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INSTITUTO SUPERIOR DE TECNOLOGIAS E CIÊNCIAS MINISTÉRIO DO ENSINO SUPERIOR Engenharia Civil Turma ECV6-M1 3ºAno MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO CIVIL II Tema:Causas da corrosão do betão Grupo II • Evandro Stélvio Camundo Carlos – 20132102 • Felisberto Maurício Ferraz - 20131153 • Gerson Gervásio dos Santos Soares – 20131669 • Hidrisi Herculano Cristóvão Miguel – 20131037 • Natalício de Jesus João Pedro - 20131147 Docente: Antónia Dorzan Norman ------------------------------------------------ Setembro de 2015 ÍNDICE GERAL I-Introdução 3 ........................................................................................ I.1-Objectivos gerais 3 ........................................................................... I.2-Objectivos específicos 3 ..................................................................... II-A corrosão no betão 4 .......................................................................... II.1Causas que provocam a corrosão do betão 7 ............................................. II.2-Formas de corrosão 9 ........................................................................ III-Corrosão por lixiviação(Eflorescência) 10 ................................................. III.1Caracterisitcas químicias 10 .......................................................... III.2-Caracterisitcas físicas 10 ................................................................... III-Corrosão produzida por expansões 11 ...................................................... III.1-Caracterisitcas químicias 12 ............................................................. III.2-Caracterisitcas físicas 13 ................................................................... IV-Corrosão devido a ação de ions cloreto 14 ................................................ IV.1-Mecanismo de penetração dos ions cloreto na estrutura 14 .......................... IV.2-Absorção capilar 15 ......................................................................... IV.3-Difusão iônica 15 ............................................................................ IV.4-Permeabilidade 15 ........................................................................... IV.5-Migração iônica 16 ........................................................................... V-Carbonatação do betão 16 .................................................................... V.1-Diagnose da degradação devida à carbonatação 18 .................................... VI-Proteção do betão e do aço contra a corrosão. 20 ....................................... VI.1Proteção física 20 ............................................................................ VI.2-Proteção química 20 ........................................................................ VI.3-Métodos de prevenção do betão contra a corrosão 21 ................................ VII-Conclusão 26 ................................................................................... VIII-Bibliográfia 27................................................................................ I-Introdução Definimos corrosão metálica como um fenômeno de interface que afeta materiais orgânicos e principalmente inorgânicos. Manifesta- se através de reações químicas irreversíveis acompanhadas da dissolução de um elemento químico do material para o meio corrosivo ou da dissolução de uma espécie química do meio no material. para extrair um certo metal é necessario aplicar, ao minério, energia, num processo de redução. O metal perdendo a energia através de uma reação espontânea, retorna gradualmente ao seu estado natural. A esse fenómeno chamamos corrosão metálica, que é a transformação metais pela ação quimica ou electroquimica do meio. Caso o aço não tenha proteção ao ter contacto com o meio externo volta ao seu estado natural, sofrendo corrosão. O betão é constituído por três elementos distintos: o ligante (cimento), o material inerte (partículas sólidas) e a água. Como partículas sólidas usam-se o cascalho, a gravilha, a brita e escórias e areia para encher os espaços vazios. Através de uma mistura homogénea dos três constituintes acima mencionados, o betão resultante (betão fresco) apresenta a consistência de terra húmida. Passado algum tempo, o cimento consolida-se e prende as outras partículas. São necessários 28 dias para atingir a resistência característica. I.1-Objectivos gerais O objetivo deste trabalho é o de fazer compreender da maneira mais clara possível os fenómenos da corrosão do betão, liga-los às causas bem precisas, de modo a individualizar os mais válidos remédios, e assim ajudar quem procure enfrentar os problemas resguardando o seu agravamento. I.2-Objectivos específicos • Descrever o fenómeno da corrosão no betão e nas armaduras que se encontram no seu interior. • Interpretar como influem as propriedades dos materiais componentes do betão na sensibilidade do mesmo a corrosão. • Reconhecer as causas que provocam a corrosão. • Reconhecer os aspectos a ter em conta durante as diferentes etapas do processo de betonagem, desde sua elaboração até sua aplicação em obra, e como influem estes na sua resistência a corrosão. • Descrever as formas de proteção ante o fenómeno da corrosão em dependência da causa que o propicia. II-A corrosão no betão Por corrosão propriamente dita entende-se o ataque de natureza electroquímica, que ocorre em meio aquoso. A corrosão acontece quando é formada uma película de electrólito sobre a superfície dos fios ou barras de aço. Esta película é causada pela presença de humidade no betão, salvo situações especiais e muito raras, tais como dentro de estufas ou sob acção de elevadas temperaturas (> 80°C) e em ambientes de baixa humidade relativa (H.R.< 50%). Este tipo de corrosão é também responsável pelo ataque que sofrem as armaduras antes de seu emprego, quando ainda armazenadas no estaleiro. É o tipo de corrosão que o engenheiro civil deve conhecer e com a qual deve se preocupar. É melhor e mais simples preveni-la do que tentar solucionar depois de iniciado o processo. Sempre que um elemento quimico perde ou cede um ou mais eléctrons, diz-se que ele se oxida, au contrario ele se reduz. Não há corrosão em betões secos(ausência de electrólito) e tampouco em betões totalmente saturados, devido não haver suficiente acesso de oxigênio, como a corrosão se apresenta como fenómeno electroquimico, procura-se evtiar que hja no betão condições ue facilitem a formação de pilhas electroquimicas. Dentre estas condições estão a presença de electólitos, aeração deferencial( porosidade do betão), áreas diferentemente deformadas ou tensionadas(concentração de esforços) e a existencia de uma corrente electrica. Uma reação de corrosão implica a transferência de eléctrons entre um elemento químico do material e outro do meio. Essa tranferência de eléctrons pode ocorrer através de um mecanismo químico, chamado corrosão química, ou através de um mecanismo electroquímico. Para que reações de corrosão acconteçam, de acordoccom MENEZES E AZEVEEDO(2009) é necessário que ocorra a despassivação da armadura, na qual ocorre frente a pelo menos uma das condições básicas: • Presença de quantidade suficiente de cloreto ou diminuição da alcalinidade do betão. O ataque de iões cloreto, que rompe a pélicula passivadora, e a carbonatação que reduz o Ph no meio, são os dois principais agentes que promovem a despassivação da armadura no concreto. Pórem há outros mecanismos como por exemplo, águas acidas, fungos e reações expansivas com sulfatos. O betão confere ao aço uma barreira fisíca que o separa e o protege do meio ambiente, mas também confere a este, uma elevada alcalinidade, que permite formar uma película fina de óxidode ferro na superfície do aço, chamada de camada de pavitação, mantendo-o inalterado por um tempo indeterminado, desde que o betão seja de boa qualidade, e que suas propriedades fisíco-químicas não se alterem devido ás ações externas. A camada de passivação é criada pouco depois do inicio da hidratação do cimento, sendo constituida de Fe2O3, e adere fortemente ao aço(FERREIRA). ``Nenhum material é por si próprio durável, é a interação entre o material e o ambiente a que está exposto que determina a sua durabilidade´´. As estruturas devem ser projectadas e construídas com o objectivo de satisfazer um conjunto de requisitos funcionais durante um certo período de tempo sem causar custos inesperados de manutenção e reparação. O betão é um material de construção de grande e diversificado uso, daí sua durabilidade ser um factor importante na avaliação de um projecto. As estruturas de betão são projectadas e executadas para manter as condições mínimas de segurança, estabilidade e funcionalidade durante um tempo de vida útil, sem custos não previstos de manutenção e reparos. O betão é constituido de cimento, areia, água e, agregados de diferentes tamanhos, em alguns casos são utilizados aditivos para mudar algumas propriedades do betão. cimento como um material com propriedades de aderência e coesão para ligar fragmentos de materiais minerais, advindo daqui a designação de ligante, definindo-se ainda como ligante hidráulico, uma vez que apesar de endurecer ao ar tem a capacidade de adquirir elevadas resistências debaixo de água. É uma combinação química predeterminada e bem proporcionada, de cálcio, sílica, ferro e alumínio, sujeita a um processo de fabrico complexo, rigorosamente controlado e abarcando uma grande variedade de operações (Martins, et al., 2006). O cimento apresenta-se então como um pó fino proveniente da moagem do clínquer, ao qual se adicionou uma pequena quantidade de sulfato de cálcio hidratado (gesso) que actua como regulador de presa, pelo que interessa então conhecer melhor a constituição química do clínquer, para compreender a origem das substâncias que, posteriormente, podem interferir numa deterioração precoce da estrutura. Assim, o "clínquer" apresenta a seguinte constituição, e proporções médias (Costa, et al., 1999): • Silicato tricálcico (C3S)→3 CaO. SiO2 • Silicato bicálcico (C2S) →2 CaO. SiO2 • Aluminato tricálcico (C3A) → 3 CaO. Al2O3 • Aluminatoferrato tetracálcico (C4 AF) → 3 CaO. Al2O3.Fe2O3 A presença do aluminato tricálcico no cimento é indesejável, considerando que propicia o ataque químico do betão, uma vez que, quando é atacado pelo ião sulfato, a expansão devida à formação do sulfatoaluminato de cálcio a partir do aluminato poderá levar à deterioração completa do betão (Coutinho, 1973), concluindo-se assim que os cimentos com pequenas percentagens de C3A (menor do que 5%) são os mais resistentes. Já sob o ponto de vista da corrosão das armaduras, a presença do C3A apresenta-se como benéfica uma vez que fixa os iões agressivos, contribuindo assim, quer para o abrandamento da penetração dos cloretos, quer para o aumento do teor crítico de cloretos no betão a partir do qual o mecanismo de corrosão é iniciado (Costa, et al., 1999). Por outro lado, considerando as quantidades de C3S, verifica-se que, quanto maior for a quantidade deste componente, maior será a produção de Ca(OH)2. Sendo este composto, por seu lado, muito vulnerável ao ataque das substâncias agressivas, potencia reacções destrutivas devido ao ataque dos sulfatos e reacções expansivas entre os álcalis e a sílica reactiva dos inertes. Quanto aos mecanismos de corrosão, uma vez que se trata de um composto com uma acentuada contribuição para um ambiente com elevada alcalinidade protege as armaduras (Costa, et al., 1999). A corrosão do betão é de grande importância, pois provoca não somente a sua deterioração, mas também pode afectar a estabilidade e a durabilidade das estruturas. A armadura não é susceptível de sofrer corrosão, a não ser que ocorram contaminações e deterioraçãodo concreto. Os constituintes do concreto inibem a corrosão do material metálico e se opõem á entrada de contaminantes. Daí pode-se afirmar que, quanto mais o concreto se mantiver inalterado, mais protegida estará a armadura. Na maioria dos casos a armadura permanece por longo tempo resistente aos agentes corrosivos, podendo esse tempo ser praticamente indefinido. Todavia, ocorrem alguns casos onde a corrosão da armadura é bastante rápida e progressiva. Estudos desenvolvidos pelo The England department of transport, constatou na avaliação de 200 pontes, que 30% delas apresentavam problemas graves de corrosão. Falhas mais numerosas têm ocorrido em estruturas situadas em olra marinha. II.1Causas que provocam a corrosão do betão A corrosão e a deterioração verificadas no betão podem estar vinculadas a factores mecânicos, físicos, biológicos ou químicos, entre os quais são citados; • Mecânicos- vibrações e erosão; • Físicos – variações de temperatura; • Biológicos – Bactérias; • Químicos – Produtos químicos com ácidos e sais. Nos factorem mecânicos, as vibrações podem ocasionar fissuras no betão, possibilitando o contacto da armadura com o meio corrosivo. Líquidos em movimento, principalmente contendo partículas em suspensão, podem ocasionar erosão no concreto, com seu consequente desgaste. Se os líquidos contiverem substâncias químicas agressivas ao betão, tem-se ação combinada, isto é erosão-corrosão, que é de longe mais prejucial e rápida do que ações isoladas. A erosão é mais acentuada quando o flúido em movimento contém partículas em suspensão na forma de sólidos, que funcionam com abrasivos, ou mesmo na forma de vapor, como no caso da cavitação.(a cavitação é observada quando se tem a água sujeita a regiões de grande velocidade, com consequente perda de pressão, possibilitando a formação de bolhas de vapor de água que são arrastadas pela água em movimento. Quando ela entra em regiões de pressões mais elevadas , as bolhas de vapor sofrem implosão, transmitindo grande onde de choque para os materiais presentes. Essa formação de bolhas de vapor e a subsequente implosão chama-se cavitação. são responsáveis por grandes danos ao betão sujeito a altas velocidades de água, como no caso de canais e vertedouros de barragens. Nos factores físicos, como variações de temperatura, podem ocasionar choques térmicos com reflexos na integridade das estrutura. Variações de temperatura entre os diferentes componentes do concreto( pasta decimento, agregados e armadura), com características térmicasdiferentes, podem ocasionar microfissuras nas massas de concreto que possibilitam a penetração de agentes agressivos. Nos factores biológicos, como micro-organismos, podem criar meios corrosivos para a massa do betão e armadura, como os criados pelas bactérias oxidantes de enxofre ou de sulfetos, que aceleram a oxidação dessas substâncias para ácido sulfúrico. Nos factores químicos estão relacionado com presença de substâncias químicas nos diferentes ambientes, normalmente água, solo e atmosfera. Entre as substancias quimicas mais agressivas devem ser citados os ácidos, como sulfúrico e clorídrico. Os factores químicos podem agir na pasta de cimento, no agregado e na armadura de aço- carbono. Causas de deterioração do betão I # Tabela I: Aspectos que influnciam na deterioração do betão. Causas de deterioração do betão II # Tabela II: causas e consequencias da corrosão do betão. Causas de deterioração do betão III ! Tabela III: Corrosão do betão devido ao mau confeccionamento do mesmo. II.2-Formas de corrosão A deterioração por ação química no betão pode ocorrer na pasta de cimento e no agregado. A corrosãopor ação electroquímica pode ocorrer na armadura, quando ocorre a deterioração do betão por ação química pode-se observar a expansão do betão, lixiviação dos componentes, ataque do cimento por ácidos com o aparecimento típico dos agregados. A corrosão electroquímica do aço empregado nas armaduras pode apresentar as seguintes formas; • Corrosão uniforme – é da armadura em toda sua extensão, quando exposta ao meio corrosivo. • Corrosão puntiforme – é da armadura com desgaste localizado sob a forma de pites. • Corrosão intergranular- é a que se processa entre os grãos da rede cristalina do material metálico. Quando as armaduras são submetidas a solicitações mecânicas, podem sofrer fratura frágil, perdendo o material toda a condição de utiliação. • Corrosão transgranular- é a que se processa intragrãos da rede cristalina, levando também á fratura quando houver solicitações mecânicas. III-Corrosão por lixiviação(Eflorescência) Dá-se o nome de eflorescência ao depósito branco que surge nas superfícies de betão, tijolo ou pedra rebocadas, causado por sais alcalinos que afloram à superfície. É definida como sendo a dissolução e o arrasto do hidroxido de cálcio, e outros compostos hidratados, com a formação de estalactites e estalagmites na superfície do concreto atacado. O hidróxido de cálcio possui a função, conjuntamente com outras substâncias, de promover a coesão do betão. No mesmo sentido SOUSA E RIPPER(1998) descrevem que o transporte da água pela estrutura porosa do concreto implica na dissolução do hidróxido de cálcio, com o consequente abaixamento do Ph do betão, fazendo precipitar gel de sílica``casos em que o Ph ver-se reduzido a 10.5´´ ou de alumina``Ph menor que 7´´ e desagregando o concreto. É a formação de depósitos salinos na superfície do concreto ou argamassas, como resultado da sua exposição à água de infiltrações ou intempéries. Ë considerado um dano, por alterar a aparência do elemento onde se deposita. Há casos em que seus sais constituintes podem ser agressivos e causar degradação profunda. A modificação no aspecto visual é intensa onde há um contraste de cor entre os sais e o substrato sobre as quais se deposita. Como exemplo, a formação branca de carbonato de cálcio sobre o concreto cinza. Resumindo, a lixiviação ocorre devido a solubilidade do concreto por águas ácidas, principalmente quando há percolação dá água através do betão. III.1Caracterisitcas químicias Quimicamente a eflorescência é constituída principalmente de sais de metais alcalinos (sódio e potássio) e alcalino-ferrosos (cálcio e magnésio, solúveis ou parcialmente solúveis em água). Pela ação da água , estes sais são dissolvidos e migram para a superfície e a evaporação da água resulta na formação de depósitos salinos. Factores que contribuem para a formação de eflorescências : • Teor de sais solúveis; • Presão hidrostática para proporcionar a migração para a superfície; • Presença de água; III.2-Caracterisitcas físicas A lixiviação do hidróxido de cálcio do concreto, além da perda de resitência, provoca agressões estéticas, já que o produto lixiviado interage com o dióxido de carbono presente no ar, daí resultando a precipitação de crostas brancas de carbonato de cálcio na superfície do concreto. Figura 1 Figura 2 ! ! Figuras 1 e 2 represntando a esflorescência devido aos sais dissolvidos presentes no ambiente. III-Corrosão produzida por expansões A reação álcali-agregado pode criar expansões e severa fissuras nas estruturas de betão. O mecanismo que causa esta reação não é perfeitamente entendido. É conhecido que certos aagregados, como algumas formas reativas de sílica, reagem com potássio, sódio e hidróxido de cálcio do cimento, e formam um gell em volta dos agregados reativos. Quando o gel é exposto a húmidade ele expande- se, criando tensões internas que causam fissuras em torno dos agregados. O betão sob reação álcali-agregado exibe em sua superfície um mapa de fissuras, que permite a entrada de mais húmidade, acelerando ainda mais a reação. Esta reação pode passar desapercebida durante um período de tempo, possivelmente anos, antes que possa estar evidenciada. Para se confirmar a reação álcali- agregado é necessário exames com microscopia eletrônica. Geralmente ocorrem dois tipos de ataque. O ataque álcani- carbonato, envolvendo alguns agregados calcários dolomíticos e o ataque álcali-sílica com agregados siliciosos, com calcedônia, opalas e quartzo tectonizado Segundo LUCCA 2010,as reações álcali-silíca, álcali-silicato e álcali-carbonato, acontecem no meio do betão e pode ser explicada como uma reação química entre álcalis, provenientes principalmente do cimento, e alguns minerais reativos contidos no agregado(na presença de água). Estas reações são expansivas, pela formação adicional de sólidos em meio confinado, provocando, de ínicio, a fissuração da superfície do betão, conferindo á mesma o aspecto de um mosaico, para posteriormente vir a desagregar a estrutura( SOUSA e RIPPER) 1998. • reação álcali-silíca- envolve a presença de silíca amorfa ou certos tipos de vidros naturais(vulcânicos) e artificiais. • álcali-silicato- é da mesma natureza da reação álcali-silíca porém, o processo mais lentamente, envolvendo alguns silicatos presentes nos feldspatos, folhetos, argilosos, certas rochas sedimentares,( como as grauvacas), metamórficas, (como os q u a r t z i t o s ) e m a g m á t i c a s ( c o m o o s g r a n i t o s ) e , fundamentalmente, a presença do quartzo deformado e minerais expansivos. • álcali-carbonato- ocorre entre certos calcários dolomíticos e as soluções alcalinas nos poros do concreto. III.1-Caracterisitcas químicias A expansão é causada pela reação química que se processa entre certos tipos de agregados e os álcalis de sódio(Na) e de potássio(K) existentes no cimento portland, e cuja intensidade depende dos produtos formados pela reação. Em escala microscópica, as consequências da expansão devido á RAA podem apresentar-se como microfissuras e deslocamento do agregado, e sob o ponto de vista volumétrico, o desenvolvimento de esforços e decorrentes fissuras no concreto. Os sulfatos presentes em solução aquosas,(Ex. Efluentesindustriais) ou mesmo em solos, atacam estruturas de concreto promovendo uma destruição progressiva do material. A velocidade com que ocorre este ataque depende de alguns factores que se dividem em dois tipos principais: • Características do meio agressivo; • Propriedades do meio agredido; • Concentração, tipo de sulfato e ph da solução, solo ou água subterrânea; • Mobilidade da água subterrânea; • Adensamento, tipo e teor de cimento, tipo de agregado, factor água,cimento e regime de cura do betão;O III.2-Caracterisitcas físicas • Os resultados das expansões no betão originam fendilhações devida á reação álcalis-silíca; • Gel de silíca reactiva; • Deformações originadas pelas reações expansivas; • Esmagamento de vigas; • Fendilhação de lages, tabuleiros de pontes; ! Fig 3: Ilustração do funcionamento da corrosão prozida por expansões ! Figura 4: O betão sob reação álcali-agregado exibe em sua superfície um mapa de fissuras, que permite a entrada de mais húmidade, acelerando ainda mais a reação IV-Corrosão devido a ação de ions cloreto Os principais factores que provocam a corrosão são o meio ambiente, o qual a estrutura está inserida e o recobrimento inadequado do betão. Dentre os principais agentes iniciadores do processo corrosivo estão a carbonatação do betão, e a entrada de ions agressivos, como o ião de cloreto. A ação desses ions é especialmente agressiva pois mesmo com um ph elevado do betão podeocorrer a despassivação da armadura. No betão, a concentração dos cloretos pode ocorrer devido a presença dos componentes(aditivos, agregados e água) na mistura, ou por penetração do exterior, através da rede de poros, como é o caso de ambientes marinhos( névoa salina). A quantidade de cloretos é incrementada chegando, até mesmo, a atacar toda superficie da armadura, podendo provocar velocidades de corrosão intensas e perigosas. A NBR 7211(2009) prescreve teores limites de cloretos em agregados para concreto armado menores que 0,1% da massa do agregado. Já a NBR 12655(2006) especifica a quantidade máxima de ions cloreto nas estruturas de betão armado sujeitas a exposição de cloretos em 0,15%. Teores de cloretos (Cl) tão baixos quanto 0,3% do peso do cimento implicam em riscos de corrosão em concretos ainda não carbonatados, pois este destrói a camada protetora da armadura. Porém, já foi observado que concentrações bem menores podem causar corrosão generalizada quando dentro da estrutura existem zonas livres de cloretos. Segundo FORTES; ANDRADE (2001), os ions cloreto(Cl), em contacto com a armadura produzem uma redução do ph de valores de 12,5 a 13 para valores até 5. Tais ions atingem a armadura de forma localizada resltando em corrosão, que depois de formada permanece activa reduzindo o diametro da secção transversal do aço. Segundo CASCUDO (1997), em dissolução aquosa os agentes agressivos, tanto para o concreto como para a armadura, atingem regiões mais internas do betão armado por intermédio de chuvas ou humidade e através da rede de poros conectados. Esses agentes podem ser transportados para dentro do betão atravé de mecanismos de absorção capilar, difusão permeabilidade e migração. IV.1-Mecanismo de penetração dos ions cloreto na estrutura A penetração de ions cloreto não é visivel, não reduz a resistencia do betão e não altera a sua aparência superficial. Para identificar a profundidade de um tero crítico de cloreto é necessário ensaios específicos. O mecanismo de penetração tem forte influência no desenvolvimento da corrosão no betão armado. Os ions que penetram no interior do concreto ão responsáveis pelo aumento da condutividade electrica do eletrólito facilitando a corrosão das armaduras. A taxa de penetração de cloreto através do betão depende de diversos factores, que incluem o local onde a estrutura de betão está localizada. Os quatro mecanismos de penetração tradicionalmente referidos na literatura são: • Absorção; • Difusão iônica; • Permeabilidade; • Migração iônica; IV.2-Absorção capilar Geralmente é o primeiro passo para a penetração de ions cloreto na superfície do betão, como exemplo temos a névoa salina em contacto com a superfície do betão. Esta depende da porosidade, permitindo o transporte de liquídos para o interior do betão. Quanto menor forem os poros conectados, mais intensas serão as forças capilares de sucção. Este processo é intensificado pelo refinamento dos poros. Concretos com poros mais delgados apesar de apresentarem forças de sucção mais intensas , segundo CASCUDO(1997), apresentam absorção total de massa menor. IV.3-Difusão iônica É o meio predominante do movimento dos cloretos no interior do betão e acontece quando o cloreto ultrapassa a camada superficial e alcança o interior do betão(região mais humida); Neste ponto ocorre a busca de equilibrio através da diferença de concentração de cloretos ( entre o exterior e interior do concreto) promovendo a movimentação dos ions. IV.4-Permeabilidade É um dos principais indicadores de qualidade do betão e é descrita como a facilidade com que uma substância atravessa o concreto. É um parâmetro que depende da qualidade e deimensão dos poros, ou seja depende directamente da relação água/cimento na mistura do betão, quanto menor for este factor menor será a permeabilidade do betão. Isto ocorre apenas em situações especiais como contenção de solos, contacto directo com a acção de águas correntes e estruturas semi enterradas. No betão armado, sempre que for necessário usar cloretos, é recomendável diminuir o fator água /cimento e aumentar tanto a espessura quanto a qualidade do recobrimento da armadura. IV.5-Migração iônica Se dá pelo campo gerado pela corrente eléctrica do processo de corrosão eletroquimica da armadura. Através da corrente gerada ana corrosão ou de campos eléctricos externosn os cloretos podem també ser induzidos a movimentar-se pela rede de poros do concreto. ! Figura 5 : corrosão devido a presença de ions cloreto na estrutura V-Carbonatação do betão A carbonatação é devida à penetração do CO₂ no betão. O fenómeno consiste na transformação da cal, que se origina em consequência da hidratação do cimento, em carbonato de cálcio por efeito da presença do anidrido carbónico, cujo conteúdo depende do ambiente no qual nos encontramos (zonas mais ou menos industrializadas). Um betão são tem um pH superior a 13 e nesta condição sobre os ferros de armadura cria-se um filme de óxido férrico passivo que os impermeabiliza à passagem de oxigénio e humidade. Num betão homogéneo, a carbonatação progride com a frente paralela á superfície. Quando a frente de carbonatação atravessa o recobrimento das armaduras, essas ficam despassificadas(devido á perda de alcalinidade), permitindo o início da sua corrosão( desde que existam água e oxigénio), comprometendo, deste modo, a durabilidade do betão. Se a estrutura for carbonatada o pH do betão decresce, passando a valores que podem ser mesmo inferiores a 9, criando assim um ambiente pouco alcalino para as armaduras. Em presença de um pH inferior a 11, o filme passivante é neutralizado deixando assim os ferros expostos à agressão do oxigénio e da humidade presentes no ar. Nestas condições inicia-se o processo de corrosão das armaduras que aumentam o seu volume cerca de 6 vezes. A taxa de carbonatação depende de vários factores, particularmente da permeabilidade do betão( quanto mais permeável, maior será a taxa de carbonatação) e da húmidade relativa ( a carbonatação ocorre mais facilmente quando a humidade relativa se situa entre 55 e 75 por cento. Sabe-se que a carbonatação desenvolve-se e evolui em condições favoráveis de humidade relativa entre 50% a 70% segundo (Figueiredo, 2005) e (Neville,2008) ou entre 40% e 60%. Com o fluir do tempo novos, novos factos relacionados com o ambiente conduzem a novos dados responsáveis pelo aumento e aceleração do estado de degradação das estruturas, entre outros o aumento de CO2 e as constantes variações climáticas. O meio ambiente actua sobre o betão, interagindo com a microestrutura deste último. Entre outros identifficam-se os seguintes principais parâmetros ambientais: humidade relativa, período e ocorrência das chuvas, orientação dos ventos e temperatura. Existem ooutros elementos relacionados com a poluição ambiental menos significativos, que de uma forma ou outra poderão também contribuir para a degradação do betão. A água é o veículo e um dos agentes responsáveis pela deterioração. Antes porém, o betão não é o único material vulnerável ao processo de deterioração físico e químico provocado pela água. Esta, é responsável pela deterioração da generalidade dos materiais sólidos. O betão, material utilizado nas edificações, resluta em primeira análise e noâmbito das suas propriedades mecânias, como elemento de excelente durabilidade e de comportamento razoável á ação dos agentes externos. Como é sabido, o conceito durável está associado a outros parâmetros de natureza física e química. A deterioração raramente é devida a uma causa isolada; comportamento do betão por si só muitas vezes é satisfatório, apesar de possuir algumas características indesejáveis. Mas com a introdução deum factor adverso de naturea externa, certamente irão ocorrer danos. Na realidade, a capacidade de o betão actuar como uma barreira física contra a penetração dos agentes agressivos do ambiente não é perfeita, devido essencialmente ao contínuo sistema poroso e á tendência para microfissuração. Esta pode ter diversas origens: microfissuração interna envolvendo a ona de interface agrega- cimento. Na evolução da carbonatação a microfissuração tem um papel importante, como seja a forma como esta iterage com a penetração dos fluidos e com a porosidade do sistema, bem como a influência na formação e propagação da carbonatação. Carbonatação é a designação adoptada na formação do carbonato de cálcio resultante da reação do dióxido de carbono com o hidróxido de cálcio, com a consequente redução de Ph e volume de poros. Como é sabido o CO2 está presente no ar, represente cerca de 0,03% em volume á pressão atmosférica e a sua solubilidade em água é aproximadamente 0,00054g/l, dando origem a uma solução de ácido carbónico que apresenta valor com Ph de 5,7. O CO2 entra na mistura no acto de fabroco do betão interagindo com a hidratação do cimento. No entanto, o agente agressivo é o ácido carbónico uma ve que o CO2 não é reactivo. Por outro lado, sabe-se que nos grandes circuitos urbanos os valores do dióxido de carbono podem atingir 1% e em túneis de circulação automóvel poderá ser superior. Daí que a taxa de carbonatação estará relacionada com a concentração de CO2 no ambiente, mas também com a relação água/cimento, com os mecanismos de transporte e o sistema de poros do cimento endurecido. Em conclusão pode-se af i r mar que o fenómeno da carbonatação é prejudicial só para as estruturas armadas pelos motivos supra mencionados, enquanto não é determinante naquelas realizadas com betão não armado. V.1-Diagnose da degradação devida à carbonatação Para avaliar a degradação devida à carbonatação, utiliza-se um método colorimétrico baseado na coloração que o betão assume depois de sua superfície ser tratada com uma solução de 1% de fenolftaleína em álcool etílico (EN 13295:2004). Esta solução em contacto com um material não carbonatado colorear-se-á de carmim, enquanto que se afetado pela carbonatação permanecerá incolor. Deste modo consegue-se avaliar a espessura do betão afetado pelo fenómeno. Um exemplo é ilustrado na foto 6 onde se pode notar a profundidade da carbonatação de cerca 3 cm. A profundidade do betão armado afetada pelo fenómeno identifica a gravidade do dano. Para executar a reparação é preciso eliminar toda a espessura do material penetrado pelo CO₂ em correspondência com os ferros de armadura. ! Figura 6: efeito do CO2 no betão Figura 7: Fases do processo de carbontação Figura 8: efeitos da carbonatação em uma ponte VI-Proteção do betão e do aço contra a corrosão. O betão armadado desde que adequadamente projectado e executado pode ter execelente desempenho independentemente do ambiente onde estiver inserido. Mas também podemos notar que muitas infraestruturas apresentam perda antecipada da durabilidade devido a corrosão, originando manutenões em pouco tempo de serviço com custos derectos e indirectos elevados. VI.1Proteção física Os projectos de durabilidade de estruturas de betão em geral usam a estratégia base preventiva, que é utilizado o recobrimento como única barreira ás ações de degradação,especificando-se para tal o betão adequado ao meio de exposição e ao tempo de vida útil pretendido. Um bom recobrimento das armaduras, com um concreto de alta compacidade, com teor de argamassa adequado e homogêneo, garante, impermeabilidade, proteção do aço ao ataque de agentes agressivos externos. Esses agentes podem estar contidos na atmosfera, em águas residuais, águas do mar, águas industriais, dejetos orgânicos etc. Não deve, conter agentes ou elementos agressivos internos, e v e n t u a l m e n t e u t i l i z a d o s n o s e u p r e p a r o p o r a b s o l u t o desconhecimento dos responsáveis, sob pena de perder, ou nem mesmo alcançar, essa capacidade física de proteção contra a ação do meio ambiente. VI.2-Proteção química Em ambiente altamente alcalino, é formada uma capa ou película protetora de caráter passivo. A alcalinidade do betão deriva das reações de hidratação dos silicatos de cálcio (C3 S e C2S) que liberam certa percentagem de Ca(OH)2, podendo atingir cerca de 25% (~100 kg/m3 de concreto) da massa total de compostos hidratados presentes na pasta Essa base forte (Ca(OH)2 ) dissolve-se em água e preenche os poros e capilares do concreto, conferindo-lhe um caráter alcalino. O hidróxido de cálcio tem um pH da ordem de 12,6 (à temperatura ambiente) que proporciona uma passivação do aço. O potencial de corrosão do ferro no concreto pode variar de + 0,1 a -0,4 V, segundo a permeabilidade e as características do concreto, para temperaturas de 25°C. A função do recobrimento de concreto é, portanto, proteger essa capa ou película protetora da armadura contra danos mecânicos e, ao mesmo tempo, manter sua estabilidade. Pode-se dizer que a película passivante é de ferrato de cálcio, resultante da combinação da ferrugem superficial (Fe(OH)3 ) com o hidróxido de cálcio (Ca(OH)2 ). Portanto, a proteção do aço no concreto pode ser assegurada por: • elevação do seu potencial de corrosão em qualquer meio de pH > 2, de modo a estar na região de passivação (inibidores anódicos); • abaixamento de seu potencial de corrosão, com o fim de passar ao domínio da imunidade (proteção catódica); e • manter o meio com pH acima de 10,5 e abaixo de 13, que é o meio natural proporcionado pelo concreto, desde que este seja homogêneo e compacto. VI.3-Métodos de prevenção do betão contra a corrosão No que diz respeito aos procedimentos a serem adotados previamente à seleção dos princípios e respetivos métodos adequados de proteção, deverá ser realizada numa fase inicial uma avaliação das condições da estrutura. Segundo a NP EN 1504-9:2009, esta avaliação tem como objetivo a definição dos riscos para a saúde e segurança, os quais incluem a queda de detritos, fraturas e rompimentos locais devido à destituição de materiais e seus efeitos globais na estabilidade mecânica estrutural. No caso de uma estrutura ser qualificada como insegura, esta deverá ser alvo de ações e medidas (proteção local, instalação de suportes, trabalhos provisórios e demolições parciais ou globais) que retifiquem a sua estabilidade e solidez, quantificando os eventuais riscos acrescidos inerentes à futura aplicação de métodos de proteção. Na NP EN 1504-9:2009 são apresentados alguns exemplos de prováveis efeitos adversos, perante a utilização de determinados métodos de proteção da corrosão das armaduras • aquando a utilização de um sistema de impregnação hidrófobo com o objetivo de reduzir o teor de humidade do betão, este poderá ter a desvantagem de potenciar o aumento da carbonatação; • perante a aplicação de revestimentos com o intuito de produzir uma superfície repelente à humidade, estes poderão originar uma redução da aderência (e uma eventual redução da resistência ao gelo). Com o objetivo de determinar os defeitos, falhas, inconvenientes e a sua provável taxa de ampliação, suscetível de condicionar o tempo de serviço pretendido para uma estrutura de betão armado (vida útil de projeto), em conformidade com as condições de utilização previstas (desempenho), deverá ser efetuada uma apreciação inicial envolvendo : • sensibilização da forma de conceção do projeto; • capacidade de reconhecimento e perceção estruturais, que permitam definir os objetivos para uma adequada seleção do(s) princípio(s) e correspondente(s) método(s) de proteção para o betão e para as armaduras; • exposiçãoambiental e os níveis de contaminação, aliados à sua possibilidade de permutação; • quantificação das cargas e ações referentes à utilização prevista para a estrutura; • registo das exigências em função da eventual necessidade de manutenção posterior à aplicação do método de proteção. Os princípios de proteção (baseados nas leis físicas, químicas e eletroquímicas) são adequados aos variados tipos, causas, combinações e propagação de possíveis defeitos e falhas estruturais, em função das futuras condições de serviço . O fundamento da sua aplicabilidade traduz-se na prevenção da deterioração do betão e da corrosão eletroquímica à superfície do aço, preservando a estrutura de uma forma global, perante a probabilidade de ocorrência da corrosão das armaduras. No entanto, é de salientar que subsiste a possibilidade de serem aplicados outros métodos em determinadas circunstâncias (por exemplo a utilização de ligas mais resistentes à corrosão, como é o caso dos aços inoxidáveis. Métodos de proteção e reparação das estruturas de betão armado pelos seguintes princípios: • Princípio 1 – Proteção contra o ingresso; • Princípio 2 – Controlo da humidade; • Princípio 3 – Restauração do betão; • Princípio 4 – Reforço estrutural; • Princípio 5 – Aumento da resistência física; • Princípio 6 – Resistência aos químicos; • Princípio 7 – Preservação ou restauração da passividade; • Princípio 8 – Aumento da resistividade; • Princípio 9 – Controlo catódico; • Princípio 10 – Proteção catódica; • Princípio 11 – Controlo das áreas anódicas. Com efeito, a forma mais eficaz de minimizar o risco de corrosão nas estruturas de betão armado é, sem dúvida, assegurar a qualidade do betão e a sua espessura de recobrimento, em função da aplicação a que se destina (vida útil de projeto, utilização pretendida e classe de exposição ambiental). Estas cláusulas constituem particularidades essencialmente relacionadas com a fase de conceção (projeto) e execução, na qual se integram o fabrico e sua colocação em obra, aliados a uma adequada compactação e cura, incluindo o posicionamento das armaduras. # Figura 9: Diagrama de métodos de proteção contra corrosão de acordo com os princípios acima referidos. Quando a armadura se encontra no estado de passivação com o betão de recobrimento isento de carbonatação, poderão ser aplicados os métodos de impregnação e revestimento, sob uma perspetiva preventiva. A utilização de revestimentos superficiais (camadas protetoras sob a superfície do betão) e impregnações (promovem a redução da porosidade superficial), aliada à aplicação de impregnações hidrofóbicas (tratamento superficial repelente à água) poderão contribuir para um aumento da resistividade elétrica do betão (princípio 8) . Da mesma forma, os métodos referenciados contribuem para o controlo da humidade do betão (princípio 2), que determina a quantidade de solução eletrolítica disponível e portanto a resistividade do meio . Como exemplo da interação entre estes dois parâmetros, é de importância salientar o caso dos edifícios interiores num ambiente seco, nos quais o risco de corrosão é relativamente desprezível, já que a presença de um baixo teor de humidade proporciona um aumento da resistividade elétrica do betão. No que diz respeito aos cloretos, responsáveis pela degradação da camada passiva (num betão não carbonatado), é necessário tomar outras precauções, já que os métodos suplementares correspondentes ao ingresso do dióxido de carbono, controlo de humidade e aumento da resistividade elétrica do betão, poderão não ser suficientes para proporcionar uma adequada proteção contra a corrosão das armaduras. Para além da indispensável necessidade de controlo do teor de cloretos (limite crítico de concentração), é relevante não colocar de parte a sua origem na matriz do betão. A sua introdução proveniente de uma fonte externa constitui um maior risco de corrosão, comparativamente à sua presença na constituição inicial . A proteção catódica (princípio 10), que se baseia na aplicação de potencial elétrico, constitui um método bastante útil no controlo da corrosão a longo prazo (apesar de necessitar uma apropriada monitorização e manutenção) e é particularmente eficaz quando a contaminação por cloretos atinge níveis críticos (é de salientar a sua eficiência, perante a eventualidade do fenómeno da carbonatação se desenvolver simultaneamente no betão). Doutra forma, subsiste a possibilidade de serem utilizados sistemas de ânodos sacrificiais (princípio 10), nos quais a polarização ocorre espontaneamente, através do contacto entre dois metais (ação galvânica). A aplicação de inibidores de corrosão é comum a ambos os princípios, que ao reagirem com os produtos de corrosão formam camadas impermeáveis à superfície dos elétrodos. A sua distinção é efetuada de acordo com a sua função, respetivamente o bloqueio da reação catódica (inibidores catódicos) ou o bloqueio da reação anódica (inibidores anódicos). É de importância salientar a existência de inibidores mistos, os quais intervêm em ambas as reações eletroquímicas e possuem a capacidade de se adsorver física e quimicamente à superfície do aço, constituindo um revestimento ativo da armadura (princípio 11). Por outro lado, existem outros tipos de revestimentos com a funcionalidade de uma barreira física, que ao isolarem a armadura, fornecem proteção contra à penetração da água da solução porosa da matriz cimentícia e simultaneamente contra à penetração de agentes agressivos (cloretos). Para tal efeito, podem ser utilizados revestimentos epoxídicos e revestimentos galvanizados (que possuem a vantagem adicional de proporcionarem proteção catódica por ânodos sacrificiais) das armaduras. No entanto, em conformidade com a NP EN 1504-9:2009, a aplicação destes revestimentos requer algumas precauções. Para tal efeito, é providencial assegurar que a armadura fique totalmente encapsulada no revestimento e que este não apresente qualquer tipo de defeitos ou falhas, sendo quantificados previamente à sua inserção, efeitos adversos relativos à adesão das armaduras ao betão. Sintetizando, com o objetivo de complementar a proteção fornecida pelos requisitos fundamentais na resistência à corrosão (qualidade do betão e recobrimento), existe uma série de opções como o uso de membranas à superfície do betão que combatam o ingresso de humidade e agentes agressivos (impregnação, impregnação hidrofóbica e revestimentos de superfície), a proteção catódica por corrente imposta ou por ânodos de sacrifício, a utilização de inibidores de corrosão, revestimentos ativos ou barreira do aço e ainda a utilização de ligas mais resistentes que o aço-carbono, como os aços inoxidáveis (não integrados na NP EN 1504). A escolha de qualquer uma destas medidas suplementares de proteção é baseada em ambas as considerações económicas e técnicas, bem como outras questões relacionadas com a disponibilidade de produtos e sistemas, custos iniciais e a longo prazo, necessidade de reparação, manutenção e a sua adequação geral para a aplicação pretendida. VII-Conclusão Com as pesquisas relacionadas ao tema pudemos constatar que há uma grande diversidade de bibliográfias referentes a máteria. Isto signfica que muitos investigadores já tentaram compreender os fenómenos da causa da corrosão do betão, que é um problema que afecta maior parte das estruturas a nível mundial, e está ligado a grandes somas de capital monetário para solução deste mesmo problema. Por isso é importante conhecermos as causas da corrosão, afim de inibirmos o aparecimento da mesma, e projectarmos as nossas estruturas com o maior tempo de vida útil possivel. VIII-Bibliográfia Livro corrosão de vicenti gentil 6ª ediçãoAntónio Costa aula 7- reabilitação e reforço de estruturas. Anais do 54ºcongresso brasileiro do concreto CBC2012 outubro/2012 Bentur, diamond Sidney; Armon Neal s.Berke- Steel corrosion in concrete- London Engª Maria Luzia castro e Silva-SP Eva patrícia Dias Antunes- Efeitos das reações quimicas expansivas no betão outubro 2010 http://www.eletrica.ufpr.br/piazza/materiais/ThiagoPereira2.pdf
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