Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
EXCELENTÍSSIMO SENHOR MINISTRO PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. A Associação Nacional dos Servidores Públicos em Saúde, por seu advogado infra signatário, vem conforme seus atos constitutivos, nos termos do art. 319 do Novo Código de Processo Civil, bem como com fulcro no art. 102, I, q c/c art. 5o, LXXI, da CRFB/88 c/c art. 12, III da Lei n° 13.300/16, impetrar MANDADO DE INJUNÇÃO COLETIVO Em face do Congresso Nacional, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal firmou-se no sentido de admitir a utilização, pelos organismos sindicais e pelas entidades de classe, do mandado de injunção coletivo, com a finalidade de viabilizar, em favor dos membros ou associados dessas instituições, o exercício de direitos assegurados pela Constituição. Precedentes e doutrina. STF mandou aplicar ao serviço público a lei que rege a greve no setor privado”, lembrou o ministro Lewandowski. Mas, para o ministro, não se pode aplicar ao servidor público o artigo 7º da Lei de Greve (Lei 7.783/1989), que prevê a suspensão do contrato de trabalho, porque o servidor público não tem um contrato de trabalho, mas sim uma relação estatutária com o Estado. DOS FATOS A impetrante é Presidenta da Associação Nacional dos Servidores Públicos em Saúde, que foi constituída no ano 1998, em Goiás, tendo sido admitida no Hospital Público, como Enfermeira há 24 anos, No mês de Janeiro a Julho, os servidores fizeram varias greves com apoio do Sindicato de Goiânia, mas a administração pública não quis negociar com os grevistas e nesse sentido cortou seus direitos aos servidores, conforme disposto no artigo 37º, VII da CF, Lei 13.300. A impetrante afirma, portanto, que tem o seu direito de greve mesmo não tendo uma Lei especifica para greve, configurando-se, assim, no artigo 5°, XXXV da CF, uma solução normativa. DO DIREITO O presente mandado de injunção coletivo tem por objetivo buscar a cura de uma doença chamada pela doutrina de “síndrome de inefetividade das normas constitucionais”, mais precisamente, o direito de greve dos servidores públicos prevista pela Lei 7.783/89, que deve ser concedida aos trabalhadores que se enquadram no referido artigo da Lei Maior. Sendo assim, pelo art.5°, LXXI, CRFB/88; Lei do Mandado de Injunção, Lei de Greve: Lei n. 7.783/89, na ausência na lei de direito de greve dos servidores públicos, o Supremo Tribunal de Justiça confirma que pode aplicar a lei de greve, podendo favorecer ao serviço privado em não punir os trabalhados pelo ato de greve. Embasamento jurisprudencial: MI 708, MI 670 Ementa: MANDADO DE INJUNÇÃO COLETIVO - DIREITO DE GREVE DO SERVIDOR PÚBLICO CIVIL - EVOLUÇÃO DESSE DIREITO NO CONSTITUCIONALISMO BRASILEIRO - MODELOS NORMATIVOS NO DIREITO COMPARADO - PRERROGATIVA JURÍDICA ASSEGURADA PELA CONSTITUIÇÃO (ART. 37, VII) - IMPOSSIBILIDADE DE SEU EXERCÍCIO ANTES DA EDIÇÃO DE LEI COMPLEMENTAR - OMISSÃO LEGISLATIVA - HIPÓTESE DE SUA CONFIGURAÇÃO - RECONHECIMENTO DO ESTADO DE MORA DO CONGRESSO NACIONAL - IMPETRAÇÃO POR ENTIDADE DE CLASSE - ADMISSIBILIDADE - WRIT CONCEDIDO. DIREITO DE GREVE NO SERVIÇO PÚBLICO: O preceito constitucional que reconheceu o direito de greve ao servidor público civil constitui norma de eficácia meramente limitada, desprovida, em conseqüência, de auto-aplicabilidade, razão pela qual, para atuar plenamente, depende da edição da lei complementar exigida pelo próprio texto da Constituição . A mera outorga constitucional do direito de greve ao servidor público civil não basta - ante a ausência de auto- aplicabilidade da norma constante do art. 37 , VII , da Constituição - para justificar o seu imediato exercício. O exercício do direito público subjetivo de greve outorgado aos servidores civis só se revelará possível depois da edição da lei complementar reclamada pela Carta Política . A lei complementar referida - que vai definir os termos e os limites do exercício do direito de greve no serviço público - constitui requisito de aplicabilidade e de operatividade da norma inscrita no art. 37 , VII , do texto constitucional . Essa situação de lacuna técnica, precisamente por inviabilizar o exercício do direito de greve, justifica a utilização e o deferimento do mandado de injunção. A inércia estatal configura-se, objetivamente, quando o excessivo e irrazoável retardamento na efetivação da prestação legislativa - não obstante a ausência, na Constituição , de prazo pré- fixado para a edição da necessária norma regulamentadora - vem a comprometer e a nulificar a situação subjetiva de vantagem criada pelo texto constitucional em favor... Encontrado em: -1989 CVC-000151 ART-00008 OIT. AD2751 , SERVIDOR PÚBLICO, GREVE, DIREITO, RECONHECIMENTO, DISPOSITIVO DO PEDIDO Ante o exposto, requer o Impetrante à Suprema Corte: Seja a presente ação constitucional julgada procedente, suprimindo a lacuna normativa e garantindo o direito á greve dos Servidores Públicos Municipais de Goiânia, perante o atual regime jurídico único, Lei 13.300/16, art.12, inciso III. Seja suprida a omissão concernente à inexistência e regulando a aplicação do art. 6, inciso VII da lei complementar nº75/05. Seja garantido ao impetrante, o direito à adoção da Lei nº 12.016, I servindo subsidiariamente para o Mandado de Injunção. Seja citado o impetrado para, querendo, contestar e prestar as informações necessárias. Sejam intimados o Advogado Geral da União e o Procurador Geral da República, para que, na forma da lei, intervenham no feito. Provar o alegado por todos os meios em direito admitidos. Dá-se à causa o valor de R$ 1.000,000 (Hum milhão reais). Nestes termos, pede deferimento São Jose 23 março de 20017 Israel Rafael da Silveira OAB xxxxxx
Compartilhar