Buscar

CCJ0013-WL-D-AMMA-25-Inadimplemento das Obrigações I-01

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 32 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 32 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 32 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

DIREITO CIVIL II
Profa. Dra. Edna Raquel Hogemann
AULA 25
INADIMPLEMENTO DAS 
OBRIGAÇÕES E SUAS 
CONSEQÜÊNCIAS
AULA 25
CONTEÚDO DE NOSSA AULA
MODALIDADES DE INADIMPLEMENTO
4. Violação positiva do contrato
5. Teoria da Imprevisão
5.a) Breve Histórico
5.b) Pressupostos
5.c) Efeitos
5.d) Advertências necessárias
VIOLAÇÃO POSITIVA DO CONTRATO
A evolução fez surgir a categoria da violação positiva do 
contrato, tendo em vista que a impossibilidade e a mora já 
não comportavam todas as hipóteses de inadimplemento.
Com efeito, após a introdução do princípio da boa fé 
objetiva como um dos pilares da relação obrigacional, 
temos o surgimento dos deveres laterais de conduta, 
criando o aludido feixe de direitos e deveres entre os 
contratantes. Assim, esses deveres laterais começaram a 
ser levados em conta quando da avaliação do 
inadimplemento. 
Hermann Staub, jurista alemão, acreditou que poderiam 
compor o suporte fático da violação positiva do contrato no 
direito alemão: “os incontáveis casos nos quais alguém 
descumpre uma relação por meio de atuação positiva, nos 
quais alguém pratica aquilo de que deveria abster-se, ou 
efetua a prestação que deveria ser efetuada, mas de forma 
defeituosa.” 
• Assim, temos que essas atuações positivas ou o 
cumprimento defeituoso causam danos à parte, devido a 
não observância de um dever lateral de conduta, 
advindo do princípio da boa-fé, principalmente do seu 
vetor confiança. 
• O nome de violação positiva do contrato foi bastante 
criticado, mas agora já encontra-se consagrado . 
Entretanto, alguns autores preferem utilizar termos como 
“cumprimento defeituoso” ou “cumprimento imperfeito”. 
Deveres de proteção
Assim, apenas a quebra daqueles deveres laterais 
provenientes exclusivamente do princípio da boa-fé, não 
guardando relação com a tipicidade da prestação principal, 
caracterizam-se como violação positiva do contrato, com 
especial destaque para os deveres de proteção. 
• Em relação aos deveres de 
proteção temos o seguinte 
exemplo: “o pintor contratado 
para pintar as paredes internas 
de um determinado edifício. Não 
obstante realizar o serviço para 
o que foi contratado de forma 
exemplar, passa 
constantemente a importunar os 
moradores, solicitando dinheiro 
emprestado, olhando de alguma 
forma ameaçadora as jovens do 
prédio e sendo grosseiro com as 
crianças.” 
• No exemplo citado o devedor realizou a 
prestação de forma perfeita, tanto do 
tempo, lugar e modo, entretanto, 
descuidou-se quanto aos deveres de 
proteção à pessoa do credor e ao seu 
patrimônio.
• Como exemplo desse tipo de infração temos o de um 
fornecedor habitual de forragem, que entrega um lote de 
forragem com grãos venenosos que causam a morte de 
animais, ou do comerciante que recebe um lote de 
maçãs estragadas que passam a estragar a maçãs 
boas.
Observa-se que nesses casos teremos não apenas a 
afronta aos deveres laterais, mas também ao próprio dever 
principal da prestação. Entretanto, podemos observar que 
do mesmo ato surgem dois tipos de danos, os primeiros 
dizem respeito aos tipicamente causados pela não 
realização da prestação e são abarcados pelas categorias 
da mora e do inadimplemento absoluto ; os segundos são 
causados pelo infração do dever lateral de proteção (a 
desídia com o restante do patrimônio do credor, ou seja, os 
animais que morreram e as maçãs que vieram a 
apodrecer). A diferença que notamos para com o exemplo 
do pintor é que naquele caso, os atos causadores do dano 
não estavam vinculados como os atos necessários para a 
prestação da obrigação pincipal. 
• O terceiro caso de aplicação da teoria em nosso direito 
consubstancia-se nas hipóteses de obrigações duradoura, 
que ocorrem, exemplificativamente, nos contratos de 
fornecimento e nos contratos de trabalho. Essas 
obrigações são adimplidas permanentemente, “e assim 
perduram sem que seja modificado o conteúdo do dever 
de prestação, até o seu término pelo decurso do prazo, ou 
pela denúncia” . Como existe essa relação duradoura, 
mais importante torna-se a relação de confiança entre as 
partes, sustentada pelo princípio da boa-fé objetiva.
• Deste modo, parece que além dos danos causados pela 
não-prestação, pode nascer o direito de resilir o contrato, 
proveniente da quebra dos deveres laterais da boa-fé 
objetiva, principalmente do seu vetor confiança .
• Finalmente, como quarta hipótese de incidência da 
violação positiva do contrato em nosso direito temos a 
quebra antecipada do contrato. Esse instituto teve a sua 
origem no antecipated breach of contract do direito 
anglo saxão , mas atualmente tem o seu 
reconhecimento solidificado nos países de direito 
continental, restando positivado no art. 72 da 
Convenção de Viena, que estabelece: “Se, antes da 
data do cumprimento, for manifesto que uma parte 
cometerá uma violação fundamental do contrato, a outra 
parte pode declarar a resolução deste.” 
. 
Vale lembrar que em nosso ordenamento, muitos dos 
danos proveniente da violação positiva do contrato 
poderiam ser compreendidos dentro da cláusula geral de 
responsabilidade civil extracontratual, consubstanciada no 
art. 186 do Código Civil . 
• Finalmente, resta-nos acrescentar que na maioria dos 
casos de ocorrência de violação positiva do contrato, os 
danos daí provenientes podem ser capazes de resolver 
o contrato, pois aviltam substancialmente os interesses 
do credor; bem como apenas ensejar perdas e danos, 
mantendo-se o vínculo obrigacional principal. 
TEORIA DA IMPREVISÃO
• A Lei 48 do Código de Hammurabi, grafado em pedra 
2.700 anos antes de nossa era, já trazia latente tão 
importante teoria:
• "se alguém tem um débito a juros, e uma tempestade 
devasta o campo ou destrói a colheita, ou por falta de 
água não cresce o trigo no campo, ele não deverá nesse 
ano dar trigo ao credor, deverá modificar sua tábua de 
contrato e não pagar juros por esse ano."
• O Direito Romano não cuidou de sistematizar regras que 
conferissem ao pretor um poder de revisão do contrato.
• Na Idade Média, sob o influxo do Direito Canônico, 
consagrou-se a cláusula rebus sic stantibus, segundo a 
qual, por imperativo de equidade, a subsistência de uma 
relação contratual estaria na dependência de persistirem 
as circunstâncias existentes no momento da conclusão 
do contrato.
Pós-Primeira Guerra Mundial
• Surge a primeira lei francesa de revisão dos contratos: a 
Lei Failliot de 21 de maio de 1918.
• Com nova roupagem jurídica, a cláusula rebus sic 
stantibus desponta sob a denominação de teoria da 
imprevisão – consistente no reconhecimento de que a 
ocorrência de acontecimentos novos, imprevisíveis 
pelas partes e a elas não-imputáveis, refletindo sobre a 
economia ou na execução do contrato, autorizam sua 
revisão, para ajustá-lo às circunstâncias supervenientes.
Gagliano usa uma hipótese recente de aplicação desta teoria:
Há pouco tempo, houve uma grave crise financeira, marcada 
pela fuga expressiva de investimentos estrangeiros em nosso 
país, o que acarretou a alta explosiva da taxa do dólar. Muitos 
contratos para a aquisição de bens móveis duráveis 
(automóveis, por exemplo), utilizavam indexadores atrelados à 
variação do dólar, para a atualização das parcelas devidas 
pelo consumidor. Ora, em função da alta imprevisível do dólar, 
uma vez que a majoração operou-se de forma desarrazoada, 
muitos consumidores invocaram a teoria da imprevisão para 
obter a revisão judicial do contrato, com o escopo de se 
reequilibrar o eixo obrigacional da avença, evitando-se o 
indevido enriquecimento do credor.
Pressupostos:
A) a alteração radical no ambiente objetivo existente ao 
tempo da formação do contrato, decorrente de 
circunstâncias imprevistas e imprevisíveis;
B) onerosidade excessivapara o devedor e não 
compensada por outras vantagens auferidas 
anteriormente, ou ainda esperáveis, diante dos termos do 
ajuste;
C) enriquecimento inesperado e injusto para o credor, 
como conseqüência direta da superveniência imprevista.
Efeitos:
• O nosso Código Civil, cuidando do tema com alguns 
temperamentos, em sua Parte Especial, Livro I, Título V, 
Capítulo II, Seção IV, intitulada "Da onerosidade 
excessiva", consagrou normas que autorizam, em caso 
de superveniência de acontecimentos extraordinários e 
imprevisíveis, a resolução, e, em algumas hipóteses, até 
mesmo a revisão do contrato.
Advertências necessárias:
• Duas importantes advertências são feitas por Gagliano:
• a) A teoria da imprevisão não aboliu simplesmente o 
princípio da força obrigatória dos contratos, nem 
permitiu que se pretendesse a resolução ou revisão 
judicial do negócio, simplesmente porque a execução 
ficou mais onerosa, dentro da previsibilidade natural 
inserta na álea de todo o contrato. Ou seja, não se 
admite a aplicação da teoria simplesmente porque a 
parte fez um mau negócio (risco previsto).
• b) Outro erro muito comum consiste em confundir-se a 
teoria da imprevisão com as hipóteses de caso fortuito ou 
força maior. A teoria revisionista pressupõe a 
superveniência de fato imprevisto que dificulta 
excessivamente a prestação de uma das partes, impondo, 
como regra, a revisão das cláusulas contratuais; ao passo 
que o caso fortuito e a força maior ocasionam a 
impossibilidade absoluta no cumprimento da avença, 
determinando a extinção do contrato.
• CORREÇÃO DOS EXERCÍCIOS
CASO CONCRETO 1
O professor de Direito Civil II acaba de apresentar o seguinte exemplo: 
Carlos Eduardo contratou seu Manuel, conhecido profissional carpinteiro 
para realizar os seguintes seviços em sua nova casa: assentamento das 
portas, rodapés, lambris, colocação de piso laminado (carpete de madeira) 
perfazendo um orçamento de R$15.800,00, a ser pago em duas vezes –
uma parcela antecipada e outra na entrega do serviço, cuja previsão é de 
estar completo em quatro semanas.
Ocorre que duas semanas após o início do serviço, seu Manuel tem os dois 
braços decepados em consequência do desabamento do muro da casa 
durante uma tempestade que provocou enchente, com deslizamento da 
encosta ao lado da casa.
Após apresentar o caso, o professor faz as seguintes perguntas à turma:
a) O exemplo apesentado caracteriza que tipo de 
inadimplemento?
Gabarito sugerido: Trata-se de uma impossibilidade relativa de 
adimplemento inimputável ao devedor.
b) Esse inadimplemento contratual provoca quais 
consequências para o credor? E para o devedor?
Gabarito sugerido: No caso, estando o carpinteiro sem os 
braços, trata-se de impossibilidade somente para o devedor, 
sem que haja culpa ou dolo, na medida em que se trata de 
caso fortuito, Assim, o credor não poderá cobrar o 
adimplemento da obrigação.
c) A partir do exemplo dado, construa uma outra redação em 
que se possa caracterizar inadimplemento absoluto:
Gabarito sugerido: O aluno deverá apresentar um exemplo em 
que a impossibilidade afete tanto o devedor quanto o credor.
CASO CONCRETO 2
Imaginemos que Antonio José contrate uma empresa 
especializada na fabricação e utilização de fogos de artifício para 
que realize um show pirotécnico na noite de passagem de ano, 
por ocasião de uma festa em sua casa. Se a aludida empresa 
não realizar o show pirotécnico na data aprazada é evidente que 
ela tem a possibilidade física e técnica de realizá-lo em data 
posterior. Entretanto, o credor encontra-se impossibilitado de 
receber tal prestação pois já não lhe é mais útil, pois ele não 
mais possui interesse em realizar um show pirotécnico em um 
dia comum. Por isso resolve acionar a empresa em Juízo 
cobrando indenização e perdas e danos.
Feita a leitura do caso, responda:
a)Caso você seja contratado para defender 
a empresa em Juízo, o que poderá alegar 
em seu favor?
Gabarito sugerido: Aqui o aluno poderá 
utlizar-se de qualquer justificativa que 
importante em inadimplemento inimputável 
ao devedor, para que seja considerada 
correta sua resposta.
• Agora suponha que houve uma alta de mais de 50% no 
preço dos fogos de artifício e, por isso, o representante 
da empresa contratada liga três horas antes da hora 
combinada condicionando a apresentação a um reajuste 
proporcional no preço avençado. E Antonio não 
concorda. Nesse caso, qual seria o fundamento jurídico 
da defesa da empresa em Juízo?
• Gabarito sugerido - A defesa da empresa estaria 
baseada na teoria da imprevisão, na medida em que 
houve uma alteração radical, com onerosidade 
excessiva para o devedor, o que impossibilitou o 
cumprimento da obrigação.
•
QUESTÕES OBJETIVAS
Assinale a alternativa correta: 
1. A Teoria da Imprevisão é o que se chama de 
cláusula:
(A) Rebus Sic Stantibus;
(B) Pacta sunt servanda;
(C) Exceptio solutionis; 
(D) Non adimpleti contractus;
(E) Dura lex sede lex.
Resposta:A
2. Pode -se dizer que, a questão da imprevisão está ligada a: 
(A) Limitação de acontecimentos inesperados, passível de 
previsão, que, na esfera contratual, podem acarretar uma 
onerosidade excessiva da prestação prometida. 
(B) Superveniência de acontecimentos inesperados, não passível 
de previsão, que, na esfera contratual, podem acarretar uma 
onerosidade excessiva da prestação prometida. 
(C) Superveniência de acontecimentos esperados, passível de 
previsão, que, fora da esfera contratual, podem acarretar uma 
onerosidade excessiva da prestação prometida. 
(D) Pacificação de acontecimentos esperados, passível de 
previsão, que, na esfera contratual, não podem acarretar uma 
onerosidade excessiva da prestação prometida. 
(E) O direito brasileiro não admite a incidência da imprevisão, a 
não ser com prévia previsão expressa contratual.
Ficamos por aqui! 
Não esqueça de 
ler o material 
didático para a 
próxima aula e 
de fazer os 
exercícios que 
estão na 
webaula.

Outros materiais