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Questões sobre epistemologia

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Questões sobre epistemologia
Aula 1:
1) Explique a que conhecimento a Epistemologia se dedica e a definição mais clássica do que conhecimento significa:
Epistemologia é a parte da filosofia teórica que se ocupa com conhecimento. Investiga o que é conhecimento, quais os tipos de conhecimento, como chegamos a conhecer e quais os limites de conhecimento. A epistemologia se preocupa em estudar o conhecimento factual.  
O conhecimento pode ser definido a partir dos sentidos do verbo saber/conhecer. Seus sentidos se dividem em familiaridade (convivência/longa exposição ou contato com algo/alguém, sugere experiência passada), habilidade (capacidade de desempenhar alguma atividade, sem precisar do conhecimento completo sobre tal coisa), conhecimento factual: questões focais relacionadas ao saber relativo ao mundo. Existe uma diferença entre o saber teórico e o saber prático; eis aqui a preocupação da epistemologia (saber como as coisas são e como acontecem). Tradicionalmente define-se conhecimento como crença verdadeira justificada. Uma crença só é verdadeira e justificada se o sujeito crer nela (S crê P), se essa crença for verdadeira (P é verdadeira) e se o sujeito tiver uma razão boa o bastante para acreditar em sua crença. Isso é indispensável, pois não é possível saber de algo que não é verdade (a crença é um elemento subjetivo), não é possível conhecer algo que não é verdade (o conhecimento só existe se houver verdade, sem verdade tudo o que se pode haver é uma crença com provas, verdade é um elemento objetivo – o fato de você acreditar que é de uma forma, não faz isso ser verdade) e, sem boas razões para se a acreditar na crença, a crença pode ser acidental ou irracional, não sendo, assim, conhecimento (é necessário uma razão convincente para haver justificação; justificativa é um elemento social/contextual/histórico) 
 
2) Explique os desafios de Gettier à definição de conhecimento e as respostas a estes desafios. 
O filósofo Edmund Gettier elaborou três famosas objeções à definição de conhecimento como CVJ: 
- coincidências (implica no acontecimento de um fato coincidir com outro acontecimento por acaso; acertos casuais) 
- testemunho não confiável (há testemunhos falsos que, ocasionalmente, levam à verdade) 
- teorias incomensuráveis (teorias incompatíveis entre si). 
Uma resposta aos desafios é dizer que nos casos apresentados não havia conhecimento porque as razões não eram conclusivas e, assim, as crenças não eram infalíveis. Outra resposta é dizer que nos casos citados não se tem justificação porque se tomam por base crenças falsas. Timothy Williamson propôs que CVJ é inadequada porque o conhecimento é um conceito básico e não analisável, ou seja, o conhecimento é um estado mental que tem os fatos como parte do processo. Em última resposta, foi sugerido que existem vários tipos de conhecimento cm semelhanças entre si, mas sem uma só definição para todos. 
Aula 2:
1) Explique (com exemplo) o que é o conhecimento a priori e as duas características normalmente atribuídas a ele: 
O conhecimento a priori tem como fonte a RAZÃO, portanto chega-se nele apenas raciocinando sobre, sem recorrer à experiência (não a específica), abrange conceitos básicos. 
Exemplos: verdades matemáticas (1+1=2), conceituais (solteiros não são casados), metafísicas (o todo é maior que a parte), e éticas (matar é errado)*
*obs: as verdades éticas são as que mais causam polêmica na discussão filosófica.
Duas características normalmente atribuídas a ele são a auto-evidência e a certeza:
- auto-evidência: basta compreender a afirmação para saber que é verdadeira (1+1=2) mas nem sempre é assim (365/9=40,5)
- certeza: percebe-se a verdade da afirmação como acima de dúvida ou além de refutação, é verdadeiro e é impossível ser falso: mesmo com um gênio maligno controlando nossos pensamentos, ainda seria verdade que 1+1=2.
2) Explique o que é percepção, o problema do realismo e as posições a seu respeito:
Chega-se na percepção por meio do uso dos sentidos, portanto dependem de um conhecimento a priori, e é necessariamente um conhecimento a posteriori. A questão principal da percepção é a do realismo: saber se os objetos quue percebemos existem independentemente da nossa percepção e, caso existam, se são mesmo do modo que os vemos.
O realismo subdivide-se em 4, agora trataremos de falar de cada um:
a) Realismo Direto: as coisas existem e são do modo que percebemos, dentro disso existem mais duas divisões:
Científico: distingue as qualidades que dependem da coisa (primárias) e que dependem do sujeito (secundárias)
Ingênuo: são em tudo iguais, possui qualidades primárias e secundárias
b) Realismo Indireto: as coisas exisrem mas não são como percebemos.
Há entre sujeito e objeto um mediador ("dado do sentido") que é percebido, esse mediador tem relação com o objeto, mas não é e nem reproduz o objeto. Exemplo: a barra de ferro na água que, por estar na água, nos dá ilusão de ser torta, mas essa ilusão é causada pela diferença de índice de refração da luz da água e do ar, logo isso é o mediador.
c) Antirrealismo: as coisas não existem e tudo é obra da mente.
Existem dois tipos: o Idealismo e o Fenomenismo. O Idealismo diz que tudo que existe são ideias na mente; já o Fenomenismo diz que os objetos são apenas possibilidades de experiências subjetivas. Ex: alucinações olísticas.
d) Teoria intencionalista da percepção: diz que a percepção é um estado intencional (aqui intencional se aplica com sentido de se referir a um objeto) e distinto da crença.
"Não vejo um lápis quebrado, mas sim um lápis inteiro sob más condições" Daqui tiramos 4 afirmações:
A percepção é intencional (se refere a outra coisa)
O objeto é causa da percepção 
Existem condições ideais e não ideais de percepção 
A percepção nunca é falsa, a crença formada a partir dela que é.
3) Explique o que é testemunho, o problema da fiabilidade e as posições de Hume e de Reid  
Testemunho é um tipo de fonte de conhecimento, dele advém o tipo de conhecimento conhecido como testemunhal, que se adquire por meio indireto, é um conhecimento vindo de outra pessoa, tendo lido o que alguém disse ou tendo visto ou ouvido algo por uma tecnologia de mediação. O problema principal desse tipo de conhecimento é a Fiabilidade, que é o saber se esse testemunho pode ser confiável ou não, daí temos duas ideias: a de Hume e de Reid. 
A abordagem de Hume é redutiva e diz que o testemunho é confiável quando quem o deu esteve consistentemene certo sobre aquele assunto em ocasiões do passado, baseiase numa ideia de indução de regularidade do passado para o presente. 
A abordagem de Reid diz que o testemunho é sempre confiável a menos que seja incoerente consigo mesmo ou com a realidade. Ela consiste na predisposição à crença; predisposição à verdade; autorização a priori a tomar o testemunho como verdadeiro  
Provas têm papel negativo (?) ALGUEM ME EXPLICA PQ
Se desacreditarmos de todos, perdemos todos os testemunhos; perde-se a habilidade de viver em sociedade. Confiar nos testemunhos em geral a menos que haja sinais de mentira (impossível ou improvável, contradição, desacordo com a maioria)  
 
Aula 3:
1) Explique o que é justificação e os requisitos que deve ser capaz de responder:
Justificação é um conjunto de razões que se tem a favor da verdade de uma crença. Deve satisfazer dois requisitos: ser suficiente para provar a verdade de uma crença, se baseando em uma conexão temática, por exemplo, utilizar um fato astrológico para justificar uma crença astrológica. E ser convincente do ponto de vista de outros razoáveis, ou seja, ser capaz de convencer terceiros da veracidade de uma crença.
2) Explique o que fundacionismo e antifundacionismo debatem, suas posições e argumentos:
O debate entre fundacionismo e antifundacionismo tem como enfoque a pergunta: “ precisamos ou não de verdades irrefutáveis (crenças básicas)? ” O fundacionismo é uma vertente que afirma que toda crença estará fundamentada em uma crença,que estará fundamentada em outra crença, e a assim sucessivamente até alcançar uma crença fundadora. Se em algum ponto essa crença fundante não for absoluta, as crenças fundadas jamais serão plenamente justificadas. Logo, a única forma de comprovar uma crença seria acreditar em uma crença básica, que seria uma verdade irrefutável. Considerando a interligação entre a crença básica e as crenças fundadas, perceber-se-ia que ao afirmar a irrefutabilidade da primeira, todas as outras seriam irrefutáveis. Por conseguinte, nota-se que o fundacionismo percebe o conhecimento como um edifício com fundação em crenças básicas, pois da mesma forma que um prédio, o conhecimento precisa de uma base estável para se manter. Desse modo, o formalismo afirma que sem as verdades irrefutáveis não há como comprovar nada, criando um ciclo infinito de refutações, por isso a necessidade de crenças inegáveis. Na filosofia Moderna, racionalistas e empiristas foram fundamentalistas, afirmando que as crenças básicas eram certas verdades da razão ou certas percepções dos sentidos, respectivamente. Já na filosofia contemporânea surgem muitos filósofos contra o fundacionismo, sendo o principal deles Wilfrid Sellars, criador da crítica ao “Mito do dado” com dois argumentos contra o fundacionismo: a aceitação do conhecimento como parte do espaço lógico da razão - local no qual tudo pode ser questionado e problematizado - e a afirmação de que verdades (tanto da razão quanto da percepção) nuca serão carentes de justificação. 
A partir, principalmente, dos argumentos de Sellars, estabelece-se o antifundacionismo, que declara a não necessidade de verdades irrefutáveis, já que para essa vertente o ciclo infinito de refutações não é um problema, o problema é a visão do conhecimento do fundacionismo. Dessa forma, contempla o conhecimento não como um prédio, e sim como uma rede de crenças interdependentes relacionadas entre si, no qual a crença fundante e a crença fundada dependem do caso em questão. Como por exemplo, a teoria da relatividade de Einstein pode ser usada como fundamento para a teoria da gravidade atual, entretanto, o contrário também pode ser aplicado. Ademais, o antifundacionismo, ao considerar que nenhuma crença é irrefutável, acredita que todas as crenças estão sujeitas à revisão e à modificação e que todas precisam ser justificadas à luz das outras, de modo a só existir uma justificação relativa (temporária).
Há também uma terceira corrente, o fundacionismo modesto que é uma versão nova e mais modesta do fundacionismo que tem sido defendida por filósofos contemporâneos como Robert Audi e Alvin Plantinga. Essa corrente acredita que existem crenças básicas, que não são infalíveis, mas valem só até que se prove o contrário.
3) Explique o que internalismo e externalismo debatem, suas posições e seus argumentos:
O debate entre internalismo e externalismo tem como enfoque a pergunta: “ qual a melhor forma de justificação? ”. O internalismo é a vertente que afirma que a melhor forma de justificação se dá pela perspectiva dos indivíduos. Em contraposto, o externalismo afirma que a única maneira de resolver questões é pelo método científico. Assim, ambos podem ser mais ou menos aceitáveis de acordo com uma ocasião. Ao se tratar de crenças matemáticas, metafísicas e naturais, o externalismo torna-se mais aceitável. Já para justificar crenças éticas, políticas, estéticas, sociais e históricas considera-se mais o internalismo. O primeiro critica o externalismo ao declarar que até mesmo o método científico depende dos ideais de indivíduos para solucionar questões, enquanto o externalismo critica o internalismo ao alegar que a perspectiva dos sujeitos é sempre irracional e emotiva, logo, não crítica ou rigorosa o suficiente para alcançar a verdade.
Aula 4:
1) Explique o ceticismo cartesiano, a insuficiência das soluções de Descartes e outras soluções propostas aos desafios levantados por ele:
Ceticismo é a suspeita de que o conhecimento (em geral ou particular) não seja possível ou comprovável. Uma de suas vertentes é o ceticismo cartesiano, que consiste na estratégia de dúvida radical desenvolvida por Reneé Descartes em seu livro “Meditações Metafísicas”. Baseia-se em três princípios, três desafios e três soluções. O primeiro princípio refere-se as crenças de maneira a submeter a dúvida a todos os tipos de conhecimento, inclusive os tradicionais, cujas crenças se enquadram de maneira que, mesmo comprovadas em certas situações socialmente, podem ser duvidosas em outras. O segundo princípio refere-se a questão da busca por uma crença absoluta e irrefutável, estabelecendo assim, uma crença tão fundamentada nela mesma que tal não pode ser refutada de maneira alguma. Por fim, o terceiro princípio baseia-se na ideia de uma dúvida hiperbólica e, dessa forma, considera que a partir de qualquer mínima possibilidade de uma crença ser falsa deve-se rejeitá-la já que a menor das dúvidas quanto sua veracidade já prova que a mesma não é irrefutável. Há também um quarto princípio não oficial implícito a esses, o de que não se deve examinar as crenças, pois examinar todas seria impossível, e sim, examinar as fontes do conhecimento: experiência e razão. 
Assim, podemos examinar o primeiro desafio com o argumento do erro e da falibilidade dos sentidos, no qual considera-se que se os sentidos nos enganam algumas vezes, não podem ser infalíveis e não há como saber quando estão nos enganando. Já o segundo desafio, afirma que quando sonhamos não há distinção segura entre o que é sonho e o que é realidade pois não existe critério experimental definitivo para saber tal fato. Finalmente, o terceiro desafio trata de argumentar que um Gênio Maligno, um agente enganador imperceptível pode ter o poder de controlar nossas mentes, impedindo que saibamos distinguir o que é real e o que foi implantado em nossas mentes pelo Gênio, nos levando a tomar erros por verdades sem perceber. Considerando que não há provas contra a existência do Gênio Maligno ou provas de que não estamos sonhando nesse momento, nem a experiência nem a razão poderiam fornecer as verdades irrefutáveis. 
Observando a questão das soluções, a primeira proposta é a do cogito como uma verdade da afirmação “penso, logo existo”, dessa maneira é verídico afirmar que o pensamento é uma predisposição para a existência, logo, conclui-se que deve primeiro pensar para poder ser enganados ou viver em um sonho, entretanto essa solução garante somente a existência do eu não bibliográfico, uma coisa pensante. Assim, desenvolve-se a segunda solução baseada na afirmação de que Deus é um ser onipotente e perfeito, e por isso não iria nos deixar enganar ou viver um sonho por ser bom e ter poderes suficientes para evita-los. Essa solução é fundamentada por um argumento ontológico baseada na natureza de Deus: ao considerarmos Deus como um ser perfeito, o compreendemos com todos os atributos da perfeição, incluindo a existência, desse modo afirma-se que Deus existe. Outro argumento fundamentador da segunda solução seria a “Marca Impressa”, em que a ideia da perfeição vem de um ser perfeito que imprime em nossas mentes o pensamento da perfeição, pois ao não sermos perfeitos não podemos originar esse pensamento. Por fim, a terceira solução afirma que a existência de Deus reestabelece a confiabilidade da experiência e da razão, reconstituindo nossas crenças. No entanto, prova-se a insuficiência dessas soluções ao notar-se que “penso, logo existo” é uma afirmação lógica, por isso não foge da ideia de um gênio maligno nos influenciar a errar sistematicamente. Para contrapor o argumento ontológico, David Hume declara que aceitar essas soluções para um ser perfeito é levar à conclusão de que toda e qualquer coisa perfeita existe, como um cavalo, uma ilha, um crime; o mundo estaria povoado de coisas perfeitas. Kant diz que trata a existência como se fosse um atributo da perfeição, quando ela não é, é só um fato e não um atributo de perfeição; perfeição possui atributos morais: bondade, generosidade, mas a existêncianão é uma qualidade moral, e isso que desqualifica.
A Marca Impressa, diz que pra eu pensar em algo que eu não sou, essa coisa reluziu esse pensamento sobre mim, mas eu consigo pensar em coisas que voam sendo que eu pró´rpio não voo, eu consigo pensar em um ser que atravessa portais do tempo sem que eu proproio atravesse portais do tempo, um ser desse tinha que introduzir esse pensamento em mim, quando comparamos com outras coisas que também não somos mas somos capazes de pensar, ignoramos a existência da nossa criatividade. A Imaginação consegue combinar pensamentos testemunhados e inovadores. Conseguimos pensar em algo sem que isso necessariamente exista. Além disso, são estabelecidas outras soluções como a questão da ambição mais modesta estabelecendo a ideia de renunciar a procura de crenças irrefutáveis, pois, caso isso não aconteça, nosso conhecimento geral será rejeitado. Além disso, a dúvida razoável, que afirma que devemos duvidar somente do que temos bons motivos para considerarmos falsos, e as provas pragmáticas, estabelecedoras da ideia de sucesso das crenças como uma forma de indicar suas verdades, são outras duas soluções propostas.

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