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CCJ0013-WL-B-LC-Resumo Direito Civil II - Ana Patrícia

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1 
Direito Civil II 
Ana Patrícia 
DIREITO CIVIL II 
 
OBRIGAÇÕES 
 
Sentido Amplo: qualquer dever: Jurídico* 
 Não Jurídico 
 
*Sentido Restrito: Jurídico: patrimonial (econômico) 
 não patrimonial 
 
Não patrimonial: Não se quantifica o não cumprimento da obrigação. Ex: se um pai deixar de 
proteger um filho, maltratá-lo, pode perder o pátrio poder, o poder familiar, mas não terá perdas 
econômicas, não precisará despender nenhum valor devido a isto. 
 
Patrimonial: quando podemos quantificar em valor uma conduta negativa ou positiva. Ex: quando 
um prestador não realiza o serviço a contento do tomador, poderá ser solicitado o serviço de 
outro prestador e o custo ser cobrado desse primeiro. 
 
Portanto, o assunto abordado nesta parte do Direito Civil irá se ater às obrigações de caráter de 
um dever jurídico patrimonial. (Arts. 233-416 CC) 
 
Seqüência do Código Civil: Modalidades/ Transmissão/ Adimplemento (no sentido de 
cumprimento das obrigações)/ Inadimplemento (no sentido do não cumprimento das obrigações)/ 
Extinção. 
 
Nota: A idéia de obrigação vem de Roma. Obrigação no sentido de sujeição (um devedor 
sujeitando-se a um credor). Neste período da história, caso o devedor não cumprisse com a 
obrigação pactuada, poderia se sujeitar ao ponto de tornar-se escravo do credor. 
Esta idéia de subordinação é ultrapassada (sem o devedor o credor não existe, e vice-versa). 
Essa idéia foi sendo aperfeiçoada até que o Estado passou a definir “quem o faça”. 
 
 
Conceito de Obrigação: É um vínculo jurídico em virtude do qual uma pessoa fica adstrita, 
submetida a satisfazer uma prestação (realizar algo) em proveito de outra. 
 
As Obrigações são realizadas entre sujeitos (um passivo e o outro ativo), um objeto (elemento 
objetivo) e um vínculo (elemento abstrato). Onde o objeto é uma prestação (no sentido de realizar 
algo). 
 
A estrutura do Direito Obrigacional é constituída do: 
Elemento Subjetivo: os sujeitos (passivo e ativo) 
Elemento Objetivo: o objeto 
Elemento abstrato: o vínculo 
 
 
 A B 
(Suj. Passivo) (Suj. Ativo) 
 Objeto 
 
 
2 
Direito Civil II 
Ana Patrícia 
Obs: O sujeito ativo (irá beneficiar-se) é o que fica de “braços cruzados”. Quem tem que realizar 
algo é o sujeito passivo. O que tem a obrigação de fazer, de dar, cumprir, realizar algo. 
 
Não se deve associar o elemento subjetivo a uma pessoa! 
 Imprescindível característica 
Conceito de obrigação: Obrigação é uma relação jurídica, de caráter transitório, estabelecida 
entre devedor e credor e cujo objeto consiste em uma prestação pessoal, econômica, positiva ou 
negativa devida pelo primeiro (devedor) ao segundo (credor) garantindo-lhe o adimplemento 
(cumprimento da obrigação) através do patrimônio. 
 
1. Relação jurídica: tudo que for estranho ao Direito não irá interessar a relação; havendo 
repercussão para o Direito ocorrerá o Direito obrigacional; 
2. Transitório: é imprescindível que exista um prazo para que a obrigação se encerre; não 
existe uma condição eterna, terá que ser perene, terá que ser transitória; 
3. Devedor e Credor: o devedor é o sujeito passivo (aquele que tem o dever de cumprir com a 
obrigação). 
Obs: Não se admite que uma pessoa estranha à relação participe dela. 
Numa relação obrigacional de compra e venda, o sujeito passivo pode virar ativo: 
passivo quando paga pelo e ativo quando recebe a coisa. 
O credor é sempre identificado na relação, já o devedor, nem sempre. (Eex. uma pessoa 
que oferece uma recompensa para quem achar o seu cão perdido torna-se o devedor da 
obrigação/sujeito passivo. Quem achar o cão (não identificado até que se cumpra a 
obrigação/achar o cão) é o sujeito ativo. 
4. Prestação pessoal: a relação só é realizada entre pessoas (físicas ou jurídicas). Não pode 
ser entre pessoas e coisas. 
5. Prestação econômica: é preciso que esteja presente na relação o caráter patrimonial. A 
conseqüência do não fazer, o descumprimento contratual gera ônus patrimonial, econômico. 
6. Prestação positiva e negativa: obrigação de fazer, cumprir e obrigação de não fazer, 
descumprir. 
Positiva – ex. a obrigação de um sujeito passivo em realizar uma prestação a sujeito ativo. Ex: 
eu (sujeito passivo) vendo um aparelho de DVD e caso este apresente algum problema eu 
devolvo o dinheiro ao meu cliente (sujeito ativo). 
Negativa – ex. um vendedor que possuie uma área delimitada de atuação que tem como 
obrigação não invadir a área de outros vendedores da concorrência. Caso ele ultrapasse, 
estará descumprindo a obrigação do não fazer. 
 Obs: se quebra a obrigação do não fazer fazendo! 
7. Patrimônio: forma de responsabilizar-se pelo cumprimento da obrigação; em regra, é o 
que irá responder pela nossas obrigações. 
 Ex: garantia real (uma coisa. Ex: oferecer uma fazenda como garantia) 
garantia fidejussória (uma pessoa. Ex: alguém que se coloca como fiador de uma 
dívida) 
 
Elementos da relação obrigacional 
 
Sujeito Passivo: é o devedor, é aquele que deverá cumprir a obrigação - a prestação. Este 
poderá ser singular ou plural. 
Obs: admite-se que o devedor deverá ser identificável. 
 
Sujeito Ativo: é o credor, aquele que fica na expectativa de obter do devedor a prestação. 
Também pode ser individual ou coletivo. 
 
Formatado: Recuo: À esquerda: 2,22
cm, Primeira linha: 0 cm
 
3 
Direito Civil II 
Ana Patrícia 
Existe uma cooperação entre o sujeito ativo e sujeito passivo. 
 Representantes, auxiliares e mensageiros não são partes integrantes da relação obrigacional. 
 
Elemento objetivo – é a atividade destinada a satisfazer o interesse do credor, que está a 
aguardar que ela seja realizada pelo devedor. 
 
 
Objetos da relação 
O objeto da relação é a prestação e o da prestação é a coisa em si. 
Ex: na relação de compra e venda de um relógio: 
 o objeto da relação é o ato de se entregar o relógio 
 o objeto da prestação é o relógio 
 
Ex: em um show de música: 
 o objeto da relação é fazer o show 
 o objeto da prestação é o próprio show 
 
O objeto da prestação pode ser positivo ou negativo. 
Prestação é fazer algo (positivo) ou deixar de fazer (negativo). 
 
De acordo com o ordenamento jurídico a Prestação (Negócio Jurídico) tem que ser: 
 Possível: não pode ir de encontro à moral e aos bons costumes; 
 Lícita: pois se é lícita é porque é possível; 
 Determinada ou determinável: existindo uma contratação a obrigação terá que ser 
conhecida pelos sujeitos, ou seja, terá que ser determinável ou determinada. 
 Patrimonial: o seu cumprimento ou descumprimento tem que ser quantificável. 
Obs: se faltar qualquer desses elementos o negócio é nulo, em outras palavras, será extinta a 
obrigação. 
 
Elemento abstrato: Vínculo 
O vínculo é o elemento abstrato que sujeita o devedor a realizar um ato positivo ou negativo em 
benefício do credor (interesse duplo). Criada uma relação, o vínculo é que permite a aplicação de 
uma sanção (perdas e danos) no caso de descumprimento da obrigação. A possibilidade de 
ressarcimento existe porque há o vínculo (Art. 389 CC). 
 
Existem três teorias que disciplinam a existência do vínculo, são elas: a monista, a dualista e a 
ecletista. 
 
???Pode-se ter responsabilidade sem ter débito?: Sim, onde o devedor e o credor possuem a 
responsabilidade e o débito,; o fiador possui apenas a responsabilidade. 
 
Nota: o benefício da ordem é prejudicial ao fiador e beneficia o credor. Ele permite que se busque 
o patrimônio do fiador. O credor pode escolher o melhor patrimônio (o do devedor ou fiador). 
 
Fontes dodireito obrigacional: a fonte das obrigações é a lei (fonte primária, é aquela originária 
das obrigações). A lei tem que autorizar. 
 
Os atos lícitos e ilícitos são fontes secundárias da obrigação. Ex: se eu bater em um carro gera 
obrigação. 
 
Formatado: Fonte: Negrito, Cor da
fonte: Automática
Formatado: Fonte: Negrito
Formatado: Cor da fonte: Automática
Formatado: Cor da fonte: Automática
Formatado: Cor da fonte: Automática
 
4 
Direito Civil II 
Ana Patrícia 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
OBRIGAÇÕES POSITIVA DE DAR (arts. 233 a 242) 
 
 
Esta obrigação tem como conteúdo uma coisa. A prestação da obrigação é justamente a entrega 
de uma coisa. O fato da entrega da coisa não pode ser confundido com a obrigação de fazer. Ex: 
a obrigação que tem como objeto/prestação um quadro. Se o quadro não estiver pronto, a 
obrigação é de fazer; e se ele já foi pintado, a obrigação é de dar. 
 
Obrigação de dar representa a entrega de alguma coisa pelo devedor ao credor. 
Obs. Tecnicamente dar = entregar 
 
 
 coisa certa 
DAR coisa incerta 
 restituir (devolver) 
 
 
Obrigação de dar coisa certa: 
 
O devedor fica adstrito a fornecer ao credor determinado bem, perfeitamente individuado, móvel 
ou imóvel. A coisa certa consta de objeto preciso, que se possa distinguir por características 
próprias de outros da mesma espécie. (coisa específica, determinada, individualizada). 
 
 
Ex. o devedor deve entregar um animal de corrida, o credor tem que receber aquele animal. 
 
A obrigação de dar coisa certa, só confere ao credor direito pessoal (um crédito) e não real (sobre 
as coisas), pois não transfere de logo o domínio, apenas obriga-se a transmiti-lo. Logo, não cabe 
ao credor reivindicar a coisa, mas tão somente mover ação de indenização. O domínio só 
acontece com a tradição (transmissão, transferência de posse) 
 
Ex: contrato de compra e venda (obrigação de dar). O contrato gera o direito pessoal. O fim do 
contrato gera o direito real. 
 
O direito real acompanha a coisa, já o direito pessoal, não! Se a primeira pessoa passou para 
outras pessoas, o direito a perdas e danos será cobrado do último. 
 
Ex. Se A vende um cavalo a B, e B vende a C. O juiz não vai exigir de B a entrega para C, mas 
de A (do primeiro que deu a coisa), porque a obrigação de dar a coisa é pessoal. A tem o direito a 
perdas e danos contra B. 
 
Formatado: Cor da fonte: Automática
 
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Direito Civil II 
Ana Patrícia 
As obrigações de dar podem vir aglutinadas com outras obrigações de fazer e não fazer. Por 
exemplo: o vendedor além de se comprometer a entregar a coisa vendida, contrai, 
simultaneamente, salvo pacto em contrário, obrigação de responder pelos vícios redibitórios 
(que estão ocultos e diminuem o valor do produto, por ex. quadro com polia) e pela evicção 
(direito de regresso, ex: compro um carro e o Banco toma de mim porque o antigo dono estava 
devendo, eu tenho o direito de regresso contra o antigo dono). 
 
Princípios: 
1. Identidade, “aliud pro alio” (art. 313 CC) – A coisa não poderá ser substituída unilateralmente 
pelo devedor. O credor não é obrigado a receber outra coisa, ainda que mais valiosa, como 
também não pode exigir coisa diferente, ainda que menos valiosa. Não é lícito o devedor entregar 
coisa diversa da ajustada, pois estaria alterando unilateralmente o objeto da prestação. O 
adimplemento é específico, sem possibilidade de sub-rogação ou substituição por prestações 
diferentes, salvo com anuência do credor. Se fosse permitido aos devedores entregar coisa 
diversa da pactuada, geraria impugnações dos credores, perícias, comprometendo a distribuição 
da justiça. 
A dação em pagamento não é exceção à regra, pois nesta há o expresso consentimento do 
credor em receber uma coisa por outra (art.356). 
O art. 3713, II exclui a possibilidade de compensação nos casos de comodato e depósito (art. 
373, II). O credor tem o direito de receber, de volta, a própria coisa emprestada ou depositada. 
(exceto depósitos tratados nos arts. 636 e 638). 
“Art.636 O depositário, que por força maior houver perdido a coisa depositada e recebido outra em seu 
lugar, é obrigado a entregar a segunda ao depositante, e ceder-lhes as ações que no caso tiver contra 
terceiro responsável pela restituição da primeira.” 
A entrega parcelada só é permitida mediante pacto expresso. Exceção: o portador da letra de 
cambio é obrigado a receber o pagamento parcial, ao tempo do vencimento. 
 
2. Acessoriedade (art.233) – O acessório segue o destino do principal. Se eu não quiser que o 
acessório acompanhe a coisa, terei que fazer uma ressalva, salvo se resultar de uma 
circunstância. Essa regra se aplica aos frutos, produtos e benfeitorias. 
Ex. 1- a entrega de terreno com suas árvores frutíferas inclui os frutos acaso pendentes. 
 2- quem aliena um imóvel transmite o ônus do imposto as servidões existentes e direito de 
cobrar do inquilino o aluguel atrasado. São acessórios da coisa e seus acrescidos o direito real de 
usufruto. 
 
3. Direito aos melhoramentos, frutos e produtos acrescidos (art.237) 
Melhoramentos: Até a entrega, a coisa com seus melhoramentos e acréscimos (pelos quais 
poderá exigir aumento do preço) pertence ao devedor, após a entrega, ao credor. Ou seja, o 
devedor deve entregar os acessórios, mas se houver acréscimos, os chamados cômodos, pode o 
devedor cobrar por eles a respectiva importância. 
Frutos: Pendentes (frutos na árvore) pertencem ao devedor, percipiendos (podiam ser colhidos, 
mas não foram) pertencem ao credor. 
Ex. o objeto da obrigação é um animal, este enquanto estava com o devedor gera um filhote 
ainda para nascer, o devedor não será compelido a entregar o animal com seu fruto. Ao devedor 
cabe o direito de exigir aumento de preço pelo acréscimo que teve a coisa. 
Produtos: Idem aos frutos. 
 
Obs: Se uma fazenda é vendida (ou locada), e antes da entrega a estrada onde ela está situada 
é asfaltada, há uma benfeitoria da qual o devedor (vendedor ou locatário) não participou, então 
ele não pode aumentar o preço (no caso do locatário, receber o valor da melhoria). 
 
 
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Direito Civil II 
Ana Patrícia 
4. Perda (extinguir)/Deterioração (avariar) - arts 234 e 238 
Perda é o desaparecimento completo da coisa para fins jurídicos (incêndio, furto). 
Obs. Deve-se identificar se houve culpa do devedor. 
 
Se a coisa se perde, sem culpa do devedor, antes da tradição, ou pendente a condição 
suspensiva => resolve-se a obrigação (o devedor devolve o dinheiro ao credor). O único 
prejudicado é o devedor (proprietário). No entanto, se houver culpa do devedor, esse responderá 
pelo equivalente mais perdas e danos. 
 
Ex. (perda sem culpa do devedor): A deveria entregar um determinado boi, antes da entrega eu já 
recebi o dinheiro, mas na noite anterior a da entrega cai um raio na cabeça do boi e ele morre, 
neste caso eu apenas devolvo o dinheiro e resolve-se a obrigação, sem pagamento de 
indenização a título de perdas e danos. 
 
Perda da coisa com culpa do devedor: culpa do devedor no sentido amplo, para fins 
obrigacionais, que engloba o dolo: que é a intenção de prejudicar outrem e no sentido stritum, que 
é a culpa relacionada com negligência, imperícia e imprudência. Neste caso, se a coisa se perder 
com culpa do devedor, resolve-se a obrigação com perdas e danos. 
 
Ex1: deveria entregar um determinado boi e já recebi o dinheiro, eu mato o boi intencionalmente; 
só que este boi iria participar de um rodeio, neste caso eu terei que devolver o dinheiro que foi 
pago pego boi e ressarcir os eventuais lucros cessantes que seriam recebidos com a exposição 
deste boi no rodeio em forma de indenização a título de perdas e danos. 
 
 
Ex2. antes da tradição por imperícia eu deixo o carro cair no penhasco. A perda será o que o 
credor deixou de ganhar sem poder trabalhar, por falta de carro. E danos o valor correspondente 
a destruição do carro. 
 
Se a coisa se perde após a tradição, o risco é do credor (comprador). Com a entrega o devedor 
ficou coberto de todo risco. 
 
Se a coisa estava à disposição do adquirente, por conta deste correm os riscos, salvo se houve 
fraude ou negligência do devedor. 
 
Quando a coisa sofre danos sem desaparecer temos a deterioração. 
 
Deterioração da coisa sem culpa do devedor (art.235 CC): se não há culpa do devedor não 
podemos falar de perdas e danos, neste caso o credor tem duas opções; ou resolve-se a 
obrigação (o devedor devolve o dinheiro ao credor sem perdas e danos), ou o credor fica com a 
coisa, no estado em que se encontrar, abatendo o valor do que se perdeu. Ex: eu vendo um carro 
e devido a um alagamento a lataria do carro fica prejudicada, com ferrugens e arranhada; ou 
devolvo o dinheiro, ou, o credor fica com o carro no estado que ficou (deteriorado), ou eu abato o 
valor da desvalorização. 
 
Deterioração da coisa com culpa do devedor: (art. 236 CC) neste caso, se a deterioração da 
coisa foi por culpa do devedor, o credor terá a opção de exigir o equivalente à coisa, ou ficar com 
a coisa no estado que se encontrar, abatendo o preço da desvalorização em ambos os casos 
com perdas e danos. 
 
 
 
7 
Direito Civil II 
Ana Patrícia 
Obrigações de restituir: 
 
Diferença entre a obrigação de dar e restituir: 
Na obrigação de dar a coisa pertence ao devedor até a tradição, e o credor recebe o que não lhe 
pertence; na obrigação de restituir a coisa pertence ao credor mesmo antes do ato gerador da 
obrigação, ou seja, a coisa estava legitimamente em poder do devedor (para seu uso), 
pertencendo, porém ao credor , que tinha sobre ela o direito real. 
Ex: em um contrato O Dono do Imóvel= Obrigação de Dar 
 O Inquilino= Obrigação de Restituir 
 
Obs: a diferença interfere na questão do risco. 
 
Obrigação de restituir: é a obrigação que tem como objetivo a transferência temporária da coisa 
para uso ou fruição (gozo). 
 
Sem trabalho (Art. 241 CC) – lucro para o credor. Ex. se o devedor não participou das reformas 
do terreno, se quem asfaltou foi a Prefeitura, o lucro é para o credor. 
Com trabalho (Art. 242 CC) – lucro para o devedor. 
 
Perda (desaparecer/extinguir) e Deterioração (danificar/deteriorar): Nos interessa a questão 
indenizatória. 
 
Perda da coisa sem culpa do devedor na obrigação de restituir coisa certa: (art. 238 CC) o 
credor suportará a perda da coisa, ele nada poderá exigir do devedor (a coisa perece para o dono 
- “res perit domino”) Ex: eu empresto um veículo com contrato de comodato expresso a uma 
pessoa e na vigência desse contrato ela é assaltada a mão armada, neste caso eu perco a coisa, 
terei que suportar o prejuízo sem exigir nada do devedor. Se na vigência de uma locação o imóvel 
for destruído sem culpa do devedor, o credor não será restituído, porém se existirem débitos 
referentes a valores locatícios estes valores terão que ser pagos ao locador (art. 238 CC). 
 
Perda da coisa com culpa do devedor na obrigação de restituir coisa certa: (art. 239 CC) o 
devedor responderá pelo equivalente (sem restituir a coisa no estado que se encontrar) da 
obrigação mais perdas e danos. A resolução acontece com perdas e danos. Ex. se eu causei um 
acidente na vigência do comodato e a coisa se perdeu eu terei que pagar um carro novo e outros 
prejuízos que você suportou porque eu não cumpri com a obrigação de restituí-lo. 
 
 
Deterioração da coisa sem culpa do devedor na obrigação de restituir: (art. 240 CC) segue o 
mesmo raciocínio da perda sem culpa, a coisa perece para o credor, a única possibilidade que o 
credor tem será a de exigir a coisa no estado em que se encontrar. 
 
Deterioração da coisa com culpa do devedor na obrigação de restituir: o art. 240 CC diz que se 
aplica o art. 239 CC: responderá o devedor pelo equivalente à coisa mais perdas e danos. O 
credor pode exigir o equivalente ou aceitar a coisa no estado que se encontrar, com direito a 
reclamar, em qualquer das duas hipóteses, indenização das perdas e danos.(cfe. enunciado 15 
CJF, aprovado na primeira jornada de direito civil no conselho da justiça federal no STJ, que 
manda aplicar ao artigo art. 240 CC as disposições do art. 236 CC). 
 
Sobre Perdas e Danos: Perdas= aquilo que se deixou de ganhar. Danos= o prejuízo. Ex: caso 
uma pessoa bata num táxi (com culpa) causando perda total neste veículo e o taxista se 
machucar precisando passar 04 meses sem trabalhar o causador do acidente terá que arcar com 
 
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Direito Civil II 
Ana Patrícia 
perdas e danos: a perda se dará pelo tempo que o taxista deixar de trabalhar e os danos pelo 
prejuízo causado no táxi. 
 
Obs: Hoje no direito civil procura-se buscar a conservação máxima do negócio jurídico (Princípio 
da conservação do negócio jurídico ou do contrato). 
 
 
 
 
 
 
Obrigação de dar coisa incerta: 
 
Conceito: Consiste da relação obrigacional cujo objeto (que é o conteúdo da prestação) é 
indeterminado, sendo indicado ao menos pelo gênero e quantidade (e aí está a razão de ser 
chamada de obrigação genérica). 
 
Obs: O ponto de referência para que possamos questionar a coisa é a escolha. 
 
Escolha ou concentração: é o fato pelo qual a coisa incerta se transforma em coisa certa, 
determinada e específica, dessa forma, a obrigação que era de dar coisa incerta se transforma 
em obrigação de dar coisa certa, só podendo ser entregue o objeto escolhido. 
 
Ex: Eu comprei cinco cabritos com 06 meses de vida para receber e não escolhi ainda, é coisa 
incerta, quando eu chego na fazenda e estou escolhendo os cinco cabritos esta é a fase da 
concentração/escolha, após a escolha ser feita a coisa passa a ser certa, determinada. 
 
 
Artigo 244 CC: este é um dispositivo que sempre desperta dúvida, porque em regra a escolha, a 
concentração da dívida cabe ao devedor, salvo previsão em contrário do instrumento, porque, 
dependendo do que estiver determinado no instrumento, a escolha pode ser feita pelo credor e 
até por um terceiro. Este dispositivo legal ainda traz que o devedor quando escolhe não poderá 
dar a coisa pior, nem será obrigado a prestar a melhor. Levando em conta a Vedação do 
Enriquecimento sem causa, pelo princípio da equivalência das prestações, temos que a escolha, 
no caso do devedor, sempre deve recair no termo médio, no gênero médio. 
 
Ex: Se tenho cinco cavalos de raças diferentes, nem posso dar o pangaré, nem sou obrigada a 
dar o alazão premiado. Terei que escolher um dos outros três cavalos levando em conta a boa fé 
objetiva. 
 
Art. 246 CC: Não se fala em inadimplemento na obrigação de dar coisa incerta porque antes da 
escolha não pode o devedor alegar deterioração da coisa ainda que decorrente de caso fortuito, 
evento totalmente imprevisível e força maior. 
Antes da escolha se houver perda ou deterioração, de quem é a culpa? Do devedor. Antes da 
escolha o devedor responde pela perda ou deterioração, mesmo que por caso fortuito ou força 
maior. A responsabilidade é do devedor, independente de culpa. O credor é eximido de qualquer 
culpa. 
 
Obs: O gênero nunca perece “genus nunquam periti”, ou seja, o gênero não se perde. A coisa 
incerta não poderá se perder ou deteriorar, mesmo por caso fortuito ou força maior, porque não 
foi individualizada. 
 
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Direito Civil II 
Ana Patrícia 
 
 
 
 
Descumprimento de dar a coisa certa (art.461-a CPC): 
Coisas móveis: busca e apreensão; 
Coisas imóveis: emissão da posse. 
 
 
 
 
Obrigação de Fazer 
 
O devedor se vinculaa determinado comportamento, consistente em praticar um ato ou realizar 
uma tarefa, donde decorre uma vantagem para o credor. 
 
Ex: Construir um muro, ministrar uma aula, realizar uma obra. 
Obs: Dentro da idéia de FAZER, encontra-se a idéia de DAR. Quem promete a entrega de 
determinada prestação, a rigor, vincula-se a fazer referida entrega. Para diferenciar temos 
obrigação de fazer quando a entrega (dar) é conseqüência de um fazer, quando não é obrigação 
de dar. 
A obrigação de fazer envolve uma atitude humana (ativa, positiva). 
A obrigação fungível é aquela cujas qualidades pessoais do devedor não interessam, não são 
relevantes. Ex: a construção de um muro, qualquer pedreiro poderá fazer.(art.249) 
A obrigação infungível não se funda nas qualidades pessoais e objetivas do devedor (cantor 
famoso), mas em CONDIÇÕES PARTICULARES, intuitu personae, (Ex. Marisa Monte). Ex: 
Caso ocorra algum problema num show de Marisa Monte, a ausência dela não poderá ser 
substituída por um outro cantor(a).(art.247) 
 
 
Impossibilidade da Obrigação de Fazer:- (não tem como cumprir a prestação, torna-se 
impossível): 
 
Sem Culpa: Ex: O professor que deveria ministrar a aula e adoece no dia. Solução: Ele apresenta 
o atestado médico e daí resolve-se a obrigação (retorna ao estado anterior da desavença). Outro 
exemplo de Impossibilidade sem culpa seria a apresentação de um show numa festa de 
aniversário de 50 anos de casamento de um casal. Se o cantor adoecer no dia da festa, não 
adiantará ele fazer outro show depois, pois o aniversário já passou. Ou seja, tornou impossível a 
obrigação, não terá como fazê-la depois. 
 
Com Culpa: Se o professor simplesmente faltar (tornando a obrigação impossível), sem uma 
justificativa, levará falta e não irá receber por aquela aula não ministrada. Ou seja, Resolve-se a 
obrigação + Perdas e Danos. 
 
 
Descumprimento da Obrigação de Fazer: (há possibilidade de fazer, mas não no prazo 
convencional, já se caracteriza a má fé) 
 
 
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Direito Civil II 
Ana Patrícia 
Sem Culpa: Assim como a Impossibilidade sem culpa, a solução do Descumprimento sem culpa 
também ocorre através da resolução da obrigação e retorno ao estado anterior. Ex: a entrega de 
uma obra em tempo posterior ao acordado porque a construtora não conseguiu cumprir o prazo 
estabelecido. 
 
Com Culpa: 
Fungível (art. 249 CC) – Quando qualquer pessoa pode realizar a prestação. Solução da Lei 
(Perdas e Danos + terceiro): Se qualquer pessoa poderá realizar a prestação, o juiz solucionará o 
problema estabelecendo que um terceiro cumpra e “enviará a conta” para o devedor. 
Infungível (art. 247 CC) – Se resolve automaticamente com Perdas e Danos. 
 
Obs.1: Fungível ≠ Infungível: O segundo terá que ser apenas com Perdas e Danos porque não 
tem como um terceiro substituir a obrigação de fazer. 
 
Obs.2: Execução da Obrigação de Fazer (art. 632 CPC): “Quando o objeto da execução for 
obrigação de fazer, o devedor será citado para satisfazê-la no prazo que o juiz lhe assinar, se 
outro não estiver determinado no título executivo”. Pode ainda o credor requerer a conversão em 
indenização (perdas e danos) 
 
Obs.3: Art. 466-A CPC: “Condenado o devedor a emitir declaração de vontade, a sentença, uma 
vez transitada em julgado, produzirá todos os efeitos da declaração não emitida “.Ex. se vc paga 
o imóvel e o vendedor não assina a escritura, o juiz determina que o cartório emita a escritura 
sem assinatura do devedor. 
 
 
Obrigação de Não Fazer 
 
Conceito: ocorre quando um devedor assume um compromisso de se abster de um ato (apenas 
atos lícitos) que poderia praticar se não fosse o vínculo que o prende). 
Ex. a pessoa que promete não vender uma casa a não ser para o credor. 
A obrigação de não fazer envolve uma atitude humana (negativa, passiva). 
Deve ser lícita – sem restrição sensível à liberdade individual, sem colidir com os fins da 
sociedade, não pode ser imoral ou anti-social. Ex. não casar, não trabalhar, etc. 
Inadimplemento das obrigações de não fazer = Inadimplemento das obrigações de fazer 
 
Art. 250 CC: “Extingue-se a obrigação de não fazer, desde que, sem culpa do devedor, se lhe 
torne impossível abster-se do ato, que se obrigou a não praticar”. 
Ex: Se eu possuo terreno baldio que facilita o acesso de uma estrada para a praia e eu me 
comprometo com meus vizinhos a não permitir que ninguém utilize este terreno como passagem 
para evitar que pessoas desconhecidas caminhem pela vizinhança e o poder público manda que 
eu libere para a passagem das pessoas. 
 
Art. 251 CC: “Praticado pelo devedor o ato, a cuja abstenção de obrigara, o credor pode exigir 
dele que o desfaça, sob pena de desfazer à sua custa, ressarcindo o culpado perdas e danos”. 
Obs. Em caso de urgência o credor pode desfazer ou mandar desfazer, independente de 
autorização judicial (cabe o ressarcimento). 
 
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Obrigação Alternativa (Arts. 252 a 256 CC) 
 
Conceito: são aquelas obrigações que têm por objeto duas ou mais prestações, porém apenas 
uma deverá ser cumprida. Tal obrigação dará a opção ao devedor ou credor de escolher pela 
obrigação a ser cumprida. 
 
Obs. Não se pode inferir que a obrigação é alternativa, esta condição terá que estar expressa que 
é uma coisa ou outra, a conjunção OU deverá constar no contrato. 
 
Após a escolha/concentração a obrigação passa a ser a de Dar Coisa Certa, de Fazer ou Não 
Fazer. 
Ex: Um supermercado firmou contato com um fornecedor de todo dia 30 comprar leite 
condensado ou creme de leite. No dia 15 faz a escolha e no dia 30 recebe (até o dia 15 a 
obrigação é alternativa, depois é obrigação de dar coisa certa e simples). 
 
A Obrigação de Fazer depende de um ato. O devedor faz a escolha em regra, mas nada impede 
que a escolha seja feita pelo credor. (ou seja, tanto um quanto o outro, depende do que for 
definido no contrato). A Obrigação também pode ser feita por sorteio (Art. 817 CPC: “Ressalvado 
o disposto no artigo 810 - ‘O indeferimento da medida obsta a que parte intente a ação, nem influi 
no julgamento desta, salvo se o juiz, no procedimento cautelar, acolher a alegação de decadência 
ou de prescrição do direito do autor’ - , a sentença proferida no arresto não faz coisa julgada na 
ação principal”). 
 
Impossibilidade: 
 
 Uma (Art. 253: “Se uma das duas prestações não puder ser objeto da obrigação 
ou se tornada inexequível, subsistirá o débito quanto à outra”).Ex. A deve 
entregar a B um jumento ou duas cabritas. Se o jumento morre A deve entregar 
Sem culpa: as cabritas. 
 Ambas (Art. 256: “Se todas as prestações se tornarem impossíveis sem culpa 
 do devedor, extinguir-se-á a obrigação”). Ou seja, se ambas tornarem-se 
impos- 
 síveis devolve-se o valor da coisa e resolve-se a Obrigação. 
 
Ambas com escolha do Devedor (Art. 254 CC). Solução da Lei: Devolve-se o 
valor da última prestação + Perdas e Danos. 
Art 254: “Se, por culpa do devedor, não se puder cumprir nenhuma das prestações, não 
competindo ao credor a escolha, ficará aquele obrigado a pagar o valor da que por 
último se impossibilitou, mais as perdas e danos que o caso determina”. 
 Ambas com escolha do Credor (Art. 255 CC).Solução da Lei: O credor escolhe 
 o valor de qualquer uma delas + Perdas e Danos. Ex: Dois animais X (custa R$ 
 100) e Y (custa R$120). X morreu primeiro e Y morreu por último. O Credor re- 
 Com culpa: ceberá o valor de Y + Perdas e Danos. 
 Uma com escolha do Credor (Art. 255 CC).: prestação subsistente ou valor da 
outra mais perdas e danos. Ex: Doisoutra mais perdas e danos. Ex Dois animais X (custa R$100) e Y (custa R$ 
120).R$120). X morreu. O Credor receberá o va- 
 X morreu. O Credor receberá o animallor de Y + Perdas e Danos ou o valor de 
Xdo que morreu (X) + Perdas e Danos. 
Formatado: Fonte: Negrito
 
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 morreu + Perdas e Danos. 
Art. 255: “Quando a escolha couber ao credor e uma das prestações tornar-se 
impossível por culpa do devedor, o credor terá direito de exigir a prestação subsistente 
ou o valor da outra, com perdas e danos; se, por culpa do devedor, ambas as 
prestações se tornarem inexeqüíveis, poderá o credor reclamar o valor de qualquer das 
duas, além da indenização por perdas e danos”. 
 
 
 
Obrigação Cumulativa (Conjuntiva): 
 
São aquelas que possuem em sua prestação vários objetos ou várias obrigações que deverão ser 
cumpridas integralmente, sem exclusão de qualquer uma delas, sob pena de se haver por não 
cumprida (o devedor continuará inadimplente ou in mora). 
Obs. Esse tipo de obrigação não está no C.C., é um reforço da Obrigação de Dar Coisa Certa. 
 
 
Obrigação Facultativa: 
 
É aquela que, tendo por objeto uma só prestação, concede ao devedor a faculdade de substituí-la 
por outra. Essa faculdade pode derivar de convenção especial (acordo) ou de expressa 
disposição de lei (art. 157, § 2°) 
Art. 157, § 2°: Não se decretará a anulação do negócio, se for oferecido suplemento suficiente, ou se a 
parte favorecida concordar com a redução do proveito. 
 
Obs. Esse tipo de obrigação não está no C.C., é apenas doutrinária. 
 
Ex. Você faz um consórcio para receber uma moto, mas pode receber um carro. 
 
Distinção entre obrigação alternativa e obrigação facultativa. 
 
Alternativa: a obrigação se extingue com a entrega de um dos dois ou mais objetos existentes. Há 
pluralidade de objetos e todos são devidos até que se entregue um deles. 
 
Facultativa: existe um objeto devido apenas e o devedor pode exonerar-se dela oferecendo outro 
no lugar daquele. Não pode porém, ser obrigado pelo credor a dar outra coisa. 
 
Obs: Obrigação Impossível  Obrig. Alternativa: continua existindo com relação aos demais. 
  Obrig. Facultativa: extingue a obrigação (porque o objeto é único) 
 
Perecimento sem culpa do devedor: tanto na Obrigação Alternativa (todos os objetos sem culpa) 
como na Obrigação Facultativa será extinta a obrigação. 
 
 
Obrigações Divisíveis e Indivisíveis: 
 
As Obrigações Divisíveis e Indivisíveis dizem respeito ao Objeto da Prestação. A questão da 
divisibilidade ou indivisibilidade só se apresenta importante diante da pluralidade de sujeitos. 
 
Dos Bens Divisíveis 
Formatado: Fonte: Negrito
Formatado: Fonte: Negrito
 
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Art. 87 CC: Bens divisíveis são os que se podem fracionar sem alteração na sua substância, 
diminuição considerável de valor, ou prejuízo do uso a que se destinam. 
Art. 88 C: Os bens naturalmente divisíveis podem tornar-se indivisíveis por determinação da lei ou 
por vontade das partes. 
 
Obrigações Divisíveis: são as obrigações possíveis de cumprimento fracionado. É aquela cujo 
pagamento pode ser dividido em parcelas sem que se descaracterize o objeto da prestação. 
Art. 257 CC: “Havendo mais de um devedor ou mais de um credor em obrigação divisível, esta presume-
se dividida em tantas obrigações, iguais e distintas, quanto aos credores e devedores: 
 
 Pluralidade de devedores: Divide-se em tantas obrigações iguais e distintas quanto os 
devedores. Ex: Despesas com condomínio; se o valor total do condomínio é de R$100 e 
existem 10 condôminos, o valor que deverá ser pago por cada um deles é de R$10. 
 Pluralidade de credores: O devedor comum paga a cada um dos credores a parcela da dívida 
global. Cada credor só poderá exigir a sua parcela. Ex: A divisão dos lucros de uma empresa 
entre os sócios. 
 
Obrigações Indivisíveis: são aquelas que só podem cumprir em sua integralidade. São aquelas 
cujo pagamento só pode ser efetuado de uma única vez, sob pena de descaracterizar o objeto da 
prestação. 
Art. 258 CC: A Obrigação é indivisível quando a prestação tem por objeto uma coisa ou um fato não 
suscetível de divisão, por sua natureza, por motivo de ordem econômica, ou dada a razão determinante do 
negócio jurídico. 
 
 Pluralidade de devedores: Cada um dos devedores será obrigado pela dívida toda. Ex: A e B 
devem um animal a C. Este poderá exigir de um ou de ambos. Se A pagar sub-roga-se no 
direito de credor em relação a B (art.259). 
Art. 259 CC: “Se, havendo dois ou mais devedores, a prestação não for divisível, cada um será obrigado 
pela dívida toda. 
Parágrafo Único: O devedor, que paga a dívida, sub-roga-se no direito do credor em relação aos outros 
coobrigados”. 
 
 Pluralidade de credores: qualquer um dos credores pode exigir do devedor a dívida inteira. Ex. 
C deve um automóvel a A e B. Tanto A como B podem exigir de C o automóvel. 
 
 A 
 X B (credores) 
(devedor) C 
 
Obs: Se A, B e C adquirem um lote de terreno a X qualquer deles pode exigir de X o 
cumprimento integral da obrigação. 
 
Art. 260 CC: “Se a pluralidade for dos credores, poderá cada um destes exigir a dívida inteira; mas o 
devedor ou devedores se desobrigarão, pagando: 
I – a todos conjuntamente; 
II – a um, dando este caução de ratificação dos outros credores”. 
 
Quando o devedor se desobriga? 
R. Ele se exime cumprindo a obrigação para todos, exigindo uma quitação (através de recibo) 
em nome de todos devedores. Pode também pagar a um só e este se compromete com os 
outros dois. 
 
 
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 Art. 261 CC: “Se um só dos credores receber a prestação por inteiro, a cada um dos outros assistirá o 
direito de exigir dele em dinheiro a parte que lhe caiba no total”. 
 
 Art. 262 CC: “Se um dos credores remitir a dívida, a obrigação não ficará extinta para os outros; mas 
estes só a poderão exigir, descontada a quota do credor remitente. 
Parágrafo Único: O mesmo critério se observará no caso de transação, novação, compensação ou 
confusão”. 
Portanto, se um dos credores disser que não quer a sua parte (remissão/perdão da dívida) não se 
deverá mais cobrar a quota deste credor ao devedor. 
 
Art. 263 CC: “Perde a qualidade de indivisível a obrigação que se resolver em perdas e danos. 
§ 1º: Se, para efeito do disposto neste artigo, houver culpa de todos os devedores, responderão todos por 
partes iguais. 
§ 2º Se for de um só a culpa, ficarão exonerados os outros, respondendo só esse pelas perdas e danos”. 
 
 
 
Ex: Em uma dívida de R$30. Onde A, B e C são os devedores e X é o credor. 
 
 A + B + C 
(R$10 + P e D) (R$10) (R$10) 
 
 
 Animal (morto por culpa de A) 
 X 
Obs.: O objeto torna-se indivisível e o causador da culpa (neste caso, A) irá pagar a sua parte 
mais Perdas e Danos. Sem culpa não há responsabilidade civil. 
 
Obrigações Solidáriasolidariedade: ( (Arts.264 a 285) 
 
Existe solidariedade quando, na mesma obrigação, concorre uma pluralidade de credores, cada 
um com o direito a dívida toda (solidariedade ativa) ou uma pluralidade de devedores, cada um 
obrigado à dívida por inteiro (solidariedade passiva). 
 
A + B + C X D + E + F  Sujeitos 
(Devedores) (Credores) 
 
 Obs: A idéia de solidariedade é fortalecer o vínculo entre credores e devedores. 
 
Art. 264. Há solidariedade, quando na mesma obrigaçãoconcorre mais de um credor, ou mais de um 
devedor, cada um com direito, ou obrigado, à dívida toda. 
(Solidariedade Mista = Solidariedade Ativa + Solidariedade Passiva) 
 
Art. 265. A solidariedade não se presume; resulta da lei ou da vontade das partes. 
 
Art. 266. A obrigação solidária pode ser pura e simples para um dos co-credores ou co-devedores, e 
condicional, ou a prazo, ou pagável em lugar diferente, para o outro. 
 
 SOLIDARIEDADE X INDIVISIBILIDADE 
Formatado: Fonte: Não Itálico
Formatado: Sublinhado
 
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Subjetiva (sujeito,origem técnica) Objetiva (objeto, origem material) 
tem origem no próprio título (título no sentido de 
contrato) 
tem origem na natureza da obrigação (é a 
própria natureza) 
Cada devedor paga por inteiro porque deve por 
inteiro 
Cada devedor paga por inteiro porque outra 
solução não é possível 
Converte-se em perdas e danos e o vínculo se 
mantém (os atributos permanecem). Art. 271 
Convertendo-se a prestação em perdas e danos, 
subsiste, para todos os efeitos, a solidariedade. 
Converte-se em perdas e danos e desaparece 
a indivisibilidade (os atributos não 
permanecem). Art. 263. Perde a qualidade de 
indivisível a obrigação que se resolver em perdas e 
danos. § 1o Se, para efeito do disposto neste artigo, 
houver culpa de todos os devedores, responderão 
todos por partes iguais. § 2o Se for de um só a 
culpa, ficarão exonerados os outros, respondendo 
só esse pelas perdas e danos. 
 
Obs: A causa de um é a causa do outro! 
 
 
 
Características da solidariedade: 
1. A prestação é única ou “unidade na prestação”: qualquer que seja o número de 
devedores e credores o débito/crédito é sempre único; 
2. Pluralidade e Independência do vínculo: o vínculo que une os devedores é um e o que 
une os credores é outro. Não há vínculo entre devedores e credores, apenas entre si. O 
credor está para exigir dos devedores solidários e os devedores estão para cumprir com 
os credores solidários; 
3. Unidade de causa: a causa é única. A dívida solidária é suportada por igual por todos os 
devedores. O contrato é um só para todos: credores e devedores. Todos os devedores 
assumem a dívida de uma só vez quando assinam o contrato. 
 
Obs: 
1. Solidários (dívidas solidárias): a origem é comum: Ex. três irmãos que vão ao banco 
pedir um empréstimo; 
2. “In solidum”: Não existe solidariedade entre os devedores porque não existe uma origem 
comum na obrigação. Embora ligados por um mesmo fato, os liames que unem os 
devedores ao credor são independentes. Ex: suponhamos um caso de incêndio em uma 
fazenda segurada, causada por culpa de terceiro. Tanto a seguradora como o autor do 
incêndio devem à vítima a indenização pelo prejuízo; a seguradora no limite do contrato 
e o agente pela totalidade. A vítima pode reclamar a indenização de qualquer um deles, 
indistintamente, e o pagamento efetuado por um libera o outro devedor. Contudo, não 
existe solidariedade entre os devedores porque não existe uma causa comum, uma 
origem comum na obrigação. A responsabilidade da seguradora tem origem no contrato, 
e a do agente decorre dos princípios do art. 186 CC (ato ilícito); 
 
Solidariedade Ativa: é a mais rara que existe. 
 
Conceito: Havendo vários credores pode cada um exigir do devedor comum a prestação por 
inteiro; e o devedor se libera da dívida pagando a qualquer um dos credores. 
 
 
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Ex: Uma conta bancária em nome de três pessoas. Se depositarmos o valor nesta conta, nos 
livramos/eximimos da dívida com as três pessoas. Existe vantagem para o devedor, porque 
pagando a um se exonera da dívida toda, e qualquer um pode cobrar a dívida. 
 
Obs: 
Vantagem: qualquer credor pode exigir a totalidade da dívida e o devedor pode liberar-se da 
obrigação pagando a prestação a qualquer um dos credores. 
Desvantagem: pode “D” cobrar durante a ausência de “E” e “F” e depois “D” sumir. 
 
 C X D + E + F  Sujeitos 
(Devedor) (credores) 
 
 
Efeitos da Solidariedade Ativa: 
 
1. Quanto ao cumprimento da prestação: Quando um dos credores poderá exigir o 
cumprimento da prestação (Art. 267 CC). 
 
Art. 267. Cada um dos credores solidários tem direito a exigir do devedor o cumprimento da 
prestação por inteiro. 
 
 
 
 2. 
2.Quanto ao Pagamento e Remissão=Perdão (Arts. 268, 269 e 272 CC) 
 
 C X D + E + F 
(Devedor) (credores) 
 
Art. 268. Enquanto alguns dos credores solidários não demandarem o devedor comum, a qualquer 
daqueles poderá este pagar. 
Ex. Se “D” acionar “C” na justiça, C terá que pagar preferencialmente a “D”, que recebe em 
nome de todos. E se nenhum acionar, “C” poderá pagar a qualquer um dos três. 
 
Art. 269. O pagamento feito a um dos credores solidários extingue a dívida até o montante do que foi 
pago. 
Ex. “C” pagou R$200 a “D” de uma dívida de R$300. Ele continua devendo R$100 aos três 
credores. 
 
Art. 272. O credor que tiver remitido a dívida ou recebido o pagamento responderá aos outros pela 
parte que lhes caiba. 
Ex.Se “D” perdoar a dívida completa, “C” não vai pagar nada a ninguém. E “D” responderá 
perante “E” e “F”. 
Se “C”, receber a remissão de R$200 de “D” ele ainda continua devendo R$100 aos 03 
credores. 
 
3.2. Quanto às Perdas e Danos (Art. 271 CC): Subsiste a solidariedade. 
 
Art. 271. Convertendo-se a prestação em perdas e danos, subsiste, para todos os efeitos, a 
solidariedade. 
 
4.3. Quanto às Exceções Pessoais: 
Formatado: Sublinhado
Formatado: Sublinhado
Formatados: Marcadores e numeração
Formatados: Marcadores e numeração
Formatados: Marcadores e numeração
 
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Art. 273. A um dos credores solidários não pode o devedor opor as exceções pessoais 
oponíveis aos outros. 
É matéria de Defesa. 
 
5.4. Julgamento: 
 
Art. 274. O julgamento contrário a um dos credores solidários não atinge os demais; o julgamento 
favorável aproveita-lhes, a menos que se funde em exceção pessoal ao credor que o obteve. 
 
O julgamento desfavorável a um credor não prejudica os demais. Se for favorável beneficia os 
demais. 
 Aciona 
 
Ex: C X D + E 
 (Dev) (credores) 
 
 
 
 
 
 
 
 
6.5. Morte (Art. 274 e 270 CC, respectivamente): 
 
Art. 270. Se um dos credores solidários falecer deixando herdeiros, cada um destes só terá direito a 
exigir e receber a quota do crédito que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação 
for indivisível. 
 
 
Ex. Numa dívida de R$300, ocorrendo a Morte de F. 
(dev.) (credores) 
 C X D + E + F 
 Morre deixando R$ 100 
 
 f1 f2 = os herdeiros só poderão cobrar o quinhão de “F”, ou seja, R$100. 
 
Obs: se a obrigação for um animal, f1 e f2 podem cobrar a dívida toda. 
 
 
Solidariedade Passiva: 
 
Conceito: é aquela que obriga todos os devedores ao pagamento total da dívida. 
Obs. É muito importante na vida negocial porque reforça o vínculo e facilita o adimplemento. 
 
Efeitos da Solidariedade Passiva: 
 
1. Pagamento Total e Parcial: 
 
Art. 275. O credor tem direito a exigir e receber de um ou de alguns dos devedores, parcial ou 
totalmente, a dívida comum; se o pagamento tiver sido parcial, todos os demais devedores continuam 
obrigados solidariamente pelo resto. 
Formatados: Marcadores e numeração
Formatados: Marcadores e numeração
Formatado: Sublinhado
Formatado: Recuo: À esquerda: 0,63
cm
 
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Parágrafo único. Não importará renúncia da solidariedade a propositura de ação pelo credor contra um 
ou alguns dos devedores. 
Art. 277. O pagamento parcial feito por um dos devedores e a remissão por ele obtida não aproveitam 
aos outros devedores, senão até à concorrência da quantia paga ou relevada. 
Art. 283. O devedor que satisfez a dívida por inteiro tem direito a exigir de cada um dos co-devedores a 
sua quota, dividindo-se igualmente por todos a do insolvente, se o houver, presumindo-se iguais, no 
débito, as partes de todos os co-devedores. 
Art. 284. No caso de rateio entre os co-devedores, contribuirão também os exonerados da 
solidariedade pelo credor, pela parte que na obrigação incumbia ao insolvente. 
 
Exemplos: 
 Se existem 3 devedores e um paga toda a dívida, todos se exoneram e o que pagou tem 
direito de regresso contra os outros 2. 
 Se existem 3 devedores e um paga a dívida parcialmente, todos ficam responsáveis pelo 
restante. 
 Se numa dívida de R$300, com 3 devedores, e um é insolvente, os outros 2 terão que pagar 
toda a dívida: 
 
 (Devedores) 
 Credor 
A + B + C  D 
(Insolvente) (satisfaz a insolvência (Passa a dever apenas R$150) 
 pagando os R$300) 
 
 
Art. 285. Se a dívida solidária interessar exclusivamente a um dos devedores, responderá este por 
toda ela para com aquele pagar. 
 
 Devedores Credor 
(A) + B + C  D 
(Exonerado p/ D) (paga R$200 sozinho) (Ficou Insolvente) 
 
 
 
 
 
Art. 285. Se a dívida solidária interessa exclusivamente a um dos devedores, responderá este por toda ela 
para com aquele que pagar. 
Numa dívida de R$300 “A” foi exonerado por “D” (credor), e “C” ficou insolvente. Se “C” fica insolvente, “A” volta a 
dever junto com “B”. 
Obs: Renúncia não é perdão. “A” paga separado e “B” paga R$200 sozinho. 
Obs: Renunciar ou Exonerar ≠ Perdoar 
 
Ex. Se A deu um bem (uma casa) em garantia. B paga a dívida e resgata a hipoteca. A deve 
pagar a B para retirar a hipoteca.Obs: Interessa apenas a 01. Ex: Uma casa. 
 
 Devedores Credor 
A + B  D 
 Fiador (Paga a dívida) 
 
Então, “A” paga “B” (porque “B” pagou a dívida que pertencia à “A” para “D”). 
 
 
2. Renúncia (Art. 282 CC) 
 
Formatado: Fonte: 12 pt
Formatado: Recuo: À esquerda: 0
cm, Primeira linha: 0 cm
Formatado: Fonte: 12 pt
Formatado: Fonte: 12 pt
Formatado: Sem sublinhado
 
19 
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Se a solidariedade for legal, a renuncia poderá dar-se verbalmente ou por escrito ou, ainda, 
pela prática de atos reveladores de intentio de abrir mão do benefício, hipótese em que se terá 
a renúncia tácita. Ao credor para que possa demandar os co-devedores solidários 
remanescentes, cumprirá bater no débito o quantum alusivo ã parte devida pelo que foi 
liberado da solidariedade. Ex. A, B e C são devedores solidários de D pela quantia de R$ 
30.000,00. D renuncia a solidariedade em favor de A, perdendo então o direito de exigir dele 
uma prestação acima de sua parte no débito, isto é, R$ 10.000,00. B e C responderão 
solidariamente por R$ 20.000,00, abatendo da dívida inicial de R$ 30.000,00 a cota de A (R$ 
10.000,00). Assim os R$ 10.000,00 restante só poderão ser reclamados daquele que se 
beneficiou da renúncia da solidariedade. Se a renúncia for total ou absoluta extinguir-se-á a 
obrigação solidária passiva, surgindo em seu lugar uma obrigação conjunta, em que cada 
devedor responderá tão somente por sua parte, pois o débito será rateado entre os co-
devedores, visto-se que a obrigação torna-se pro rata em relação a todos. (art.282) 
 
Art. 282. O credor pode renunciar à solidariedade em favor de um, de alguns ou de todos os 
devedores. 
Parágrafo único. Se o credor exonerar da solidariedade um ou mais devedores, subsistirá a dos 
demais. 
 
Art. 284. No caso de rateio entre os co-devedores, contribuirão também os exonerados da 
solidariedade pelo credor, pela parte que na obrigação incumbia ao insolvente. 
 
Ex. Se numa dívida de R$300 “A” foi exonerado por “D” (credor), e “C” ficou insolvente. Se “C” 
fica insolvente, “A” volta a dever junto com “B”. 
 Devedores Credor 
(A) + B + C  D 
(Exonerado por D) (deve) (deve) 
 
 Devedores Credor 
(A) + B + C  D 
(Exonerado por D,volta a dever) (deve) Ficou Insolvente) 
 
 
Obs: Renúncia (=exoneração) não é perdão (=remissão). 
 
 
 
 
 
 
3. Cláusula Adicional (Art. 278 CC:) 
 
Art. 278. Qualquer cláusula, condição ou obrigação adicional, estipulada entre um dos devedores 
solidários e o credor, não poderá agravar a posição dos outros sem consentimento destes. 
 
Obs: Não surtirá efeito, não tem eficácia. 
 
 Devedores Credor 
A + B + C  D 
 
Ex: Caso exista uma dívida de 24 meses a 1% e “A” vai ao banco sozinho e negocia esta 
dívida a 24 meses a 10% , isto é numa condição pior que a anteriormente contratada, essa 
nova negociação ela passa a não valer para “B” e “C”. Exceto se “B” e “C” for ao banco 
negociar a dívida junto com “A”. 
 
Formatado: Justificado
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Formatado: Fonte: 12 pt
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da fonte: Automática
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20 
Direito Civil II 
Ana Patrícia 
 
4.Impossibilidade da Prestação (Art. 279 CC) 
4. 
 
Art. 279. Impossibilitando-se a prestação por culpa de um dos devedores solidários, subsiste para 
todos o encargo de pagar o equivalente; mas pelas perdas e danos só responde o culpado. 
 
Ex. Os devedores não puderam entregar o produto por culpa de A. A obrigação permanece para os 
três e A responde por perdas e danos. 
 
 Devedores Credor 
A + B + C  D 
 
(Deu causa a impos- “A” ,“B” e “C” respondem pela entrega. 
 sibilidade da entrega 
do produto) “A” responde sozinho por Perdas e Danos por ter dado causa a impossibilidade da prestação. 
 
 “A” responde sozinho por Perdas e Danos por ter dado causa a impossibilidade da prestação. 
 do produto) 
 
 
 
5.Juros da Mora (Art. 280 CC) 
5. 
 
Art. 280. Todos os devedores respondem pelos juros da mora, ainda que a ação tenha sido proposta 
somente contra um; mas o culpado responde aos outros pela obrigação acrescida. 
 
Ex: Por causa de “A” o pagamento foi realizado em atraso (30/09) gerando juros de mora  “A”, “B” e “C” pagam 
e “B” e “C” cobram (têm direito de regresso) de “A”. 
 
 Devedores Credor 
A + B + C  D 
 Data do Vencimento = 10/09 
Ex: Por causa de “A” o pagamento foi realizado em 30/09 gerando juros de mora  “A”, “B” e “C” pagam e “B” e 
“C” cobram de “A”. 
 
Obs: na mora a entrega ainda é útil, isto é, mesmo com atraso a entrega interessa ao credor. 
 
6. Exceções Pessoais – (Matéria de Defesa) 
 (Art. 281CC) 
Art. 281. O devedor demandado pode opor ao credor as exceções que lhe forem pessoais e as 
comuns a todos; não lhe aproveitando as exceções pessoais a outro co-devedor. 
 
 
 
 
 
 
 Devedores Credor 
 
A + B + C  D 
Terá que se defender no processo. “C” não pode alegar uma dívida que “B” 
tem 
com “DB” tem com “BD” (pois a exceção era apenas de “BD”). Mas se a 
exceção pessoal for de “C”, ou de todos, pode. 
 
6.Renúncia (Art. 282 CC)Art. 282. O credor pode renunciar à solidariedade em favor de um, de alguns ou de todos os devedores. 
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Direito Civil II 
Ana Patrícia 
Parágrafo único. Se o credor exonerar da solidariedade um ou mais devedores, subsistirá a dos demais. 
 
 
8.7. Morte (Art. 276 CC) 
 
Art. 276. Se um dos devedores solidários falecer deixando herdeiros, nenhum destes será obrigado a 
pagar senão a quota que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível; 
mas todos reunidos serão considerados como um devedor solidário em relação aos demais devedores. 
 
Ex: Numa dívida de R$300 
 
 Devedores Credor 
 
 A + B + C  D 
 
 
 A¹ e A² = R$100 espólio Indivisível= “D” cobra de A¹, A², “B” e “C”. 
 DDivisível= “D” cobra apenas a quota parte de A¹ e de A². 
 
Obs: Espólio é a herança na justiça. Bens que ficam por morte de qualquer pessoa. 
 
 
Direito Civil II – Prof. Galindo 
Aulas 10 - 11.09.08 
 
Obrigações Naturais (Imperfeitas para os escritores alemães) 
 
As Obrigações naturais se opõem às obrigações civis. Obrigação natural é aquela em que o 
credor não tem o direito de exigir a prestação e o devedor não está obrigado a pagar. Não 
há sanção e se houver pagamento não pode ser repetido (devolvido). Não existe garantia 
nem responsabilidade do devedor. Não existe sequer o vínculo. A RETENÇÃO DO 
PAGAMENTO é a única garantia atribuída pelo direito positivo a esta espécie de obrigação. 
 
Ex. 1. Gorjeta de um garçom, a não ser que haja norma. 
2. Comissão amigável para intermediar venda de um imóvel. Não são corretores 
profissionais e não há obrigatoriedade de remuneração da intermediação. 
 
Ninguém pode exigir (art.564, III e 832) 
 
Art. 564. Não se revogam por ingratidão. 
III – as que se fizerem em cumprimento de obrigação natural. 
 
Art. 882. Não se pode repetir o que se pagou para solver dívida prescrita, ou cumprir 
obrigação judicialmente inexigível. 
 
 
Obrigações Principais e Acessórias 
 
Art. 92 (noção de principal e acessório). 
 
O acessório segue o principal. 
 
As obrigações principais nascem existem por si mesmas (independentes). 
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Direito Civil II 
Ana Patrícia 
 
As obrigações acessórias surgem unicamente para se agregar a outras. Elas dependem da 
principal. 
 
Distinção: A obrigação acessória segue a sorte da obrigação principal. Desaparecendo a 
obrigação principal desaparece a obrigação acessória. A recíproca não é verdadeira. 
 
Ex. o contrato principal pode ser perfeito, sendo nula a fiança, por incapacidade do agente. 
Mas se nulo for o contrato principal, não havemos de falar em fiança, porque nada mais há 
o que garantir. 
 
Transferência da Obrigação Principal = Transferência da Obrigação Acessória. 
Exceção: fiança. O fiador garante um primitivo devedor e só com a sua anuência garantirá 
outro, pois é uma garantia pessoal (intuito persona, personalíssima), baseada na confiança. 
 
O caráter acessório e/ou principal pode emanar da: 
 
a) Vontade das partes: são comuns os direitos de garantia como a fiança (garantia 
pessoal) e o penhor e a hipoteca (garantias reais). A fiança, o penhor e a 
hipoteca são obrigações acessórias a uma obrigação principal. Constituem um 
reforço para o adimplemento da obrigação principal. (servem para garantir o 
cumprimento da principal). 
 
Ex: juros: sua existência depende da principal e são considerados frutos civis. 
Podem ser demandados autonomamente, porque ganham foro de obrigação 
autônoma, sem perderem seu caráter de acessório. 
 
b) Lei: é o caso da evicção, onde o vendedor, além da obrigação inerente à compra 
e venda, de entregar a coisa vendida, é obrigado a resguardar o comprador 
contra os riscos. (art. 447 CC) 
Art. 447: Nos contratos onerosos, o alienante responde pela evicção. Subsiste esta garantia ainda 
que a aquisição se tenha realizado em hasta pública. 
 
 
Obrigações Líquidas e Ilíquidas 
 
 
Líquidas: estão presentes os requisitos que permitem a imediata identificação do OBJETO 
DA OBRIGACAO (qualidade + quantidade + natureza) 
 
Art. 1533 do CC/1916: Considera-se líquida a obrigação certa, na sua existência, e determinada, 
quanto ao seu objeto. 
 
Ex. obrigação de pagar R$ 1.000,00, 100 sacas de cereal, entregar automóvel específico. 
 
Ilíquidas: o objeto da prestação é desconhecido (não há quantidade e gênero). Diante da 
impossibilidade o juiz pode dar a sentença ilíquida (não pode mensurar). Exigem uma 
posterior liquidação (ex. perícia). A ilíquida é incerta quanto à existência e indeterminada 
quanto ao objeto. 
 
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23 
Direito Civil II 
Ana Patrícia 
Ex. bateram no carro do taxista, ele vai exigir perdas e danos, se o juiz não determinar o 
valor é ilíquida porque não está determinada. 
 
OI => processo de liquidação (CPC arts. 586 e §§ / 603 a 611) => OL 
 
 
 
 
Obrigação Ilíquida X Obrigação de Dar Coisa Incerta 
Decorre do processo Provém geralmente de contratos 
Tendência de toda coisa ilíquida: liquidez. Tendência de toda coisa incerta: certeza 
 (por meio da escolha). 
Obrigações Puras e Simples 
 
As obrigações puras e simples são as de dar, restituir, fazer e não fazer. Característica: 
credor + devedor + objeto da prestação. 
 
Obrigações Condicionais 
 
Art. 121 (Conceito de Condição) 
 
1. Condição Suspensiva (Art.125): quando os contraentes protelam temporariamente a 
eficácia do negócio até a realização do evento futuro e incerto. Se pendente tal condição, 
só com seu implemento é que o contrato se aperfeiçoará. Não há débito, nem obrigação, 
nem ação, apenas um Direito Eventual. 
 
Ex. o contrato de compra e venda do quadro X só produzirá efeitos se ele for aceito numa 
exposição internacional. 
 
Conseqüências da Condição Suspensiva: 
 
 Pagamento: não se pode exigir o pagamento da obrigação antes do implemento da 
condição. Restituição: caberá a repetição do indébito se o devedor pagar a obrigação antes do 
implemento da condição (art.876). 
 
Ex. a compra de um cavalo se ele ganhar o prêmio Y. Cabe repetição se tiver pago o 
cavalo e ele não ganhar. Se não tiver pago e ele não ganhar extingue-se a obrigação. 
 
 
 Extinção: extingue-se a obrigação se a condição não se realizar. 
 
 Novas disposições: art. 126 
 
Ex: A doa um objeto a B sob condição suspensiva e vende o mesmo bem a C. A venda 
será nula se realizada a condição. A doa a B o usufruto de uma coisa (uso e gozo) sob 
condição suspensiva e aliena a C a sua propriedade. Váalida será tal alienação porque 
não há compatibilidade entre a nova disposição e a anterior. 
 
 Prescrição: não há prescrição, se pendente a condição suspensiva (art.199-I) 
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24 
Direito Civil II 
Ana Patrícia 
 
 Atos de Conservação: A condição suspensiva não obsta o exercício dos atos 
destinados a conservar o direito a ela subordinado. O devedor poderá praticar os 
atos normais de gestão e até perceber os seus frutos, mas todos os riscos correrão 
por sua conta (art. 130). 
 
 Data do Cumprimento: data do implemento da condição, cabe o credor provar que o 
devedor teve ciência de tal implemento. (art. 332) 
 art. 332 
 
 Perda e Deterioração da Coisa: art. 234 – 236. 
 
2. Condição Resolutiva (art. 127): quando a ineficácia do ato negocial se subordina a um 
evento futuro e incerto. Verificada a condição a obrigação se desfaz retroativamente, 
como se nunca tivesse existido (art.1359 CC). 
 
Negócio Jurídico = Aquisição do Direito e Produção dos Efeitos Jurídicos => Implemento da 
condição resolutiva = resolve-se o NJ (extingue-se o Direito) 
 
Ex. compra e venda de uma fazenda sob a condição de o negócio se desfazer se gear nos 
próximos três anos. 
 
Os riscos da coisa alienada são do credor ou adquirente. A resolução supõe a restituição do 
objeto. 
 
Ex. No exemplo acima da fazenda, se houver uma enchente por conta de uma quebra de 
barragem, quem arca com a perda é o comprador. 
 
Conseqüências da Condição Resolutiva: 
 
Perda e Deterioração: como o direito se adquire de pleno direito, o possuidor suporta a 
perda ou deterioração. 
 
3. Modais: encontram-se oneradas como um modo (encargo). É a cláusula acessória que 
impõe um ônus à pessoa natural ou jurídica contemplada na relação creditória. 
 
Ex. obrigação imposta ao donatário de construir no terreno doado uma escola. Ele terá que 
empregar o bem recebido pela maneira e com a finalidade estabelecida pelo doador. Se 
não construir a escola resolve-se a obrigação. 
 
Conseqüências: 
 
CC arts. 136 e 137. 
 
Não Cumprimento: revogação da liberalidade. Pode ser cumprido por outrem (desde que 
não personalíssimo) e exigido pelos herdeiros, beneficiários, MP (se for do interesse 
público). 
 
4. A Termo (prazo): as partes subordinam os efeitos do ato negocial a um evento futuro e 
certo. Termo é o dia em que começa ou se extingue a eficácia do negócio jurídico. Não 
atua sobre a validade do negócio, mas sobre seus efeitos. 
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25 
Direito Civil II 
Ana Patrícia 
 
Inicial (dies a quo): o direito só se torna exercitável com a superveniência do termo (art. 
131). 
 
Obs: O devedor pode pagar antes do termo, mas o credor não pode exigir a obrigação 
antes do prazo, salvo nos casos verificados no art. 133, I a III, do CC. Os atos destinados ä 
conservação do direito já são permitidos. 
 
Ex. Uma locação só se iniciará daqui a dois meses e o locatário já pode exercer os atos de 
conservação. 
 
Final (dies ad quem): determina a data da cessação dos efeitos do ato negocial 
extinguindo as obrigações dele oriundas. 
 
Certo: quando estabelece a data do calendário (dia, mês e ano) ou quando fixa um certo 
lapso de tempo. 
 
Incerto: refere-se a acontecimento futuro que ocorrerá em data indeterminada. 
 
Ex. a transferência de determinado imóvel será realizada a partir da morte de seu 
proprietário. A morte é sempre certa, a data é que é incerta. 
 
Obrigações de Meio e de Resultado 
 
Obrigações de Meio: o devedor se obriga tão-somente a usar de prudência e diligência 
normais na prestação de certo serviço para atingir um resultado sem, contudo, se vincular a 
obtê-lo. O conteúdo é a própria atividade do devedor. 
Ex: contrato de prestação de serviços médicos (operação plástica reparadoraestética) ou 
advocatícios. 
 
 
Obrigações de Resultado: o credor tem o direito de exigir do devedor a produção de um 
resultado. O conteúdo é a produção de um resultado útil ao credor. 
Ex: contrato de transporte, ou empreitada de uma obra, ou operação plástica 
estéticareparadora. 
 
 
 
 
 
Transmissão das Obrigações (Arts. 286 -303 CC). 
 
 
Cessão de Crédito: É um negocio jurídico bilateral onde o credor transfere a terceiro seu 
direito de credito contra o devedor (é quando o devedor fica sabendo da cessão de crédito 
e transmite o valor direto para o cessionário). 
Art. 286. O credor pode ceder o seu crédito, se a isso não se opuser a natureza da obrigação, a lei, ou 
a convenção com o devedor; a cláusula proibitiva da cessão não poderá ser oposta ao cessionário de 
boa-fé, se não constar do instrumento da obrigação. 
Art. 287. Salvo disposição em contrário, na cessão de um crédito abrangem-se todos os seus 
acessórios. 
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da fonte: Automática
 
26 
Direito Civil II 
Ana Patrícia 
 
Partes: Credor = cedente; terceiro = cessionário; devedor = cedido. 
 
A doutrina costuma classificar as seguintes espécies: 
1. Cessão Onerosa: é quando se vende um crédito a um terceiro. O cessionário paga pelo 
recebimento do crédito. (é quando se vende um crédito a um terceiro). 
Art. 295. Na cessãopor título oneroso, o cedente, ainda que não se responsabilize, fica responsável ao 
cessionário pela existência do crédito ao tempo em que lhe cedeu; a mesma responsabilidade lhe cabe 
nas cessões por título gratuito, se tiver procedido de má-fé. 
Ex: compra e venda; empresas de factoring: vc troca um cheque de terceiro na factoring 
que era pra 30 dias no valor de R$ 1.000,00. A factoring fica com o cheque e paga R$ 
900,00 a vc. 
 
1.2. Cessão Gratuita: não há contraprestação por parte do cessionário. Ex: doação. 
 
2.3. Voluntária: Emana da vontade livre do cedente e do cessionário. A voluntária 
você escolhe, pode ser onerosa ou gratuita. 
 
4. Legal/Necessária: Acontece por força da lei. Toda cessão de crédito depende de um 
acordo de vontade (o que for expresso na lei é legal ou necessária). 
Obs: Fazer por exclusão, se não for legal (estiver escrito na lei) será voluntária. 
Acontece por força da lei. Ex: Cessão de crédito (vontade) + Hipoteca (lei). 
 
Art. 286. O credor pode ceder o seu crédito, se a isso não se opuser a natureza da obrigação, a lei, 
ou a convenção com o devedor; a cláusula proibitiva da cessão não poderá ser oposta ao 
cessionário de boa-fé, se não constar do instrumento da obrigação. 
Art. 287. Salvo disposição em contrário, na cessão de um crédito abrangem-se todos os seus 
acessórios. 
Ex: Cessão de crédito (vontade) + Hipoteca (lei): A deve um empréstimo ao BB e transfere 
para o Bradesco, a hipoteca segue junto. 
 
3.5. Judicialária: Tem origem na sentença (Estabelecida numa ou numa decisão). Ex. 
( partilha, adjudicação: quando há apenas um herdeiro, o juiz não vai fazer uma partilha, 
fará uma adjudicação passando o bem para o herdeiro. – entrega do patrimônio a quem 
tem direito alheio), num contrato de compra e venda, quando se faz um contrato de 
promessa de compra e venda. 
 
4.Proó Soluto¹ e Pró Solvendo²: 
5.6. ¹ O credor transfere seu crédito em pagamento a obrigação sua com ocom 
cessionário. Ex: “A” deve R$100 a “B”. / “C” deve R$100 a “A”. “A” com intenção de 
pagar a “B” cede seu crédito junto a “C”. 
² O credor transfere seu crédito em garantia de pagamento a obrigação sua com o 
cessionário. Ex: eu pego um dinheiro emprestado e dou um cheque de um terceiro em 
garantia, e no dia do vencimento eu pego o cheque do meu devedor e pago o meu 
débito com o meu credor. 
7. Pro Solvendo: o credor transfere seu crédito em garantia de pagamento a obrigação 
sua com o cessionário. Ex1: eu sou credor e também devedor. Devo R$ 200,00 a A em 
15 dias e B me deve R$ 500,00 em 30 dias. Eu dou o cheque de R$ 500,00 em garantia 
a A, para daqui a 15 dias pagar R$ 200,00 a A e pegar o cheque de R$ 500,00 de volta. 
(poderia ser de mesmo valor). Ex 2: pego um dinheiro emprestado e dou um cheque de 
um terceiro em garantia, e no dia do vencimento eu pego o cheque do meu devedor e 
pago o meu débito com o meu credor. 
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fonte: Automática
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da fonte: Automática
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27 
Direito Civil II 
Ana Patrícia 
 
 
 
Requisitos da Validade 
 Subjetivosjeitos: partes capazes para, respectivamente, alienar e adquirir. 
Qqualquer pessoa que estiver na livre administração dos seus bens (cedente e 
cessionário). 
 Objetivos: O objeto da cessão (crédito) deve ser material e juridicamente 
possível. Qqualquer crédito (lícito). 
 Requisitos Formais: A cessão, em princípio, tem forma livre. (arts 288 e 289) 
 Art. 288. É ineficaz, em relação a terceiros, a transmissão de um crédito, se não 
celebrar-se mediante instrumento público, ou instrumento particular revestido das 
solenidades do § 1o do art. 654. 
Art. 289. O cessionário de crédito hipotecário tem o direito de fazer averbar a cessão no 
registro do imóvel. 
 
O devedor não é parte do negócio entre cedente e cessionário, e deve ser notificado para 
efetuar o pagamento. Ou seja, se faz necessária a escritura pública para ser eficaz (ou 
particular com procuração). O devedor precisará apenas ter ciência. O negócio jurídico só será 
eficaz após a comunicação formal (notificação= tomar ciência formal da cessão). (art.290) 
Art. 290. A cessão do crédito não tem eficácia em relação ao devedor, senão quando a este notificada; 
mas por notificado se tem o devedor que, em escrito público ou particular, se declarou ciente da cessão 
feita. 
 
 
O devedor só se desobriga quando paga ao cessionário. 
Art. 292. Fica desobrigado o devedor que, antes de ter conhecimento da cessão, paga ao credor primitivo, 
ou que, no caso de mais de uma cessão notificada, paga ao cessionário que lhe apresenta, com o título de 
cessão, o da obrigação cedida; quando o crédito constar de escritura pública, prevalecerá a prioridade da 
notificação. 
Ou seja, se faz necessária a escritura pública para ser eficaz (ou particular com procuração). O 
devedor precisará apenas ter ciência. O negócio jurídico só será eficaz após a comunicação 
formal (notificação= tomar ciência formal da cessão). 
O devedor não é parte do negócio entre cedente e cessionário. 
Art. 290. A cessão do crédito não tem eficácia em relação ao devedor, senão quando a este notificada; 
mas por notificado se tem o devedor que, em escrito público ou particular, se declarou ciente da cessão 
feita. 
 
 
7.Cessões Múltiplas: prevalece a tradição (art. 291) 
Art. 291. Ocorrendo várias cessões do mesmo crédito, prevalece a que se completar com a tradição do 
título do crédito cedido. 
Ex: 
C  D  E  F  G (é quem está de posse do título de crédito no dia do vencimento) 
O que prevalece (tem direito no dia do vencimento) à cessão é quem está de posse do título de 
crédito. 
Art. 291. Ocorrendo várias cessões do mesmo crédito, prevalece a que se completar com a tradição do 
título do crédito cedido. 
 
O devedor se desobriga quando paga ao cessionário. 
Art. 292. Fica desobrigado o devedor que, antes de ter conhecimento da cessão, paga ao credor primitivo, ou 
que, no caso de mais de uma cessão notificada, paga ao cessionário que lhe apresenta, com o título de 
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Direito Civil II 
Ana Patrícia 
cessão, o da obrigação cedida; quando o crédito constar de escritura pública, prevalecerá a prioridade da 
notificação. 
 
8.Atos Conservatórios: Independentemente do conhecimento da cessão pelo devedor. 
Qqualquer ato que viabilize ou agilize o cumprimento das obrigações. Ex. pagamento de 
impostos, multa. 
Art. 293. Independentemente do conhecimento da cessão pelo devedor, pode o cessionário exercer os 
atos conservatórios do direito cedido. 
 
9.Exceção

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