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1.3) CONSTITUCIONALISMO E SOBERANIA POPULAR. 1.3.1) Aspectos gerais.1.3.2) Plebiscito e referendo: experiências na história brasileira. 1.3.2.1) Referendo para manutenção ou não do regime parlamentarista(1963). 1.3.2.2) Plebiscito para a escolha entre a forma (república ou monarquia constitucional) e sistema de governo (presidencialismo o parlamentarismo(1993). 1.3.2.3) Plebiscito para a manifestação sobre eleitorado sobre a manutenção ou rejeição da proibição da comercialização de armas de fogo e munição em todo o território nacional (2005). 1.3.3). 
2. CONSTITUIÇÃO: CONCEITOS, CLASSIFICAÇÕES, ELEMENTOS E HISTÓRICO 
 
2.1) CONCEITO. 2.1.1) Sentido material e formal. 2.1.2) Sentido sociológico 2.1.3). Sentido político. 2.1.4) Sentido jurídico. 2.1.5) Sentido culturalista. 2.2.6) Aspectos conclusivos. 2.2) CLASSIFICAÇÃO. 2.2.1) Quanto à origem (distinção entre “Constituição e “Carta”). 2.2.2) Quanto à forma 2.2.3) Quanto à extensão. 2.2.4) Quanto ao conteúdo. 2.2.5) Quanto ao modo de elaboração. 2.2.6) Quanto à alterabilidade. 2.2.7) Outros critérios (quanto à sistemática e quanto à dogmática).
1.3) CONSTITUCIONALISMO E SOBERANIA POPULAR. 
Soberania popular: conceito: é a qualidade máxima do poder extraída da soma dos atributos de cada membro da sociedade estatal, encarregado de escolher os seus representantes no governo por meio do sufrágio universal e do voto direto, secreto e igualitário (Uadi Lammêgo Bulos).
 
1.3.1) Aspectos gerais
	Ideia de limitação ao poder autoritário e 
	Regras de prevalência dos direitos fundamentais => consagram o Estado Democrático de Direito (art. 1º., caput da CF/88) – portanto, a soberania popular. 
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
I - a soberania;
II - a cidadania;
III - a dignidade da pessoa humana;
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V - o pluralismo político.
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.
Titularidade: povo
Exercício deste poder: povo
 Representantes: 1) eleitos – Poder Legislativo (DF; DE e V) (democracia representativa, indireta)
			 2) povo - quando exerce a democracia direta - concretiza efetivamente a soberania popular. 
CF- Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante:
I - plebiscito;
II - referendo;
III - iniciativa popular.
 CF/88 – sistema HÍBRIDO – democracia semi-direta ou participativa.
PLEBISCITO E REFERENDO: são parecidos:
	Ambos são formas de consulta ao povo para que delibere sobre matéria de acentuada relevância, de natureza constitucional, legislativa, ou administrativa.
Diferença entre ambos: no momento da consulta: a) plebiscito: consulta prévia ao ato administrativo, constitucional ou legislativo. 
b) referendo: consulta posterior ao ato administrativo, constitucional ou legislativo.
 
2. CONSTITUIÇÃO: CONCEITOS, CLASSIFICAÇÕES, ELEMENTOS E HISTÓRICO 
2.1) CONCEITO DE CONSTITUIÇÃO: é a própria essência, substância, o próprio todo e as próprias partes.É direito que constitui, que forma, corrigindo, tudo nasce da Constituição, é a estrutura basilar de todo o ordenamento jurídico. 
DIREITO CONSTITUCIONAL – é a ciência que estuda a Constituição. 
Constituição – sentido amplo- é o que constitui.
Conceito material: a Constituição de um Estado é fruto da integração de uma série de fatores: culturais, sociais, políticos, filosóficos, etc. São reações da sociedade. O Estado é constituído deste conjunto de reações.
2.1.1) Carl Schmitt: SENTIDO MATERIAL ou SUBSTANCIAL: refere-se ao conteúdo da norma.
SENTIDO FORMAL: refere-se à forma de nascimento da norma, como ela foi introduzida no ordenamento jurídico. 
2.1.2) SENTIDO SOCIOLÓGICO: Ferdinand Lassale – Constituição só seria legítima se representasse o efetivo poder social, refletindo as forças sociais que constituem o poder. 
2.1.3) SENTIDO POLÍTICO: Carl Schmitt – distingue Constituição de lei constitucional. José Afonso da Silva – “Constituição só se refere à decisão política fundamental (estrutura e órgãos do Estado, direitos individuais, vida democrática, etc); as leis constitucionais seriam os demais dispositivos inseridos no texto do documento constitucional, mas contém matéria de decisão política fundamental”.
Como é produto de decisão política, a Constituição é a decisão política do titular do poder constituinte. 
2.1.4) SENTIDO JURÍDICO – Hans Kelsen - Kelsen situa, coloca a Constituição no dever-ser, e não no ser, ela é fruto da vontade racional do homem e não das leis naturais.
 	José Afonso da Silva – traduz dizendo: “Constituição é então norma pura, puro dever-ser, sem qualquer fundamentação sociológica, política ou filosófica.
	Kelsen – 2 sentidos: LÓGICO-JURÍDICO (Constituição significa norma fundamental hipotética, com a função de servir de fundamento lógico transcendental da validade da Constituição JURÍDICO- POSITIVA – que é a norma positiva suprema, conjunto de normas que regula a criação de outras normas, lei nacional no seu mais alto grau.
	 
Resumindo: VERTICALIDADE HIERÁRQUICA- CONSTITUIÇÃO É O FUNDAMENTO DE VALIDADE DAS LEIS INFERIORES A ELA – JÁ O FUNDAMENTO DE VALIDADE DA CONSTITUIÇÃO É A NORMA HIPOTÉTICA FUNDAMENTAL QUE ESTÁ NO PLANO LÓGICO E NÃO NO JURÍDICO (PORQUE ESTE É A PRÓPRIA CONSTITUIÇÃO).
	PLANO JURÍDICO-POSITIVO – NORMAS POSITIVADAS, POSTAS
	PLANO LÓGICO-JURÍDICO – É O SUPOSTO, O HIPOTÉTICO (NORMA HIPOTÉTICA FUNDAMENTAL). 
TEORIA DE KELSEN: plano lógico-jurídico: norma fundamental hipotética, plano do suposto, fundamento lógico-transcendental de validade da Constituição jurídico-positiva. Plano jurídico-positivo: norma posta, positivada – norma positivada suprema.
A Constituição nacional encontrará o seu fundamento de validade na validade da norma hipotética fundamental, esta que é o fundamento de validade de todo o sistema. Trata-se de norma suposta, e não posta, pois não está editada em nenhum ato de autoridade, situa-se no plano lógico-jurídico. 
A norma fundamental, hipoteticamente suposta, prescreve a observância da primeira constituição histórica. 
		Verticalidade hierárquica: exemplo: Chefe de Seção de uma repartição pública- indefere requerimento. Seu comando individual, sua decisão deve estar em consonância com as normas superiores, que é individual, mas deve passar por todos os níveis hierárquicos até a Constituição Federal. 
	 			 CF 
				 CE
					Lei Federal
				 Decreto do Governador
			 Resolução do Secretário do Estado
				Portaria do Diretor de Divisão
				Ordem do Chefe de Seção 
2.1.5. SENTIDO CULTURALISTA: a Constituição é produto de um fato cultural, produzido pela sociedade e que sobre ela pode influir.
	
2.2) CLASSIFICAÇÃO das Constituições:
2.2.1) Quanto à ORIGEM (distinção entre “Constituição e “Carta”):
a) OUTORGADAS: impostas pelo rei, pelo imperador, chefe de estado ou grupo político que estava no poder. Ex: Constituições Brasileiras de 1824; Constituição de 1937.
 
b) POPULARES OU PROMULGADAS: democrática, votada, popular, o texto constitucional é elaborado diretamente ou através dos representantes do povo. (Assembleia Nacional Constituinte). Ex: Constituição de 1891; Constituição de 1934; 1946; 1988 – atual.
 
c) Cesaristas – formada por plebiscito popular sobre um projeto elaborado por um Imperador (plebiscitos napoleônicos) ou um ditador (Ex: plebiscito de Pinochet, no Chile). 
d) Pactuadas – surgem através de um pacto, emque o Poder Constituinte Originário se concentra nas mãos de mais de um titular, geralmente de forças políticas rivais. Ex: Magna Carta de 1215- realeza debilitada x burguesia em franco progresso.
DIFERENÇA ENTRE CONSTITUIÇÃO E CARTA: 
CONSTITUIÇÃO – nomen iuris que se dá à Lei Fundamental promulgada, democrática ou popular, que teve origem em uma Assembleia Nacional Constituinte. 
CARTA – nome reservado para a Constituição outorgada, imposta de maneira unilateral pelo agente revolucionário mediante ato arbitrário e ilegítimo.
 2.2.2: Quanto à FORMA: 	
ESCRITA, INSTRUMENTAL OU ORGÂNICA- forma escrita, direito positivo. Ex: Const. Brasileira.
NÃO ESCRITA, CONSUETUDINÁRIA OU INORGÂNICA – Baseia-se nos usos, costumes, tradições, jurisprudência, convenções. Ex: Constituições da Inglaterra e de Israel. 
* Contemporaneamente, não existem mais constituições totalmente costumeiras.
 
2.2.3) Quanto à EXTENSÃO:
SINTÉTICAS: concisas, breves, sumárias, sucintas, básicas, resumidas. Só não pode faltar a organização do Estado e o enunciado dos Direitos Fundamentais. Ex: Constituição Americana de 1791; Constituição Brasileira de 1891. 
ANALÍTICAS OU DIRIGENTES: Abordam todos os assuntos que os representantes do povo entenderem fundamentais. Trazem minúcias, programas e disposições que obrigam o Estado e o povo a cumprirem. Ex: artigo 242, § 2º. da Constituição de 88 – artigo que se refere ao Colégio Dom Pedro II do Rio de Janeiro. 
2.2.4) Quanto ao CONTEÚDO:
MERAMENTE CONSTITUCIONAL – o texto que contiver as normas fundamentais e estruturais do Estado, a organização dos seus órgãos, os direitos e garantias fundamentais. Ex: Constituição do Império do Brasil de 1824; previa que o que fosse constitucional não poderia ser alterado (assuntos sobre limites dos poderes políticos, direitos fundamentais); tudo o que não fosse constitucional poderia ser alterado sem formalidades legais.
FORMAL – o critério é o processo de sua formação, e não o conteúdo das normas. Qualquer regra lá contida terá caráter constitucional. CF 88. 
* Entretanto, passou para o conceito misto, já que a nova regra ditada pela EC 45/2004 confere a natureza de emenda constitucional aos tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos, desde que observadas as formalidades de aprovação. 
2.2.5) Quanto ao MODO DE ELABORAÇÃO:
DOGMÁTICAS – sempre escritas. Consubstanciam os dogmas estruturais e fundamentais do Estado ou partem de teorias preconcebidas, de planos e sistemas prévios, de ideologias bem declaradas, de dogmas políticos. São elaboradas de uma só vez, em um único processo. Ex: CF 1988. 
HISTÓRICAS: constituem-se através de um lento e contínuo processo de formação, ao longo do tempo, reunindo a história e as tradições de um povo. Aproximam-se da costumeira. Ex: Constituição Inglesa. 
2.2.6) Quanto à ALTERABILIDADE:
RÍGIDAS: para serem alteradas exigem um processo legislativo mais árduo que a alteração de normas infraconstitucionais. Alteração exige demanda, forma e momentos especiais. Ex: Todas as Constituições do Brasil, exceto a de 1824. 
Art. 60 CF – para aprovar emendas constitucionais, precisa de quorum de votação de 3/5 dos membros de cada Casa (CD e Senado), em dois turnos de votação. Para alterar leis ordinárias, precisa apenas de quorum de maioria simples (art. 47), e para lei complementar, precisa de maioria absoluta – metade + 1 (art. 69), e apenas um turno de votação. O art. 60, I, II e III estabelecem iniciativa restrita: a) de 1/3 no mínimo de membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal; b) do Presidente da República; c) de mais da metade das Assembleias Legislativas dos Estados, manifestando-se pela maioria relativa (varia de acordo com o número dos presentes) de seus membros, enquanto que a iniciativa das leis complementares e ordinárias é geral, de acordo com o art. 61. 
Possuem cláusulas pétreas – certos tópicos, como direitos e garantias, separação de poderes, voto universal e secreto, forma federativa de Estado não podem ser emendadas de forma alguma. 
FLEXÍVEL- não possui um processo legislativo de alteração mais complexo. Podem ser alteradas mediante o mesmo processo de alteração da lei comum ou ordinária. Não exigem formalidades para alterar o texto. Ex: Constituição Reino Unido da Grã-Bretanha. 
SEMIFLEXÍVEL OU SEMI-RÍGIDA: Algumas matérias exigem processo de alteração mais dificultoso, uma parte pode ser alterada como lei comum e outra parte somente mediante solenidade formal. Ex: Constituição do Império de 1824. 
Constituição brasileira de 1988 – ESCRITA, CODIFICADA, PROMULGADA, RÍGIDA, ECLÉTICA , ANALÍTICA, DOGMÁTICA.
Quanto à SISTEMÁTICA: 
CODIFICADAS – contidas em um único texto, com princípios e disposições ordenados em títulos, capítulos, seções, formando único corpo de lei. (ex: CF de 1988).
NÃO CODIFICADAS - disposições distribuídas em vários textos e documentos esparsos. (Ex: Constituição Francesa de 1875). 
Quanto à DOGMÁTICA:
ORTODOXAS – formada por uma só ideologia. (Ex: Constituições da China Marxista).
ECLÉTICAS – formada por várias ideologias conciliatórias (CF de 1988). ���

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