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FICHAMENTO – 7º PERÍODO 2016-2
COLEGIADO DE PSICOLOGIA – UNIAGES
COLEGIADO DE PSICOLOGIA
“ANTROPOLOGIA”
	ALUNO
LUCIANA BASTOS DA ANUNCIAÇÃO
	TURMA
7º P /CAL
FICHAMENTO
“Nu e vestido: dez antropólogos revelam a cultura do corpo carioca”
	Critérios de Avaliação
	Estrutura e formatação
	0,5
	
	Credenciais 
	1,0
	
	Citações
	1,5
	
	Resumo por capítulo
	2,0
	
	Parecer crítico
	5,0
	
	Resultado Final
	10,0
	
PARIPIRANGA/2016-2
GOLDENBERG, Mirian; et al. Nu & vestido: dez antropólogos revelam a cultura do corpo carioca - 2a ed. - Rio de Janeiro: Record, 2007.
Credenciais:
Mirian Goldenberg é doutora pelo Programa de Pós-graduação em Antropologia Social/Museu Nacional/UFRJ e professora do Departa- mento de Antropologia Cultural e do Programa de Pós-graduação em Sociologia e Antropologia do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (PPGSA/IFCS/UFRJ).
Capítulo I:
“O aspecto trágico da vida está precisamente nessa lei a que o homem é forçado a obedecer, a lei que o obriga a ser um. Cada qual pode ser um, nenhum, cem mil, mas a escolha é um imperativo necessário." (p.13).
“Pode-se dizer que as regras subjacentes à atual exposição dos corpos são de ordem fundamentalmente estética. Para atingir a forma ideal e expor o corpo sem constrangimentos, é necessário investir na força de vontade e na autodisciplina, alertam as revistas femininas e masculinas, além de todas aquelas dedicadas à boa forma existentes no mercado” (p.16).
Mirian Goldenberg e Marcelo Silva fazem uma reflexão acerca da questão de o corpo ser usado para fins de expressão de identidades. Submetem-se diversos processos estéticos, musculação, uso contínuo de cremes, aplicações de piercings, e dentre outros. Tais procedimentos são constantes na sociedade, pois os mesmos são tidos como garantia de um significado próprio a tais indivíduos. Esses procedimentos são tão frequentes por causa da força da mídia e da publicidade, pois, de forma indireta e por vezes direta, prega um ideal de corpo, um corpo da moda.
Capítulo II:
 “(...) e a praia é o lugar por excelência da prática de bronzeamento que criará o corpo idealmente carioca, ou seja, o corpo bronzeado, por oposição ao corpo branco idealmente almejado em outras grandes cidades brasileiras” (p.28).
“Todos os anos, a imprensa ajuda a matar e a ressuscitar a ideologia que envolve essa festa, formulada em torno do conflito entre as tradições e os novos aportes culturais” (p.37).
Gontijo traz uma leitura Antropológica sobre o Rio de Janeiro, descrevendo “um jeito de ser carioca”. O autor descreve aas várias aparências corporal que são típicas cariocas e por estas serem um processo de construção cultural demandado pela situação, relação e pelo contexto. Mostra como esse “jeito carioca” se estabelece, já que a cidade do Rio de Janeiro é constituída por pessoas de vários lugares e como estas pessoas aderem a esse jeito de ser. Gontijo coloca como “carioquidade” a forma como os cariocas tornam o seu cotidiano e as relações sociais em práticas sociais.
Capítulo III:
Buscando uma visão melhor, comecei a frequentar os lugares onde o corpo é habitualmente exposto. Comecei pelo mais fácil, pelo mais acessível ao meu corpo de turista-observador. A praia, em si, não era diferente dos cartões-postais que eu vira, mas fiquei surpreso ao constatar a extraordinária atividade que se produzia ali. Enquanto para mim a praia era um lugar de repouso, de descontração, até mesmo de abstração do resto do mundo, aqui as pessoas corriam, jogavam, caminhavam, ficavam de pé, olhavam- se, seus corpos pareciam tomados por um movimento incessante e ninguém parecia estar ali para relaxar. (p.44).
 “O corpo torna-se visual por sua própria visibilidade: deixa de ser pensado como uma forma viva e torna-se a grande obsessão da supervisibilidade contemporânea. Como uma obra de arte, a corpolatria considera o corpo uma simples imagem que projetamos de nós mesmos. (p.70).
O autor faz uma análise acerca da adoração ao corpo, muito cultuada no Rio de Janeiro, buscando mostrar a maneira como os adeptos da corpolatria gerenciam seus corpos e os exibem isto a partir de entrevistas e áudios. Segundo Malisse, o corpo (h) altere-ego é um “parceiro” que fica em um espaço social que fica entre o que pode ou não ser feito com o corpo. O artigo se desenvolve segundo essa ideia, o estereótipo de ideal de aparência na sociedade mostra que a semiótica da aparência muscular no Brasil chega a ser tão significativa quanto às questões de cor e gênero.
Capítulo IV:
 “O que deve ser ressaltado, em todo este processo, é a expansão do uso de tais drogas. (...), é objeto de consumo cotidiano de pessoas comuns que buscam otimizar a aparência, muitas vezes utilizando o discurso da saúde como respaldo para seu consumo intermitente.”(p.77).
“O aspecto mais intrigante desse processo de construção corporal da distinção é a adesão feminina ao culto e cultivo de uma estética masculinizante. (...) que buscam "vencer na vida" e acham que para tal têm de ser fortes (musculosas), independentes e duronas.” (p.93).
O artigo descreve e questiona o uso de anabolizantes em academias de musculação do Rio de Janeiro. Neste artigo o autor desvenda o universo das academias e as práticas produzidas neste espaço. Ele percebeu que tanto homens quanto mulheres buscam, utilizam os anabolizantes com a finalidade de obterem uma estética masculinizante. A ciência, por sua vez, está em constante busca por substâncias, por crias produtos que garantam a sociedade esta estética desejada, de forma mais fácil e á curto prazo. Ao fazer isso a indústria da saúde, por ser dotada de discurso de especialidade, a iludir, digamos assim, indivíduos e os leva a consumir, a utilizar esses procedimentos que garantem o corpo desejado.
Capítulo V:
 “Por um lado, para atender às exigências culturais de ser feminina, é preciso passar por uma cirurgia cara e dolorosa. Por outro, a cirurgia pode ser vista como um meio de aperfeiçoamento pessoal possível de ser escolhido de forma independente, para agradar a si mesma” (p.105).
“Assim, a cirurgia plástica destaca-se como um tipo inverso das práticas de marcação do corpo que foram elementos essenciais da diferenciação entre homem e natureza. A lógica que define todas as outras marcas é a exibição deliberada da própria marca, o significado da marca está em sua visibilidade. A cirurgia plástica é governada pela lógica inversa, na qual seus resultados e seu sucesso são julgados pela invisibilidade da marca, da cicatriz” (p.123).
Neste artigo discute-se sobre a cultura das cirurgias plásticas para fins de melhorar, “concertar” a aparência estética. A questão da democratização da beleza e a crescente busca pela igualdade e competição feminina no mercado afetivo/sexual feito mediante cirurgias plásticas.
Capítulo VI:
“O corpo se apresenta como o sinal deste padrão, capaz de ser identificado com relativa facilidade tanto por frequentadores costumeiros como pelos eventuais. Nesse sentido, Ipanema pode ser um exemplo de como a identificação do tipo de banhista de cada praia carioca depende de uma atenta observação do corpo do outro e dos usos que este outro faz dele.” (p138).
 “Na ênfase na diluição dos pólos, na valorização da ambiguidade de uma cor intermédia, no deslizamento recorrente entre "moreno" e "mestiço", o que parece estar em ação é a mesma noção de um "Brasil mestiço" que alicerça desde há muito o estilo de relações raciais entre nós.” (p.153).
O autor demonstra alguns relatos de frequentadores de praias cariocas, pessoas que frequentam pouco e as que frequentam diariamente. A partir desses depoimentos a Antropóloga pode colher e perceber as representações que estes sujeitos tem acerca da prática social e técnica corporal do carioca, o que foi de grande relevância para que a mesma tivesse noção da questão da “morenidade” tão frequente no Brasil.
Capítulo VII:
“Sugeri que a presença maior de pessoas de cor na publicidadebrasileira é, basicamente, um fenômeno mercadológico. Mas o mercado também obedece a uma lógica cultural e política e faz parte do Brasil, tanto quanto partidos políticos e movimentos sociais.” (p.58).
“Dados todos estes fatores, há pouco mistério no sucesso de Raça Brasil e da indústria da beleza para pessoas de cor no Brasil. Para encontrar um bom emprego e um parceiro sexual satisfatório, só os mais revolucionários ou os mais absurdamente belos podem dar- se ao luxo de evitar as despesas e o tempo envolvidos em "melhorar a aparência” (p.164).
O artigo discute questões acerca da questão de identidade racial no Brasil, demonstrando como a mídia interage para que as representações sociais de identidade racial se constroem. Em suma o artigo discute sobre relações entre “raça”, publicidade e produção de beleza. Demonstrando como a publicidade contribui para desconstruir o pensamento que associa a estética negra como sendo sinônimo de defeitos morais.
Capítulo VIII:
Se a maternidade resume a existência feminina, a bruxa é a antítese da mãe. Esta é a mulher frágil, submissa, boa: em última instância, é a mulher que aceitou a definição e o papel que a sociedade de uma época lhe impôs. (...) O corpo feminino que se recusa à maternidade é um corpo demonizado. A mulher que recusa os papéis tradicionais, ou que numa conjuntura específica não tem acesso a eles, é uma mulher fora dos padrões e, portanto, uma bruxa. (p.176).
O artigo utiliza-se de pesquisas e relatos de grupos de bruxos para discutir questões referentes a ser mulher/sexo feminino no Brasil. Segundo a autora o corpo da Bruxa tem um potencial mágico exclusivamente feminino ligado a capacidade transformadora do útero que torna legítima a dominação em relação aos homens. Ainda segundo o autor, bruxas agem para reafirmar o lugar da mulher na sociedade a fim de mostrar que a mulher é muito mais que só um corpo reprodutor.
Capítulo IX:
“O uniforme coloca o indivíduo na penumbra e ilumina a função de quem o veste. Para garantir a otimização de seus fins, o uni- forme precisa ter como seu aliado a tradição. Quanto mais tempo aquela imagem se repete, mais fixa se torna tanto nas mentes individuais quanto nas representações coletivas. Sendo assim, moda e uniforme são antagônicos, visto que a moda vive das alterações constantes nos padrões do vestuário” (p.183).
O autor levanta questões que permeiam a construção da masculinidade nos dias atuais no Brasil. A partir de entrevistas a frequentadores de mercados alternativos e estilistas e mediante tais relatos concluiu que ainda em dias atuais, apesar de os homens estarem mais “modernos” no que diz respeito a vestimenta, há ainda barreiras, digamos assim, que ditam até onde esta modernidade pode ir, até onde o homem pode explorar o mundo da moda sem ficar muito feminino, ou seja, ainda é muito presente o discurso que dita o que é de homem e o que é de mulher.
Parecer Crítico:
O tema central abordado no decorrer dos artigos é a questão do corpo. Corpos que se cobrem e encobrem, dentre outros aspectos, traços identitários pessoais e grupais, construídos socialmente. O livro se constitui em nove estudos em cada um destes os autores descrevem suas pesquisas etnográficas realizadas no Rio de Janeiro acerca de determinados assuntos. Tais pesquisas tem a finalidade de entender especificidades dos corpos cariocas, interpretar etnologicamente e ensaiar uma reflexão que, juntos ou separados podem servir para uma teoria antropológica do corpo em geral.
As questões discutidas nos artigos nos fazem enquanto leitor perceber como se dá as representações sociais do corpo, assim como também nos faz refletir acerca de como as mesmas se constituíram, pautadas em que condutas ou pensamentos. É possível também perceber que as questões analisadas podem ir muito além do Rio de janeiro, apesar de a pesquisa ter sido feita neste local, pois estas representações se estendem para odo o Brasil.
A cultura de um corpo belo, na moda e de preferência musculoso tem sido cada vez mais um ideal estético em nossa sociedade. Imperfeições, “defeitos” sempre precisam ser corrigido a fim de se ter sempre uma perfeição, de se estar sempre conforme os padrões de moda social que ditam o corpo ideal a se seguir. A mídia e a ciência são meios que propagam de forma significativa esse ideal, pois a todo instante estão mostrando formas novas de ser e de estar conforme o ideal à curto prazo que acabam por influenciar a sociedade a segui-los.
Em suma, o livro revela a cultura do corpo carioca, e é de grande relevância para se ter múltiplos olhares sobre o corpo humano, principalmente um olhar ampliado, tanto no ato de vestir como no de despir, afim de fugir de um prática em que os corpos são considerados apenas como uma matéria inerte, excluídos de sua subjetividade e de seus significados.

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