vigência, e pode também estar em 
vigência e não ser eficaz. 
Todas as normas constitucionais têm, ainda que seja mínima, certa efi-
cácia. Varia, porém, a forma de tal eficácia, distinguindo-se as normas 
constitucionais em normas de eficácia plena, eficácia contida e eficácia 
limitada (divisão tricotômica). 
1. Norma Constitucional de Eficácia Plena 
É a norma constitucional de efeito imediato e ilimitado, independente-
mente de qualquer norma infraconstitucional regulamentadora posterior ou 
de qualquer outro ato do poder público. Trata-se de uma norma constitucio-
nal auto-aplicável. São exemplos o art. 1º e parágrafo único; art. 4º, incisos; 
art. 5º, inciso I. 
2. Norma Constitucional de Eficácia Contida, Restringível ou Re-
dutível 
É auto-aplicável imediata e diretamente da forma como está no texto 
constitucional, pois contém todos os elementos necessários a sua forma-
ção. Permite, entretanto, restrição por lei infraconstitucional, emenda consti-
tucional ou outro ato do poder público. É exemplo o art. 5º, incisos VIII, XI, 
XII, XIII, XIV, XVI, XXIV, LX, LXI, LXVII. 
3. Norma Constitucional de Eficácia Limitada 
É aquela não regulada de modo completo na Constituição, por isso de-
pende de norma regulamentadora elaborada pelo Poder Legislativo, Poder 
Executivo ou Poder Judiciário, ou de qualquer outro ato do poder público. 
Não é correto dizer que tais normas não têm eficácia, apenas a eficácia é 
mínima, já que seu alcance total depende de ato legislativo ou administrati-
vo posterior. São eficazes, pelo menos, em criar para o legislador o dever 
de legislar ou ao administrador o dever de agir. São exemplos os arts. 4º, 
parágrafo único; 7º, incisos IV e V. 
Cabe lembrar que deverá ser assegurado, desde logo, o mínimo exis-
tencial (o mínimo necessário para que se tenha uma vida digna). 
1. Teoria da Recepção 
Baseia-se no princípio da continuidade do direito. 
A Constituição é à base de validade jurídica das normas infraconstitu-
cionais. Com o advento de uma nova Constituição as normas infraconstitu-
cionais anteriores vigentes sob o império da antiga Constituição, se forem 
materialmente (o seu conteúdo) incompatíveis com esta nova Constituição, 
serão revogadas. Por outro lado, aquelas normas infraconstitucionais 
anteriores materialmente compatíveis com a nova Constituição irão aderir 
ao novo ordenamento jurídico (isto é, serão recepcionadas) como se novas 
fossem porque terão como base de validade a atual Constituição (trata-se 
de uma ficção jurídica). Essa teoria é tradicionalmente admitida no direito 
brasileiro, independentemente de qualquer determinação expressa. 
2. Teoria da Repristinação 
Consiste em revigorar uma lei revogada, revogando a lei revogadora. 
Quanto à repristinação por superveniência de Constituição, não há direito 
anterior a ser restaurado, isto porque o direito constitucional brasileiro não 
admite repristinação que não seja expressamente permitida por lei constitu-
cional. 
Nada impede, entretanto, que uma lei infraconstitucional repristine uma 
outra lei infraconstitucional já revogada desde que o faça expressamente, 
conforme a Lei de Introdução ao Código Civil (LICC), art. 2º, § 3º. 
3. Teoria da Desconstitucionalização 
Consiste em aproveitar como lei infraconstitucional preceitos da Constitui-
ção revogada não repetidos na Constituição superveniente, mas com ela 
materialmente compatíveis (compatibilidade do conteúdo da norma consti-
tucional anterior com o conteúdo da Constituição superveniente). Porém, 
tradicionalmente no direito brasileiro, a superveniência da Constituição 
revoga imediatamente a anterior e as normas não contempladas na nova 
Constituição perdem sua força normativa, salvo na hipótese de a própria 
Constituição superveniente prevera desconstitucionalização expressamen-
te. http://www.okconcursos.com.br/ 
 
3 Direitos e garantias fundamentais: direitos e deveres indivi-
duais e coletivos; direitos sociais; direitos de nacionalidade; 
direitos políticos. 
 
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988 
 
TÍTULO I 
Dos Princípios Fundamentais 
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indisso-
lúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado 
Democrático de Direito e tem como fundamentos: 
I - a soberania; 
II - a cidadania; 
III - a dignidade da pessoa humana; 
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; 
V - o pluralismo político. 
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio 
de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição. 
Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o 
Legislativo, o Executivo e o Judiciário. 
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do 
Brasil: 
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; 
II - garantir o desenvolvimento nacional; 
 III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualda-
des sociais e regionais; 
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, se-
xo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. 
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações in-
ternacionais pelos seguintes princípios: 
I - independência nacional; 
II - prevalência dos direitos humanos; 
III - autodeterminação dos povos; 
IV - não-intervenção; 
V - igualdade entre os Estados; 
VI - defesa da paz; 
VII - solução pacífica dos conflitos; 
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo; 
IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade; 
X - concessão de asilo político. 
Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integra-
ção econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, 
visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações. 
TÍTULO II 
Dos Direitos e Garantias Fundamentais 
CAPÍTULO I 
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natu-
reza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a 
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à 
propriedade, nos termos seguintes: 
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos ter-
mos desta Constituição; 
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa se-
não em virtude de lei; 
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III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou 
degradante; 
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonima-
to; 
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além 
da indenização por dano material, moral ou à imagem; 
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo asse-
gurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a 
proteção aos locais de culto e a suas liturgias; 
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VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência reli-
giosa nas entidades civis e militares de internação coletiva; 
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa 
ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de 
obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternati-
va, fixada em lei; 
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e 
de comunicação, independentemente de censura ou licença; 
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem 
das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou 
moral decorrente de sua violação; 
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo pe-
netrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou 
desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação 
judicial; 
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações tele-
gráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, 
por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins 
de investigação criminal ou instrução processual penal; (Vide Lei nº 9.296, 
de 1996) 
XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, aten-
didas as qualificações profissionais que a lei estabelecer; 
XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o 
sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional; 
XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, po-
dendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele 
sair com seus bens; 
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais a-
bertos ao público, independentemente de autorização, desde que não 
frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo 
apenas exigido prévio aviso à autoridade competente; 
XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de 
caráter paramilitar; 
XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas 
independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu 
funcionamento; 
XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou 
ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro 
caso, o trânsito em julgado; 
XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer 
associado; 
XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, 
têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmen-
te; 
XXII - é garantido o direito de propriedade; 
XXIII - a propriedade atenderá a sua função social; 
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por ne-
cessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e 
prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta 
Constituição; 
XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente 
poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indeniza-
ção ulterior, se houver dano; 
XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que 
trabalhada pela família, não será objeto de penhora para pagamento de 
débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os 
meios de financiar o seu desenvolvimento; 
XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publica-
ção ou reprodução de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo 
que a lei fixar; 
XXVIII - são assegurados, nos termos da lei: 
a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à re-
produção da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades desportivas; 
b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras 
que criarem ou de que participarem aos criadores, aos intérpretes e às 
respectivas representações sindicais e associativas; 
XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio 
temporário para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, 
à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos 
distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológi-
co e econômico do País; 
XXX - é garantido o direito de herança; 
XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será re-
gulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, 
sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do "de cujus"; 
XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor; 
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações 
de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão 
prestadas no prazo dalei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas 
aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do 
Estado; (Regulamento) 
XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento 
de taxas: 
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou 
contra ilegalidade ou abuso de poder; 
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de di-
reitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal; 
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou 
ameaça a direito; 
XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito 
e a coisa julgada; 
XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção; 
XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que 
lhe der a lei, assegurados: 
a) a plenitude de defesa; 
b) o sigilo das votações; 
c) a soberania dos veredictos; 
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida; 
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem 
prévia cominação legal; 
XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu; 
XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e li-
berdades fundamentais; 
XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, 
sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei; 
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça 
ou anistia a prática da tortura , o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas 
afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respon-
dendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omiti-
rem; 
XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos 
armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado De-
mocrático; 
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a 
obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, 
nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até 
o limite do valor do patrimônio transferido; 
XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre ou-
tras, as seguintes: 
a) privação ou restrição da liberdade; 
b) perda de bens; 
c) multa; 
d) prestação social alternativa; 
e) suspensão ou interdição de direitos; 
XLVII - não haverá penas: 
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 
84, XIX; 
b) de caráter perpétuo; 
c) de trabalhos forçados; 
d) de banimento; 
e) cruéis; 
XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de a-
cordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado; 
XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e mo-
ral; 
L - às presidiárias serão asseguradas condições para que possam 
permanecer com seus filhos durante o período de amamentação; 
LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso 
de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado 
envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da 
lei; 
LII - não será concedida extradição de estrangeiro por crime político 
ou de opinião; 
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LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autorida-
de competente; 
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devi-
do processo legal; 
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acu-
sados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os 
meios e recursos a ela inerentes; 
LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilí-
citos; 
LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de 
sentença penal condenatória; 
 LVIII - o civilmente identificado não será submetido a identificação 
criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei; (Regulamento). 
LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta 
não for intentada no prazo legal; 
LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais 
quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem; 
LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem es-
crita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos 
de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei; 
LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão 
comunicados imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à 
pessoa por ele indicada; 
LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de 
permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de 
advogado; 
LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua 
prisão ou por seu interrogatório policial; 
LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade ju-
diciária; 
LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei 
admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança; 
LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo 
inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do 
depositário infiel; 
LXVIII - conceder-se-á "habeas-corpus" sempre que alguém sofrer ou 
se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de 
locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder; 
 LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito lí-
quido e certo, não amparado por "habeas-corpus" ou "habeas-data", quan-
do o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública 
ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público; 
 LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por: 
a) partido político com representação no Congresso Nacional; 
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente 
constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos 
interesses de seus membros ou associados; 
LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de 
norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades 
constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e 
à cidadania; 
LXXII - conceder-se-á "habeas-data": 
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa 
do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades 
governamentais ou de caráter público; 
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por pro-
cesso sigiloso, judicial ou administrativo; 
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular 
que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o 
Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao 
patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, 
isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência; 
 LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos 
que comprovarem insuficiência de recursos; 
LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim 
como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença; 
LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da 
lei: 
a) o registro civil de nascimento; 
b) a certidão de óbito; 
 LXXVII - são gratuitas as ações de "habeas-corpus" e "habeas-data", 
e, na forma da lei, os atos necessários ao exercício da cidadani-
a. (Regulamento) 
LXXVIII a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados 
a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de 
sua tramitação. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
§ 1º - As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais 
têm aplicação imediata. 
§ 2º - Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não exclu-
em outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos 
tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil sejaparte. 
§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos 
que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois 
turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equiva-
lentes às emendas constitucionais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 
45, de 2004) (Atos aprovados na forma deste parágrafo) 
§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a 
cuja criação tenha manifestado adesão. (Incluído pela Emenda Constitucio-
nal nº 45, de 2004) 
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CAPÍTULO II 
DOS DIREITOS SOCIAIS 
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o tra-
balho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à 
maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta 
Constituição. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 64, de 2010) 
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros 
que visem à melhoria de sua condição social: 
I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem 
justa causa, nos termos de lei complementar, que preverá indenização 
compensatória, dentre outros direitos; 
II - seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário; 
 III - fundo de garantia do tempo de serviço; 
IV - salário mínimo , fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de 
atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com mora-
dia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e 
previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder 
aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim; 
V - piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do traba-
lho; 
VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou a-
cordo coletivo; 
VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que perce-
bem remuneração variável; 
VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no 
valor da aposentadoria; 
IX - remuneração do trabalho noturno superior à do diurno; 
 X - proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua reten-
ção dolosa; 
XI - participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remune-
ração, e, excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme 
definido em lei; 
XII - salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de 
baixa renda nos termos da lei;(Redação dada pela Emenda Constitucional 
nº 20, de 1998) 
XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e 
quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a 
redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de traba-
lho; (vide Decreto-Lei nº 5.452, de 1943) 
XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos inin-
terruptos de revezamento, salvo negociação coletiva; 
XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos; 
XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em 
cinquenta por cento à do normal; (Vide Del 5.452, art. 59 § 1º) 
XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço 
a mais do que o salário normal; 
 XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com 
a duração de cento e vinte dias; 
XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei; 
XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos 
específicos, nos termos da lei; 
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos 
Direito Constitucional A Opção Certa Para a Sua Realização 10 
XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo 
de trinta dias, nos termos da lei; 
XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas 
de saúde, higiene e segurança; 
XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalu-
bres ou perigosas, na forma da lei; 
XXIV - aposentadoria; 
 XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nasci-
mento até 5 (cinco) anos de idade em creches e pré-escolas; (Redação 
dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006) 
XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coletivos de traba-
lho; 
XXVII - proteção em face da automação, na forma da lei; 
XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, 
sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em 
dolo ou culpa; 
XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, 
com prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e 
rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de traba-
lho;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 28, de 25/05/2000) 
a) (Revogada). (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 28, de 
25/05/2000) 
b) (Revogada). (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 28, de 
25/05/2000) 
XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de 
critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil; 
XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e cri-
térios de admissão do trabalhador portador de deficiência; 
XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelec-
tual ou entre os profissionais respectivos; 
XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a meno-
res de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo 
na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos;(Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 20, de 1998) 
XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empre-
gatício permanente e o trabalhador avulso. 
Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadores do-
mésticos os direitos previstos nos incisos IV, VI, VIII, XV, XVII, XVIII, XIX, 
XXI e XXIV, bem como a sua integração à previdência social. 
Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o se-
guinte: 
I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de 
sindicato, ressalvado o registro no órgão competente, vedadas ao Poder 
Público a interferência e a intervenção na organização sindical; 
II - é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qual-
quer grau, representativa de categoria profissional ou econômica, na mes-
ma base territorial, que será definida pelos trabalhadores ou empregadores 
interessados, não podendo ser inferior à área de um Município; 
III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou 
individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas; 
IV - a Assembleia geral fixará a contribuição que, em se tratando de 
categoria profissional, será descontada em folha, para custeio do sistema 
confederativo da representação sindical respectiva, independentemente da 
contribuição prevista em lei; 
V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato; 
VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações cole-
tivas de trabalho; 
VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas organi-
zações sindicais; 
VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do re-
gistro da candidatura a cargo de direção ou representação sindical e, se 
eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do mandato, salvo se 
cometer falta grave nos termos da lei. 
Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se à organiza-
ção de sindicatos rurais e de colônias de pescadores, atendidas as condi-
ções que a lei estabelecer. 
Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores 
decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam 
por meio dele defender. 
§ 1º - A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá so-
bre o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade. 
§ 2º - Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da lei. 
Art. 10. É assegurada a participação dos trabalhadores e empregado-
res nos colegiados dos órgãos públicos em que seus interesses profissio-

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